Sobre a importância dos quintais, cada vez mais desaparecidos e, com isso, as nossas raízes também.
sábado, 14 de dezembro de 2013
Fiocruz-Bahia Estuda Efeito de Plantas da Flora Brasileira para Combater o Câncer
Data: 10.12.2013
Emile Conceição*
Agência de Ciência e Cultura da UFBA
Cerca de 76% dos medicamentos existentes para o tratamento do câncer utilizam substâncias derivadas de produtos naturais. A grande maioria deles foi produzida por norte-americanos. Apesar de muitas dessas substâncias serem encontradas em plantas oriundas da flora nacional, nenhum dos remédios foi produzido por cientistas brasileiros, ainda.
Daniel Pereira Bezerra, pesquisador da Fiocruz Bahia, está no comando da pesquisa Óleos essenciais de Plantas da Flora Brasileira: Biodiversidade e Potencial Biotecnológico no Tratamento do Câncer, que tem por finalidade a experimentação de óleos extraídos de plantas brasileiras para a produção de medicamentos de combate ao câncer.
Daniel Bezerra (Foto: Emile Conceição)
O estudo teve início em 2009 quando o professor trabalhava na Universidade Federal de Sergipe (UFS), em parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFC). A partir de 2013 o pesquisador dá continuidade a esses estudos na Fiocruz Bahia, onde trabalha atualmente.
Em entrevista à Agência de Notícias Ciência e Cultura da Ufba, Bezerra informa que os estudos são recentes e as análises são pré-clínicas feitas in vitro e com animais. No entanto, ele afirma que os primeiros resultados obtidos são animadores. “Como é um estudo pré-clínico, estamos realizando uma triagem em diversos tipos de tumores”, explica. Segundo ele, foi alcançado êxito em experimentos com cânceres de “mama, próstata, leucemia, melanoma, glioblastoma, carcinoma de fígado, ovário e cólon”, diz.
“Apesar disso, ainda há um longo caminho a ser percorrido até os testes em pessoas e a comercialização dos remédios”, esclarece. “Em média uma pesquisa dessa natureza dura por volta de 10 a 15 anos. Estima-se que a cada 10 mil compostos estudados, cerca de 250 apresentam algum tipo de atividade promissora, 5 chegam aos estudos clínicos e apenas 1 é registrado como medicamento”, informa.
Foto: Emile Conceição
Questionado se durante as análises foi identificado algum efeito tóxico com a utilização das substâncias em teste, o professor respondeu: “No nível em que estamos e com as doses que foram avaliadas, até o momento, não foi identificado nenhum risco. Mas ainda são necessários muitos outros testes”.
As plantas que estão sob análise são Guatteria blepharophylla, Guatteria hispida, Guatteria friesiana, Lippia gracilis, Xylopia laevigata, Xylopia frutescens, Guatteria pogonopus, Annona pickelii, Annona salzmannii, Hancornia speciosa, Jatropha curcas, Kielmeyera rugosa e Hyptis cálida, todas nacionais.
O pesquisador credita a escolha dessas espécies para a realização dos experimentos ao fato delas já serem reconhecidas por outros estudiosos da área, mas também à utilização popular delas no combate a problemas de saúde, inclusive do câncer. “Essas plantas já vinham sendo estudadas por grupos de química da Universidade Federal de Sergipe e também por outros grupos”, esclarece.
“Nós já tínhamos um estudo etnofarmacológico, onde selecionamos plantas que já possuem utilização popular para o tratamento do câncer ou para outros tipos de terapia e avaliamos se elas, realmente, têm esse efeito através de modelos experimentais”, complementa.
De acordo com Daniel, chás e garrafadas feitas com várias espécies de plantas são amplamente usadas pela população nordestina para o tratamento do câncer. A Hancornia speciosa, por exemplo, tem seu látex extraído e comercializado em feiras da cidade de Santa Luzia do Itanhy, interior de Sergipe. “Normalmente, as pessoas associam o tratamento popular com o médico. Até por esse motivo não dá para avaliar se a utilização dessas plantas contribuiu para a cura. Por isso, as experimentações que fazemos são importantes”, finaliza.
O médico e pesquisador do Instituto de Ciências da Saúde (ICS) da Universidade Federal da Bahia, Ramon El-Bachá, que também trabalha com testes para identificar substâncias extraídas de plantas com potencial anticancerígeno para o tratamento de tumores cerebrais, é ainda mais cauteloso ao falar sobre o assunto.
El-Bachá alerta para o risco de se divulgar nomes de plantas que possuem componentes eficazes para o tratamento de doenças. “Quando divulgamos informações positivas sobre a possibilidade curativa de uma planta o indivíduo leigo pode pensar que aquilo já está comprovado e que o consumo humano já foi liberado. Antes, precisamos fazer a sociedade entender o longo caminho de estudos até a chegada de um medicamento às farmácias”, explica.
Em vez de apontar os espécimes utilizados nas experiências, ele prefere falar os nomes de algumas famílias de substâncias estudadas nas quais se encontraram potencialidade para o tratamento do câncer. “Flavonoides, xantonas, cumarinas, terpenos, são alguns dos componentes que extraímos de plantas e que obtiveram resultado interessante”, cita.
“Ainda não temos nenhuma substância que eu possa dizer que um dia se tornará um bom remédio para tratar tumores cerebrais. Mas, temos que continuar garimpando, pois se ninguém o fizer não encontraremos nada”, esclarece.
De acordo com o professor, a maior parte das substâncias testadas in vitro não passam pelos testes em animais. “Muitas vezes o efeito positivo identificado anteriormente não ocorre ou pode ser identificado que o componente é tóxico para a cobaia. Então temos que abandoná-la no meio do caminho”, finaliza.
Medicina Popular
O Brasil, país cuja população em grande parte descende dos povos africanos e indígenas, cultiva uma tradição na medicina popular. A utilização de chás, emplastros, garrafadas e uma série de medicamentos produzidos de forma artesanal e a partir de plantas é um hábito bastante praticado pela população brasileira, sobretudo nas regiões norte e nordeste.
Pessoas que buscam alternativas aos remédios farmacêuticos ou que querem complementar um tratamento da medicina tradicional são alguns dos adeptos. Porém, é necessário dizer que, em caso de doença, a avaliação médica é extremamente necessária. Inclusive, já existe uma prática regulamentada para uma utilização segura das plantas medicinais: a fitoterapia.
Algumas plantas da pesquisa mencionada também são utilizadas pela população para o tratamento de doenças, na alimentação e para o combate ou alívio de diversos males relacionados à saúde. Conheça um pouco sobre essas espécies e como elas são utilizadas:
Ilustração: Carlos Reis
Xylopia laevigata (Meiu ou Pindaíba) – Planta pertence à família Annonaceae, que inclui cerca de 150 espécies entre árvores e arvoretas aromáticas das quais 40 espécies são encontradas na América Tropical. Conhecida popularmente como Meiu ou Pindaíba, é utilizada na medicina popular nordestina para vários propósitos. Suas folhas e flores são usadas para dores em geral, doença do coração e para combater inflamações. É amplamente encontrada em áreas remanescentes de Mata Atlântica.
