Sobre a importância dos quintais, cada vez mais desaparecidos e, com isso, as nossas raízes também.
sábado, 23 de abril de 2016
Erva-moura ou maria-pretinha nas calçadas de Taubaté, São Paulo
Erva-moura
Fotos: Marcos Roberto furlan
Texto
Kananda Silva Rodrigues – acadêmica de agronomia - UNITAU
Marcos Roberto Furlan – Engenheiro Agrônomo - UNITAU - FIC
Maria Beatriz da Silva Pereira – acadêmica de agronomia - UNITAU
Vitória Seles Oliveira – acadêmica de agronomia - UNITAU
Nos campos e nos quintais, onde vegeta espontaneamente, normalmente não ultrapassa 0,80 m de altura. O exemplar da foto, desenvolvendo em local sombreado em uma calçada do município de Taubaté, ultrapassou 2,0 m de altura, mas utilizava a parede de um imóvel para conseguir se sustentar. Este e outros exemplares da espécie no mesmo local produziam flores e frutos verdes, mas ainda eram raros os frutos maduros, de coloração preta.
No Vale do Paraíba, onde está localizado Taubaté, além de erva-moura, é também conhecida como maria-pretinha. Ocorre o ano todo e, para muitos, considerada uma planta invasora ou daninha. Ainda é significativo o número de pessoas que a utilizam como alimento in natura na região.
Pertence à família Solanaceae, a mesma do tomate, da berinjela, das pimentas do gênero Capsicum, dentre outras espécies. Como é atacada pelas mesmas doenças do tomate e das pimentas, por exemplo, deve ser retirada quando estiver próximas destas, pois pulgões e outros sugadores podem atuar como transmissores da virose ao sugar a seiva da erva-moura infectada com o vírus e depois sugar as cultivadas citadas.
É denominada cientificamente por Solanum americanum. No Brasil é popularmente apresentada em diversas denominações, como, por exemplo, maria-preta, maguarágua, aguaraquiá, araxixu, caaxixá, caraxiocu, caraxixá, caraxixu, erva-de-bicho, erva-mocó, erva-moura, guaraquim, guaraquinha, pimenta, pimenta-de-cachorro, pimenta-de-galinha e pimenta-de-rato. Nativa das Américas, sendo comumente vista em quase todo o território brasileiro.
Uso medicinal da erva-moura
Como exemplo da utilização dessa planta de modo medicinal, é indicada para pitiríase versicolor, feridas e úlcera (a partir do uso tópico das folhas contusas), inflamações, furúnculos, queimaduras, eczema, acne, por exemplo. Para o uso interno, é utilizada no tratamento de amigdalite, asma, anemia, gastrite, úlcera gástrica e até mesmo para crises hepáticas. Todos esses usos existem a partir da sabedoria popular, de modo que faz com que façamos a sua utilização de forma adequada e cautelosa. Ao utilizar qualquer planta com propriedades medicinais, o recomendado é que a planta colhida seja saudável e principalmente que a escolha seja correta, para obter os esperados resultados satisfatórios.
Quanto aos seus princípios ativos, a planta apresenta solanina, rutina, asparagina, solamargina e também contém solasodina (0,1%).
Referência:
LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas Medicinais no Brasil – Nativas e Exóticas. 2ª Edição, Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008.
sexta-feira, 22 de abril de 2016
Plantas da Caatinga podem ser uma arma contra o aedes aegypti
Fonte: Ascom/Sudene
Márcia Vanusa, que é chefe do Departamento de Bioquímica da Universidade Federal de Pernambuco, destacou os principais pontos do projeto “Inventário de Plantas Medicinais Nativas da Caatinga”, no PARNA do Catimbau e no Refúgio Tatu Bola, que conta com a parceria da Sudene, através da Diretoria de Planejamento e Articulação de Políticas (DPLAN). A ideia do projeto é identificar rotas de plantas medicinais, resgatando e valorizando os “saberes tradicionais” das comunidades e associando-os ao conhecimento científico, proporcionando o desenvolvimento local, geração de renda e a descoberta de novos medicamentos.
Estão sendo realizados testes para a utilização do óleo essencial de plantas da Caatinga como composto a ser adicionado em repelentes. Márcia falou, ainda, sobre os bioinseticidas, que são “biodegradáveis e têm efeito colateral mínimo sobre organismos não-alvo, bem como sobre o ambiente”. O levantamento das plantas para fins terapêuticos conta com espécies que podem ser utilizadas no combate a infecções, dores, gripes, diabetes, anemia, gastrite, reumatismo e diversas outras patologias. Estão sendo realizados, inclusive, testes antitumorais.
Projeto
A elaboração do projeto foi baseada no uso sustentável da biodiversidade brasileira; Valorização e preservação do conhecimento tradicional das comunidades e povos tradicionais; Fortalecimento da agricultura familiar; Crescimento com geração de emprego e renda, redutor das desigualdades regionais; Desenvolvimento tecnológico e industrial; Inclusão social e redução das desigualdades sociais; Participação popular e controle social; Fortalecimento das cadeias e dos arranjos produtivos locais.
Outro ponto considerado de extrema importância é o alerta que o projeto faz para a necessidade de preservação do bioma Caatinga, fornecendo argumentos para a criação de novas Unidades de Conservação na região semiárida.
De acordo com informações das Coordenações de Promoção do Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente e de Estudos e Pesquisas de Desenvolvimento/DPLAN, que estão à frente da parceria com a UFPE, “o projeto irá trabalhar diretamente com as populações tradicionais das duas Unidades de Conservação (Vale do Catimbau e Refúgio da Vida Silvestre Tatu Bola) em um total de 2.500 pessoas, sendo 1.500 no Vale do Catimbau e 1.000 no Tatu Bola. No entanto, o número de beneficiários do projeto indiretamente é incalculável, visto que ao identificar o potencial medicinal de várias plantas da caatinga, toda a população será beneficiada pelo desenvolvimento e uso de medicamentos a partir destas plantas”.
A parceria é viabilizada através de Termo de Execução Descentralizada (TED) e os recursos para custeio do projeto totalizam R$ 750 mil. Os diretores de Gestão de Fundos e Incentivos Fiscais e de Atração de Investimentos, Ricardo Barros, e de Administração, Eugênio Pacelli, prestigiaram a palestra proferida por Márcia Vanusa. Ricardo estava representando o superintendente João Paulo e enfatizou a importância do projeto e o interesse da Sudene em continuar apoiando. Ele defendeu o envolvimento de diversas áreas governamentais para fortalecer as ações desenvolvidas pelo projeto.
Postado em 20/04/2016
Link:
UFCG produz cartilha sobre plantas medicinais
quinta-feira, 21 de abril de 2016 . Postado por Jessika Nelles
Em parceria com a Emater-PB, a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) produziu uma cartilha sobre as plantas medicinais de uso tradicional no Nordeste do Brasil. A cartilha expõe as formas de preparo dessas plantas como também o uso, tanto em seres humanos como o uso em animais, mostrando as principais doenças que atacam os animais e a relação do nome popular, científico e família das plantas recomendada.
