quarta-feira, 10 de abril de 2013

Aspectos botânicos da almecegueira

TEXTO DO PROJETO: “EXTRATIVISMO NÃO-MADEIREIRO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NA AMAZÔNIA


NOME CIENTÍFICO: Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand.
FAMÍLIA: Burseraceae

Nomes populares

Brasil: amescla-de-cheiro, amescla-seca, amesclão, cabatã-de-leite, louro-pico (Alagoas); breu, breu-branco, breu-branco-do-campo, breu-branco-verdadeiro, breu-janaricica, ciantaáhiuá, cicantaá-ihuá, cicantaa-ihua, elemiera, elmi, elmi-do-brasil, erva-feiticeira, goma-limão, guapohy (Amazônia); almesca (Bahia); amescla (Ceará, Maranhão, Rio Grande do Norte, Paraíba); almécega, guapoy-ici (Minas Gerais); almecegueira, breubranco-do-campo, pau-de-mosquito (Pará); almécega, amescla (Pernambuco); amescla, incenso (Rio Grande do Norte); aime, almécega-cheirosa, almecegueira-brava, almecegueira-cheirosa, almecegueira-de-cheiro, almecegueira-vermelha, almecegueiro, almecequeira-vermelha, almicar, almíscar, amécega, amécicla, amescia, anime, armésca, aronaou, árvore-do-incenso, bredo-vermelho, breu-almécega, breu-branco-verdadeiro, breu-da-campina, breu-de-campina, breu-janaricica, breu-jauaricica, breu-verdadeiro, cicantaa-ihua, cicantá-ilma, elemí, erva-feiticeira, ibiracica, icaraiba, icariba, icicariba, incenso, incenso-de-cayenna, jauaricica, lemieira, pau-de-breu, tacaá-macá, teí, ubiraciqua, ubirasiqua. Arouaou, haiawa, ubirasiguá (de algumas tribos aborigenes); ibicaraica, icaraíba, icica, icica-assu, icicariba, incenso-de-cayena, mescla, mirra, pau-de-breu, resinaicica, tacaamaca, tei (Tupi); almécega-vermelha, almécega-verdadeira, almécega-brava, almécega-do-brasil, almecegueiro, almecegueiro-bravo, almicar, aime, árvore-do-incenso, breu-branco, bronaou, breu-almécega (Rio Tapajós).

Descrição botânica

Árvore grande, com até 20m de altura. Casca cinzenta, pouco espessa (Corrêa, 1984). Folhas alternas imparipinadas (Silva et al., 1977), 2-3 jugas ou raras vezes 4-jugas; folíolos oblongos, inteiros, glabros, de até 10cm de comprimento e 5cm de largura (Corrêa, 1984); “inflorescência axilar, glomerulada, bastante ramificada, com brácteas e bractéolas; estames exsertos, filetes de 1,5mm de comprimento com antera oblonga de 1,0mm” (Loureiro et al., 1977); “flores verde-amareladas, pequenas, abundantíssimas; fruto drupa vermelha, ovóide, contendo polpa resinosa e amarela envolvendo uma semente, raras vezes mais, até 4” (Corrêa, 1984).

Informações adicionais

Possui as variedades puberulum, de pecíolos e nervuras dos folíolos pubescentes, 2-3 pares de folíolos, panículas maiores e flores completamente brancas; brasiliensis, geralmente com 7 folíolos oblongo-acuminados, flores muito aglomeradas com pétalas maiores e drupas maiores; e angustifolium, de folíolos muito mais estreitos (Corrêa, 1984).

Distribuição

Originária das Antilhas e de toda América do Sul (Ferrão, 2001). Ocorre em todo Brasil (Lorenzi, 1992).

Aspectos ecológicos

Lorenzi (1992) classifica a espécie como perenifólia e heliófita. De acordo com o CNIP (2002) é classificada como caducifólia sazonal.

Trata-se de espécie arbórea de ocorrência em floresta latifoliada semidecídua (Lorenzi, 1992), floresta de terra firme, cerrado (Maia et al., 2001) e no pantanal (Guarim Neto, 1987). Particularmente freqüente em áreas ciliares úmidas. Ocorre tanto em matas primárias como em formações secundárias (Lorenzi, 1992).

Ocorre em regiões de clima tropical úmido com precipitação entre 1800 a 3500mm, temperatura de 17° a 30°C, e umidade relativa entre 70 a 90%, em solos arenosos, arenoargilosos com abundante matéria orgânica (Revilla, 2001). Susunaga (1996) menciona que ocorre em floresta de terra firme espalhada ao longo de rios, em solo argiloso, raramente em solo arenoso.

Em estudo em uma reserva biológica, no Amazonas, o pico de floração ocorreu de agosto a outubro, o pico de frutos maduros de dezembro a março, e o pico de mudança foliar de abril a julho (Alencar, 1990). De acordo com Lorenzi (1992) a floração ocorre durante os meses de agosto e setembro e a maturação dos frutos entre novembro a dezembro.

A planta produz anualmente uma grande quantidade de sementes viáveis, amplamente disseminadas por pássaros de várias espécies, que aproveitam o arilo que envolve as sementes (Guarim Neto, 1991). Tucanos pequenos (Ramphastus sp.) e araçaris (Pteroglossus sp.), da família Ramphastidae (Macedo, 1977), são exemplos de dispersores.

Protium heptaphyllum produz uma resina, cuja produção é estimulada pela larva de um inseto da família Curculionidae, que permanece na árvore até o estado adulto. A maior produção ocorre durante o período de chuvas (Susunaga, 1996).

Raramente Protium heptaphyllum é encontrado isolado, freqüentemente está associado a outras espécies, tais como Pagames duckel Standley, Glycoxylon inophyllum (Mart. Ex Miq.) Ducke e também com vegetais inferiores como liquens, musgos e pteridófitas (Susunaga, 1996). Ouratea spruceana foi um hospedeiro específico observado de P. heptaphyllum (Macedo, 1977).

Em uma floresta primária de terra firme, na região de Manaus, encontraram-se os seguintes resultados de distribuição de P. heptaphyllum: densidade relativa (%)= 1,1158; dominância relativa(%)=0,3583; frequência relativa (%)=0,5249; índice de valor de importância IVI(%)= 0,6664 (Pinto et al., 2003).

Para baixar o arquivo, com as referências, clique aqui.

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