Xylopia frutescens (Embira, embira-vermelha ou pau carne) – Planta medicinal encontrada nas Américas Central e do Sul, África e Ásia. No Brasil, é popularmente conhecida como embira, embira-vermelha ou pau carne. Suas sementes são utilizadas na medicina popular como estimulante da bexiga, para provocar a menstruação, e para combater o reumatismo, halitose, cárie dentária e doenças intestinais. Na Guiana as sementes são utilizadas no lugar da pimenta e no Panamá, as folhas são utilizadas para tratar a febre.
Annona salzmannii (Araticum-bravo, araticum-da-mata e araticum-apé) – Popularmente conhecida como araticum-bravo, araticum-da-mata e araticum-apé. Predominante na restinga arbórea e na zona da mata da costa do nordeste brasileiro, além de ocorrer do sudeste da Bahia até São Paulo. Em Sergipe é considerada uma espécie típica da flora sergipana e várias de suas partes, caule, folhas e raiz, apresentam uso na medicina popular para o tratamento de doenças, como verminoses, disenteria, úlceras e inflamações. O araticum possui também um fruto em formato de coração e polpa doce que é muito apreciado pelos nordestinos.
Hancornia speciosa Gomes (mangabeira, mangabinha-do-norte) – Árvore frutífera pertencente à família Apocynaceae e nativa das Regiões Centro-Oeste, Norte, Nordeste e Sudeste do Brasil. Ocorre com maior abundância nas áreas de tabuleiros costeiros e baixadas litorâneas do Nordeste, onde seu fruto é bastante apreciado. Além do consumo in natura, o fruto é utilizado na fabricação de xaropes, doces, compotas, vinhos, vinagre, sucos e sorvetes. Na medicina popular, as cascas de Hancornia speciosa são usadas em infusões para o tratamento de hipertensão, úlcera gástrica e doenças inflamatórias. É utilizada também para tratar doenças pulmonares, tuberculose, dor de barriga, diabetes, perda de peso e dermatoses.
Ilustração: Carlos Reis
Jatropha curcas (Pinhão branco, pinhão manso, pinhão-paraguaio, pinhão-de-purga, pinhão-de-cerca, purgante-de-cavalo, mandubiguaçú, figo-do-inferno, purgueira e pinhão croá) – A espécie pertence à família Euphorbiaceae, a mesma da mamona e da mandioca. Sua utilização na medicina popular é relatada em vários países, principalmente para o tratamento de infecções e inflamações, como por exemplo: tratamento de artrite, gota, icterícia, alergias, entre outros. O pinhão manso é encontrado em quase todas as regiões intertropicais, estendendo-se à América Central, Índia e Filipinas, até mesmo às zonas temperadas, em menor proporção. No Brasil, ocorre praticamente em todas as regiões, mas é encontrada principalmente nos estados do Nordeste, em Goiás e em Minas Gerais.
Lippia gracilis Schauer (Alecrim-da-chapada, alecrim-de-serrote e candeia-de-queimar) – Espécie típica do nordeste brasileiro, própria do semi-árido. É encontrada predominantemente nos estados da Bahia, Sergipe e Piauí. É usada para diversos fins medicinais como tratamento de doenças da pele, infecções da garganta e boca, problemas vaginais, tratamento da acne, panos brancos, impigens, caspa, queimaduras, feridas, úlceras, gripe, tosse, sinusite, bronquite, congestão nasal, dores de cabeça, icterícia e paralisia. Normalmente, suas folhas são usadas para preparar infusão, decocção ou chá, também é feito um macerado em álcool para aplicação tópica.
Sobre o câncer
Não é novidade para ninguém que o câncer é uma doença muito perigosa que mata milhões de pessoas por ano em todo o mundo. Em pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde vários tipos de câncer foram incluídos na lista das 20 doenças que mais levaram seus portadores a óbito no Brasil, entre os anos 2000 e 2010. Entre eles, o câncer de pulmão (8ª posição), o câncer de estômago (11ª posição), o câncer de mama (14ª posição), o câncer de próstata (15ª posição), o câncer de cólon, reto e ânus (19ª posição).
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer é uma doença provocada pelo aumento desordenado das células que invadem órgãos e tecidos e, que pode se espalhar por diversas partes do corpo. As células cancerígenas se multiplicam formando tumores que podem ser malignos ou benignos. O que diferencia as duas formas é a velocidade com que suas células se multiplicam. Nos tumores malignos há maior velocidade de multiplicação, quanto que nos benignos essa é menor.
As causas da doença são variadas, podendo ser de caráter interno ou externo ao organismo do doente. As de caráter interno são as congênitas, ou seja, são atribuídas a questões genéticas. As de caráter externo são causadas por hábitos culturais ou sociais do doente, a exemplo do tabagismo, maus hábitos alimentares, alcoolismo, excesso de radiação solar, uso indiscriminado de medicamentos, entre outros.
De acordo com a estimativa divulgada pelo Ministério da Saúde, no dia 27 de novembro, os cálculos para 2014 apontam a ocorrência de 576.580 mil casos novos da doença entre brasileiros e, destes 52% acometerão homens.
Estima-se que o câncer da pele do tipo não melanoma continuará sendo o mais incidente na população brasileira afetando cerca de 182 mil pessoas, seguido pelos tumores de próstata, mama feminina, cólon e reto, pulmão, estômago e colo do útero.
* Estudante de Jornalismo da Ufba e estagiária da Agência de Notícias em Ciência, Tecnologia e Inovação
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Farmácia viva beneficia pecuaristas
Plantas medicinais são base para a produção de fitoterápicos que ajudam no tratamento de doenças e no controle de pragas para a criação de animais
Breno Fonseca
12/12/2013
Muitas vezes consideradas como pragas pelos agricultores, as plantas medicinais podem ser usadas como fitoterápicos na pecuária. Entre os benefícios das espécies com características antibióticas e antiinflamatórias, estão o controle das verminoses em bovinos e ovinos e a eliminação de carrapatos. Cultivadas em hortas domésticas ou comerciais, as plantas desinfetantes substituem os sintéticos desenvolvidos em laboratório, o que garante aos produtores uma nova atividade e a sanidade animal.
De acordo com Mara Helena Saalfeld, assistente técnica do escritório regional de Pelotas (RS) da Emater, espécies medicinais como a carqueja, picão preto, eucalipto e marcela, símbolo do Estado do Rio Grande do Sul, tem seu poder de cura atestado desde cinco mil anos antes de Cristo e, até 1928, eram utilizadas na confecção de todos os medicamentos. É justamente esse resgate que a pesquisa da Emater pretende realizar.
