Texto:
Patrícia Patrícia Gabelini - Fisioterapeuta - CREFITO 3 46610-LTF - Pós-graduada em Terapias Manuais e Técnicas Complementares e Holísticas
Marcos Roberto Furlan - Engenheiro Agrônomo
Introdução e aspectos botânicos
Dentre os problemas da saúde do ser humano, a fisioterapia tem como objetivos a prevenção, o diagnóstico e o tratamento das disfunções do organismo humano resultantes, por exemplo, de acidentes, da má-formação genética ou de vício de postura. Para alcançar estes objetivos, tem à sua disposição diferentes métodos, práticas e terapias, cabendo ao fisioterapeuta decidir qual o mais indicado.
Dos temas pertinentes à fisioterapia, os tratamentos álgicos, isto é, relacionados ao tratamento da dor, são os que mais se destacam quando se trata pela procura dos pacientes. Gosling (2012) observa que a dor pode se apresentar clinicamente de diversas maneiras e associada a múltiplos sintomas, sendo que mecanismos e teorias têm sido propostos para explicar os efeitos da fisioterapia no controle e no manuseio da dor.
Para o tratamento da dor são utilizadas práticas fisioterapêuticas, administração de medicamentos alopáticos ou de produtos naturais, principalmente a base de plantas. Quando se usa os vegetais, a forma terapêutica de tratamento é denominada de fitoterapia. Muitas espécies são usadas desde a antiguidade no tratamento das doenças, como, por exemplo, a arnica. Esta espécie, reconhecida cientificamente como Arnica montana, é utilizada desde a antiguidade no tratamento de doenças, e devido à sua importância medicinal reconhecida cientificamente, ela faz parte de várias farmacopeias em todo o mundo, inclusive no Brasil, onde consta desde a primeira, publicada em 1929.
Atualmente, as plantas medicinais são objeto de estudo no mundo, e podem ser preparada e utilizada de diferentes formas para que seus princípios ativos sejam aproveitados. No caso da Arnica Montana, é mais utilizada na prática clínica fisioterapêutica na forma de pomadas e de unguentos. É muito usada em casos de contusões, luxações, traumatismos, hematomas, inflamações articulares, dores e feridas em geral. Os flavonoides presente no extrato da planta interferem na funcionalidade de diferentes células, resultando em ações anti-inflamatórias, antialérgicas e até mesmo anticarcinogênicas (GUIMARÃES et al., 2014).
Importante destacar que esta espécie não ocorre espontaneamente no Brasil, mas há várias espécies que no país recebem o nome de arnica, como as pertencentes aos gêneros Solidago, Porophyllum, Lychnohora, Tithonia, Chaptalia, dentre várias outras. A Arnica montana é uma planta de porte herbáceo e ciclo perene. A altura varia de 50 a 70 centímetros, e as folhas são simples e basilares reunidas em uma roseta à superfície do solo, o fruto é do tipo aquênio sub-cilíndrico preto com papilho branco e as flores são da cor amareloalaranjadas. É encontrada na Europa em prados e pastagens de solos ácidos de montanha (CUNHA et. al, 2004).
A figura 1 indica a distribuição da Arnica montana na Europa.
Referências
CUNHA, A.P. da; SILVA, A.P. da; ROQUE, O.R.; CUNHA, E. Plantas e Produtos Vegetais em Cosmética e Dermatologia. Ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2004.
GOSLING, Artur Padão. Mecanismos de ação e efeitos da fisioterapia no tratamento da dor. Revista Dor, v.13, n.1, p. 65-70, 2012.
GUIMARÃES, DL; GARDONI, D; CASTILHO, MB; BRASIL, ML; BARBOSA, EG. A utilização das plantas medicinais como recurso fisioterapêutico na atenção básica. Governador Valadares, MG. (UNIVALE). Disponível em: http://www.pergamum.univale.br/pergamum/tcc/Autilizacaodasplantasmedicinaiscomorecursofisioterapeuticonaatencaobasica.pdf. Acesso: 30 de nov de 2014.
Próximo artigo
Aspectos fitoquímicos da Arnica montana
Nenhum comentário:
Postar um comentário