Cartilha disponível no link abaixo:
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Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza, Lei 9.985/2000, artigo de Antonio Silvio Hendges
[EcoDebate] As unidades de conservação da natureza brasileiras estão previstas na Constituição, artigo 225: “Todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: I – “Preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas”. A Lei 9.985/2000 que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC regulamenta este dispositivo constitucional e também os incisos II, III e VII do mesmo artigo 225 constitucional, que preveem normas complementares em relação ao patrimônio genético, espaços territoriais e a proteção da fauna e flora nacionais.
As unidades de conservação são o “espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, com regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção”. Lei 9.985/2000, artigo 2º, inciso I.
O Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC é o conjunto das unidades de conservação federais, estaduais e municipais. Tem como órgão consultivo e deliberativo o Conselho Nacional de Meio Ambiente que acompanha a implementação e como órgão central, o Ministério do Meio Ambiente que coordena o sistema. Os órgãos executores são o Instituto Chico Mendes e o Ibama, em caráter supletivo os órgãos estaduais e municipais que são responsáveis pelos subsídios às propostas de criação, implantação e administração das unidades respectivas.
São objetivos para o SNUC:
I – contribuir para a manutenção da diversidade biológica e dos recursos genéticos no território nacional e nas águas jurisdicionais;
II – proteger as espécies ameaçadas de extinção no âmbito regional e nacional;
III – contribuir para a preservação e a restauração da diversidade de ecossistemas naturais;
IV – promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais;
V – promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da natureza no processo de desenvolvimento;
VI – proteger paisagens naturais e pouco alteradas de notável beleza cênica;
VII – proteger as características relevantes de natureza geológica, geomorfológica, espeleológica, arqueológica, paleontológica e cultural;
VIII – proteger e recuperar recursos hídricos e edáficos;
IX – recuperar ou restaurar ecossistemas degradados;
X – proporcionar meios e incentivos para atividades de pesquisa científica, estudos e monitoramento ambiental;
XI – valorizar econômica e socialmente a diversidade biológica;
XII – favorecer condições e promover a educação e interpretação ambiental, a recreação em contato com a natureza e o turismo ecológico;
XIII – proteger os recursos naturais necessários à subsistência de populações tradicionais, respeitando e valorizando seu conhecimento e sua cultura e promovendo-as social e economicamente.
Antonio Silvio Hendges, Articulista no EcoDebate, Professor de Biologia, Pós Graduação em Auditorias Ambientais, assessoria em educação ambiental e resíduos sólidos –www.cenatecbrasil.blogspot.com.br
in EcoDebate, 22/04/2016
"Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza, Lei 9.985/2000, artigo de Antonio Silvio Hendges," in Portal EcoDebate, ISSN 2446-9394, 22/04/2016,https://www.ecodebate.com.br/2016/04/22/sistema-nacional-de-unidades-de-conservacao-da-natureza-lei-9-9852000-artigo-de-antonio-silvio-hendges/.
Dia Mundial da Terra 2016, artigo de Ivo Poletto
[EcoDebate] Estamos chegando a mais um 22 de abril. Para nós, brasileiros e brasileiras, é data que relembra o descobrimento de nosso território por colonizadores europeus, e por isso o encobrimento de que a existência do Brasil significou a usurpação dos territórios de vida dos povos originários e da negação de suas formas de vida, suas culturas, línguas, religiões. O Brasil nasceu de práticas fundadas numa interpretação fundamentalista radical e absoluta da cultura ocidental europeia e da forma de cristianismo submetido, usado e que usava o poder do estado imperial. A negação do diferente foi absoluta, como foi absoluta a afirmação do “direito imperial” ao território descoberto e à submissão de seus povos aos seus interesses. Como afirmaram representantes das elites colonialistas, estes povos deviam agradecer pela oportunidade oferecida de serem seus escravos, porque assim de alguma forma iniciavam o contato com a única civilização e religião verdadeiras!
Não é mera coincidência a semelhança com a atual leitura fundamentalista radical e absoluta da forma neoliberal e globalizada do sistema capitalista, da civilização assentada sobre a imposição só aparentemente democrática do pretenso direito absoluto à livre iniciativa econômica, legalizado em processos controlados e a serviço de seus interesses. O processo de concentração da riqueza, via apropriação de territórios, de controle dos preços mundiais de commodities, de criação autônoma de artifícios de crédito, dívidas, juros, que hoje submetem até a gestão de recursos públicos dos Estados nacionais, tem suas raízes no capitalismo já existente no século XVI, que muda de forma, mas mantém seu dna: ser sempre vitorioso nas relações de concorrência, anulando concorrentes, tornando-se sempre mais rico e poderoso.
A lentidão dos navios que trouxeram pessoas e armas para ocupar o “novo mundo” nos ajuda a compreender a diferença com os processos atuais: estamos perto da realização do desejo máximo dos vitoriosos na “livre” iniciativa capitalista, o de anular o espaço e o tempo na realização das operações de geração de riqueza. Se na produção e venda de produtos reais ainda há alguns problemas, a circulação financeira já torna imediatos os processos de especulação, com poder de quebrar até países cada vez mais poderosos – os europeus reincidentes na colonização, por exemplo – para impor mais juros, mais e mais ganhos.
É por isso que a cada ano diminui o número dos super-ricos que controlam riqueza igual à da metade de população mundial. Em 2015 já eram apenas 62. Hoje, com certeza, o número é menor.
Então, nesse ambiente mundial de dominação, que no Brasil se expressa na imposição de governantes que submetam o país a esses interesses mundiais através de processos de impedimento da presidência eleita sem fundamentos legais, O QUE SIGNIFICA A CELEBRAÇÃO DO DIA DA TERRA?
Se depender dos responsáveis pela política federal atual, poucos motivos de festa. E se olharmos os que ameaçam chegar ao poder via golpe parlamentar, menos ainda. O que vale é a consciência popular, das entidades da sociedade civil e pastorais/igrejas, que tem avançado e estão cada dia mais empenhadas em conseguir as mudanças estruturais necessárias para salvar a vida na Terra e a vida da própria Terra.
Por outro lado, vale, sem dúvida, que todas as forças que amam a vida da Terra e na Terra se somem para exigir duas medidas do governo federal: 1) que ratifique imediatamente, a partir do dia 22, o Acordo de Paris; 2) que coloque em prática os compromissos voluntários já anunciados, e, de imediato, abra processo participativo para avançar nas medidas que o Brasil implementará para ajudar a Terra a diminuir o desequilíbrio causado por ações humanas lideradas pelo sistema econômico neoliberal que domina e estraga a vida da humanidade, dos demais seres vivos e de todas as energias da natureza. Está mais do que na hora de tomar tento, como fala nosso povo, e assumir que o Brasil pode e deve, sim, fazer mais e muito melhor em favor da vida.
