25/04/2013
Por Samuel Antenor
Agência FAPESP – Pelo segundo ano consecutivo com apoio da FAPESP, o Festival do Minuto volta a abordar o tema Ciência com o objetivo de despertar a curiosidade e incentivar o interesse no assunto. Como em 2012, poderão ser inscritos vídeos com temas científicos em todas as áreas do conhecimento e em qualquer formato: de filmes de animação a vídeos feitos com câmeras digitais, celulares ou iPad.
O festival vai oferecer no total R$ 10 mil aos autores dos melhores trabalhos, além de um troféu para o vencedor, que será escolhido por voto popular, ao final do concurso. Com um público cada vez mais diversificado, o festival tem ampliado também sua abrangência temática e, desde o ano passado, incorporou a Ciência às questões abordadas nos vídeos, que têm como regra a duração máxima de 60 segundos.
Para aumentar o interesse sobre o tema tanto em quem produz como em quem assiste aos filmes do festival, a proposta é dar espaço a trabalhos que retratem diferentes visões do que é ciência, ajudando a modificar a forma estereotipada com que muitos ainda a veem.
Em 2012, quando o festival propôs aos participantes retratar em apenas um minuto diferentes maneiras de ver a Ciência, surgiram ideias criativas, traduzidas em imagens instigantes, de gravações em vídeo a animações mais elaboradas.
Assim, criou-se uma oportunidade para a apresentação de visões e linguagens diversas, que revelaram da simples observação da natureza até os bastidores do trabalho de pesquisa, passando por questionamentos e curiosidades do mundo científico.
Participação diversificada
Na primeira edição do festival com o tema Ciência participaram professores e estudantes do ensino médio, universitários, pós-graduandos e pesquisadores, que expressaram, com recursos variados, diferentes percepções sobre o tema proposto.
Para Martin Haag, autor do vídeo Dia do Índio, que venceu em 2012 na categoria “Minuto Ciência” e foi escolhido pelo público como melhor vídeo sobre “Palavra”, o formato do festival permite discutir questões que muitas vezes passam despercebidas pelas pessoas.
“Mostrar a incorporação de aspectos das sociedades indígenas no cotidiano urbano brasileiro, como a linguagem, ajuda a despertar no público a atenção para questões comuns que, muitas vezes, passam despercebidas. É esse um dos méritos desse festival”, afirmou Haag durante o evento de premiação dos melhores vídeos de 2012, dia 22 de abril, no Museu da Imagem e do Som, em São Paulo.
Ao todo, o Minuto Ciência 2012 teve 264 vídeos concorrentes, dos quais 87 competiram na categoria “Minuto na Escola Ciência”, voltada para alunos do ensino fundamental e médio matriculados em escolas públicas estaduais de São Paulo. Em 2012 a categoria “Minuto Ciência”, direcionada ao público em geral, recebeu 177 inscrições. Após serem vistos pela curadoria, os vídeos selecionados ficam disponíveis no site do festival.
A fim de facilitar o acesso do público aos vídeos foi criada a Rede de Exibição 2013, que promove a Mostra Melhores Minutos em diversos equipamentos culturais espalhados pelo Brasil, de 23 a 28 de abril. Ao todo são 258 centros culturais, em 200 cidades, na maior parte dos estados brasileiros.
Para 2013, os organizadores do Festival do Minuto mantêm a expectativa de receber vídeos que mostrem a presença da ciência no cotidiano e em qualquer área do conhecimento.
Os autores de três vídeos selecionados pela curadoria ganharão um prêmio de R$ 2 mil; o vencedor do Prêmio Especial, escolhido pela curadoria e por um representante da FAPESP, receberá R$ 4 mil. No encerramento do concurso, o público poderá apontar o seu vídeo preferido na fan page do Festival do Minuto no Facebook.
Abrangência e criatividade
Mesmo que sua definição seja bastante abrangente, pode-se dizer que ciência é o resultado do esforço humano para aumentar o que se sabe sobre determinado assunto com base em um método científico, ou seja, na observação, aliada ao questionamento e ao raciocínio lógico. É desse conhecimento que surge boa parte das descobertas e das invenções. Em resumo, ciência também é consequência da criatividade humana. Por isso, os organizadores do festival sugerem deixar a imaginação fluir.
Marcelo Marzagão, diretor do Festival do Minuto, observa que, com o tempo, a diversidade e a produção dos vídeos de ciência devem ganhar mais qualidade. “A maioria dos concorrentes ainda faz vídeos mais simples, mas acreditamos que essa produção cresça e se aprimore, fazendo com que muitos possam ser utilizados, inclusive, como material didático e paradidático”, disse.
Marzagão lembra que o tema surgiu de uma demanda já existente entre parte do público, formado por alunos e professores da rede pública estadual de ensino de São Paulo.
“O tema Ciência não é de fácil apreensão pelo público, mas deve ganhar espaço com a exibição dos vídeos, tornando-se menos abstrato para as pessoas”, destacou.
Para isso, Marzagão ressalta a importância da criatividade dos participantes ao retratar qualquer ciência, seja ela exata, como física, matemática ou engenharia, seja da área de humanidades, como filosofia, antropologia ou artes, ou das chamadas ciências da vida, que incluem biologia, zoologia e botânica, entre outras.
Para José Arana Varela, diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo da FAPESP, a missão da Fundação é apoiar tanto a produção da ciência – e a pesquisa de modo geral –, quanto a sua divulgação para o público, o que justifica o apoio ao concurso.
“O campo da ciência oferece espaço para a criatividade e o uso de diferentes mídias é muito propício para a sua divulgação, sobretudo aos mais jovens, que podem ter em festivais como esse um estímulo para a busca de soluções para diferentes questões. O festival do Minuto Ciência pode inspirar não apenas o surgimento de novos cineastas, mas também de novos cientistas”, disse.
O concurso segue aberto a pessoas de todas as idades, com inscrições gratuitas até o dia 30 de agosto pelo site do festival. O regulamento está disponível no site e o resultado da premiação será informado pelos organizadores.
Mais informações: www.festivaldominuto.com.br.
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