– Nós podemos citar alguns trabalhos com vermífugos para bovinos e ovinos que mostram que a folha de bananeira, a erva de santa maria e sementes de abóbora servem para o controle de verminoses. Durante a pré e pós ordenha, por exemplo, é possível deter a mamite a partir do eucalipto. Hoje, no trabalho que a Emater desenvolve com os agricultores familiares deixamos de indicar produtos comprados à base de iodo, passando a oferecer plantas nativas, que tem eficiência em alguns dos principais problemas da pecuária do Brasil – indica Mara Saalfeld.
Outro objetivo do trabalho é não estimular o extrativismo. Segundo Mara, os agricultores devem ter suas próprias hortas, o que pode tornar a atividade em complemento econômico. Ela destaca que as técnicas de manejo para o cultivo não são complicadas. Basta um solo fértil, rico em minerais e matéria orgânica, e irrigado. Além disso, o ideal é que os canteiros não sejam isolados. Afinal, as próprias espécies agem umas sobre as outras como inseticidas. Basta que sejam cultivadas sem riscos de contaminação por agrotóxicos ou qualquer substância química.
– O próprio produtor pode fazer isso. Ele passa a ter seu canteiro, com as plantas que fazem efeito no sistema digestivo, renal, circulatório. Há a possibilidade de se vender gêneros medicinais para laboratórios que produzem medicamentos fitoterápicos. É um excelente resgate de uma cultura milenar, claro que sob prescrição médica. Quando um veterinário recomenda algo para combater uma doença, podemos substituir o remédio pelo fitoterápico natural – ressalta a assistente técnica da Emater.
A composição de chás, pomadas, pulverizadores ou até mesmo a aplicação direta das ervas medicinais podem ser efetuadas pelos próprios pecuaristas. As vantagens do plantio também estão na proximidade entre espécies diferentes. A arruda, por exemplo, afasta insetos e pulgões, assim como o fumo aliado ao sabão. Já a água retirada da folha de bananeira controla verminoses em aves. Tudo para garantir a saúde animal e, consequentemente, a do consumidor.
Para mais informações, basta entrar em contato com o escritório da Emater localizado em Pelotas pelo telefone (53) 3225-7700.
Reportagem exclusiva originalmente publicada em 06/01/2011
Clique aqui, ouça a íntegra da entrevista concedida com exclusividade ao Portal Dia de Campo e saiba mais detalhes da tecnologia.
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Santa Bárbara d’Oeste: Projeto "Naturalmente Saudável" é premiado em Brasília
Publicado em 08.12.2013
O Projeto “Naturalmente Saudável: plantas medicinais, compartilhando uso e saberes”, apresentado pela Prefeitura de Santa Bárbara d’Oeste, foi contemplado na última quarta feira com o 8º Prêmio Caixa Melhores Práticas em Gestão Local, iniciativa desenvolvida pela Caixa Econômica Federal. A ação barbarense, executada no Horto Medicinal do bairro Cruzeiro do Sul e no Viveiro Municipal, foi a única premiada do estado de São Paulo entre as 20 iniciativas premiadas, de um total de 35 projetos finalistas, em cerimônia realizada em Brasília.
O objetivo do prêmio é reconhecer e dar visibilidade aos projetos desenvolvidos com apoio técnico e/ou financeiro da Caixa, que tenham se destacado por sua contribuição ao desenvolvimento sustentável de assentamentos humanos de todo o País. As organizações e entidades premiadas receberam troféus, certificados e a divulgação de suas iniciativas no catálogo da Caixa, além de participarem de filmes e exposições. Os 20 projetos vencedores serão inscritos no Prêmio Internacional de Dubai e em outros prêmios de repercussão nacional e internacional.
Coordenado pela médica sanitarista Nair S. N. Guimarães, com o apoio de servidores da Prefeitura, o projeto desenvolvido no município dispõe do cultivo de sementes de plantas medicinais, capacitando produtores e formando um grupo de estudos sobre a fitoterapia. A prática foi incluída no projeto sócio ambiental do PAC por apresentar cuidados ambientais com uso de vegetação para compostagem, produção orgânica, preservação das espécies e renda. “Atualmente temos 110 espécies de plantas medicinais para uso na forma de farmácia verde, e também a produção de plantas secas para uso em tinturas, confecção de óleos artesanais, sabonetes, xampu e pães integrais”, disse. “Agora estão em andamento a produção de folhetos sobre plantas medicinais e do “Guia de 100 plantas”, além da formação da associação de produtores orgânicos e produtos artesanais, que fortalecerá a geração de renda”, concluiu a profissional.
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Conheça os Mestres Cultura Viva de Jacareí
Maria Libinita de Carvalho, 82 anos
Benzedeira, ela conta que morava em uma área rural e vivia da lavoura quando descobriu que, assim como a mãe e a avó, tinha o dom de amenizar as dores e ajudar as pessoas através do benzimento e da oração. Desde então começou a praticar e a conhecer mais sobre ervas medicinais. Atualmente atende muita gente no bairro onde mora, o Campo Grande. Ela se diz uma pessoa que tem a missão de ajudar o próximo, principalmente as crianças, e por essa razão nunca cobrou para benzer.
Manoel Alves Coutinho, 89 anos
Há mais de 15 anos trabalha com plantas medicinais, cultivando espécies nativas e exóticas em sua residência. Ele conta que a paixão pelas ervas começou por curiosidade: “plantava hortaliças e decidi conhecer mais sobre ervas medicinais, me encantei com a variedade de espécies e mudei de ramo”. Atualmente seu conhecimento sobre as plantas medicinais já virou referência, atraindo muitas pessoas que buscam a cura para alguns males.
José Moreira, o Paco, 92 anos
Artesão, desde os 12 anos de idade fabrica balaios e cestas. Ele conta aprendeu a arte de tecer cipó e bambu com em uma fazenda onde trabalhava na região da cidade de Bananal. Apesar da idade, Paco não se cansa de aprender e sempre tenta aprimorar a técnica e os materiais utilizados na confecção das cestas – atualmente, ele usa cipó reciclado. Paco comercializa seus produtos na feira livre do bairro Jardim Didinha, onde pode ser encontrado aos domingos.
Milton Bezerra dos Santos, o Beija-Flor, 72 anos
Com 5 anos começou a cantar, e descobriu a vocação para o “repente”. Nascido no estado de Alagoas, ele conta que aprendeu cantar ouvindo duplas de repentistas em uma feira-livre que frequentava com a sua mãe. “Comecei a cantar por imitação, mas com 7 anos aprendi a tocar pandeiro e, a partir daí, a me apresentar, ainda em Alagoas. Há 42 anos vim para Jacareí e continuei trabalhando como repentista”, diz. Atualmente se apresenta em eventos e em escolas.