Viva a Terra! Salvemos a vida da Terra e na Terra!
Ivo Poletto é Assessor do Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social
in EcoDebate, 22/04/2016
"Dia Mundial da Terra 2016, artigo de Ivo Poletto," in Portal EcoDebate, ISSN 2446-9394, 22/04/2016, https://www.ecodebate.com.br/2016/04/22/dia-mundial-da-terra-2016-artigo-de-ivo-poletto/.
quinta-feira, 21 de abril de 2016
Pasta de beterraba
Bata tudo no liquidificador. Está pronto. É só servir frio.
Dica 1: a água de cozimento da beterraba pode ser utilizada para preparação de gelatinas vermelhas, substituindo a água pura, o q as tornam muito mais nutritivas.
Dica 2: o espinafre pode ser preparado refogado, além de servir como ingrediente para molho branco, ou recheio de tortas e salgados
Dica 3: Experimente utilizar as folhas de beterraba para fazer bolinhos.
Você já parou pra pensar que boa parte dos alimentos que você joga fora podem ser REAPROVEITADOS? Talos, cascas, sementes, folhas e até o que sobrou de alguma refeição pode servir para um novo prato gostoso e nutritivo. Pensando nisso, preparamos para vocês uma série de receitas sustentáveis que unem a ideia de uma alimentação saudável, com baixo custo e evitando o descarte de resíduos ao meio ambiente. Vamos experimentar?
Você conhece as diferenças entre os sintomas da dengue, Zika e chikungunya?
Você conhece as diferenças entre os sintomas da dengue, Zika e chikungunya? Confira o quadro comparativo do Ministério da Saúde e compartilhe! Se apresentar algum sintoma, não deixe de procurar um profissional de saúde. Acesse e saiba mais ↪http://combateaedes.saude.gov.br/.
Quintais produtivos e mais renda
O Quintal produtivo é uma alternativa para melhoria de qualidade de vida e aumento de renda principalmente de trabalhadoras rurais. É um espaço de trabalho produtivo, que fica nos arredores das casas, usado para o cultivo de frutas, verduras, ervas e plantas medicinais e para a criação de pequenos animais. As trabalhadoras assentadas da reforma agrária possuem uma linha de crédito específica para investirem nos quintais produtivos. Com o crédito Fomento Mulher, cada trabalhadora pode receber até R$ 3 mil, com o prazo de um ano para pagar. Se for pago dentro deste prazo e de uma vez só, a agricultora familiar tem um desconto de 80%.
Para acessar o benefício, a trabalhadora rural precisa ser atendida pelos serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) e estar com o seu cadastro no Incra atualizado. Também é preciso estar inscrita no CadÚnico. Aqui você pode saber mais sobre a linha do Crédito Instalação criada especialmente para as mulheres da reforma agrária: http://goo.gl/9n9tgb
[Biblioteca do Ideias] Segurança alimentar em famílias indígenas Teréna
postado por Débora Castilho em Quarta-feira, 20 de Abril de 2016
Ontem, dia 19 de abril, foi celebrado o dia do Índio, figura tão importante na cultura alimentar do nosso país. Pensando nisso, a sessão temática [Biblioteca do Ideias] traz o artigo científico “Segurança alimentar em famílias indígenas Teréna, Mato Grosso do Sul, Brasil”, escrito por Thatiana Fávaro e colaboradores. O artigo buscou descrever a situação de segurança alimentar vivenciada por famílias Teréna, das aldeias Água Azul, Olho D’Água e Oliveiras, Mato Grosso do Sul, Brasil. Foram investigadas 49 famílias que continham em seu núcleo crianças menores de sessenta meses e obtidas informações sobre renda, densidade familiar, escolaridade materna e consumo alimentar das crianças.
“No Brasil, os povos indígenas estão expostos a transformações ambientais e sócio-econômicas, que os colocam em situação de alta vulnerabilidade frente a problemas de ordem alimentar e nutricional. Nesse sentido, estudos pontuais realizados em comunidades indígenas revelam a fragilidade de muitos povos frente às consequências das carências alimentares, como a elevada prevalência de nanismo nutricional em crianças menores de cinco anos, também favorecida por precárias condições de saneamento, entre outros determinantes.”
O estudo verificou que a prevalência de famílias com algum grau de insegurança alimentar foi 75,5%, 22,4% das famílias com insegurança leve, 32,7% moderada e 20,4% grave. Grande parte das famílias (67,3%) convive com o medo de ficar sem alimentos. Um quarto das mulheres entrevistadas afirmou ter passado por situações de fome no mês anterior à entrevista e 14,3% (7) apontaram que o mesmo ocorreu com as crianças da casa. Situações mais graves de insegurança alimentar foram observadas em famílias com menor renda mensal per capita, menor escolaridade materna, maior densidade domiciliar, maior número de filhos por grupo familiar e cuja dieta das crianças era insuficiente, sobretudo em proteínas e ferro.
O artigo conclui que o acesso a alimentos de qualidade, em quantidades suficientes e adequadas à cultura alimentar ainda é um obstáculo a ser ultrapassado por essa população. É importante lembrar que o significado da produção de alimentos na cultura Teréna vai além da manutenção do corpo e faz parte do modo de ser Teréna. Nesse sentido, a garantia da terra tantas vezes reivindicada pelas lideranças, assim como outras ações transdisciplinares e a participação comunitária devem ser priorizadas a fim de que possam vir a promover a segurança alimentar e nutricional.
Acesse a [Biblioteca do Ideias] e confira o artigo na íntegra!
Link:
High prevalence of Vitamin D deficiency in large population of kids with type 1 diabetes
Date: April 20, 2016
Source: University of Pennsylvania School of Nursing
Summary:
A nursing team has examined the association between 25-hydroxyvitamin D and diabetes control in children and adolescents with type 1 diabetes. These data underscore the importance of vitamin D screening in all children and adolescents with type 1 diabetes.
During the past two decades, vitamin D status, defined as serum concentration of 25-hydroxyvitamin D, has emerged as a predictor of key clinical outcomes including bone health, glucose metabolism, cardiovascular health, immune health and survival. Now, a University of Pennsylvania School of Nursing (Penn Nursing) team, including senior author Terri Lipman, PhD, CRNP, FAAN, the Miriam Stirl Endowed Term Professor of Nutrition, Professor of Nursing of Children and Assistant Dean for Community Engagement, has examined the association between 25-hydroxyvitamin D and diabetes control in children and adolescents with type 1 diabetes.
The results demonstrate the high prevalence of patients with low levels of 25-hydroxyvitamin D, specifically in healthy weight and Caucasian children and adolescents with type 1 diabetes-- patients previously considered at no or low risk of having low levels of vitamin D. These data underscore the importance of vitamin D screening in all children and adolescents with type 1 diabetes. The team's findings have been published in Diabetes Research and Clinical Practice.
