sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Arte, fatos e matos - Dente-de-leão

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Mariquita de siete puntos Coccinella septempunctata

Tilo (Tilia) - Chile

Toronjil Melisa - Chile

Toronjil Cuyano (Marrubium vulgare) - Chile

Ortiga Urtica dioica - Chile

Cardo Blanco Carduus marianus - Chile

Chamico, Datura (Datura ferox, Datura laevis Bertol) - Chile

Castaña de la India - Chile

Amanita muscaria - Chile

Borraja - Borago officinalis - Chile

TRASPLANTE Y SIEMBRA DIRECTA DE AJÍ PÁPRIKA

COSECHA Y POST COSECHA DE AJÍ PÁPRIKA

Ají cacho de cabra - Chile

Rosa Mosqueta Rosa eglanteria - Chile

Sauco Sambucus nigra - Chile

Boldo (Peumus boldus) - Chile

Horta Escolar Ensina Educa e Alimenta

Novas tecnologias para minimizar efeitos das moscas nos estábulos - Prog...

Receita: Rosca de colher - Programa Rio Grande Rural

Mapeamento de castanhais nativos preserva a espécie no Amapá 2 - Rio Gra...

Mapeamento de castanhais nativos preserva a espécie no Amapá 1 - Rio Gra...

Famílias descobrem como melhorar de vida permanecendo no campo - Rio Gra...

Uso da calda bordalesa e do alho nos tratamentos fitossanitários - Progr...

Como fazer o controle de lesmas - Programa Rio Grande Rural

The Flora of Pulong Tau National Park

A Study on the Cultivation and Domestication of Indigenous Ornamental, Medicinal Plants and Fruit Trees

Resultado de imagem para http://www.itto.int/http://www.itto.int/files/user/pdf/publications/Pd%2016%2099/pd16-99-pIII-6%20rev2(F)%20e.pdf

Plantas tóxicas para animais - oficial-de-sala

Plantas tóxicas para animais - 1. Oficial-de-sala. #plantastóxicas

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Receita para controle natural de pulgões

Controle natural de pragas - 2. #agroecologia #agriculturaorgânica

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Voluntary guidelines for the sustainable management of natural tropical forests

This publication is an update of ITTO’s first policy guidance document on the management of natural tropical forests published in 1990. The new voluntary guidelines are supported with increased knowledge and the emergence of a wide range of new challenges and opportunities for tropical forest management. It is designed to serve as guidance for addressing the policy, legal, governance, institutional, ecological, social and economic issues that need to be taken into account in the planning, implementation and evaluation of SFM in natural tropical forests to ensure the sustainable provision of forest goods and environmental services.

Published : 2015
Author : ITTO
ID number : PS-20
ISBN : 978-4-86507-015-6

Criteria and indicators for the sustainable management of tropical forests

This publications is an update to ITTO's Criteria for the Measurement of Sustainable Tropical Forest Management which was produced to assist in monitoring and assessing the condition of natural tropical forests in the Organization’s producer member countries and in identifying improvements needed in forest practices.

Published : 2016
Author : ITTO
ID number : PS-21
ISBN : 978-4-86507-028-6

Sustainable Sourcing: Markets for Certified Chinese Medicinal and Aromatic Plants

Market analysis for three Peruvian natural ingredients

The North American Market for Natural Products: Prospects for Andean and African Products

Labelling of Natural Products: The United States Market

Marketing Manual and Web Directory for Organic Spices, Culinary Herbs, Essential Oils

How Not to Die from Diabetes

The Role of Bovine Leukemia Virus in Breast Cancer

How Not to Die from Kidney Disease

Industry Response to Bovine Leukemia Virus in Breast Cancer

Trade in Quinoa: Impact on the Welfare of Peruvian Communities


http://www.intracen.org/uploadedFiles/intracenorg/Content/Publications/Trade%20in%20Quinoa_Impact%20on%20the%20Welfare%20of%20Peruvian%20Communities_Low-res.pdf

Plantas medicinales de La Matamba y El Piñonal, municipio de Jamapa, Veracruz

http://www.itto.int/files/itto_project_db_input/3000/Technical/Manual%20plantas%20medicinales.pdf

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Fitoterapia - 28. Anis

Fitoterapia - 33. #fitoterapia #plantasmedicinales #plantasmedicinais #phytotherapy #medicinalplants

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Fitoterapia - 27. Tanchagem

Fitoterapia - 32. #fitoterapia #plantasmedicinais #phytotherapy #medicinalplants #plantasmedicinales

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Fitoterapia - 26. Guaraná

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Fitoterapia - 25. Boldo-do-chile

Fitoterapia - 30. #fitoterapia #plantasmedicinais #phytotherapy

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Plantas alimentícias não convencionais - 1. Receitas

Plantas alimentícias não convencionais - 1. Receita. #pancs #plantasalimenticiasnaoconvencionais

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Fitoterapia - 24. Maracujá - P. incarnata

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Fitoterapia - 23. Maracujá - P. edulis

Fitoterapia - 29. #fitoterapia #phytotherapy #plantasmedicinais #plantasmedicinales

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Fitoterapia - 22. Maracujá - P. alata

Fitoterapia - 27. #fitoterapia #plantasmedicinais #phytotherapy

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Fitoterapia - 21. Guaco - M. laevigata

Fitoterapia - 26. #fitoterapia #phytotherapy #plantasmedicinais

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Fitoterapia - 20. Guaco - M. glomerata

Biologia floral e plantas medicinais - 1. #fitoterapia #plantasmedicinais

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Biologia floral - 1. Dicogamia

Biologia floral e plantas medicinais - 1. #fitoterapia #plantasmedicinais

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Fitoterapia - 19. Hortelã-pimenta

Fitoterapia - 24. #fitoterapia #phytotherapy #plantasmedicinais

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Fitoterapia - 18. Melissa

Fitoterapia - 23. #fitoterapia #phytotherapy #plantasmedicinais

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Fitoterapia - 17. Espinheira-santa

Fitoterapia - 22. #fitoterapia #phytotherapy #plantasmedicinais

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Dietas restritivas causam prejuízo à saúde e ganho de peso em longo prazo

07/10/2016

“Fazer dieta restritiva é uma das coisas que mais assustam e estressam o corpo e o cérebro”, afirma nutricionista autora de livro

Por Redação - Editorias: Ciências da Saúde
Com base em estudos científicos, nutricionista mostra em livro por que os regimes alimentares restritivos promovem, em longo prazo, ganho de peso e problemas de saúde – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

A nutricionista Sophie Deram, doutoranda da Faculdade de Medicina (FMUSP), propõe uma nova maneira de ver a nutrição. Baseada em estudos científicos, a autora do livro O peso das dietas comprova que os regimes alimentares restritivos promovem, em longo prazo, ganho de peso e prejudicam a saúde de quem se submete a tais procedimentos radicais. Publicada uma edição brasileira, em 2014, e uma francesa, em 2016, a obra ainda traz conselhos para ter uma vida equilibrada e dicas e receitas práticas para preparar no dia a dia.

