sábado, 26 de maio de 2012

Cuitelinho - Mônica Salmaso e Paulo Freire

No rastro da lua cheia - Almir Sater

Plantas medicinais: recursos naturais para o bem-estar da humanidade


Plantas medicinais da Amazônia para todos

Por Vanessa Brasil - Museu Goeldi - Fruto de extensa pesquisa e experiência botânica produzida por mais de 30 anos, a terceira edição do livro Plantas Medicinais na Amazônia apresenta informações científicas e da cultura popular colhidos pela pesquisadora do Museu Goeldi, Maria Elisabeth van den Berg. Com ilustrações e tabelas, a publicação expõe nomenclaturas, descrições e usos de 31 famílias botânicas que contem espécies medicinais, visando oferecer uma base de dados científicos confiáveis para o incremento de pesquisas na área.


Ao longo das suas 266 páginas, o livro busca resgatar e sistematizar cerca de 365 espécies vegetais conhecidas e utilizadas na Amazônia, com a preocupação de mostrar o seu lugar dentro dos grupos taxonômicos, atualizando a sua classificação botânica. De acordo com a autora, foi comprovada a necessidade desse estudo devido ao grande número de nomes vulgares que definem espécies diferentes de plantas, o que induziria ao erro e provável problema no uso de medicamentos com tais espécies.

Exemplos disso são a "erva de passarinho" que designa duas espécies diferentes, assim como o "elixir paregórico", e a "alfavaca" que abrange pelo menos três espécies. Além dessas, também são descritas na publicação espécies como as pimentas de macaco e do reino, o cipó d'alho e o alecrim, entre muitas outras.

Elaboração - "A idéia [do livro] era disponibilizar a todas as pessoas interessadas, seja do ponto de vista cultural, preservacionista, comercial ou industrial, uma contribuição útil e precisa dos nossos recursos, tão cantados e debatidos, às vezes de modo superficial e equivocado", explica Elisabeth van den Berg no prefácio desta terceira edição.

Segundo a ex-diretora do Museu Goeldi Ima Vieira, que assina a apresentação desta edição, desde a sua primeira edição em 1982, o livro é referência para estudiosos, professores, estudantes e a sociedade civil em geral. "Tenho a convicção que esta obra clássica ficará para a história da produção científica brasileira, e estimulará a realização de outros estudos desse gênero", afirma Vieira.

O material estudado durante a elaboração da pesquisa que gerou a publicação, em sua maior parte, é oriunda da coleção viva da autora, de coletas realizadas em feiras, a exemplo da Feira do Ver o Peso em Belém (PA), ou em outros estados da Amazônia Legal. Esse material está depositado nos herbários do Museu Goeldi e da Embrapa Amazônia Oriental. A publicação foi ilustrada por Carlos Alvarez e a foto da capa é de Maria Lúcia Morais.

Jabuticaba


A jabuticaba, que deixa várias pessoas com água na boca, também é uma saborosa opção para receitas de geléias, licores, refrescos, bolos e molhos. Além de saborosa, a jabuticaba protege e estimula a reparação dos tecidos ricos em colágeno, principal proteína da pele, auxiliando no combate as rugas. A fruta pequenina, de formato arredondado e de cor roxo-escura, também auxilia na redução do colesterol, ajuda na melhora da circulação sanguínea, melhora as defesas imunológicas e apresenta propriedades anticancerígenas, entre muitos outros benefícios. Além da suculenta polpa branca do interior, a casca pode ser consumida junto com sucos e na preparação de geléias. A casca é rica em substâncias que trazem diversos benefícios a saúde, como a antocianina, que é capaz de prevenir o envelhecimento precoce, e a pectina, que auxilia na redução da velocidade de absorção dos alimentos, à medida que são ingeridos.


sexta-feira, 25 de maio de 2012

Monet - para brindar o final de semana







Encontro Ampliado da Rede Ecovida de Agroecologia

http://www.ecovida.org.br/category/encontro-ampliado-2/imprensa/

Fitoterapia na veterinária - III


Belo trabalho orientado pela Médica Veterinária Claudia R. Vieira Rocha Coeli. Parabéns para a professora e os acadêmicos: Bárbara Leite Serafini, Carlos Czpak Kroetz, Filipe Warken, Josiane Garcia da Silva,Marcelo Soares e Patrícia Brodeki.