Paulo Roberto Braga, o Paulo Caipira, 67 anos
Músico e compositor, mantém uma oficina no Jardim Emília, onde conserta viola caipira, cavaquinho e violão, um verdadeiro “luthier caipira”. Paulo começou a tocar viola influenciado pelo avô, que também era músico e compositor. O talento da composição lhe rendeu a autoria de 382 músicas, algumas já gravadas em CD. Além de se apresentar em festivais, o músico é professor de viola e rege uma orquestra de música de raiz.
Fotos: Valter Pereira/PMJ
Saberes e fazeres quase imemoriais, repassados de geração a geração e que se mantêm vivos em tempos de alta tecnologia – mas que trazem, em si, o embrião e o alimento das tecnologias: o conhecimento. Da arte de manusear plantas medicinais à técnica de tecer cipós e bambus, passando pelo ritmo e rima do repentista alimentado pelo puro som da viola caipira, tudo abençoado pelos ritos próprios da benzedeira, exemplos da riqueza imaterial que ajudou a moldar tradições ganham em Jacareí o devido reconhecimento.
Resgatar e valorizar pessoas que cultivam esses conhecimentos de origens quase imemoriais que se traduzem em cantos, danças, artesanatos é o objetivo da Fundação Cultural de Jacarehy José Maria de Abreu. Cinco representantes das mais legítimas expressões populares simbolizam a riqueza desse universo e, na sexta-feira, 6 de janeiro, durante os festejos de outra tradição milenar, a Folia de Reis, eles foram agraciados com o Prêmio Mestre Cultura Viva, no Museu de Antropologia do Vale do Paraíba.
Em comum, todos têm a “missão” de compartilhar esses conhecimentos e mantê-los vivos. Seja o encanto pelas plantas medicinais do sr. Manoel, o eterno aprendizado do artesão Paco, do alto de seus 92 anos, a alegria dos repentes do Beija-Flor, a técnica singular do Paulo Caipira ou os dons e a solidariedade da benzedeira Maria Libinita, são algumas das expressões que revelam a riqueza cultural do Brasil e, mais especificamente, do Vale do Paraíba e Jacareí.
“Com essa ação, a Prefeitura de Jacareí atende ao dispositivo legal de salvaguardar o patrimônio cultural de bens de natureza material e imaterial. Jacareí é uma cidade rica culturalmente e a Fundação Cultural, com essa premiação, conseguiu conhecer alguns de nossos mestres”, afirma a presidente da Fundação Cultural de Jacarehy, Sônia Ferraz.
As inscrições para o concurso foram abertas em agosto e, entre os critérios, havia a necessidade de ter acima de 60 anos e residir em Jacareí há pelo menos dois anos. Cada um dos mestres recebeu R$ 2.000, um certificado de Mestre Cultura Viva de Jacareí e uma placa de madeira com os dizeres: “Aqui mora um Mestre da Cultura Popular de Jacareí”.
O Prêmio Mestre Cultura Viva de Jacareí faz parte das estratégias de ação prevista no Plano Nacional de Cultura, que propõe a criação de políticas de transmissão dos saberes e fazeres das culturas populares e tradicionais nas mais variadas manifestações como a língua, a literatura, a música, a dança, os jogos, a mitologia, os rituais, os costumes, o artesanato e a arquitetura, entre outras.
“Nossa proposta sempre foi a de resgatar a diversidade de manifestações culturais e artísticas, e valorizar artistas e artesãos de Jacareí. É uma obrigação que temos para repassar às novas gerações essa riqueza”, comenta o prefeito Hamilton.
[Reportagem publicada no jornal Diário de Jacareí, edição de 7 e 8 de janeiro de 2012]
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O avelós, por João Cabral de Melo Neto
Do livro: Museu de tudo
Uma cerca viva existe
pelo incinerado Nordeste
(a quem o Sul dá sequer
a hora do relógio se a pede)
e que se conserva verde
quando ao redor tudo no Agreste
quartas-feiras de cinza
retira dos baús e veste.
Não é verde para mentir
o incinerado em volta, é adrede:
dá um leite que queima
quem é de fora a desconhece.
Saúde no campo, na floresta e nas águas
Garantir o direito à saúde é dever do Estado. Mas apenas garantir o direito não é suficiente para promover a saúde da população, já que é preciso considerar as particularidades e especificidade das populações do campo, das florestas, das águas e da cidade.
As populações do campo, da floresta e das águas incluem os camponeses, agricultores familiares, trabalhadores rurais assalariados, temporários, assentados e acampados. Também integram esse grupo as comunidades de quilombos e tradicionais, populações que habitam ou usam reservas extrativistas, além de ribeirinhos e pessoas atingidas por barragens, entre outras.
Para garantir às populações o acesso e a participação integral no Sistema Único de Saúde (SUS), foi criada a Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo e da Floresta (PNSIPCF), estabelecida a partir da constituição de tecidos sociais que promovam saúde, incluindo a retomada de práticas tradicionais e do cuidado e atenção à saúde.
A construção da PNSIPC contou com diversos representantes de movimentos sociais, acadêmicos, gestores e outros atores da sociedade também têm contribuído coletivamente para a sua efetivação. Entre os colaboradores estão o Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG) e o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), que têm atuado nas instâncias de gestão participativa dos SUS, alternativas para solucionar as demandas e necessidades da saúde no campo.
O cuidado com o meio ambiente, a preservação da cultura, o respeito ao modo de vida das pessoas, a produção de alimentos saudáveis e sem agrotóxicos, o uso de plantas medicinais são exemplos das temáticas defendidas pelas lideranças sociais. O objetivo é unir os conhecimentos científicos com a sabedoria popular e assim, oferecer melhores alternativas de tratamentos para as pessoas.
O Brasil tem muito a contribuir com a saúde do planeta. É o país detentor da maior biodiversidade do mundo e possui uma grande pluralidade de culturas e conhecimentos populares. Reconhecer e valorizar toda essa diversidade é o desafio.
Data: 11.12.2013
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Movimento de Mulheres Camponesas compartilham conhecimentos tradicionais
A busca pela igualdade de direitos, o fim de qualquer forma de violência, opressão e exploração praticada contra a mulher e a garantia de direitos civis como a saúde são algumas das principais questões que tem mobilizando o Movimento de Mulheres Camponesas. Também conhecido pela sigla MMC, o movimento criado em 1995 é formado por mulheres trabalhadoras rurais do país.
Para o MMC, a melhoria das condições de trabalho e a produção de alimentos sem agrotóxicos são fatores que possibilitam a solução de parte dos problemas de saúde das mulheres camponesas e suas famílias. No campo, não são raros os relatos de contaminação por agrotóxicos que levam até a morte de homens e mulheres.
O direito à saúde está vinculado ao trabalho realizado no campo, ao modo de vida e também a opressão masculina e histórica sofrida pelas mulheres. Muitas delas ficam doentes e o acesso ao tratamento ainda é ineficiente nas áreas rurais onde residem e trabalham.