Com uma abordagem inédita, Sophie foi a fundo em todas as pesquisas feitas sobre o tema nos últimos anos e chegou à conclusão que os famosos regimes podem até funcionar no começo, mas cerca de 90% ou 95% das pessoas voltam ao peso inicial, ou até o ultrapassam. O leitor vai aprender que isso acontece porque o cérebro não entende a mudança repentina na alimentação como algo benéfico. Pelo contrário: “O seu cérebro não percebe a perda de peso como um sucesso de beleza; percebe como um grande perigo, e por isso, desenvolve mecanismos de adaptação para proteger você”, explica.

A pesquisadora ainda alerta sobre o perigo das dietas e afirma que deixar de fazê-las é o caminho para viver com qualidade de vida e com o peso saudável. Ou seja, não é preciso cortar o glúten ou se alimentar apenas de proteínas.

Partindo do estudo da nutrigenômica, a ciência que trata de como os alimentos conversam com nossos genes, Sophie apresenta um método científico e revolucionário, em que a contagem de calorias e as restrições alimentares radicais ficam proibidas.

A obra é estruturada em cinco capítulos: Vivemos hoje um terrorismo nutricional, Não sabemos mais oque comer, O poder do cérebro, Os segredos de Sophie e Os segredos de Sophie na prática. De maneira clara e objetiva, Sophie conta seus “sete segredos” para emagrecer de forma sustentável e resgatando o prazer de comer alimentos verdadeiros.
Ao final do livro, há uma seção de dicas sobre como organizar o dia a dia na cozinha, com mais de 50 receitas saborosas e fáceis de preparar. O leitor se surpreenderá com receitas de bisteca de porco com shoyu e arroz, por exemplo, uma refeição extremamente restrita para quem faz regime. Sophie deseja mostrar “o quanto é importante escutar o corpo e não obrigá-lo a seguir numa direção que ele não quer!”, afirma.

Segundo a autora, estamos cada vez mais em guerra com o corpo. “Em vez de cuidar dele da melhor maneira possível, tentamos obrigá-lo a seguir numa direção que ele muitas vezes não quer ir, porque ele sabe que não é a direção mais saudável.”

Francesa naturalizada brasileira, Sophie escreveu o livro com o objetivo trazer uma reflexão à sociedade sobre os riscos à saúde provocados por regimes alimentares restritivos, além de fornecer orientações aos pais como subsídio na educação dos filhos. “As crianças consideram difícil ter uma alimentação normal e variada. Se sentem culpadas ao cometer alguns excessos em dias de festa, ir a um fast food de vez em quando ou comer uma fatia de pizza ou de bolo” , finaliza a escritora, que também defende o consumo de alimentos saudáveis e o resgate da culinária familiar.
Sobre a autora

Sophie Deram é nutricionista francesa e brasileira naturalizada, com doutorado em Endocrinologia pela Faculdade de Medicina da USP. Formou-se originalmente engenheira agrônoma na França e então estudou nutrição, primeiro na França e depois no Brasil. Concentrou suas pesquisas em obesidade infantil, nutrigenômica, transtornos alimentares e neurociência do comportamento alimentar. É também pesquisadora no Ambulatório de Obesidade Infantil do Instituto da Criança e no Ambulatório do Programa de Transtornos Alimentares (Ambulim) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. É coordenadora do projeto de genética e do banco de DNA dos pacientes com transtorno alimentar no Ambulim. Como especialista em comportamento alimentar, estilo de vida saudável e perda de peso, Sophie é ativista contra as dietas restritivas e inspira pessoas a viver uma vida mais feliz transformando sua relação com os alimentos e com o seu corpo.

Ficha técnica
Autora: Sophie Deram
Editora: Sensus
Páginas: 320
Preço: R$ 34,90

Adriane Schultz/ Lilian Comunica Assessoria de Imprensa e Editorial
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Dieta com pouco sal na gestação repercute na saúde de descendentes

10/10/2016

Experimentos com animais mostram que dieta hipossódica durante a gestação leva descendentes a desenvolverem resistência à insulina no organismo

Foto: Marcos Santos/USP Imagens
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Experimentos realizados com animais mostram que o consumo de uma dieta com baixo conteúdo de sal durante a gestação repercute nos descendentes (prole) na idade adulta, causando resistência à insulina no organismo. A conclusão é de pesquisa de doutorado realizada no Laboratório de Investigação Médica (LIM-16 Fisiopatologia Renal) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP). Outros testes, feitos em estudo de mestrado, mostram que a dieta com conteúdo elevado de sal na gestação está vinculada a alterações cardíacas na prole já no primeiro dia após o nascimento. As constatações dos trabalhos precisam ser confirmadas em seres humanos
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Professor Joel Claudio Heimann – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

As pesquisas foram coordenadas pelo professor Joel C. Heimann, da FMUSP. “Os primeiros trabalhos nesta linha de pesquisa em ratos realizados pelo aluno de doutorado Alexandre Alves da Silva, demonstraram que a prole de mães alimentadas com a dieta com alto conteúdo de sal (hipersódica) durante a gestação apresentou na idade adulta pressão mais alta e algumas alterações nas funções renais”, aponta. “Um novo experimento apontou que a dieta hipersódica na gestação causa alterações cardíacas na prole um dia após o nascimento”. Este estudo faz parte da pesquisa de mestrado de Priscila Seravalli Calmon Nogueira, descrito em artigo na revista PLOS One.