Tratamentos Complementares atuando em Medicina Veterinária Aromaterapia e Medicina Tradicional Chinesa

Introdução

Atualmente, a busca por uma melhor qualidade de vida e longevidade dos animais faz com que  aumente a procura por tratamentos  mais holísticos, por não apresentarem efeitos colaterais agressivos e por atuarem bem em sinergismo com outras terapias. Na Medicina Veterinária ainda não está claro o benefício que essas técnicas exercem sobre a saúde animal..As Terapias Complementares quando prescritas e tratadas por especialistas, no caso um Médico Veterinário especialista, só vem a acrescentar no tratamento, proporcionando um prognóstico favorável e uma maior qualidade de vida ao paciente. Importante salientar o sinergismo que pode ocorrer entre as técnicas naturais com alopáticas, havendo diminuição do uso de antibióticos, que é um dos  problemas atuais.

Objetivos

Relatar o caso de um paciente tratado com técnicas de Terapias  Complementares.
Demonstrar a importância da Medicina Complementar na melhor qualidade de vida de animais.
Promover conhecimento sobre técnicas naturais

Métodos

Foi atendido um animal da espécie canina, raça poodle com 16 anos de idade chamado Nick. O proprietário relatou que o animal estava com  dificuldade em andar com membros posteriores, apresentava dor ao tentar levantar.Já tinha sido tratado com medicamentos alopáticos por um longo tempo,.e que apresentava melhora, mas ao terminar os medicamentos, voltava novamente o problema. O animal não queria mais se alimentar. Após o exame clínico,constatou-se paresia em membros posteriores, diminuição de amplitude de movimento dos mesmos. Através de exames de imagem como Rx, constatou-se: espondilose em vértebras lombares L3-L4, L6-L7. Foi sugerido um tratamento mais natural, adequado a idade do paciente.
Optou-se por Acupuntura, associado com moxibustão, que consiste em uma planta mdecinal chamada  Artemisia vulgaris
Dietoterapia: uma dieta elaborada para pacientes geriátricos, através da Medicina Tradicional Chinesa. Utilizou-se  caldo de arroz  que vai atuar na imunidade do paciente, água de côco , pela suas propriedades; líquido rico em vitaminas minerais, aminoácidos, carboidratos, antioxidantes, enzimas e outros nutrientes importantes ao organismo, prescreveu-se também óleo de sucupira (Pterodon emarginatus) para o auxiliar em desgastes articulares, comuns nessa idade.
Massagem: com óleo essencial de lavanda  (Lavanda augustifolia). A massagem conhecida como uma forma primária de cura com as mãos em sinergismo com a lavanda, ajuda a relaxar o animal, além de aliviar a dor, fortalecendo áreas do corpo por estimulo muscular, restabelecendo a flexibilidade,aumentando a circulação do sangue da linfa para a pele e músculos adjacentes.

Análise

Após quatro sessões , o animal já apresentou uma melhora em todo o sistema, recuperando o equilíbrio energético, essencial para pacientes geriátricos

Conclusão

A Medicina Complementar vem crescendo  dentro Medicina Veterinária. É de suma importância que se trate pacientes geriátricos com tratamentos menos agressivos, proporcionando bem-estar e maior qualidade de vida.
Para que se obtenha melhor resultado é necessário uma boa conscientização aos proprietários, para que entendam da importância na manutenção do tratamento à longo prazo principalmente na dietoterapia , que necessita de maior empenho de sua parte.
Constatando a melhora de nosso paciente, conclui-se  que é importante dar a cada paciente um tratamento diferenciado, sem efeitos danosos ao organismo já debilitado pela idade. Hoje, graças as Terapias Complementares, já não se fala em eutanásia para animais idosos.

