Sobre a importância dos quintais, cada vez mais desaparecidos e, com isso, as nossas raízes também.
sábado, 11 de agosto de 2018
Origem e florescimento do cacaueiro - 1
Texto:
Engenheiros Agrônomos Beatriz Garrido Boffette e Marcos Roberto Furlan
Uma das polêmicas que envolve o cacau é a sua origem. Até pouco tempo era considerado como originário da América Central, mas pesquisadores, por meio de estudos arqueológicos, determinaram a Amazônia como Centro de origem.
Com relação às bebidas derivadas do cacau, na América Central os cientistas identificaram resíduos do composto químico teobromina (princípio ativo presente apenas no cacau) em potes de cerâmica datados de 1150 a.C. – cinco séculos antes do registro mais antigo de consumo de cacau de que se tinha notícia até então (http://agencia.fapesp.br/origem-do-chocolate/8036/).
Quanto aos aspectos botânicos, pertence à família Sterculiaceae, é denominado popularmente por cacaueiro e pelo nome científico Theobroma cacao L..
Neste primeiro texto, serão abordadas algumas características das flores. Estas possuem gineceu (parte feminina) e androceu (parte masculina), ou seja, são hermafroditas. As inflorescências, denominadas por almofadas florais, são localizadas no tronco ou nos ramos lenhosos. Destas inflorescências irão se desenvolver e formar os frutos.
Quando pequenas, as flores possuem coloração amarelo-avermelhadas. São inodoras e pouco atraentes para polinizadores. Nascem principalmente no período de dezembro a abril.
Das flores se originam as bagas ou os frutos, que medem até 25 cm de comprimento e adquirem, quando maduros, tonalidade esverdeada, amarela ou roxa.
sexta-feira, 10 de agosto de 2018
quinta-feira, 9 de agosto de 2018
quarta-feira, 8 de agosto de 2018
terça-feira, 7 de agosto de 2018
segunda-feira, 6 de agosto de 2018
domingo, 5 de agosto de 2018
Baru
Texto:
Devanil Roza Fernandes - Farmacêutico, Pós-graduando em Fitoterapia Clínica. Presidente da Plampantanal (Associação dos Agricultores Familiares para o cultivo de plantas medicinais, condimentares e aromáticas de Poconé,MT)
Letícia Fonseca do Pinhal - Ciências Biológicas - bacharelado UNIP - Universidade Paulista
Marcos Roberto Furlan - Engenheiro Agrônomo - Professor Faculdade Cantareira e Universidade de Taubaté - UNITAU.
Cada vez mais as espécies nativas ganham espaço no mercado, muitas vezes graças à possibilidade de suas diferentes formas de usos. Dentre estas, se destaca o Baru (Dipteryx alata Vogel, Leguminosae: Faboideae), fruto típico da região do cerrado (Foto 1). Além do consumo das suas sementes torradas e como farinha, produz óleo utilizado em massagens. A sua madeira é usada em construções.
Os frutos têm uso na medicina popular e são consumidos por morcegos, primatas, cotias e arara-azul. Para consumo humano, é utilizada a polpa para doces ou geleias. A semente pode ser crua ou torrada, sendo comercializada em doces como a barutella (creme de cacau com semente de baru) ou paçoca.
O baru é comum nas regiões Central e Sudeste do Brasil, onde recebe diferentes denominações populares, como, por exemplo, alvorada, barujo, castanha-de-burra, coco-feijão, cumbaru, cumaruraana, emburena-brava, forquilha, garampara, laranjal e pau-cumaru.
Comunidades e assentamentos de agricultores familiares nas proximidades do município de Poconé, Mato Grosso, para aumentar a sua renda familiar, coletam os frutos do baru, de onde retiram suas castanhas e entregam para uma cooperativa que faz a seleção e o beneficiamento das sementes para destino ao comércio.
Foto 1. Semente torrada de baru.
Marcos Roberto Furlan
Com relação às suas características botânicas, D. alata é uma árvore alta com 15 a 25 m. Possui tronco largo e de cor cinza-clara. O seu fruto possui polpa dura e carnosa e por dentro uma semente que tem em média 3 cm ,e produz apenas uma por fruto. Os frutos são colhidos de julho a agosto, sendo, em média, 5 mil unidades de fruto.
A semente é considerada anti-reumática. Possui alto teor nutritivo, alto valor energético (502 Kcal/100g) e óleos essenciais, Takemoto et al. (2001) observam que a semente do baru tem cerca de 38,2% de lipídios, 23,9% de proteínas, 15,8% de carboidratos totais e 14,39% de fibras alimentares.
As fotos 2 a 4 são de sementes e da árvore encontradas no Mato Grosso.
Foto 2. Sementes in natura.
Devanil Rosa Fernandes
Foto 3. Fruto.
Devanil Rosa Fernandes
Foto 4. Baruzeiro.
Devanil Rosa Fernandes
Referência Bibliográficas
BOTEZELLI, Luciana, DAVIDE, Antonio Claudio, MALAVASI, Marlene M., Características dos frutos e sementes de quatro procedências de Dipteryx alata Vogel (Baru) . CERNE [en linea] 2000, 6 (Sin mes): [Acessado em 21 de julho de 2018] Disponível em:<http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=74460102> ISSN 0104-7760
SANO, Sueli Matiko. Botânica e Citogenética. In: SANO, Sueli Matiko; RIBEIRO, José Felipe; BRITO, Marcia Aparecida de. Baru: biologia e uso. Planaltina: Embrapa, 2004. p. 11-15. Disponível em: <https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/566595/1/doc116.pdf>. Acesso em: 23 jul. 2018.
TAKEMOTO, E. et al. Composição química da semente e do óleo de baru (Dipteryx alata Vog.) nativo do Município de Pirenópolis, Estado de Goiás. Rev. Inst. Adolfo Lutz, 60(2):113-117, 2001. Disponível em: <http://www.almanaquedocampo.com.br/imagens/files/Baru%20Composi%C3%A7%C3%A3o%20qu%C3%ADmica%20da%20semente%20e%20do%20%C3%B3leo.pdf>. Acesso em: 16 jul. 2018.
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