Em outra pesquisa, realizada pelo aluno de doutorado Armando Vidonho Júnior, verificou-se que a dieta com baixo conteúdo de sal (hipossódica) na gestação, provoca nos descendentes resistência à insulina, e aumento dos níveis de colesterol e triglicérides no sangue na idade adulta. A resistência acontece quando so funcionamento da insulina no organismo não é satisfatório.

“A insulina leva a glicose que circula na corrente sanguínea para o interior das células, onde é usada na produção de energia”, explica Heinmann Heimann. “Quando ela não funciona, a glicose não é levada para as células em quantidade suficiente e ao permanecer no sangue, provoca síndrome metabólica, que leva a ocorrência de resistência à insulina, obesidade e dislipidemias, que são alterações na quantidade de gordura no sangue”.

Processo epigenético

A pós-doutoranda Maria Angélica Peres pesquisou a transmissão de algumas características dos animais ao longo de três ou mais gerações (transgeracional), que não é causada por alterações nos genes. “A análise dos resultados mostrou que o alto consumo de sal pelas gestantes fez com que a prole expressasse alterações nas funções dos genes dos componentes do sistema renino-angiotensina”, relata. “Esse sistema é responsável pela regulação da pressão arterial e da proliferação celular, entre outras funções”
Pós-doutoranda Maria Angélica Peres – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

No caso da alimentação hipersódica, as mudanças aconteceram após três gerações. “Não houve uma mudança no gene, mas uma alteração funcional”, ressalta a pesquisadora. “Isso quer dizer que foi a a programação do gene que mudou, fazendo ele funcionar mais, ou então menos. Esse processo de transmissão hereditário é chamado de epigenético”.

Heimann aponta que durante os experimentos, verificou-se que as fêmeas eram mais protegidas contra determinadas alterações do que os machos. “Apenas os machos adultos desenvolveram resistência à insulina”, observa. “A primeira hipótese sobre essa diferença é que ela é de origem hormonal, causada pelo estrógeno, hormônio sexual mais comum no sexo feminino. No entanto, as alterações também foram verificadas no nascimento, quando não há uma grande diferença de hormônios sexuais, um aspecto que requer maiores estudos”, acrescenta Maria Angélica.

O professor lembra que as conclusões das pesquisas não podem ser estendidas aos seres humanos, o que requer estudos específicos, especialmente quanto aos efeitos na gestação. “No entanto, a restrição de sal na dieta já é uma abordagem terapêutica não medicamentosa para tratar a hipertensão arterial, ao lado de medidas como o combate a obesidade e a prática de exercício físico”, destaca. “O sal é muito utilizado como conservante em alimentos industrializados, inclusive em doces, por isso seu consumo é elevado entre a população. Apesar da OMS estabelecer um limite de 5 gramas por dia para os adultos, a média de consumo no Brasil é de 12 gramas diárias”.

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USP em Piracicaba pesquisa potencial culinário e medicinal de plantas

Ciências Agrárias - 30/09/2016

USP em Piracicaba pesquisa potencial culinário e medicinal de plantas

Estudo traz benefícios de espécies de plantas pouco exploradas e foi realizado na região de São Pedro, interior de São Paulo


Caçaú, nativa da Mata Atlântica, é considerada diurética, sedativa, estomáquica e antisséptica – Foto: Alisson Henrique Domingos
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Um grupo de estudos da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, realizou pesquisa sobre a biodiversidade e os benefícios de espécies de plantas pouco exploradas. O Grupo de Extensão Walter Accorsi, de alunos do curso de Engenharia Agronômica, analisou a vegetação da região de São Pedro, interior de São Paulo, e registrou diversas espécies com potencial medicinal, aromático ou de importância cultural.

A pesquisa foi orientada pelo professor Lindolpho Capellari Jr., do Departamento de Ciências Biológicas da Esalq. A região foi escolhida por ser um local de grande biodiversidade, composto de florestas estacionais semideciduais (domínio da Mata Atlântica) e por fragmentos de Cerrado.

A diversidade de características e utilidades das plantas motivou o estudante do curso de Engenharia Agronômica Alisson Henrique Domingos, integrante do grupo, a aprofundar sua pesquisa na área pouco explorada. “Dediquei-me a avaliar espécies vegetais de potencial medicinal, condimentar e aromático. Analisei as áreas de remanescentes florestais, parques, jardins e áreas de cultivo da região”, conta o pesquisador.
Paineira, nativa das florestas brasileiras e bolivianas, usada na medicina popular no tratamento de hérnia, ínguas e queimaduras – Foto: Alisson Henrique Domingos

Domingos ainda atua em um projeto educacional e compartilha os resultados da pesquisa com alunos do ensino médio, com a finalidade de ressaltar a importância de inserir temas ligados à área ambiental na grade acadêmica das escolas.

De acordo com o pesquisador, foram registradas na região 210 espécies que são potencialmente medicinais, condimentares e aromáticas. “Em área úmida, na qual se localiza remanescente florestal, encontramos plantas medicinais típicas dessa fisionomia, como a flor-da-paixão, mamãozinho-do-mato e o caçaú-pequeno, popularmente considerada diurética, sedativa e estomáquica, podendo, de acordo com a literatura, contribuir para o tratamento de asma, febres, males do estômago, entre outras disfunções.”

Já nas áreas urbanas, Domingos registrou dados de plantas como o jaracatiá, que possui importância cultural na região analisada, além de diversas espécies medicinais que são utilizadas para ornamentação, como o figo-da-índia, boldos e a babosa. “Notamos também a presença de diversas plantas medicinais que são tradicionalmente cultivadas pelos moradores.”

Após a coleta de dados das espécies, etapa em que foi registrado o hábito de cada planta e detalhes de caule, folha, flores e frutos, o pesquisador concluiu que a região, apesar de apresentar forte potencial em espécies medicinais, condimentar e aromática, ainda é pouco explorada pela população. “É necessário apresentá-las aos moradores, para que possam compreender a importância de se preservar esse patrimônio biológico a que eles têm acesso.”