Referências

Coeli.Claudia  R. Vieira  Rocha; Médica Veterinária, especialista em MTC
pelos.penas@uol.com.br
Price,Shirley. Aromaterapia e as Emoções. Ed. Bertrand Brasil, 2° ed. 2000.
Teixeira,Sérgio. Medicina Holística.Ed. Campus. 2° ed., 2003






O Gênio da Garrafada

Texto do grande amigo Julino. Ele tem uma grande qualidade, entre várias outras, estuda e escreve sobre um tema que vivenciou na prática.

Crônicas da Farmacovigilância


por Julino Soares

Talvez esse não seja um assunto comum a você, mas se perguntar aos seus familiares mais velhos (especialmente se viveram na região norte ou nordeste) ou mesmo ir até uma feira de alimentos do seu bairro, certamente irá se de deparar com as famosas “garrafadas”.

As garrafadas são produtos comuns na nossa medicina popular, produzidas pela maceração de plantas medicinais, animais e/ou minerais em vinho branco ou cachaça. Estão presentes em diversas regiões do país e podem ser encontradas em feiras, casas de ervas, barracas de ambulantes, comercializadas por raizeiros e até produzidas por familiares, amigos e vizinhos. Eu mesmo já fiz algumas garrafadas usando vinho branco (moscatel) com algumas ervas, mas cada “raizeiro” possui suas peculiaridades e receitas.

Apesar da sua popularidade, esse assunto pode provocar muitos conflitos – uma “noite das garrafadas” – entre os raizeiros, consumidores e os profissionais da saúde. Um exemplo disso são as famosas garrafadas de avelós ou de babosa para tratamento do câncer e as garrafadas de Viagra,produtos estes que ainda não têm comprovação científica e podem causar intoxicações.
Os raizeiros, embasados no conhecimento empírico e tradicional (e no caso de alguns comerciantes também nos interesses financeiros) receitam as garrafadas para os mais diversos tratamentos; já pude observar garrafadas compostas por 14 ervas, com mais de 20 indicações terapêuticas. Praticamente, podemos encontrar verdadeiras panaceias, com indicações quase mágicas para todos os males.

Diversos problemas podem ser causados pelo uso das garrafadas, os quais devem ser considerados; como o uso de plantas sem a correta identificação e sujidades. Mas se focarmos apenas nas possíveis reações adversas provocadas pelas plantas já temos um grande problema, pois não sabemos o quanto negativos estes efeitos podem ser. Em fevereiro de 2010 foi noticiada a morte de uma mulher causada supostamente pela ingestão de uma garrafada.

Também temos que levar em consideração que o álcool possui influência sobre diversos órgãos do corpo, incluindo o fígado, modificando o perfil de eliminação de medicamentos e outras substâncias. Além das garrafadas, podemos encontrar bebidas alcoólicas comercializadas formalmente que também são usadas como “medicinal”, como o vinho de jurubeba (esse é das antigas!) e o uso de aperitivos alcoólicos feitos a base de ervas, como a Cynar® (aperitivo de alcachofra). Também é comum no Brasil o consumo de bebidas não alcoólicas que usam a quinina, como a água tônica.

O uso de “bebidas alcoólicas medicinais” não é exclusividade brasileira. Um bom barman sabe que ainda é utilizado em receitas de coquetéis a “angostura bitters”. Trata-se de um concentrado de ervas amargas e aromáticas em álcool, criado inicialmente pelo médico alemão Johann Gottlieb Benjamin Siegert, em 1824, para tratar soldados com problemas estomacais.

Fica evidente que apesar das implicações médicas e sanitárias relacionadas à comercialização e uso das garrafadas, esses produtos copõem o repertório de “medicamentos populares” e, portanto, são alvo de estudos etnofarmacológicos. Os profissionais da saúde e agentes sanitários devem buscar essa compreensão e construir um diálogo com os “legítimos” raizeiros nas ações de promoção da saúde. Esse é um desejo possível que este cientista-raizeiro gostaria de ver!

Julino Soares é biólogo, doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo.