Reconhecendo a importância dos conhecimentos tradicionais dessas mulheres camponesas e contribuir para a melhoria da qualidade de vida das populações do campo, a Fiocruz tem desenvolvido cursos em 21 estados com a finalidade de atender as necessidades de mulheres de diferentes etnias, culturas e níveis de escolaridade.
Além dos cursos, também são realizadas oficinas de formação e multiplicadoras. Os objetivos principais dessas oficinas são: formar lideranças de mulheres camponesas para resgatar sua identidade de lutas; estimular a participação das camponesas na luta por políticas públicas de saúde que sejam voltadas para o atendimento dessa população e contribuir na construção de um projeto de agricultura camponesa com efetiva participação feminina e que seja voltada para a produção de alimentos saudáveis, em contraposição ao modelo de agricultura baseada na utilização intensiva de agrotóxicos.
Os cursos e oficinas ainda possibilitam a construção de planejamentos participativos. A partir da identificação das demandas e necessidades da área de saúde será possível definir de forma coletiva as estratégias e ações para melhorar a saúde das mulheres do campo e a atuação delas nos espaços de participação no SUS e o compartilhamento de experiências na luta pelo projeto de agricultura camponesa livre de agrotóxicos.
Data:11.12.2013
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sexta-feira, 13 de dezembro de 2013
Dez passos para construir cidades resilientes
Borel. Foto: ENSP
Uma cidade resiliente é aquela que tem a capacidade de resistir, absorver e se recuperar de forma eficiente dos efeitos de um desastre e, de maneira organizada, prevenir que vidas e bens sejam perdidos. Os itens abaixo referem-se à campanha Construindo cidades resilientes: minha cidade está se preparando, da Estratégia Internacional para a Redução de Desastres (EIRD), da Organização das Nações Unidas (ONU), iniciativa da Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec), do Ministério da Integração Nacional. O objetivo é sensibilizar governos e cidadãos para os benefícios de se reduzirem os riscos por meio da implementação desses dez passos.
1. Estabeleça mecanismos de organização e coordenação de ações com base na participação de comunidades e sociedade civil organizada, por meio, por exemplo, do estabelecimento de alianças locais. Incentive que os diversos segmentos sociais compreendam seu papel na construção de cidades mais seguras com vistas à redução de riscos e preparação para situações de desastres.
2. Elabore documentos de orientação para redução do risco de desastres e ofereça incentivos aos moradores de áreas de risco: famílias de baixa renda, comunidades, comércio e setor público, para que invistam na redução dos riscos que enfrentam.
3. Mantenha informação atualizada sobre as ameaças e vulnerabilidades de sua cidade; conduza avaliações de risco e as utilize como base para os planos e processos decisórios relativos ao desenvolvimento urbano. Garanta que os cidadãos de sua cidade tenham acesso à informação e aos planos para resiliência, criando espaço para discutir sobre os mesmos.
4. Invista e mantenha uma infraestrutura para redução de risco, com enfoque estrutural, como, por exemplo, obras de drenagens para evitar inundações; e, conforme necessário, invista em ações de adaptação às mudanças climáticas.
5. Avalie a segurança de todas as escolas e postos de saúde de sua cidade, e modernize-os se necessário.
6. Aplique e faça cumprir regulamentos sobre construção e princípios para planejamento do uso e ocupação do solo. Identifique áreas seguras para os cidadãos de baixa renda e, quando possível, modernize os assentamentos informais.
7. Invista na criação de programas educativos e de capacitação sobre a redução de riscos de desastres, tanto nas escolas como nas comunidades locais.
8. Proteja os ecossistemas e as zonas naturais para atenuar alagamentos, inundações, e outras ameaças às quais sua cidade seja vulnerável. Adapte-se às mudanças climáticas recorrendo a boas práticas de redução de risco.
9. Instale sistemas de alerta e desenvolva capacitações para gestão de emergências em sua cidade, realizando, com regularidade, simulados para preparação do público em geral, nos quais participem todos os habitantes.
10. Depois de qualquer desastre, vele para que as necessidades dos sobreviventes sejam atendidas e se concentrem nos esforços de reconstrução. Garanta o apoio necessário à população afetada e suas organizações comunitárias, incluindo a reconstrução de suas residências e seus meios de sustento.
Fonte: Construindo cidades resilientes
Publicado pela Revista RADIS, Número: 135 – Dezembro 2013 e reproduzido pelo EcoDebate, 05/12/2013
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Toxic Substances in Banana Plants Kill Root Pests
Dec. 11, 2013 — Bananas are a major food staple for about 400 million people in the tropical and subtropical regions of Asia, Africa and Latin America. However, banana yields worldwide are severely threatened by pests.
Dirk Hölscher from the Max Planck Institute for Chemical Ecology in Jena, Germany, and an international team of researchers have discovered that some banana varieties accumulate specific plant toxins in the immediate vicinity of root tissue that has been attacked by the parasitic nematode Radopholus similis. This local accumulation is crucial for the plant's resistance to this pest organism. The toxin is stored in lipid droplets in the body of the nematode and the parasite finally dies. These findings provide important clues for the development of pest-resistant banana varieties.
Banana yields worldwide threatened by pests
Bananas are among the world's most important food crops. Dessert bananas are produced primarily for homegrown consumption in China and India and for export to the northern hemisphere in Latin America. In Europe, they represent the most popular tropical fruit. Plantains (a type of cooking banana) are important components of daily meals in Africa and Southeast Asia. They are highly prized because of their high contents of nutrients, such as potassium, magnesium and vitamins B and C.
Apart from fungi and insects, the parasitic nematode Radopholus similis is considered a major banana pest. It attacks the roots of banana plants, causing slower growth and development of the plant and fruit. In the final stage of the disease plants topple over − often when already bearing an immature fruit bunch. Yield losses up to 75% can be the result of R. similis infestation. In order to control such pests in banana plantations, high doses of synthetic pesticides are used which not only cause ecological damage, but can also have severe negative effects on the health of people who are exposed to these chemicals.
Scientists at the Max Planck Institute for Chemical Ecology and their colleagues from universities in Leuven (Belgium), Jena, Kassel-Witzenhausen, Halle, Bonn and Bremen, as well as the Leibniz Institute for Natural Product Research and Infection Biology and the Leibniz Institute of Photonic Technology in Jena have now taken a closer look at the plant-nematode interactions in the context of resistance versus susceptibility. They compared two banana varieties, a resistant and a susceptible one, and studied their defense responses to Radopholus similis.