"To our knowledge this is the first study that has been adequately-powered to examine the association between 25-hydroxyvitamin D and HbA1c (a measure of diabetes control) in children and adolescents with type 1 diabetes," said Lipman and colleagues. "These data suggest the need for monitoring of vitamin D in all youth with this disorder."
The study included about 200 children and adolescents from the Diabetes Center for Children at the Children's Hospital of Philadelphia, who were recruited during regular follow up visits. Non-fasting blood samples were collected from the participants to measure 25-hydroxyvitamin D and blood glucose levels. HbA1c and other key variables were abstracted from patients' medical records.
Story Source:
The above post is reprinted from materials provided by University of Pennsylvania School of Nursing. Note: Materials may be edited for content and length.
Journal Reference:
Sarah Al Sawah, Charlene W. Compher, Alexandra L. Hanlon, Terri H. Lipman. 25-Hydroxyvitamin D and glycemic control: A cross-sectional study of children and adolescents with type 1 diabetes. Diabetes Research and Clinical Practice, 2016; 115: 54 DOI:10.1016/j.diabres.2016.03.002
Cite This Page:
University of Pennsylvania School of Nursing. "High prevalence of Vitamin D deficiency in large population of kids with type 1 diabetes." ScienceDaily. ScienceDaily, 20 April 2016. <www.sciencedaily.com/releases/2016/04/160420151604.htm>.
Mapas mostram a nova cara das secas no Brasils
Monitor de Secas do Nordeste Brasileiro: Abordagem científica ao fenômeno busca evitar mortes, prejuízos e inação política
Há tempos o Brasil conhece bem a cara das vítimas das secas no Nordeste. Rostos curtidos precocemente pelo sol, corpos de humanos e animais emagrecidos pela falta de água e comida, plantas ressecadas: tudo isso já foi visto em fotos e vídeos que rodaram o mundo. Agora, o país poderá conhecer uma nova face do fenômeno: a científica. Ela toma forma em mapas mensais que descrevem onde há seca, qual a gravidade (de fraca a excepcional) e os impactos na população.
Os mapas são o produto final do Monitor de Secas do Nordeste Brasileiro, lançado no fim de março pelo governo federal e os governos estaduais da região, com apoio do Banco Mundial e do Fundo Espanhol para a América Latina (SFLAC). Com a representação visual exata das secas, pela primeira vez as instituições do Brasil poderão agir de modo preventivo e continuado, além de traçar políticas públicas em conjunto.
“É uma mudança de modelo para um país que sempre encarou as secas como uma fatalidade”, comenta Marcelo Asfora, diretor-presidente da Agência Pernambucana de Águas e Clima, uma das parceiras do monitor.
Mapas semelhantes são usados nos Estados Unidos, no México e na Espanha, países que inspiraram o monitor brasileiro. O Brasil, por sua vez, pode se tornar um exemplo para a América Latina e o mundo ao mostrar como é possível integrar dados e instituições.
“Nos países em desenvolvimento, é comum as agências coletarem certos tipos de informações e guardá-las para si mesmas”, explica o climatologista norte-americano Donald Wilhite, principal especialista mundial no desenho de políticas para a gestão da seca.
Assessor do projeto brasileiro desde a concepção, no fim de 2013, Wilhite critica a maneira como os governos de todos os países, em desenvolvimento ou não, vinham encarando o problema. “Eles demoraram demais para tomar providências concretas, e isso tem a ver com a própria natureza das secas”, avalia.
Como as estiagens em geral não causam danos na infraestrutura e se desenvolvem de forma lenta, os formuladores de políticas públicas tendem a ignorar os impactos nas pessoas e no meio ambiente, de acordo com o especialista.
Projetos como o do monitor de secas revertem essa tendência, algo importante em um contexto de mudanças climáticas. “O nordeste brasileiro sofre, particularmente, os impactos das secas relacionadas com o fenômeno El Niño, que podem se tornar mais frequentes em um planeta 4°C mais quente”, segundo o relatório Diminuir o Calor, do Banco Mundial.
Ver com novos olhos as muitas caras da seca é ainda mais necessário caso o planeta queira evitar prejuízos como os sofridos no último século, quando o fenômeno afetou 2 bilhões de pessoas e matou 11 milhões em todo o mundo.
Fonte: Banco Mundial
in EcoDebate, 20/04/2016
Em audiência pública no STF, especialista diz que a Ciência foi ignorada no novo Código Florestal
Ministro do STF, Luiz Fux, disse que deve julgar as ações diretas de inconstitucionalidade ainda neste semestre
Quatro anos após ser aprovado, o novo Código Florestal enfrenta quatro ações diretas de inconstitucionalidade (ADIs) ajuizadas no Supremo Tribunal Federal (SFT) que questionam 58 artigos da Lei nº 12.651/2102, de um total de 84 artigos. Um dos principais pontos discutidos na audiência realizada na sede da Corte, nesta segunda-feira, 18, é o fato de que o Congresso Nacional ignorou as recomendações da Ciência, que alertou sobre os retrocessos que a legislação traria para a conservação da biodiversidade do País, apesar de mais de 200 audiências públicas realizadas sobre o tema.
A audiência pública desta segunda-feira foi realizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, relator de quatro ADIs que, segundo disse, questionam praticamente todo o novo Código Florestal. Do total, três foram ajuizadas pela Procuradoria Geral da República (PGR) e uma pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL).
O ministro Fux disse que o STF cumprirá os ritos das ações. “Marcaremos uma pauta de urgência dentro de dois meses, ainda neste semestre, para julgar a causa”, disse.
O debate reuniu 22 palestrantes, entre cientistas que participaram do grupo de trabalho do Código Florestal da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e da Academia Brasileira de Ciências (ABC) para contribuir com propostas para elaboração da legislação; ambientalistas, representantes do agronegócio e o ex-relator da comissão especial da Câmara que tratou da matéria, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), atual ministro da Defesa.
Contudo, a SBPC não foi convocada para a audiência. Há duas semanas, no dia 4 abril, a Sociedade encaminhou uma carta ao ministro do STF protestando contra a não inclusão de um representante da entidade na audiência do dia 18 de abril. Em 2010, a Sociedade constituiu um grupo de trabalho para reunir contribuições à nova lei, que foram entregues ao Congresso em 2011.
As principais críticas dos cientistas e ambientalistas são sobre a redução de proteção de áreas de preservação permanente (APPs), principalmente em torno de rios e nascentes; e a redução de proteção das áreas de reserva legal. Por outro lado, o setor produtivo do agronegócio alegou que a eventual inconstitucionalidade do novo Código Florestal inviabilizaria as atividades econômicas para a agricultura e pecuária do Brasil, com impactos negativos nas metas internacionais da segurança alimentar.
Alertas da Ciência
O cientista Antonio Donato Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), um dos relatores do trabalho sobre o Código Florestal, disse que as ADIs são embasadas no trabalho patrocinado pela SBPC e ABC. Durante o debate do novo Código Florestal, a SBPC teve um papel relevante sobre proposições para o avanço da legislação.