Extensão

Com o objetivo de apresentar a alunos de ensino médio as peculiaridades da flora regional em São Pedro, o grupo que desenvolveu a pesquisa decidiu fazer uma parceria com a Escola Técnica Estadual Gustavo Teixeira para conscientizar os jovens sobre a importância da preservação da biodiversidade, além de levar às salas de aula conhecimentos sobre botânica.

Com o acesso às informações, a população será incentivada a cultivar plantas medicinais, condimentares e aromáticas, o que poderá diversificar e aumentar a renda das comunidades rurais. “Queremos que compreendam o imenso potencial vegetal da região em que vivem e as muitas possibilidades que as espécies oferecem”, finalizou Domingos.

Ana Carolina Brunelli / Divisão de Comunicação da Esalq
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A hora dos biofungicidas


Campinas, 09 de setembro de 2016 a 18 de setembro de 2016 – ANO 2016 – Nº 668

Pesquisa contribui para o combate biológico a patógenos agrícolas

Edição de Imagens: André Vieira
Várias culturas agrícolas comercialmente importantes são acometidas por doenças causadas por microrganismos patógenos. São os casos, por exemplo, dos fungos Puccinia psidii, que comprometem plantações de eucalipto; Hemileia vastratrix, que atacam cafezais; e das bactérias Candidatus Liberibacter assiaticus, que prejudicam a citricultura. Doenças causadas por microrganismos patógenos limitam severamente a produtividade agrícola. Especialmente notável é o caso da soja, assolada pelo chamado mofo branco, causado pelo fungo Sclerotinia selerotiorum.

Para combater esses males são utilizados fungicidas, que constituem fator de risco para os trabalhadores agrícolas, para a população que consome produtos contaminados e que, além de tudo, comprometem o meio ambiente. Em substituição a esses agentes, inúmeros microrganismos vêm sendo cogitados para serem utilizados como biofungicidas de maneira promissora. Nesse contexto, o uso de biofungicidas pode vir a constituir uma alternativa ao uso de fungicidas comerciais. Essa possibilidade tem despertado interesse por envolver um processo em que os efeitos indesejáveis de um organismo patogênico são reduzidos pela ação de outro organismo, que inibe o progresso, infecção e reprodução da doença no hospedeiro, na planta. Trabalho desenvolvido no Instituto de Química (IQ) da Unicamp traz contribuições para essa possibilidade.

O fato desses microrganismos benéficos atuarem por meio da produção de metabólitos secundários com ação antibiótica e antifúngica - caso de enzimas e metabólitos voláteis e não voláteis, é que determina o uso desses fungos como biofungicidas, já que vários desses metabólitos produzidos são tóxicos para os patógenos de plantas, mesmo em baixas concentrações. Em decorrência, os metabólicos voláteis produzidos por microrganismos benéficos, com potencial de controle biológico e seus modos de ação, têm sido cada vez mais estudados devido à sua aplicabilidade na agricultura.

Esclareça-se que as substâncias produzidas no metabolismo de qualquer organismo constituem os metabólitos primários, essenciais à sua vida. Já os metabólitos secundários decorrem do desenvolvimento dos mecanismos de defesa e de ataque dos seres vivos.

Mas, para viabilizar o emprego aventado, é necessário entender o mecanismo envolvido nesse controle biológico, o que demanda e tem suscitado diversos estudos. A exploração do metabolismo desses agentes de biocontrole requer técnicas analíticas avançadas de extração, separação e detecção de substâncias por eles geradas, para que o perfil desse conglomerado seja o mais confiável possível, e compatível com a magnitude das concentrações e da diversidade dos compostos presentes, já que se trata de uma mistura complexa de substâncias de várias classes, como carboidratos, aminoácidos, ácidos orgânicos, lipídios, vitaminas, fenilpropanóides, terpenóides e alcalóides. Em relação a muitas delas têm-se evidências do envolvimento em processos de controle biológico, o que sugere as suas participações na mediação do mecanismo de defesa de plantas contra a ação de predadores e de doenças.

Em trabalho desenvolvido junto ao Departamento de Química Analítica do Instituto de Química (IQ) da Unicamp, orientado pelo professor Fabio Augusto, a química e pesquisadora Mayra Fontes Furlan empregou técnicas para obter de forma inédita a fração volátil e semi-volátil do metabolismo secundário do fungo do gênero Myrothecium, responsável pelo combate ao mofo branco em soja.

O trabalho

O objetivo do trabalho foi avaliar que componentes químicos das frações voláteis e semivoláteis do microrganismo Myrothecium, proveniente do semiárido nordestino, têm desempenho de biocontrole sobre o fungo Sclerotinia sclerotiorum, pois se trata de organismo que atende a esse propósito.

Para tanto, ela utilizou a técnica de Microextração em Fase Sólida (SPME) aliada à de Cromatografia Gasosa Bidimensional abrangente acoplada à Espectrometria de Massas Quadrupolar (GC×GC-QMS). Com o uso dessas técnicas (de extração e separação) e com o auxílio da ferramenta quimiométrica de reconhecimento de padrões chamada Análise de Componentes Principais Multi-modo (MPCA), ela conseguiu avaliar a cinética de produção de voláteis e semivoláteis em função do tempo, identificando inclusive o dia de maior diversidade metabólica do fungo. Com base nessas informações foi possível à pesquisadora identificar vários compostos químicos que possuem conhecida ação de controle de patógenos, que podem direcionar os estudos em relação aos biofungicidas e sua indução de resistência em plantas.

Mayra enfatiza que o ponto forte do trabalho foi a aplicação da ferramenta estatística aplicada à cromatografia, pois na cromatografia bidimensional abrangente, apesar de vários trabalhos publicados, existem ainda pontos de melhoria na utilização da estatística multivariada, chamada de quimiometria, e acrescenta: “Para os dados de origem biológica, em especial no caso do estudo de fungos, não existe ainda muita aplicação desse recurso. Agora pode-se contar com os trabalhos desenvolvidos aqui no nosso departamento. Trata-se de um campo relativamente novo que exigiu a superação de uma série de dificuldades. Esse acabou sendo o grande diferencial do nosso trabalho”.