Phenylphenalenones: Local accumulation of defensive substances in infected regions of root tissues inhibits further propagation of the pest
The researchers used modern spectroscopic analysis and imaging techniques and were able to identify and localize defense substances in banana roots: The plants accumulated so-called phenylphenalenones only in infected regions of their roots, but not in healthy tissues. This was the case in both the resistant and the susceptible banana variety. The concentration of the most active compound anigorufone, however, was much higher in the immediate vicinity of lesions on the roots of resistant bananas in comparison to infected root tissues of the nematode susceptible banana plants. "The production of the toxin alone is not responsible for the banana plant's resistance to nematodes. It is the differential concentration in specific regions of the roots, which is particularly high at the precise location of the nematode attack, which makes the difference and confers resistance. We measured far higher concentrations of the toxin in these localized regions in the resistant banana variety," Dirk Hölscher summarizes the results.
Lipid droplets containing the active compounds visible in the nematode
The toxic effect of anigorufone and other substances was tested on living nematodes. It turned out that it was in fact anigorufone which was most toxic to the pest organism. By using imaging techniques, the researchers were able to visualize the plant toxin within the body of the roundworm. There the lipid-soluble anigorufone accumulated in lipid droplets which increased in size as they converged and finally killed the nematode. Why these complex lipid droplets are formed and why the nematodes cannot metabolize or excrete the toxin still needs to be clarified. However, it is likely that the growing lipid droplets displace the inner organs of the nematode causing an eventual metabolic dysfunction.
The scientists will now try to find out how resistant banana plants biosynthesize and translocate the defense compounds on a molecular level. Such insights will provide important clues for the development of banana varieties which are resistant to the nematodes. This could help to minimize the excessive use of highly toxic pesticides in banana plantations which jeopardize the environment and people's lives.
Root of the susceptible banana variety Grande Naine (above) and the resistant banana Yangambi km5 (below): visible are the few red, phenylphenalenone containing regions on the resistant Yangambi km5 root within the predominantly healthy, pale root tissue. The root of the susceptible Grande Naine banana is covered in widespread dark, red-brown areas. This massive root damage in the Grande Naine banana will eventually cause the plant’s death. (Credit: Dirk Hölscher, MPI Chem. Ecol.)
Journal Reference:
D. Holscher et al. Phenalenone-type phytoalexins mediate resistance of banana plants (Musa spp.) to the burrowing nematode Radopholus similis. Proceedings of the National Academy of Sciences, 2013; DOI:10.1073/pnas.1314168110
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Scientists Map Food Security, Self-Provision of Major Cities
Dec. 12, 2013 — Wealthy capital cities vary greatly in their dependence on the global food market. The Australian capital Canberra produces the majority of its most common food in its regional hinterland, while Tokyo primarily ensures its food security through import. The Copenhagen hinterland produces less than half of the consumption of the most common foods. For the first time, researchers have mapped the food systems of capital cities, an essential insight for future food security if population growth, climate change and political instability will affect the open market. Several partners in the International Alliance of Research Universities (IARU) are behind the study.
"The three major cities in our study achieve food security by different degrees of self-provision and national and global market trade. It is important to understand such food flows in order to relate it to the energy challenge and the risk of national political unrest caused by food shortages and its effect on the open food trade," says Professor Dr. John R. Porter from the University of Copenhagen, who is leading author on the study recently published online in the journal Global Food Security.
John R. Porter is also the main lead author of the forthcoming report from the IPCC Working Group 2 on food production systems and food security, which will be released following governments' review, in March 2014.
Higher farmland yields have influenced the cities self-provisioning over the past 40 years, but overall the ability of cities to feed themselves is unlikely to keep pace with increasing population, the research shows.
Self-provisioning does not increase in line with population growth
Particularly in the capitals of Australia and Japan, where the population has increased tremendously over the past 40 years, the self-provision has declined; in Canberra from 150 to 90 percent and in Tokyo from 41 to 27 percent.
This is despite the increase in yield of agricultural land per hectare. Copenhagen on the other hand, has increased its self-provision slightly from 34 to 45 percent because its population has remained fairly constant.
"When the local capacity to supply a city declines, it becomes more dependent on the global market. As an example, Japan imported wheat from 600,000 hectares of foreign farmland to meet the demand of their capital and surrounding region in 2005. This means that large cities should now start to invest in urban agriculture especially if climate change has large effects on food production and other parts of the food chain in the future," says John R Porter.
The study has exclusively focused on the historical and current production and not considered whether changes in land management practices can increase productivity further or whether consumers are willing to limit their intake to local seasonally available goods. It did not include citizen-based production from allotments, urban gardens etc.
Scientific debate on food security and urbanization
More than half the human population lives in or near cities. That has increased global food transportation which makes up 15 percent of the global greenhouse gas emissions.
Both food security and urbanization is on the program for next year's major international conference on sustainability hosted by the IARU partnership. John Porter is organizing the session on global challenges and sustainable solutions related to food security.
"The congress will be an important event to discuss new insight in global food security and the different challenges faced by rural and urban populations. Also, we get a unique chance to stimulate the discussion with input from expertise of other disciplines, such as economy, biodiversity and health."
Journal Reference:
John R. Porter, Robert Dyball, David Dumaresq, Lisa Deutsch, Hirotaka Matsuda. Feeding capitals: Urban food security and self-provisioning in Canberra, Copenhagen and Tokyo. Global Food Security, 2013; DOI:10.1016/j.gfs.2013.09.001
Higher farmland yields have influenced the cities self-provisioning over the past 40 years, but overall the ability of cities to feed themselves is unlikely to keep pace with increasing population, the research shows. (Credit: UNDP)
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La nuez moscada se utiliza como sedante
Enviado por CIMES
27.11.2013
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La nuez moscada es utilizada por muchos para prevenir lo que llaman el mal de aire que provoca algún desfase en la cara, pero al margen esta especia actúa como un calmante, baja la presión arterial y alivia los trastornos digestivos. Si se usa en masajes, mezclada con aceite neutro, alivia el dolor de las articulaciones y la inflamación.
Usualmente es también utilizada como un condimento para estimular el buen funcionamiento del sistema cardiovascular, porque reduce la inflamación de las articulaciones y ayuda al hígado para que elimine toxinas.
También aumenta el calor en el sistema digestivo, reduce la indigestión, náuseas y vómitos; alivia la diarrea.
Para las personas que tienen problemas de articulación, su consumo regular sirve para aliviar los dolores además de la gota, tomando 5 a 6 gotitas en una cucharada de miel, la cual se mezcla también en una taza de leche para beberla durante el día.
Por ser un sedante y calmante se utiliza para aliviar el dolor de muela, colocando una gota de aceite de nuez moscada en algodón, que se debe aplicarla que en la encía varias veces al día.
También se aconseja para aliviar el dolor y molestias de la diarrea y los problemas estomacales, disolver tres pizcas de nuez moscada en polvo en un vaso de leche tibia y beberla despacio. Para aliviar el malestar de estómago, añadir una pizca a un té o espolvoréela en una cucharada de miel.
La nuez moscada se vende entera, en polvo o en aceite esencial, pero es preferible comprarla entera pues preserva sus propiedades. El aceite de nuez moscada calienta el cuerpo, estimula la digestión, fortalece el corazón, la circulación y alivia la fatiga a las personas que realizan trabajos forzados.