Os liquens e a sua propriedade bioindicadora


O aumento da circulação de veículos e do número de indústrias provocou sensível piora nas condições ambientais. Poluentes atmosféricos, como, por exemplo, dióxido de enxofre, monóxido de carbono, óxidos de nitrogênio e metais pesados aumentaram significativamente suas concentrações no ar, causando graves problemas ambientais.

Como então avaliar determinados tipos de contaminação do solo, da água ou mesmo do ar? Em resposta a essa problemática, temos hoje uma “tecnologia” natural, que são os chamados bioindicadores.

Nessa lista de bioindicadores, podem ser destacados os liquens, que são organismos simples, compostos por associações de fungos e algas, em uma interação considerada por muitos estudiosos como simbiótica. Eles promovem um importante trabalho na bioindicação atmosférica, pois são muito sensíveis às alterações ambientais. Entre os liquens, diversos trabalhos indicam os mais sensíveis à poluição por compostos sulfurados, que são os das espécies fruticosas .

Os sintomas dos poluentes nos liquens incluem a diminuição de sua vitalidade e alterações nas suas características externas. São vegetais mais sensíveis,  porque não possuem estomas nem cutícula. O poluente penetra pelo talo e pode se difundir rapidamente até o fotobionte (componente algáceo), que é o primeiro a ser afetado. Nele são observados o talo com aparência anormal,  a clorofila sofrendo branqueamento, e o surgimento de áreas  pardas nos cloroplastos.

As manchas escuras no talo dos liquens podem estar relacionadas com o acúmulo de poluentes nos tecidos, prejudicando a fotossíntese, degradando a clorofila e provocando a morte de células.

Se fizermos uma experiência retirando espécies de liquens adaptados em zonas rurais e levarmos os mesmos aos centros urbanos, perceberemos que esses organismos sofrerão despigmentação e danos ainda mais visíveis como necroses. Provavelmente, não sobreviverão no local, mesmo sendo os liquens adaptáveis a condições climáticas severas.
Um cuidado deve ser tomado para não tirar conclusões erradas, pois outros fatores podem afetar a ocorrência dos liquens, como o tipo de casca da árvore em que se desenvolve e a luminosidade.

Texto de Kamily Nadim Imad, acadêmica do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental (Universidade São Francisco de Bragança Paulista).


Espécie Parmotrema tinctorum: eficaz para a detecção de poluentes no ar



Outros textos sobre o tema:


quarta-feira, 23 de maio de 2012

Fatores antinutricionais - II

Apesar de muitas espécies espontâneas possuírem potencial para utilização na alimentação, é importante, antes de estimular o consumo dessas plantas, verificar a presença de fatores antinutricionais, os quais são definidos no artigo no link: http://quintaisimortais.blogspot.com.br/2012/05/fatores-antinutricionais-i.html.

Como primeiro composto nesta série de artigos sobre fatores antinutricionais, escolhemos o oxalato de cálcio, pois também é encontrado em olerícolas como, por exemplo, espinafre, acelga, beterraba e tomate.  Esta substância, quando absorvida, não será  metabolizada, sendo liberada pela urina. No entanto, quando em excesso, poderá se transformar em cálculos renais, além de irritações na mucosa intestinal.

Tanto o oxalato de cálcio quanto o fosfato de cálcio, são os principais responsáveis, por exemplo, pela formação dos cálculos urinários, sendo as plantas as principais fornecedoras dos cristais de oxalato de cálcio.

Nos vegetais, os cristais de oxalato de cálcio, denominados de ráfides, são encontrados nas células, tanto das nas partes subterrâneas quanto aéreas. No jardim, encontramos algumas plantas consideradas tóxicas também porque possuem ao alto teor de oxalato de cálcio, como, por exemplo, comigo-ninguém-pode (Dieffenbachia picta Schott.), copo-de-leite (Zantedeschia aethiopica Spreng.) e tinhorão (Caladium bicolor Schott.). Estas espécies podem, se ingeridas, causar graves intoxicações porque além de ferir a mucosa, liberam outras substâncias, o que não é comum nas plantas comestíveis ricas em oxalato de cálcio, que provocam, entre outros sintomas, vômitos, diarreia, salivação abundante, edemas de lábios, boca e língua, e este inchaço poderá provocar asfixia.