O estudo desenvolvido se inseriu no projeto “Bioprospecção de fungos no PPBIO/semiárido nordestino para o controle de doenças infecciosas em plantas: indução de resistência”, da Fapesp, que por sua vez fez parte de um projeto maior, o SISBIOTA, apoiado pela Fapesp e CNPq, coordenado pelo professor Sérgio Florentino Pascholati, da ESALQ/USP, que teve como objetivo analisar a possível indução de resistência, desenvolvimento de bioprodutos aliciadores de resistência em plantas e o uso de fungos sapróbios, em especial os provindos do semiárido do nordeste brasileiro, já disponíveis na Coleção de Microrganismos da Bahia.

Nessa rede, de que faziam parte pesquisadores de várias universidades brasileiras, de Norte a Sul, foram realizados ensaios biológicos para avaliar o potencial de controle de doenças decorrentes de microrganismos presentes em plantas, através da utilização de microrganismos benéficos e, também, para a caracterização química de metabolitos voláteis, semivoláteis e não voláteis que se mostravam eficientes nesses combates. A propósito a autora esclarece: “No meu mestrado eu estudei o fungo do gênero Myrothecium sp., enquanto outras pessoas trabalharam com outros voláteis. Passei a trabalhar com esse microrganismo depois que os ensaios biológicos realizados por pesquisadores do grupo constaram a sua viabilidade de uso no biocontrole”.

Detalhes

Através da cromatografia gasosa bidimensional abrangente Mayra determinou a emissão de substâncias voláteis e semivoláteis pelo fungo estudado, procurando detectar quais delas poderiam matar o fungo não desejado, manifestando-se, dessa forma, ativas como controladoras biológicas. Realizando essa avaliação durante uma semana, ela determinou o dia em que esse fungo apresentava maior atividade. A partir daí ela precisou identificar quais dessas substâncias provinham do próprio fungo ou se originavam do meio de cultura. Para a resolução dessa complexidade foi necessário a utilização da quimiometria.

Determinadas essas substâncias, a pesquisadora localizou na literatura quais delas teriam condições de exercer biocontrole, identificando algumas que poderiam ser utilizadas no controle da doença. Mas esses achados precisam ser mais testados através de maior número de ensaios biológicos a partir dos compostos identificados.

Com efeito, a ideia dos pesquisadores envolvidos no grupo era utilizar esse fungo na aspersão na lavoura. Mas, para que isso possa ser viabilizado comercialmente, há necessidade de estudar como se dá esse controle biológico para que se possa determinar qual a melhor forma de utilizá-lo no combate à doença.

Mayra enfatiza que na verdade o foco do trabalho não foi o fungo em si, mas o uso das técnicas já mencionadas para o estudo de amostras complexas, como as provenientes de fungos: “Com as técnicas que utilizei consegui extrair, separar e identificar os compostos de um material biológico, processo a princípio bastante complexo. Elas me permitiram identificar o dia de maior atividade biológica do fungo, em que estão presentes mais metabólitos a serem explorados e ainda isolar os que efetivamente provinham do fungo e não do meio de cultura. Depois de identificá-los, pude cotejá-los com a literatura especializada para localizar os possíveis compostos químicos que teriam atividade de controle biológico. O plus foi descobrir que os compostos que identifiquei realmente apresentam histórico de biocontrole. Foram alguns passos de um caminho mais longo a ser percorrido”.

Publicação

Dissertação: “Estudos dos metabólitos voláteis de fungos inibidores de fitopatógenos em plantas por HS-SPME e GCxGC-QMS”
Autora: Mayra Fontes Furlan
Orientador: Fabio Augusto
Unidade: Instituto de Química (IQ)

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Envelhecimento altera fluxo de cálcio no coração, revela estudo


Campinas, 09 de setembro de 2016 a 18 de setembro de 2016 – ANO 2016 – Nº 668

Pesquisa demonstra que uma das consequências é a limitação da contração do miocárdio

Edição de Imagens: André Vieira
Um estudo de pesquisa básica desenvolvido na Unicamp traz uma série de conhecimentos novos sobre o transporte e a regulação do cálcio no coração humano. Os íons de cálcio, espécie eletricamente carregada do elemento, são responsáveis por iniciar o processo de contração muscular cardíaca, que pode estar alterado em doenças associadas ao mau funcionamento do coração.

O estudo da Unicamp avaliou, entre outras questões, se fatores como o sexo e a idade do indivíduo afetam o transporte de íons de cálcio no miocárdio, músculo do coração que possui funcionamento autônomo e involuntário. Os resultados dos experimentos revelaram uma importante influência do envelhecimento sobre essa questão.

Conforme a idade do indivíduo avança, há uma tendência de redução na liberação de cálcio pelo retículo sarcoplasmático, estrutura celular responsável pelo armazenamento e liberação deste íon. De acordo com os pesquisadores, isto pode limitar a contração do miocárdio.

“Nos últimos cem anos, as doenças cardiovasculares foram as que mais resultaram em óbitos no mundo, conforme dados de 2011 da Organização Mundial de Saúde. Por outro lado, a expectativa de vida tem aumentado bastante, sobretudo no Brasil. Há uma estimativa de que, em 2030, mais de 13% da população brasileira estará acima dos 65 anos. Entender, portanto, como o envelhecimento afeta a função do sistema cardiovascular, em particular do coração, é importante para a prevenção de doenças e melhoria das condições de vida do idoso”, situa Jair Trapé Goulart, um dos autores do trabalho.

Jair Goulart defendeu recentemente tese de doutorado sobre o tema. O projeto, conduzido no Centro de Engenharia Biomédica (CEB) da Unicamp, é coordenado pelos professores José Wilson Magalhães Bassani, docente da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC) da Unicamp, e Rosana Almada Bassani, pesquisadora do CEB.

Também integram o grupo os médicos e docentes Orlando Petrucci Jr., Pedro Paulo Martins de Oliveira e Lindemberg da Mota Silveira Filho, da equipe de cirurgia cardíaca da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) e do Hospital das Clínicas (HC); o residente Felipe A. S. Souza; e o médico Karlos Alexandre de Sousa Vilarinho, também do HC.