“As ADIs têm repetidas menções aos documentos produzidos pela SBPC e ABC. A ciência brasileira, nas suas melhores instituições, foi ignorada pelo Congresso Nacional. Tudo foi feito com base em apenas um relatório técnico e nós havíamos apresentado mais de 300 estudos de revisão”, disse.
Na leitura do cientista, se as análises científicas tivessem sido contempladas no novo Código Florestal, neste momento, não estariam se discutindo as ADIs, mas certamente estaria se discutindo pontos para novos avanços da legislação.
Desmatamento volta a crescer com Código Florestal
Segundo ele, o desmatamento voltou a crescer intensamente a partir de 2012, exatamente com a implementação da nova legislação. No Mato Grosso, por exemplo, as taxas têm dobrado, exatamente na região que recebe umidade da Floresta Amazônia. Ele apresentou as peculiaridades do fluxo atmosférico de umidade do eixo norte ao sul do País e disse que a eliminação de áreas de vegetação nativa está prejudicando as chuvas, com impactos hídricos na região Sudeste, por exemplo.
“As florestas geram o clima amigo e o desmatamento quebra a bomba d´agua e leva ao clima inóspito”, disse. Ele destacou que, no Nordeste, o processo de desertificação vem se ampliando.
Nobre disse ainda que o desmatamento vem crescendo, inclusive, em plena recessão da atividade econômica. “A leitura que faço sobre isso, da perspectiva objetiva e científica, é que o desmatamento está aumentando porque a Lei Florestal liberou muitos aspectos da psicologia do desmatamento”, disse.
Já o deputado Aldo Rebelo, relator do primeiro relatório na comissão especial sobre o Código Florestal, discorreu sobre os debates com várias instâncias sobre a legislação, quando mais de 200 audiências públicas foram realizadas e disse que se chegou “ao equilíbrio” possível.
“Em nenhum momento na história do Brasil e em nenhuma legislação o Congresso mergulhou em águas tão profundas para ouvir a sociedade, os agricultores – pequenos, médios e grandes – e em ouvir as organizações de gestão dos Estados, municípios e da União; e em ouvir também a universidade, a academia, e aqueles que são diretamente atingidos por essa situação”, disse. “Conseguimos identificar quais eram os elementos decisivos para que essa situação fosse resolvida com equilíbrio”, complementou.
Rebelo considerou o novo Código Florestal a maior reforma microeconômica que o Brasil conheceu nos últimos anos, por trazer segurança jurídica e organizar produção da agricultura e pecuária. Segundo ele, o governo está unificado sobre os avanços do Código.
Outras menções à SBPC
Rebelo citou ainda o diálogo que houve com a SBPC. “Hoje mesmo falei com a presidente da SBPC (Helena Nader), que não conseguiu aqui prestar o seu depoimento, mas também avalia que esse Código é um avanço importante para a legislação ambiental e florestal do Brasil.”
Na audiência pública, a SBPC foi citada por três palestrantes. A especialista em biodiversidade, a bióloga Nurit Bensusan, assessora do Instituto Socioambiental (ISA), discordou do ministro Aldo Rebelo e disse que, ao contrário do que disse, a SBPC produziu estudos mostrando os retrocessos que o Novo Código Florestal traria à biodiversidade brasileira.
“Qual o sentido de se manter no Código Florestal os dispositivos que minam a função ambiental das florestas e colocam em xeque o meio ambiente equilibrado, os direitos de todos os brasileiros e trazem riscos as atividades econômicas que dependem do meio ambiente?”, questionou a especialista.
Em novembro de 2015 a SBPC havia encaminhado carta ao ministro Luiz Fux, sobre os retrocessos do novo Código Florestal e lembrando que, durante o processo de formulação da lei, a SBPC e ABC apresentaram contribuições críticas ao debate, com “fundamentações científicas, tecnológicas, econômicas, sociais e ambientais sólidas que poderiam ter sido usadas para se construir um Código Florestal mais inovador e atual, o que lamentavelmente não aconteceu”.
Esclarecimentos da Procuradoria Geral da República
No fim da audiência, o ministro Luiz Fux disse que as ações questionam praticamente todo o Código Florestal. Ele disse que o debate trouxe vários argumentos sobre os quais o STF não tinha conhecimentos. “Uma coisa é discutir a questão jurídica, outra é discutir questões relativas ao meio ambiente, com base científica de segmentos especializados. Ouvimos aqui problemas relacionados ao impacto ambiental, à produção de alimentos, ao desmatamento, multas, desproteção do pequeno agricultor”.
A procuradora Sandra Verônica Cureau, da Procuradoria-Geral da República, que ajuizou três ações, acompanhou a audiência do lado da plateia, e disse que o Código Florestal representa um retrocesso para proteção e conservação do meio ambiente. “As três ADIs que ajuizei quando estava no exercício do cargo de procurador geral da República questionam a anistia concedida aos que desmataram antes de 2008, questionam a redução da proteção às áreas de preservação permanente, e questionam a redução de proteção das áreas de reserva legal”, disse.
Ela disse que 58 dos artigos do novo Código Florestal (de um total de mais de 60 artigos) são questionados, razão pela qual ajuizou três ações, porque seria muito difícil fazer em uma única ação tantos questionamentos e tantas impugnações com violação ao meio ambiente.
Por Viviane Monteiro, Jornal da Ciência / SBPC.
in EcoDebate, 20/04/2016
Opiniões e argumentos apresentados na audiência pública no STF sobre novo Código Florestal
O Supremo Tribunal Federal (STF) realizou nesta segunda-feira (18) audiência pública que discutiu questões relativas ao novo Código Florestal. O evento foi conduzido pelo ministro Luiz Fux, relator de quatro Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs 4901, 4902, 4903 e 4937) contra dispositivos da Lei 12.651/2012, que alteraram o marco regulatório da proteção da flora e da vegetação nativa no Brasil.
Ao abrir o evento, o ministro explicou que as audiências públicas são convocadas quando o STF é instado a solucionar questões de cunho interdisciplinar. “E esse é o caso da questão referente ao Código Florestal, que transcende a mera questão jurídica, trazendo diversos elementos que interessam aos segmentos científico e acadêmico e à sociedade em geral”, disse o ministro.
De acordo com Fux, os participantes da audiência colaboram com a Corte para que a decisão do Supremo seja o mais aproximada possível da realidade ambiental e legitimada democraticamente.
Vejam, abaixo, os links para as apresentações dos participantes da audiência:
in EcoDebate, 20/04/2016
Ilha de calor, artigo de Roberto Naime
[EcoDebate] Ilha de calor é um fenômeno climático que ocorre a partir da elevação da temperatura de uma área urbana, se comparada a uma zona rural ou a outra área urbana mais ventilada ou com áreas verdes mais relevantes.