Texto: Marcos Roberto Furlan e Isabella Ribeiro, acadêmica de Nutrição da Universidade de Taubaté

Plantando Na Cidade Liceu Coração de Jesus





Mais uma etapa do projeto do colega Marcos Victorino (em uma das fotos).
Parabéns!

Fatores antinutricionais - I

Neste ano, realizaremos na Universidade de Taubaté pesquisas sobre os fatores antinutricionais em plantas espontâneas comestíveis, pois, após verificarmos que a maioria possui consideráveis teores de nutrientes para o ser humano, é imprescindível verificar se há substâncias que prejudicam a absorção desses nutrientes ou que são tóxicas para o consumidor.

O termo “fator antinutricional” pode ser definido como as substâncias ou os grupos de substâncias presentes em um grande número de alimentos de origem vegetal, os quais, quando em teores elevados, podem provocar reações tóxicas, interferir na biodisponibilidade ou na digestibilidade de alguns nutrientes, ou até provocar todas essas reações. Os fatores antinutricionais podem ser de ocorrência natural, nos ingredientes (endógenos), ou quando o produto sofre ação de contaminantes químicos ou biológicos (exógenos).

Nos alimentos, os fatores antinutricionais são de natureza variada e ainda são pouco conhecidos em relação à sua estrutura físico-química e sobre os seus mecanismos de ação fisiológica. Como exemplos de compostos ou de classe de compostos já estudados, temos o oxalato de cálcio, o nitrato, o cianeto, o inibidor de tripsina, a hemaglutinina e os polifenóis. 

São exemplos de fatores antinutricionais e suas respectivas ações: o consumo elevado de nitratos e a sua redução a nitritos desencadeia reações que liberam substâncias tóxicas; os inibidores de tripsina, particularmente os da soja, causam diminuição da digestibilidade protéica de leguminosas que foram insuficientemente cozidas; e as hemaglutininas interagem com a mucosa intestinal, causando inflamação e interferindo na absorção de nutrientes por lesão da mucosa.

Texto: Marcos Roberto Furlan e Isabella Ribeiro, Acadêmica de Nutrição da UNITAU 

Plantas tóxicas na ponta do nariz: prevenção de acidentes através do conhecimento

Texto presente de meu ídolo, amigo, colega das plantas medicinais e ex-aluno Daniel Garcia
publicado no 


Pode parecer simples a tarefa de escolher uma ou mais plantas coloridas e encantadoras com o intuito de embelezar ambientes como jardins públicos, particulares ou até mesmo nossas casas. No entanto, observamos em alguns parques e jardins da cidade de São Paulo, que não se leva em consideração o potencial de toxicidade que algumas plantas podem apresentar às pessoas e aos animais se ingeridas ou simplesmente em contato direto com a pele, olhos, mucosa.

No Brasil, 60% dos casos de intoxicação por plantas tóxicas ocorrem com crianças menores de nove anos, e 80% deles são acidentais (1). Esses acidentes representam a quarta causa de intoxicação no Brasil com perdas de vidas humanas (2).

Uma planta é considerada tóxica quando possui em sua composição química uma ou mais substâncias que são capazes de encobrir o sabor original dos alimentos, tais como: taninos, lactonas sesquiterpênicas, alcalóides e iridóides. Naturalmente essas substâncias são importantes para as plantas se protegerem do ataque de patógenos, herbívoros entre outras razões. Além disso, o fato de causar problemas de saúde para quem entra em contato direto, já são fatores suficientes para ser considerada uma planta tóxica (3).

Não é de hoje que plantas são usadas com intuito paisagístico. Há uma infinidade de referências históricas e bíblicas sobre diversos locais do mundo que utilizavam as plantas com essa finalidade. Alguns exemplos são:Jardim do Éden (Jardim do Paraíso), Jardins Suspensos da Babilônia, Jardins Botânicos entre outros.