Parte do doutorado de Jair Goulart foi desenvolvida no Laboratory for Cardiovascular Experimental Electrophysiology and Imaging, da Georg-August-Universität Göttingen, localizado na Alemanha. No laboratório, coordenado pelo professor Lars S. Maier, o pesquisador da Unicamp trabalhou em técnicas de isolamento das células do coração de pacientes humanos.

Os estudos nesta área inserem-se no âmbito da linha de pesquisa “Transporte e regulação do cálcio no coração”, coordenada por José Wilson e Rosana Bassani. O projeto recebeu financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ); da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes); e do Programa Ciência sem Fronteiras.

Compreendendo o coração saudável
A pesquisadora Rosana Bassani informa que uma das principais novidades do trabalho é a inclusão, no estudo, de células vivas e intactas de indivíduos sem patologia cardiovascular conhecida.

O objetivo, de acordo com ela, foi avaliar quantitativamente a participação de diferentes transportadores de cálcio (isto é, proteínas que transportam o íon) nas células do coração humano. Para isto, foram utilizadas células retiradas de corações captados de doadores para transplante de órgãos na Unicamp.

“Os resultados obtidos permitiram caracterizar pela primeira vez a atuação desses transportadores no coração humano saudável. Para que se possa desenvolver e testar terapias para doenças, é preciso saber em qual alvo deve-se intervir. Antes, é preciso identificar o que funciona mal no órgão doente. Mas, para compreender isto, é necessário que se conheça como funciona o órgão sadio. Por isto são tão importantes os estudos com corações de pacientes saudáveis”, explica.

O professor José Wilson Bassani acrescenta que compreender os mecanismos do transporte de cálcio nestas condições possibilita que se crie uma referência para identificação de alterações associadas a diferentes patologias, para o desenvolvimento de novos medicamentos e de novos estudos e pesquisas na área. “O transporte de cálcio é fundamental para a função contrátil do coração, e, como é a contração cardíaca que promove o bombeamento de sangue para todo o organismo, em última análise, ele é fundamental para a sobrevivência do indivíduo. Conhecer como atuam e interagem os transportadores de cálcio em corações saudáveis é fundamental no apoio ao desenvolvimento de estratégias para tratamento de doenças que prejudicam a função cardíaca.”

Neste ponto, Rosana Bassani esclarece que não é a primeira vez que se estuda transporte de cálcio em corações de humanos. “Existem grupos de pesquisa, por exemplo, nos Estados Unidos, na Espanha e na Alemanha estudando este tema. A novidade do nosso estudo foi, em primeiro lugar, fazer uma análise dinâmica desse transporte em células intactas e não cultivadas, ou seja, recém-retiradas do coração. Isto permite uma análise em condições mais próximas às reais.”

Segundo a pesquisadora, outra singularidade do trabalho é o caráter quantitativo da análise, o que confere precisão aos dados, permitindo comparação, por exemplo, com outras espécies animais e entre diferentes grupos de pacientes. O uso da abordagem quantitativa só foi possível pela existência de um método de análise específico, desenvolvido na década de 1990 com a participação dos coordenadores do estudo. O método foi desenvolvido no laboratório do pesquisador Donald Bers, em Chicago, Estados Unidos.

“Esse método tem sido utilizado por pesquisadores, mas ainda não tinha sido aplicado para corações humanos. Outra novidade é que estamos buscando dados de indivíduos que não têm a doença cardiovascular. Este é um aspecto crucial do trabalho porque normalmente são utilizadas amostras de corações doentes de pacientes submetidos a cirurgias cardíacas”, salienta Rosana Bassani.

A pesquisadora esclarece que foram estudadas células de átrios (câmaras do coração que recebem o sangue da circulação) tanto de corações saudáveis, quanto de pacientes de cirurgia cardíaca, sem que houvesse qualquer prejuízo ao receptor do transplante ou ao paciente cirúrgico. “Isto foi possível porque utiliza-se um pequeno fragmento do miocárdio que normalmente é descartado. O projeto recebeu aprovação da Comissão de Ética em Pesquisa da instituição”, ressalta.
Outros resultados

Outro resultado relevante do estudo, segundo o grupo, foi a demonstração de que cerca de 90% do transporte de cálcio em cada contração ocorre entre compartimentos dentro da própria célula cardíaca.

“Em outras palavras, 90% do cálcio que se liga no aparelho contrátil no citoplasma fica armazenado no retículo sarcoplasmático. Sua liberação deste compartimento para o citoplasma durante a atividade elétrica dispara a contração, e seu posterior transporte para o retículo sarcoplasmático permite o relaxamento da célula. Isto significa que alterações na função das proteínas envolvidas nesse transporte podem ter um grande impacto na atividade contrátil do coração. Portanto, estas proteínas devem representar importantes alvos para atuação terapêutica”, explica o professor José Wilson Bassani.

Publicação

Tese: “Fluxos de cálcio carreados por diferentes transportadores em miócitos atriais humanos”
Autor: Jair Trapé Goulart
Orientador: José Wilson Magalhães Bassani
Coorientadora: Rosana Almada Bassani
Unidade: Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC)
Financiamento: CNPq, Capes e Programa Ciência sem Fronteiras

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As enzimas e a ‘química verde’


Campinas, 26 de setembro de 2016 a 02 de outubro de 2016 – ANO 2016 – Nº 670

Pesquisador promoveu triagem em coleção de fungos isolados de pele humana

Texto: Luiz Sugimoto
Edição de Imagens: André Vieira
Reações químicas acontecem a cada momento no corpo humano e são provocadas pelas enzimas, moléculas naturais encontradas em serem vivos que funcionam como biocatalisadores. Se as enzimas promovem estas associações em nosso corpo, também podem ser utilizadas para provocar reações químicas em laboratório. É esta a área de pesquisa de Jonas Henrique Costa, autor de dissertação de mestrado focando a detecção das atividades de duas enzimas, a monoamina oxidase (MAO) e a transaminase (TA), em fungos isolados da pele humana. O estudo foi orientado pela professora Anina Jocelyne Marsaioli, no Laboratório de Biocatálise e Síntese Orgânica (Labiosin) do Instituto de Química (IQ).