Isso quer dizer que nas cidades, especialmente nas grandes, a temperatura é superior a de áreas periféricas, consolidando literalmente “ilhas”.
Ilha de calor ou ilha de calor urbana (ICU) é a designação dada à distribuição espacial e temporal do campo de temperatura sobre a cidade que apresenta um máximo, definindo uma distribuição de isotermas que faz lembrar as curvas de nível da topografia de uma ilha, dai a origem do nome ilha de calor.
A oscilação de temperatura entre o centro de uma grande cidade pode variar entre 4°C, 6°C ou até mesmo mais de 10°C, o que proporciona muitos inconvenientes à população em virtude dos incômodos que o calor excessivo provoca.
Sem contar que ocasiona um significativo incremento no consumo de energia elétrica, usada para funcionar refrigeradores e aparelhos de ar condicionado, principalmente para climatizar residências, escolas, universidades, comércios e indústrias.
Ilha de calor é um fenômeno típico dos grandes centros urbanos e pode ser percebida em períodos diurnos e noturnos, mas o ápice da diferença de temperatura entre áreas urbanas e rurais acontece ao anoitecer, pois a área rural resfria mais rápido do que a urbana.
Nas áreas onde ocorrem intervenções antrópicas, existem muros, calçadas, asfaltos e todo tipo de edificação recebem durante o dia luz e calor do Sol e esse fica retido por mais tempo, proporcionando a diferença de temperatura entre as áreas em questão. As ilhas de calor também podem ser relacionadas comparando diferentes áreas urbanas.
Na área rural e florestal a cobertura vegetal possibilita o processo de evaporação e evapo-transpiração, amenizando as temperaturas, o que não acontece nas grandes cidades que estão impermeabilizadas e sem cobertura vegetal. E entre diferentes partes das cidades, com maior ou menor quantidade de construções ou com maiores ou menores quantidades de áreas urbanas.
O efeito de ilha de calor nos países de latitudes médias, frios ou temperados, é mais marcado no período noturno, e a sua intensidade é função não linear da população urbana.
Nas cidades de latitudes subtropicais e tropicais devido a alta intensidade da radiação solar incidente as ilhas de calor urbanas ocorrem durante o dia, agravando a sensação e o desconforto devido a elevação da temperatura e à redução da umidade relativa do ar.
Nas cidades de clima frio, a ICU tem ocorrência noturna, o que é mais favorável para o conforto térmico da população durante as noites, reduzindo a necessidade de sistemas de aquecedores para aquecimento noturno.
Com base em analise de imagem termal de satélite ambiental, a cidade de São Paulo apresenta temperatura da superfície no centro da conurbação urbana de até 10 graus Celsius maiores que as temperaturas registradas em locais mais arborizados.
A brisa urbana carrega o ar mais fresco e úmido da região periférica para o centro urbano, tentando restabelecer as condições mais amenas da temperatura e umidade relativa do ar, e ao mesmo tempo concentra a umidade no topo do domo térmico.
As ilhas de calor urbanas são favoráveis ao aumento da temperatura no inverno nas cidades de latitudes médias, mas provocam muito desconforto nas cidades de clima tropical e quente.
A ilha de calor é um fenômeno também caracterizado pelo aumento da precipitação convectiva.
As ilhas de calor agravam as ondas de calor, com consequências sobre o aumento da mortalidade de idosos e doentes que apresentem redução em sua capacidade de termo-regulação corpórea e de percepção da necessidade corpórea de hidratação como pessoas idosas e pacientes com doenças mentais ou de mobilidade.
Ilhas de calor podem ser potencializadas por efeitos da poluição do ar, por fontes antrópicas de calor, por mudanças no balanço de radiação, pelos efeitos da redução das áreas verdes, pelo uso de materiais muito absorvedores da radiação solar, ou seja de baixa refletividade e pela redução do fator de visada do céu pelos cânions urbanos.
Referências:
FREITAS, Eduardo De. “Ilha de calor”; Brasil Escola. Disponível em <http://www.brasilescola.com/geografia/ilha-de-calor.htm>. Acesso em 03 de novembro de 2015.
Dr. Roberto Naime, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em Geologia Ambiental. Integrante do corpo Docente do Mestrado e Doutorado em Qualidade Ambiental da Universidade Feevale.
Sugestão de leitura: Celebração da vida [EBook Kindle], por Roberto Naime, na Amazon.
in EcoDebate, 20/04/2016
"Ilha de calor, artigo de Roberto Naime," in Portal EcoDebate, ISSN 2446-9394, 20/04/2016,https://www.ecodebate.com.br/2016/04/20/ilha-de-calor-artigo-de-roberto-naime/.
A árvore, conto de de Laís Vitória Cunha de Aguiar
Imagem: EBC
[EcoDebate] Para qualquer transeunte presente naquela rua, ele parecia perdido. A verdade, porém, estava longe disso.
O único local em que se perdia era no passado das suas próprias memórias.
A movimentada rua, cheia de pessoas usando máscaras para respirar, atolada de carros e máquinas, transparecia ao senhor, através do singelo véu do tempo, diferente.
Em sua memória a quantidade de carros e gente era drasticamente menor, e já a de árvores, maior.
Algo inédito no presente, porém comum no passado, o fazia sorrir: crianças brincando na rua.
Primeiramente via a si mesmo correndo atrás de uma bola, tentando alcançar um gol.
Depois, observava os jovens enquanto passava pela rua, que já não era mais a mesma, a quantidade de árvores diminuíra e a qualidade do ar era bem pior.
Ele olhava com especial carinho por duas memórias.
A primeira era de si mesmo experimentando a água da chuva, a cabeça para trás, os olhos fechados para sentir as gotas. Felicidade momentânea, porém infinita.
A outra era de sua melhor amiga de infância se balançando em uma árvore, rindo para o ar.
‘Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, diriam.’- Os jovens não eram mais os mesmos, pensava o senhor.
Mas a verdade resta solene nos sentimentos humanos, os quais são imutáveis. Se as crianças não mais sentiam o gosto da chuva, era porque esta estava tóxica, se não se balançavam nas árvores, era porque não havia mais árvores.
Ele andou lentamente pela rápida multidão, sendo que os apressados esbarraram nele diversas vezes.
Não ligava. A pressa pertence ao presente, e a calma ao passado.
Carregava um regador vermelho pela movimentada rua vestida de cinza.
Uma única árvore restara em toda rua. Sua árvore. Cuidaria dela pelo resto da vida, assim como cuidou da própria vida.
Por trás da máscara de oxigênio havia um sorriso. Sentia-se feliz como se fosse criança, afinal estava cuidando do último símbolo de sua infância. O último fio vivo que o ligava ao passado.
Com seu regador vermelho regou a árvore lentamente, com uma paciência pertencente somente aos que amam.
Regava também sua esperança, esperança de que um dia as pessoas se erguessem e lutassem contra o cinza que sua vida estava se tornando, o que incluía sua saúde, pois lera recentemente que o mundo gastou 7.3 bilhões de dólares só em 2015 com doenças respiratórias causadas por poluição atmosférica (estudo da AWEA).