Em seguida, estão cinco exemplos de plantas tóxicas comumente encontradas em locais públicos da cidade de São Paulo, seus respectivos nomes populares, nome científico e imagem:

- Nomes populares: comigo-ninguém-pode, nananeira-d’água, cana-de-imbé, aninga-para.



- Nome científico: Dieffenbachia seguine
- Nomes populares: Espirradeira, oleandro, rododendro.
- Nome científico: Nerium oleander
- Nomes populares: coroa-de-cristo, coroa-de-espinho, colchão-de-noiva, dois-irmãos, martírios.
- Nome científico: Euphorbia milii
- Nomes populares: alamanda-amarela, quatro-patacas, carolina, dedal-de-dama.
- Nome científico: Allamanda cathartica
- Nomes populares: bico-de-papagaio, poinsétia, folha-de-sague, flor-de-páscoa. 
- nome científico: Euphorbia pulcherrima

Apesar de toda cautela no planejamento de um jardim, ou até mesmo em colocar uma planta dentro de casa, a melhor forma de prevenir intoxicações é uma orientação adequada à população sobre o potencial tóxico que as plantas podem causar e medidas preliminares que devem ser tomadas caso ocorram intoxicações.

Qualquer acidente que ocorra com a ingestão ou contato direto com a pele ou mucosa de plantas tóxicas, a pessoa intoxicada deve ser imediatamente encaminhada a um pronto socorro. É importante levar para o médico uma parte da planta (folhas, frutos, flores …) que causou a intoxicação e/ou fornecer uma descrição detalhada sobre ela. Ainda é possível entrar em contato com o “disque-intoxicação” pelo telefone 0800 722 6001 (SINITOX – Sistema Nacional de Informações Tóxico Farmacológicas), que redireciona a ligação para o RENACIAT (Rede Nacional de Centros de Informação e Assistência Toxicológica) mais próximo. Este último analisa o problema e aconselha medidas para o devido registro e providências pertinentes.

Agora que a visão do leitor está mais atenta em relação às plantas tóxicas, observe em sua casa ou mesmo quando andar nas ruas e parques públicos, dentre outros lugares, as plantas citadas neste artigo entre outras e, contribua com uma discussão em nosso blog sobre o que notou.

Referências

1 Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (SINITOX), 2012.
2 Abreu Matos, F. J. de; Lorenzi, H.; dos Santos, L.F.L.; Matos, M.E.O.; Silva, M.G.V.; de Souza, M.P. Plantas tóxicas: estudo de fitotoxicologia química de plantas brasileiras. Editora Plantarum, 247 p., Nova Odessa – SP, 2011.
3 Rejane Barbosa de Oliveira, Silvana Aparecida Pires de Godoy e Fernando Batista da Costa. Plantas tóxicas: Conhecimento e prevenção de acidentes. Holos Editora, 64 p., Ribeirão Preto – SP, 2003.

Fonte das fotos: wikipedia.org

Links e telefones úteis:
- CEATOX (Centro de Assistência Toxicológica), fone: 0800 014 8110

Daniel Garcia é graduado em Engenharia Agronômica pela Faculdade Cantareira (SP), com iniciação científica em Etnofarmacologia pela UNIFESP e Agronomia pela USP. Atualmente é mestrando em Horticultura pela UNESP.

The beauty of pollination

terça-feira, 22 de maio de 2012

Emater-Rio implantará Quintais sem Fronteiras no Noroeste

por Jornalismo em 22.5.12

A Emater-Rio, empresa de extensão rural vinculada à secretaria estadual de Agricultura, venceu chamada pública do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) em apoio a produtoras rurais agroecológicas. O projeto selecionado foi o “Quintais sem fronteiras”, que beneficiará mulheres, preferencialmente organizadas em grupos produtivos, através de assistência técnica e atividades produtivas individuais e coletivas. Com foco em gênero e segurança alimentar, a iniciativa será implantada no Noroeste Fluminense, região com o menor índice de desenvolvimento do estado do Rio de Janeiro e integrante do programa Territórios da Cidadania.

