quarta-feira, 24 de abril de 2013

Por que o manjericão é tão aromático? (Boletim PLANFAVI n. 25, janeiro a março, 2013)

Quem nunca sentiu o aroma e sabor da planta conhecida popularmente como manjericão? É muito difícil encontrar alguém que nunca tenha saboreado alguma refeição contendo algumas folhas de manjericão, como por exemplo, macarronada com molho de tomate, pizzas, saladas, molhos entre outras. O aroma inconfundível exalado de suas folhas e flores é consequência do rompimento de tricomas glandulares, que é uma estrutura vegetal especializada em armazenar óleo e outros componentes químicos. Os tricomas se rompem por diversos motivos, mas o dano mecânico (quando passamos a mão sobre a folha, quando molhamos com água a superfície foliar ou quando um inseto encosta nas folhas, por exemplo) e a temperatura do ambiente (em dia ensolarado e quente uma muda de manjericão exala mais odor) são os mais comuns. O rompimento dessa estrutura libera alguns componentes químicos que se volatilizam ao entrar em contato com o ambiente.

O manjericão é originário da Ásia tropical, especificamente da Índia e faz parte da culinária de muitas culturas ao redor do mundo há pelo menos 5 mil anos. Através do comércio de especiarias com a Índia, a Itália passou a usar constantemente esse condimento em sua culinária e medicina tradicional. Com as imigrações italianas para o Brasil, por volta de 1880, o manjericão foi trazido nas embarcações e até hoje é cultivado, principalmente em pequenas hortas.

Além de possuir diversas funções terapêuticas, o Ocimum basilicum, nome científico do manjericão, também pode ser usado como ornamental (em jardins medicinais e de aromas), condimentar (tempero para diversos pratos típicos de muitas regiões ao redor do mundo), na medicina tradicional (como antisséptico, digestivo, para tratar bronquite entre outros), na indústria de cosméticos (como fixadores de aromas para sabonetes, perfumes, cremes hidratantes), na indústria alimentícia (como incrementadores de aroma e sabor) e para produção deóleo volátil, sendo esta última característica a mais valorizada pelo mercado.

Esse artigo foi escrito, a convite, por Daniel Garcia, Faculdade de Ciências Agronômicas - Universidade Estadual Paulista (UNESP)

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