Da Redação - agenusp@usp.br
18/abril/2013
Caio Albuquerque, da Assessoria de Comunicação da Esalq
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Na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, pesquisa demonstrou a viabilidade do armazenamento de frutas originárias da Amazônia sem perda de qualidade, facilitando sua comercialização. A engenheira agrônoma Patrícia Maria Pinto analisou a fisiologia pós-colheita do abiu, bacupari e camu-camu e verificou a temperatura ideal para o armazenamento de cada fruto.
Temperatura de armazenamento influencia conservação de frutos pós-colheita
O projeto foi realizado no Laboratório de Pós-Colheita de Frutas e Hortaliças do Departamento de Produção Vegetal (LPV) da Esalq e os frutos utilizados em todas as etapas foram provenientes do Estado de São Paulo, sendo que os abius foram colhidos de plantas de pomares comerciais da região de Mirandópolis, e os bacuparis e os camu-camus colhidos de plantas da Coleção de Frutas Tropicais da Estação Experimental de Citricultura de Bebedouro (EECB), instituição parceira no desenvolvimento do trabalho. “Parte da pesquisa foi realizada na Universidade da Flórida, em Gainesville (Estados Unidos), sob supervisão do pesquisador Steven Sargent”, lembra a autora do estudo.
Em laboratório, avaliou-se o comportamento dos frutos após a colheita, enquandrando-os na classificação dos frutos quanto ao padrão respiratório, assim como fora definido o ponto ideal de colheita. “Os abius enquadraram-se na classificação de frutos climatéricos, ou seja, frutos que tem a capacidade de completar seu amadurecimento após a colheita, sendo assim, os abius devem ser colhidos no estágio de maturação caracterizado pela cor da casca verde-amarela”, conta Patrícia.
Nos bacuparis foi constatado padrão não-climatérico, sendo necessário colhê-los quando maduros, com a casca na coloração laranja. “Os camu-camus também foram considerados frutos climatéricos e devem ser colhidos quando a casca alcançar coloração vermelho-esverdeada”, acrescenta a engenheira agrônoma.
Conservação dos frutos
Segundo a pesquisadora, a temperatura de armazenamento influenciou a conservação de todos os frutos, sendo que para os abius, recomenda-se o armazenamento na faixa entre 10ºC e 15°C, enquanto para os bacuparis a 10°C e para os camu-camus, a temperatura ideal é a de 5°C. “Também aplicamos 1-Metilciclopropeno (1-MCP), um regulador vegetal capaz de retardar o amadurecimento de certas frutas. Este regulador influenciou a qualidade e fisiologia dos abius e camu-camus, aumentando a vida de prateleira dos frutos. Já nos bacuparis, o 1-MCP ajudou a reduzir a incidência de podridões”, complementa.
O projeto teve apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e os resultados obtidos proporcionarão a criação de novos projetos, bem como fornecerá novos subsídios para a exploração de espécies frutíferas nativas, seja no âmbito da produção ou no da pós-colheita. “Essa pesquisa mostrou que há a possibilidade de armazenar essas espécies por um determinado período de tempo, facilitando a comercialização e mantendo a qualidade original dessas frutas”, finaliza.
O consumo de frutas e hortaliças sempre foi valorizado pelos benefícios que esses alimentos podem trazer à saúde. “A exploração de frutos tropicais não tradicionais, como é o caso dos frutos nativos da região Amazônica, vem ao encontro dessa afirmação, pois neles são encontrados níveis consideráveis de compostos bioativos”, afirma Patrícia, que é pesquisadora do programa de Pós-graduação em Fitotecnia da Esalq.
Durante a realização do seu doutorado, sob orientação do professor Angelo Pedro Jacomino, Patrícia verificou a viabilidade do armazenamento de frutas como abiu, bacupari e camu-camu. “Estudos após a colheita desses frutos são muito escassos e há a necessidade de um maior aproveitamento dessas espécies tão ricas em propriedades funcionais”, salienta.
Imagem: cedida pela pesquisadora
Mais informações: (19) 3447-8613 / 3429-4109 / 3429-4485, na Assessoria de Comunicação da Esalq
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