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Bolívia: Ley incorporará la medicina tradicional al sistema nacional de salud
10.12.2103
La Cámara de Diputados aprobó este jueves en grande y en detalle el proyecto de Ley de Medicina Tradicional Ancestral Boliviana tras un prolongado debate en sesión ordinaria. La ley permitirá incorporar la medicina tradicional al Sistema Nacional de Salud y regulará esta práctica en el país.
La pimienta de Sichuan
¿Una pimienta que no es una pimienta? ¿Un condimento deshidratado que hace que la boca salive? ¿Una especie que intensifica los sabores y que a la vez adormece la lengua?
Hoy os presentamos la pimienta de Sichuan (Zanthoxylum piperitum), característica de la gastronomía china, y común en Asia en general, detallando sus propiedades peculiares y las ventajas que proporciona para la salud.
A pesar de su nombre, no pertenece a la familia botánica de la pimienta negra ni a la del chile, sino al género cítrico, ya que procede del árbol cítrico Fresno Espinoso, el cual es autóctono de las zonas montañosas en la provincia de Sichuan en China. Este árbol es floreciente y las bayas que produce están rodeadas por una capa externa – esta cáscara es la especie de Sichuan-, conocida más poéticamente en chino como huā jiāo (花 椒) que quiere decir literalmente, pimienta de flor.
Pimienta de Sichuan
¿A qué sabe?
El aroma cítrico, con tonos de limón y un toque de bergamota se notan en el paladar, además de un sabor áspero, bastante perfumado. Al probarla, un sabor da lugar a otro y unos segundos después de masticar la pimienta Sichuan, ocurre algo extraño… ¡la lengua se queda entumecida!
Lo que caracteriza a la pimienta de Sichuan es esta capacidad anestésica, que deja la boca con una sensación entre hormigueo y una corriente eléctrica que se denomina là 辣. Este sabor complementa al sabor mà 麻 (picante) en la cocina de Sichuan, ejemplificado en el plato típico, màlà Hotpot.
Plato típico, hotpot
El sabor o más bien la sensación, es excepcional pero no es exclusiva a esta especie; a unos 17.000 kilómetros al oeste, se encuentran agentes analgésicos en las hojas de una planta nativa de Brasil y Perú, la Acmella oleracea (de la familia botánica Asteraceae). La flor de la planta se parece a una margarita sin pétalos y a ella se le han atribuido los nombres de flor eléctrica y la flor de Sichuan por la sensación semejante que produce en el paladar, debido a un contenido de espilantol.
Pese a su sabor potente, las hojas de la flor eléctrica sirven para dar vida a ensaladas, platos o incluso bebidas. En Brasil la hierba jambú, como se denomina, está cocinada en la tacacá – una sopa autóctona del norte, en la zona del Amazonas.
Jambu, gastronomia china
Louise y el hotpot
¿Es buena para la salud?
La pimienta Sichuan (Zanthoxylum piperitum) se ha asociado con algunos beneficios para la salud. En primer lugar, se ha descubierto que proporciona los siguientes componentes activos:
Derivados de la neurotransmisora serotonina*1.
Alto contenido en vitaminas (vitamina A, caroteno, tiamina) y minerales (hierro, potasio, fósforo, selenio, zinc*2.
Una glycoproteína con propiedades antiinflamatorias que ayuda a prevenir trastornos gastrointestinales*1.
Estudios científicos también han demostrado que el Zanthoxylum piperitum es un antioxidante natural y que los extractos de la planta inhiben ciertas células malignas relacionadas con el cáncer de mama*1.
Nota importante: tal como es el caso de la pimienta negra o blanca y los chiles, el consumo de la pimienta Sichuan no es aconsejable para los que tengan el estómago sensible, úlceras del estómago o cualquier trastorno digestivo que afecte al intestino.
Su uso en la práctica de la medicina tradicional
Debido a las propiedades anestésicas del espilantol que contiene, la pimienta de Sichuan se empleaba tradicionalmente para tratar el dolor de dientes o encías.
Según los principios del yin y yang en la medicina tradicional china (TCM), se atribuye al Zanthoxylum piperitum cualidades ‘calientes’, con lo cual, sus funciones medicinales se basan en el concepto de ‘calentar’ órganos para aliviar el dolor, reducir el picazón y combatir infecciones. El dolor abdominal, los vómitos, la diarrea, infecciones por parásitos y picor causado por eczemas son ejemplos de los problemas que pueden ser tratados con la pimienta de Sichuan en la medicina tradicional*3.
Notas
*1: Herbcyclopedia http://www.herbcyclopedia.com/index.php?option=com_zoo&task=item&item_id=409&Itemid=193 Visitado 20/11/2013
*2: Nutrition and you http://www.nutrition-and-you.com/sichuan-peppercorns.html Visitado 20/11/2013
*3: Chinese Herbs Healing http://www.chineseherbshealing.com/sichuan-peppercorns-hua-jiao/
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Alternativas a la leche
Escrito por MAYRA
Ya hace tiempo decidí dejar de tomar leche de vaca de forma habitual y he de decir que desde que no la tomo mis desayunos son mucho más ligeros y han mejorado muchos aspectos de mi salud, pero no siempre es fácil encontrar alternativas a la leche que sean adecuadas para cada persona.
Para que te sea mucho más fácil, te voy a dejar este cuadro:
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Comunidades Quilombolas e biodiversidade no Maranhão
Data: 12.12.2013
Mayron Régis - Territórios Livres do Baixo Parnaíba
As comunidades quilombolas de São Miguel, Rosário, Cariondo, Itapecuru, Bom Jesus e Matinha situam-se em regiões geográficas distintas do estado do Maranhão, mas apresentam dificuldades semelhantes, principalmente, com relação à regularização fundiária e acesso aos recursos da biodiversidade. A biodiversidade passou a ser aclamada, reivindicada e declamada como se fosse uma deusa da providência. As pessoas desconhecem que em muitos casos a biodiversidade se encontra debaixo de fogo cerrado da especulação imobiliária, do agronegócio e de grandes obras de infraestrutura. Nesse fogo cerrado, a biodiversidade se afasta das vistas das pessoas que a usam, que a promovem e que dela tiram seu sustento.
A biodiversidade, então, ou vira uma relíquia, para ser apreciada, ou vira um objeto, para ser estudado, ou vira uma lembrança, para ser esquecida. Com relação à comunidade de São Miguel, a biodiversidade se tornou uma lembrança não de bons tempos do passado e sim a lembrança que um dia ela esteve ao alcance das mãos e que, pelas própria mãos das pessoas da comunidade, perdem-se vários aspectos da biodiversidade no seu território. Alguns moradores de São Miguel derrubam o bacuri verde. Outros moradores cortam o bacurizeiro para vendê-lo às serrarias. Roçar e queimar os brejos em São Miguel ainda é uma prática comum, o que afeta a preservação dos recursos hídricos e a produção de juçara e de buriti.
