Sobre a importância dos quintais, cada vez mais desaparecidos e, com isso, as nossas raízes também.
sábado, 11 de abril de 2020
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terça-feira, 7 de abril de 2020
segunda-feira, 6 de abril de 2020
Melão-de-são-caetano no Vale do Paraíba, SP
Texto
Isabelle Aparecida Santos Gomes - acadêmica de Medicina veterinária - UNITAU
Marcos Roberto Furlan - Engenheiro agrônomo, professor FIC e UNITAU
Nas cercas de algumas fazendas ou até de áreas menores, como nos quintais, encontramos uma planta trepadeira subindo sem muito esforço, principalmente se estiver em épocas mais quentes. Diferente da maioria das espécies que nascem espontaneamente e que recebem vários nomes populares, ela é conhecida no Vale do Paraíba, pela maioria por melão-de-são-caetano, o que facilita a comunicação entre as pessoas. Mas pode ser que alguém a denomine por melãozinho ou melão amargo.
Sua denominação científica é Mormodica charantia. Pertence à família Curcubitaceae, a mesma da melancia, do melão e da abóbora. Uma curiosidade botânica relacionada às espécies dessa família é o fato de possuírem, na mesma planta, flores masculinas separadas das flores femininas (reconhecida pelo pequeno fruto já sendo formado antes das sépalas das flores). A maioria dos flores são hermafroditas, isto é, androceu (órgão masculino) e gineceu (órgão feminino) na mesma flor.
Apesar de muita gente considerar como uma planta daninha, invasora e que deve ser arrancada, possui vários usos, alguns, inclusive, comprovados cientificamente.
Sobre seus usos diversos:
1. Comestível. Suas sementes maduras (vermelhas) são consumidas.
2. Para combater verminoses em animais.
3. Na medicina popular, usada para tratamento de diabetes, hemorroidas, diarreias, tumores, pediculose, furúnculos, alivio de cólicas abdominais, regularização do fluxo menstrual, vermífugo, lesões de pele, cicatrizante, hipoglicemiante e hipercolesterolemia (1).
4. Ação comprovada no tratamento da diabetes. Exemplos de outras ações comprovadas: antiulcerogênica, antibacteriana, imunossupressora e anti-inflamatória (1)
5. Ação fungicida contra patógenos que atacam plantas.
Para saber mais sobre a planta, um texto bem amplo
Foto. Mormodica charantia
Autoria: Isabelle Aparecida Santos Gomes
Referência Bibliográfica
1. Taiane Aparecida Ribeiro Nepomoceno e Alex Junior Pietrobon, ASPECTOS GERAIS DO MELÃO DE SÃO CAETANO (Momordica charantia L.) disponibilizado em: https://www.fag.edu.br/upload/revista/seagro/5b4735d6ba994.pdf
Cajá-manga no Vale do Paraíba, SP
Texto:
Isabella Paiva Rossi Ribeiro. Acadêmica de Medicina veterinária - UNITAU
Marcos Roberto Furlan. Engenheiro agrônomo e Professor - FIC e UNITAU
No campo se destacam os cajazeiros com os seus frutos amarelos. Possuem aproximadamente 8 metros altura e no mês de março, no Vale do Paraíba, propiciam uma farta colheita, a qual será utilizada para produção de sucos e geleias.
Por ser difícil de descascar, galinhas e outros animais têm dificuldade em consumir. No entanto, as folhas são usadas como alimento do bicho-da-seda.
Além de cajá-manga, também é conhecida por cajarana e cajá-anão, dentre outros nomes populares. Seu nome científico é Spondias dulcis Forst. (sinonímia S. cytherea), e pertence à família Anacardiaceae, a mesma do caju e outras espécies conhecidas como cajás. Não é uma espécie nativa, mas se desenvolve muito bem no Brasil. Sua origem é a Polinésia.
Além de consumo como alimento principalmente na forma de doces, fornece madeira para carpintaria. Possui amplo uso na medicina tradicional, com indicações, como, por exemplo, flores, casca e raízes antidiarreicas e folhas para prisão de ventre e problemas digestivos, mas esses usos ainda não foram comprovados cientificamente. No entanto, sua ação antioxidante já é bem definida experimentalmente.