Jonas Costa conta que a busca por novos biocatalisadores, capazes de realizar transformações químicas de acordo com os conceitos da “química verde”, é um ramo em ascensão, pois a partir deles é possível realizar reações mais limpas e resultando em produtos com elevado grau de pureza. “Escolhemos trabalhar com a transaminase e a monoamina oxidase, que atuam sobre o grupo amina – importante grupo funcional presente em intermediários químicos utilizados, por exemplo, na produção de insumos farmacêuticos, agroquímicos, polímeros, corantes e agentes plastificantes. Quando certas reações não são possíveis por rotas sintéticas tradicionais, utilizam-se as enzimas.”

Segundo o autor, a dissertação visou a busca destas enzimas através de uma técnica de triagem de alto desempenho, empregando uma sonda que utiliza a fluorescência como sensor da atividade enzimática. “Como as enzimas são encontradas em seres vivos, fizemos uma triagem na coleção de 39 fungos isolados de pele humana que temos aqui no Labiosin. Funciona assim: montamos ensaios utilizando uma sonda fluorogênica que, em caso de atividade de uma enzima do microrganismo, libera um sinal fluorescente que detectamos em equipamento. Já desenvolvemos sondas para diversas enzimas, sendo que no caso foram para monoamina oxidase e transaminase.”

Dentre os microrganismos avaliados, afirma Jonas Costa, houve um que se destacou bastante, com atividade para monoamina oxidase – resultado que representa uma importante descoberta, uma vez que existem poucos relatos sobre estas enzimas na literatura. “Cada biocatalizador tem uma especificidade, atuando sobre determinado grupo de moléculas, e encontrar enzimas novas é muito bom. Já estamos fazendo o sequenciamento desta monoamina oxidase para expressá-la, isolá-la, purificá-la e utilizá-la em outras reações de síntese orgânica e em processos industriais.”

Química verde

O autor da pesquisa explica que as reações biocatalisadas, na maioria das vezes, evitam produtos secundários e a necessidade de ativação de grupos funcionais, atuando sob condições reacionais brandas. “Por isso, a biocatálise está totalmente inserida nos conceitos de ‘química verde’ surgidos a partir dos anos 1990 – são 12 conceitos, que incluem, por exemplo, catálise seletiva, produtos químicos degradáveis e de baixa toxicidade, baixo risco de acidente, entre outros.”

De acordo com Jonas Costa, por oferecer uma alternativa mais verde do que a síntese orgânica tradicional, a biocatálise vem sendo utilizada especialmente nas indústrias onde a alta seletividade das reações também é crítica, como a farmacêutica e de alimentos. As aplicações industriais em larga escala incluem, por exemplo, a síntese catalisada pela termolisina do adoçante de baixa caloria aspartame, a produção de acrilamida, a síntese do não cancerígeno edulcorante isomaltulose e a produção de biopolímeros como o ácido poliláctico.”

A dissertação traz uma pesquisa realizada pela BCC Research apontando que o mercado mundial de enzimas foi de quase US$ 4,5 bilhões em 2012 e de cerca de US$ 4,8 bilhões em 2013, havendo a expectativa de que alcance US$ 7,8 bilhões até 2018. “Várias enzimas promovem a transformação de substratos em produtos que dificilmente são obtidos por rotas químicas convencionais, ou atuam em reações nas quais não existem alternativas químicas viáveis – e por isso são muito valiosas para a indústria.”

Nesse contexto, observa o autor do trabalho, há uma grande demanda pela busca de novas enzimas ou aprimoramento das enzimas existentes. “Os microrganismos são fontes acessíveis de enzimas e, assim, realiza-se a triagem em bibliotecas como do Labiosin para rastrear aquelas com as propriedades desejadas. Várias indústrias investiram em programas nessa área, como a Basf e a Chirotech, que utilizam metodologias de triagem para a obtenção de linhas produtoras de nitrilases e y-lactamases, respectivamente.”

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Tese associa má alimentação e falta de sol e sono ao diabetes


Campinas, 26 de setembro de 2016 a 02 de outubro de 2016 – ANO 2016 – Nº 670

Pesquisa cita estudos que constataram um aumento de 15% a 22% no consumo calórico das pessoas que dormem pouco

Texto: Carlos Orsi
Edição de Imagens: André Vieira
Poucas horas de sono, noites mal dormidas e baixa exposição ao sol aumentam o risco de problemas de saúde como obesidade e diabete tipo 2. A conclusão, já sugerida na literatura científica, foi reforçada por pesquisa realizada com voluntários que visitaram os ambulatórios de Obesidade e Diabetes do Hospital de Clínicas (HC) e o Centro de Saúde da Comunidade (Cecom) da Unicamp, envolvendo alunos e funcionários. O trabalho é descrito na tese de doutorado de Liane Murari Rocha, “Relação entre padrões de sono, concentrações de vitamina D, obesidade e resistência à insulina”, orientada por João Ernesto de Carvalho e defendida na Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Universidade. O trabalho foi realizado na Unidade Metabólica, coordenada pela médica Sarah Monte Alegre, e contou com a colaboração dos médicos Elizabeth João Pavin e Elinton Adami Chaim.

“As pessoas que dormem menos, comem alimentos mais calóricos e fazem isso, em alguns horários que não são bons: por exemplo, à noite”, disse a pesquisadora. “Isso contribui para a obesidade”. Na tese, Liane lembra que vários estudos já apontaram um elo entre período de sono reduzido – de menos de seis horas por noite – e problemas de saúde como obesidade, diabetes e problemas cardiovasculares.

A influência das poucas horas de sono e das noites mal dormidas nos hábitos alimentares também já havia sido constatada em algumas pesquisas anteriores, que avaliaram a correlação do sono com o consumo de calorias e até mesmo com o nível de hormônios ligados à fome e à saciedade. A tese cita estudos que constataram um aumento que vai de 15% a 22% no consumo calórico das pessoas que dormem pouco, em relação às que passam 8 horas ou mais na cama.