Antes de culpar os agricultores familiares em São Miguel, deve-se entender como a falta de assistência técnica e de capacitação em temáticas socioambientais interage com a urgência desses agricultores em obter rendimentos para sua sobrevivência. O seu Manoel comenta o dia em que pediu a visita de técnicos do município de Rosário para que eles opinassem a respeito de uma praga que atacava o seu plantio de melancia. Os técnicos não se deslocaram, e ele se virou com a borrifação de agrotóxico, que resultou em perda e prejuízo para ele e para a comunidade.
Quanto mais a comunidade se afasta da biodiversidade, mais ela se afasta do interior do seu território e do seu histórico. As mulheres de Cariondo cultivam, em seus quintais, ervas medicinais e verduras. Quando se pergunta sobre o babaçu, elas respondem que não quebram mais porque cansa muito e que o babaçual próximo à comunidade não se torna adulto em razão da retirada de palha para que algumas pessoas a vendam. Ao ouvir as mulheres de Cariondo sobre o babaçual, a pessoa fica com aquela impressão de que não existe mais biodiversidade na comunidade. Se a biodiversidade abandonou Cariondo como as mulheres expuseram, qual é o diferencial da comunidade?
As pessoas se conformaram com os condicionamentos impostos pelas fazendas ao redor, que tomaram seu território, e conformaram-se com a modernidade que oferece vários produtos para o consumo. O óleo de soja pode ser ruim, mas vem embalado, pronto para ser despejado na frigideira. Para obter o azeite de babaçu tem que quebrar o coco. Na cabeça das mulheres reside a lembrança que o coco não tinha valor monetário. E pelo visto ainda não tem. E qual é a importância de quebrar coco? As experiências do Movimento Interestadual de Quebradeiras de Coco babaçu por todo o Maranhão quebraram muitos preconceitos ao desenvolverem projetos que utilizam o babaçu para fins de indústria de cosméticos e para fins de segurança alimentar. Quanto à existência ou não de biodiversidade em Cariondo, as mulheres se recordaram de babaçuais que estão dentro do território e que, por não terem uso, acabaram sendo esquecidas.
O acesso aos recursos da biodiversidade em Matinha sofreu um revés com o veto do prefeito Beto Pixuta ao projeto Babaçu Livre apresentado pelas comunidades quilombolas e aprovado pela câmara de vereadores. Dona Rosário, dirigente do MIQCB e liderança da comunidade Bom Jesus, cobrou explicações ao prefeito, que justificou o seu veto dizendo que não queria criar inimizade nem com os fazendeiros e nem com as quebradeiras. A alegação oficial do prefeito foi que não houve audiência pública. A resposta de Dona Rosário foi “então marque a audiência se for o caso”.
A área de Bom Jesus, comunidade de Dona Rosário, estende-se por mais de quinze mil hectares; contudo, as famílias são impedidas por cercas de catar o coco babaçu, o buriti e o bacuri na floresta e de pescar nos campos. O mais recente conflito se verificou com um proprietário que cercou uma área de babaçual em frente à comunidade, queimou dentro e botou gado. Só não cercou a igreja porque a comunidade impediu.
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Beneficios del fruto de Açai (Euterpe oleracea) en enfermedades neurológicas
El Açaí es una palmera nativa de las regiones tropicales del norte de Sudamérica, estando distribuida en el norte de Brasil, Guyana Francesa, Surinam, Trinidad y Tobago, Venezuela y en la región del Pacífico Colombiano. A partir del auge de los alimentos funcionales y nutracéuticos, se ha desarrollado una bebida basada en jugo de açaí y jugo de limón, la cual demostró propiedades antioxidantes e inhibidoras de acetilcolinesterasa y butirilcolinesterasa, lo cual se traduce en probables beneficios para pacientes con Enfermedad de Alzheimer.
En un estudio llevado a cabo en ratas se demostró que los extractos metanólico, acetónico y etanólico de la pulpa del fruto de Açaí (rica en compuestos polifenólicos) inhiben la inflamación y el estrés oxidativo inducido por lipopolisacáridos sobre células de la glía, disminuyendo la producción de óxido nítrico y de la expresión de óxido sintasa inducible (iNOS), además de reducir la concentración de marcadores de inflamación y oxidación como la ciclooxigenasa-2 (COX-2), el p38 (p38-MAPK), el factor de necrosis tumoral α (TNFα), y el factor nuclear κB (NF-κB). Estos hallazgos muestran las propiedades protectoras cerebrales y los beneficios cognitivos que pueden alcanzarse con extractos del fruto de esta especie.
En la hipótesis de una actividad antiarteriosclerótica de los frutos de E. oleracea, un grupo de investigadores de Brasil realizó una experiencia en conejos alimentados con una dieta rica en colesterol durante 12 semanas. Finalizado el ensayo se observó que los animales que recibieron Açaí mostraban menores niveles de colesterol y triglicéridos que el grupo control, y también menores incidencias de placas ateromatosas, lo cual valida su uso preventivo en tercera edad.
Referencias
Gironés-Vilaplana et al (2012) J Agric Food Chem. 60(26): 6571-6580.
Feio C et al. (2012). J Atheroscler Thromb 19(3):237-45.
Toulose S et al. (2012) . J Agric Food Chem 60(4):108.
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Nuevas evidencias antidiabéticas de la Pezuña de Vaca (Bauhinia forficata)
Este árbol fue introducido en el continente americano, logrando una excelente adaptación. Popularmente sus hojas vienen siendo utilizadas en toda Latinoamérica como hipoglucemiantes. Un trabajo reciente reveló actividad antioxidante in vitro de la infusión de hojas depezuña de vaca, la cual fue ejercida sobre el anión superóxido y sobre el 2,2’-azino-bis(ácido 3-etilbenzo-tiazolin-6-sulfónico) (ABTS), lo cual sugiere un mecanismo protector de las complicaciones diabéticas vinculadas a estrés oxidativo. También se pudo comprobar que la infusión de las hojas de pezuña de vacaprotege al páncreas en condiciones de agresión por aloxano. No solo desciende los niveles de glucemia en esas circunstancias, sino que aumentan la producción de gránulos del citoplasma, aumenta la actividad de los islotes de Langerhans y estimula la producción de insulina.
Entre sus principios activos destaca la trigonellina, presente también en el fenogreco o alholva, otra especie muy reputada como hipoglucemiante, especialmente en la India.
En su conjunto, los resultados preclínicos hasta aquí presentados indican que B. forficata incrementa el metabolismo periférico de glucosa y ejerce protección al tejido pancreático, lo cual resulta útil en diabetes tipo II.
Referencias
Martins J et al. (2012) Rev Fitoterapia 12 (S1): 53.
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