De onde vem essa poluição atmosférica? Dos combustíveis que poluem, do petróleo que mata.
Esse senhor passara a vida procurando por soluções tecnológicas para poluição, alternativas sustentáveis.
Muitas vezes fora bem sucedido em sua empreitada, porém quem gostaria de mudar algumas práticas? Poucas pessoas.
Seus esforços perderam-se entre um novo carro da moda e um novo celular. A árvore, para ele, representava vida e esperança na renovação, que sempre ocorre, assim como as folhas da árvore sempre se renovam, e, apesar de todas serem verdes, são sempre diferentes.
A questão é que devemos mudar hoje, pois se não mudarmos a raiz da nossa árvore pode se exaurir, e como todos sabem isso significa o fim.
Laís Vitória Cunha de Aguiar, 19, é ativista ambiental, estudante de Ecologia da UFPB e comunicadora popular pela Adopt a Negotiator, uma organização mundial que engloba jovens de diversos países com objetivo de divulgar o que ocorre nas negociações climáticas.
in EcoDebate, 19/04/2016
"A árvore, conto de de Laís Vitória Cunha de Aguiar," in Portal EcoDebate, ISSN 2446-9394, 19/04/2016, https://www.ecodebate.com.br/2016/04/19/a-arvore-conto-de-de-lais-vitoria-cunha-de-aguiar/.
Educação Ambiental no Ensino Fundamental, artigo de Antonio Silvio Hendges
[EcoDebate] A educação ambiental ainda está em processo de desenvolvimento de suas metodologias e práticas pedagógicas, sejam direcionadas ao ensino formal nos currículos escolares ou na capacitação da sociedade para o reconhecimento do meio ambiente como espaço socialmente construído. A Conferência de Estocolmo em 1972 foi a primeira reunião internacional sobre este tema; a Conferência de Belgrado em 1975 reuniu especialistas em educação e meio ambiente; os congressos internacionais de Tbilisi em 1977 e Moscou em 1987 ampliaram os debates e estabeleceram princípios e diretrizes.
A partir da Rio-92 a educação ambiental ganhou impulso com a Agenda 21 que estimula o desenvolvimento de ações locais sintonizadas com as questões e problemas ambientais globais. Nesta conferência, a participação da sociedade civil contribuiu com o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global. A Rio + 20 atualizou os documentos anteriores e apontou a necessidade de parcerias entre a sociedade, o Estado e os setores produtivos no desenvolvimento dos programas e projetos de educação ambiental, nas escolas e na sociedade.
No Brasil, a educação ambiental está institucionalizada através da Lei 9.795/1999 e no artigo 1º define que “Entende-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade”. É componente essencial da educação nacional e deve estar presente em todos os níveis e modalidades dos processos educativos formais no âmbito dos currículos escolares, não como componente específico, mas inter, multi e transdisciplinar, ou informais nos projetos e programas destinados à capacitação da sociedade.
No Ensino Fundamental, que corresponde aos primeiros nove anos de escolarização, a educação ambiental é essencial na formação de consciências cidadãs, valores, comportamentos, atitudes, ações e processos continuados que considerem o meio ambiente socialmente construído em seus aspectos culturais, científicos, técnicos e humanos em diálogo e respeito com a biodiversidade, os recursos hídricos, a preservação e conservação dos recursos naturais, a educação para o consumo e o estímulo às relações sociais, ambientais e econômicas positivas, que a partir das comunidades escolares contribuam para uma sociedade ambientalmente saudável.
A primeira ação para uma educação ambiental de qualidade é a decisão administrativa de identificar os aspectos ambientais da escola e da comunidade escolar, de forma participativa, que estabeleça as especificidades e possibilite o planejamento adequado da gestão destes aspectos, relacionando-os com o Projeto Político Pedagógico das instituições. A criação de comissões, comunidades e coletivos educadores de meio ambiente e qualidade de vida nas escolas e suas comunidades são ações que fortalecem, impulsionam e integram os diferentes sujeitos necessários à educação ambiental contextualizada e eficaz. Gestão dos resíduos orgânicos, recicláveis e tecnológicos, áreas verdes e hortas escolares, racionalidade no uso de água e energia, adequações para conforto térmico, acústico e iluminação, ocupação criativa e integrada dos espaços são fundamentais às instituições de ensino fundamental como suportes dos projetos pedagógicos de educação ambiental.
Nos aspectos curriculares, os conteúdos e atividades devem dialogar com as representações sociais¹ dos alunos sobre o meio ambiente, contextualizando e capacitando para a cidadania socioambiental individual e coletiva. Nos anos iniciais – 1º ao 5º anos – em que o ensino é globalizado, além de aspectos informativos básicos, é indispensável uma educação vivencial, contatos e observações dos espaços naturais e construídos com seus aspectos e impactos, atividades ao ar livre, identificação dos contextos como aprendizagem sobre o meio ambiente e a natureza. O desenvolvimento de hábitos individuais e coletivos saudáveis e pró-ativos também são parte da educação ambiental nos anos iniciais do ensino fundamental.
Nos anos finais – 6º ao 9º anos – em que os componentes curriculares são específicos, o enfoque pode ser ampliado com informações sobre o ambiente como objeto de aprendizado e a transmissão de conhecimentos gerais, específicos e técnicos que viabilizem a avaliação das ações individuais e sociais nas relações humanas com o meio ambiente, capacitando para a construção e desenvolvimento de projetos socioambientais com enfoques e objetivos determinados ou temporalmente mais amplos, seja nas comunidades escolares ou na sociedade. Indispensável o desenvolvimento de uma visão crítica dos processos históricos de formação da sociedade em seus aspectos econômicos, ambientais, tecnológicos e sociais.
A capacitação dos educadores do Ensino Fundamental é um aspecto essencial para que desenvolvam metodologias dialógicas, que contribuam além dos aspectos teóricos e possibilite a elaboração de projetos, soluções, ações cidadãs e contextualizadas com as realidades específicas das comunidades escolares como partes integrantes e integradas às realidades socioambientais locais, regionais, nacionais e globais. Esta capacitação dos educadores, além de parte integrante em suas formações, deve ser realizada pelos órgãos gestores da educação, mas também são indispensáveis projetos que realizem o diálogo e a aproximação entre a educação ambiental formal e informal, a(s) escola(s) e a sociedade, a educação e as diversas partes interessadas nas suas possibilidades como instrumento essencial da construção coletiva necessária ao presente e futuro.