“Alguns estudos mostram que pessoas que dormem menos tendem a escolher porções maiores dos alimentos, têm uma preferência por alimentos mais doces, mais calóricos, por refrigerantes, por sucos industrializados”, apontou Liane. “Parece que, na privação do sono, as pessoas buscam alimentos que dão prazer. Estudos mostraram uma ativação maior de uma área do cérebro relacionada à recompensa. É como se a pessoa dissesse, ‘estou estressado, estou cansado, não dormi, eu mereço comer um docinho, uma coxinha’, algo assim...”

O estudo sobre sono, alimentação e saúde realizado pela pesquisadora em Campinas foi do tipo transversal – quando um recorte da população é examinado uma única vez. Houve 82 participantes, na maioria mulheres, divididos em dois grupos: os que habitualmente dormiam 6 horas ou mais e os que dormiam menos de 6 horas. O consumo alimentar foi avaliado em relação às 24 horas anteriores ao exame.

“A maioria dos trabalhos sobre sono é feita em laboratório, e é realizada com grupos pequenos de pessoas saudáveis, com 10, 15 pessoas, pessoas magras, com sono regular”, explicou a pesquisadora, apontando o diferencial de seu estudo. “E os trabalhos que têm análises transversais incluem, na maioria, trabalhadores noturnos, que já têm um metabolismo alterado”, acrescentou. “Já o meu trabalho incluiu pessoas que dormem à noite, nenhum trabalhador noturno foi incluído nessa pesquisa”.

“Nós utilizamos um questionário que avalia a qualidade do sono. Foi pelo relato das pessoas, baseado no último mês. Perguntamos: ‘Qual horário você costuma dormir? Quanto tempo você demora para dormir, em média? Qual o horário que você costuma acordar?’ O questionário avalia qualidade subjetiva do sono, latência do sono, que é tempo que a pessoa demora para dormir, duração do sono, a eficiência habitual do sono, distúrbios do sono e o uso de medicação para dormir”.

O grupo que dormia menos de 6 horas apontou maior consumo de gordura saturada, e mais gorduras em geral nas refeições noturnas. O grupo que dormia menos também consumia mais sucos industrializados adoçados, e a análise estatística dos dados encontrou uma correlação inversa entre consumo de refrigerantes com açúcar e horas de sono – ou seja, quanto menos horas, mais refrigerante.

“Os resultados apresentados mostraram que, na restrição habitual do sono (com menos de 6 h), os indivíduos apresentam menor porcentagem de massa magra, maior acúmulo de gordura corporal, pior qualidade do sono, consumo elevado de lipídios no jantar, consumo elevado de gordura saturada e de suco industrializado adoçado em 24 horas”, conclui essa parte da tese, que se divide em quatro artigos. “A duração do sono reduzida foi fator importante para o consumo elevado de calorias, e a qualidade do sono foi fator importante para o Índice de Massa Corporal”.

Outro dos artigos apresentados encontrou ainda uma relação entre a má qualidade do sono e a glicemia de jejum, um resultado de exame de sangue associado ao diagnóstico do diabetes. “O índice de qualidade do sono, que também avalia a duração do sono, foi fator importante para a glicemia de jejum, independente da obesidade”, afirma o trabalho. “A curta duração do sono e sua má qualidade estão associadas a mudanças na composição corporal (como aumento da gordura e redução de massa magra) e do perfil glicêmico”. A tese lembra que há estudos publicados associando a má qualidade do sono à resistência à insulina, que é um dos fatores ligados ao diabetes tipo 2.

Vitamina D

Outro fator envolvido na resistência à insulina, e estudado na tese de Liane, é a insuficiência de vitamina D. “As pessoas hoje tomam menos sol, fazem menos atividade ao ar livre, e com isso têm concentrações de vitamina D menores. A gente encontrou uma alta prevalência de insuficiência e deficiência de vitamina D. As pessoas dormem menos, se expõem menos ao sol e têm menores concentrações de vitamina D. E tanto o sono ruim quanto as baixas concentrações de vitamina D estão relacionadas à obesidade.”

A maior parte da vitamina D necessária para a saúde humana é produzida pelo corpo a partir da exposição da pele ao sol, enquanto que o restante (cerca de 20%) vem da alimentação. O trabalho de Liane com os voluntários no HC revelou um grau de exposição ao sol, no geral, bem baixo.

“Percebi com o meu trabalho que muitas pessoas não querem tomar sol de forma alguma, e as nossas opções de lazer hoje são em ambientes fechados, no fim de semana as pessoas vão ao shopping”, relatou. “E a produção da vitamina D se dá com os raios UVB, ou seja, o mesmo raio que causa câncer de pele. Essa é uma discussão entre endocrinologistas e dermatologistas. O que eu acho que se deve buscar é um meio termo, tomar sol com cautela”, sugere.

A parte da tese sobre a vitamina envolveu mais de 100 voluntários, entre pessoas de peso adequado e obesos, com glicemia normal e resistentes à insulina, também em sua maioria, mulheres, e constatou uma ligação entre resistência à insulina—chegando ao diabetes – e deficiência de vitamina D.

“A gente observou que a maioria das pessoas tem vitamina D insuficiente, e um dos fatores que contribui para essa vitamina D ser insuficiente, além da exposição ao sol, é a obesidade, porque a vitamina D é lipossolúvel”, disse a autora.

“Nas pessoas obesas que têm um acúmulo, excesso de gordura, as células adiposas sequestram a vitamina D. Observamos que as pessoas que têm mais gordura corporal têm menores valores da vitamina D, independente da exposição ao sol. E essa vitamina D reduzida é um fator que contribui para a resistência à insulina, comum no diabetes tipo 2 e que pode ser um sinal do começo do diabetes tipo 2”.

Mesmo os não-obesos estudados, no entanto, tinham níveis de vitamina D que eram baixos, muitas vezes apenas suficientes: com um nível normal de 31 nanogramas por mililitro de sangue (ng/mL), o estudo encontrou um máximo de pouco mais de 36 ng/mL.

Publicação

Tese: “Relação entre padrões de sono, concentrações de vitamina D, obesidade e resistência à insulina”
Autora: Liane Murari Rocha
Orientador: João Ernesto de Carvalho
Unidade: Faculdade de Ciências Médicas (FCM)

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