Para operacionalizar a implantação do projeto, a Emater-Rio realizou em Itaperuna, entre os dias 2 e 4 de maio, um treinamento dos extensionistas rurais do Noroeste. A capacitação teve o como objetivo ensinar a nova metodologia de trabalho do projeto, bem como promover o nivelamento de conhecimentos entre os técnicos.

O “Quintais sem fronteiras” é uma parceria entre o MDA, a Emater-Rio e o Rio Rural. Com foco na organização produtiva e na promoção da cidadania, o projeto visa dar visibilidade ao trabalho da mulher agricultora na produção de alimentos, a partir dos seus quintais. A meta é fortalecer a ação feminina no espaço produtivo, incentivar a produção de hortaliças, plantas medicinais e criação de pequenos animais com base na agroecologia, e dar autonomia no planejamento da produção e venda dos produtos.

O Rio Rural já trabalha grupos produtivos nas microbacias do Noroeste, incentivando o associativismo e fomentando atividades que possam dar autonomia financeira às comunidades, como o artesanato e o beneficiamento de produtos agrícolas. O "Quintais sem Fronteiras" quer sensibilizar e estimular a organização produtiva das agricultoras, agregando novas atividades aos projetos já desenvolvidos pelo programa. Com a parceria, as ações serão ampliadas e espera-se que novos grupos sejam formados. 

As ações do "Quintais sem Fronteiras" pretendem reconstruir as relações de gênero, oportunizando a participação de mululheres rurais nos espaços sociopolíticos, como feiras e organizações. A estratégia é aumentar o acesso das agricultoras à informação, bens materiais e oportunidades de capacitação, fortalecendo as práticas agroecológicas. Na execução do projeto estão previstos cursos de aperfeiçoamento em agroecologia, segurança alimentar e nutrição, manejo, beneficiamento e comercialização. Os técnicos farão diagnósticos e promoverão o acesso a programas institucionais de apoio, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), Pronaf Mulher e Pronaf Infraestrutura.

A Superintendência de Direitos da Mulher (SEDIM) da Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos apoiará a execução do projeto. A superintendente Ângela Fontes esclarece que a articulação é parte do Plano Estadual de Políticas da Mulher. Segundo ela, as mulheres realizam inúmeras tarefas invisíveis ao longo do dia, que precisam ser valorizadas. “Elas fazem parte de um todo maior que é a família, mas precisam entender seu papel individual. Queremos que reconheçam o valor do seu trabalho e das coisas que produz”, afirma Ângela. O apoio da SEDIM facilitará o debate sobre as questões de gênero, importantes para a autoestima feminina.


Coentro na Medicina Tradicional Chinesa

O coentro, Coriandrum sativum, pertence à família Apiaceae, a qual inclui erva-doce, funcho, cenoura, alcarávia, aipo e cominho. É uma planta que divide opiniões de forma radical, isto é, alguns a adoram e outros têm completa aversão ao seu aroma e ao seu paladar. No entanto, possui várias aplicações para o ser humano, tanto das folhas e das flores quanto das sementes, como, por exemplo, na culinária, na fitoterapia e na agricultura.

Um fato importante é que as suas sementes fornecem um óleo volátil, com propriedades antissépticas, que é utilizado em bebidas alcoólicas, em perfumes e em outros cosméticos. Outro refere-se ao seu uso, que ocorre desde a antiguidade, permanecendo  em quase todas as culinárias do mundo.

A sua composição química inclui óleos voláteis (constituídos por cânfora, geraniol, borneol e anetol, por exemplo), taninos, alcaloides e flavonoides. A presença de polifenóis e outros princípios ativos fitoquímicos está relacionada à sua elevada capacidade antioxidante, com aplicações no tratamento de reumatismos e indigestões. Na medicina popular, é utilizado como carminativo, antioxidante, diurético, digestivo, analgésico e afrodisíaco.

Na MTC tem sabor picante e natureza morna, reduz o yin, gera calor, faz transpirar, remove estagnação de Xue (sangue), regula o Qi (Energia) e facilita a digestão. É usado cru ou durante o cozimento dos alimentos.

Texto: Acupunturista Fabia Cilene Dellapiazza e Marcos Roberto Furlan