¹ Representações sociais são um conjunto de princípios que interagem e são compartilhados por diferentes grupos que atuam na sociedade, que compreendem e transformam suas realidades a partir delas. Possuem caráter transversal e multidisciplinar amplo e podem referenciar a formação de conceitos articuladores entre diferentes práticas e conhecimentos. Com o desenvolvimento tecnológico e científico, a globalização econômica e a sociedade da informação, as representações sociais tornam-se referência indispensável nas pesquisas sobre assuntos contemporâneos como a educação ambiental. “O caráter social das representações transparece, […], na função específica que elas desempenham na sociedade, qual seja, a de contribuir para os processos de formação de condutas e de orientação das comunicações sociais” (REIGOTA, 2001, p. 69).
REFERÊNCIAS:
– Agenda 21. Disponível em: http://www.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental/agenda-21/agenda-21-global
Lei 9.795/1999. Política Nacional de Educação Ambiental. Disponível em:http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9795.htm
– Projeto Escolas Sustentáveis – O futuro está presente! Disponível em:http://www.cenatecbrasil.blogspot.com.br/2013/12/escolas-sustentaveis.html
– Reigota, Marcos. Meio ambiente e representação social. 4ª ed. São Paulo, Editora Cortez, 2001.
– Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/educacaoambiental/tratado.pdf
– Vamos cuidar do Brasil: conceitos e práticas em educação ambiental na escola. Ministério da Educação, Coordenação Geral de Educação Ambiental: Ministério do Meio Ambiente, Departamento de Educação Ambiental: UNESCO, 2007. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/publicacao3.pdf
Antonio Silvio Hendges, Articulista no EcoDebate, Professor de Biologia, Pós Graduação em Auditorias Ambientais, assessoria em educação ambiental e resíduos sólidos –www.cenatecbrasil.blogspot.com.br
in EcoDebate, 19/04/2016
"Educação Ambiental no Ensino Fundamental, artigo de Antonio Silvio Hendges," in Portal EcoDebate, ISSN 2446-9394, 19/04/2016,https://www.ecodebate.com.br/2016/04/19/educacao-ambiental-no-ensino-fundamental-artigo-de-antonio-silvio-hendges/.
Agrobiodiversidade, artigo de Roberto Naime
[EcoDebate] A agrobiodiversidade é um termo amplo que inclui todos os componentes da biodiversidade que têm relevância para a agricultura e alimentação, bem como todos os componentes da biodiversidade que constituem os agroecossistemas.
São as variedades e a variabilidade de animais, plantas e de microrganismos, nos níveis genético e de espécies. E dos ecossistemas nos quais se inserem e que são necessários para sustentar as funções dos agroecossistemas, suas estruturas e processos.
Num conceito mais sintético, a agrobiodiversidade pode ser compreendida como a parcela da biodiversidade utilizada pelo homem na agricultura, ou em práticas correlatas, e na natureza, de forma domesticada ou semi-domesticada.
A agrobiodiversidade é o conjunto de espécies da biodiversidade utilizada pelas comunidades locais, povos indígenas e agricultores familiares. Estas diferentes comunidades conservam, manejam e utilizam os diferentes componentes da agrobiodiversidade.
Agrobiodiversidade (agrobiodiversity) tem como sinônimo biodiversidade agrícola ou “agricultural biodiversity”.
O conceito de agrobiodiversidade reflete as dinâmicas e complexas relações entre as sociedades humanas, as plantas cultivadas e os ambientes em que convivem, repercutindo sobre as políticas de conservação dos ecossistemas cultivados, de promoção da segurança alimentar e nutricional das populações humanas, de inclusão social e de desenvolvimento local sustentável.
A biodiversidade ou diversidade biológica é a diversidade de formas de vida engloba três dimensões de variabilidade. A diversidade de espécies, a diversidade genética que é a variabilidade dentro do conjunto de indivíduos da mesma espécie e a diversidade ecológica, que se refere aos diferentes ecossistemas e paisagens.
Isso ocorre também em relação à agrobiodiversidade, que inclui a diversidade de espécies de plantas cultivadas, como o milho, o arroz, a abóbora, o tomate e outras, a diversidade genética como variedades diferentes de milho, feijão e outros e a diversidade de ecosssistemas agrícolas ou cultivados como os sistemas agrícolas tradicionais de queima e pousio, também chamados de coivara ou itinerantes, os sistemas agroflorestais, os cultivos em terraços e em terrenos inundados e outros.
Os agroecossistemas são áreas de paisagem natural transformadas pelo homem com o fim de produzir alimento, fibras e outras matérias-primas. Uma das características dos agroecossistemas é a predominância de espécies de interesse humano e uma organização espacial que estrutura e facilita o trabalho de produção, segundo Kátia Marzall.
Em alguns casos, o desaparecimento de uma variedade pode não levar necessariamente à perda da diversidade genética, já que os seus genes podem existir também em outras variedades.
Mas as variedades representam uma combinação única de genes, com valor, funcionalidade e utilidade única. Estima-se ainda que a perda de uma planta pode causar o desaparecimento de quarenta tipos de animal e inseto, que dela dependem para sobreviver, além de combinações genéticas e moléculas únicas na natureza.
É isto que transgênicos colocam em risco. Por meros interesses financistas. Mas não se deseja pautar a crítica nesta dimensão. Lucro é a base do sistema social e não se deseja praticar este questionamento.
A autopoiese sistêmica dominante necessita ser alterada. Pois hoje só o consumismo garante a manutenção dos círculos virtuosos da sociedade. Aumento de consumo gera maiores tributos, maior capacidade de intervenção estatal, maior lucratividade organizacional e manutenção das taxas de geração de ocupação e renda. O consumismo precisa ser substituído pela idéia de satisfazer as necessidades dentro de ciclos.
Um outro mundo é possível, mesmo dentro da livre iniciativa. Ocorre enfatizar que nenhum manifesto é contra a livre-iniciativa. Que sempre foi e parece que sempre será o sistema que melhor recepciona a liberdade e a democracia. Mas uma nova autopoise sistêmica para o arranjo social, é determinante para garantir a vida.
Referências:
KLOPPENBURG, J. & KLEINMAN, D. “Plant germplasm controversy: analyzing empirically the distribution of the world´s plant genetic resources” BioScience. Washington: American Institute of Biological Sciences, v. 37, nº 3, p.190-198, 19
MARZALL, K. “Fatores geradores da agrobiodiversidade – Influências socioculturais” Revista Brasileira de Agroecologia, Porto Alegre: Associação Brasileira de Agroecologia, v. 2, n. 1, p. 237-240, fev. 2007.
Dr. Roberto Naime, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em Geologia Ambiental. Integrante do corpo Docente do Mestrado e Doutorado em Qualidade Ambiental da Universidade Feevale.
Sugestão de leitura: Civilização Instantânea ou Felicidade Efervescente numa Gôndola ou na Tela de um Tablet [EBook Kindle], por Roberto Naime, na Amazon.
in EcoDebate, 19/04/2016
"Agrobiodiversidade, artigo de Roberto Naime," in Portal EcoDebate, ISSN 2446-9394, 19/04/2016, https://www.ecodebate.com.br/2016/04/19/agrobiodiversidade-artigo-de-roberto-naime/.
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