Algumas pesquisas recentes sobre o cajá-manga:
Extrato etanólico de de S. dulcis, em ensaios pré-clínicos demonstraram potencial para ser utilizado como composto preventivo contra danos ao DNA causados por indutores (ARAÚJO et al., 2019).
Verificado o potencial dos oligossacarídeos da pectina extraída de S. dulcis como nova fonte de medicamentos anti-Salmonella (ZOFOU et al., 2019).
Referências
ARAUJO, Caroline de S.; BRITO, Lorrane D.; TARIFA, Marina O.; SILVA, Nayara J. Farah da; RODRIGUES, Karoline S.; CAVALCANTE, Dalita G. S. M.; GOMES, Andressa S.; ZOCOLER, Marcos A.; YOSHIHARA, Eidi; CAMPAROTO, Marjori L.. Protective effects of bark ethanolic extract from Spondias dulcis Forst F. against DNA damage induced by benzo[a]pyrene and cyclophosphamide. Genetics And Molecular Biology, [s.l.], v. 42, n. 3, p.643-654, set. 2019. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/1678-4685-gmb-2018-0038.
ZOFOU, Denis; SHU, Golda Lum; FOBA-TENDO, Josepha; TABOUGUIA, Merveille Octavie; ASSOB, Jules-clement N.. In Vitro and In Vivo Anti-Salmonella Evaluation of Pectin Extracts and Hydrolysates from “Cas Mango” (Spondias dulcis). Evidence-based Complementary And Alternative Medicine, [s.l.], v. 2019, p.1-10, 23 abr. 2019. Hindawi Limited. http://dx.doi.org/10.1155/2019/3578402.
Spondias dulcis
Fruto
Frutos sendo preparados para confecção de geleias e sucos
Fotos: Isabella Paiva Rossi Ribeiro
domingo, 5 de abril de 2020
Plantas espontâneas e seus usos - erva-de-santa-maria
Texto
Janaína dos Santos Carvalho - acadêmica de engenharia agronômica - UNITAU
Marcos Roberto Furlan - professor e engenheiro agrônomo - FIC e UNITAU
Em boa parte do Brasil ocorre essa espécie (Foto). O exemplar da foto, ainda não na fase reprodutiva, possuía cerca de 50 cm de altura e uma de suas principais características é o forte aroma que exala. Não ocorre em grandes quantidades, e no local, sombreado, se desenvolveu bem graças ao bom teor de matéria orgânica.
Foto: erva-de-santa-maria.
Autoria: Janaína dos Santos Carvalho
Dependendo da região essa planta recebe diferentes denominações. Por exemplo, no Sul e parte do Sudeste, é conhecida com erva-de-santa-maria. No Nordeste e no Norte é denominada por mastruz, mastruço ou mentruz. Nas outras regiões do Brasil, ocorrem essas denominações ou ainda outras, como, por exemplo, erva-lombrigueira, ambrósia ou mata-pulgas.
Com relação ao nome científico, ocorreram mudanças. Antes Chenopodium ambrosioides, agora Dysphaina ambrosioides. Saiu da família Chenopodiaceae e passou para a família Amaranthaceae.
Quanto aos muitos usos, ainda há poucos estudos que os comprovam, mas a frequência com que é mencionada para determinadas atividades é um bom indício de que poderá haver confirmação nas pesquisas.
Para animais, é usada como vermífugo e para contusões. Também há referência para repelir pulgas e piolhos, tanto em galinheiros quanto nos locais que abrigam cachorros e gatos.
Na agronomia, quando bem desenvolvida, indica solo bem arejado e rico em matéria orgânica.
Na saúde humana, com recomendação médica, é indicada para verminoses graças, principalmente, à presença em seu óleo essencial ascaridol. Mas tem que ter muito cuidado no uso, pois pequenas doses podem excitar a lombriga e essa, ao tentar sair, causa asfixia. E dose excessiva pode causar hemorragia. Vários outros usos são indicados pela medicina tradicional, tais como: anti-inflamatório, contra contusões, e para tratamento de problemas respiratórios.
Tendo o cuidado de refogar, para que reduza o teor do ascaridol, também é consumida como alimento.
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