Sobre a importância dos quintais, cada vez mais desaparecidos e, com isso, as nossas raízes também.
sábado, 3 de dezembro de 2016
Divulgado relatório sobre resíduos de agrotóxicos em alimentos
Programa de Análises de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos, o PARA, avaliou mais de 12 mil amostras de alimentos ao longo de três anos. Pela primeira vez, o documento revela o risco dos resíduos para a saúde.
Quase 99% das amostras de alimentos analisadas pela Anvisa, entre o período de 2013 e 2015, estão livres de resíduos de agrotóxicos que representam risco agudo para a saúde. O dado faz parte do relatório do Programa de Análises de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos, o PARA, divulgado pela Agência nesta sexta-feira (25/12), em Brasília. No total, foram 12.051 amostras monitoradas nos 27 estados do Brasil e no Distrito Federal.
Esta é a primeira vez que a Anvisa monitora o risco agudo para saúde, uma vez que, nas edições anteriores do PARA, as análises tinham o foco nas irregularidades observadas nos alimentos. O risco agudo está relacionado às intoxicações que podem ocorrer dentro de um período de 24 horas após o consumo do alimento que contenha resíduos. Este novo tipo de avaliação, que já vem sendo feito na Europa, Estados Unidos, Canadá etc., leva em consideração a quantidade de consumo de determinado alimento pelo brasileiro.
Foram avaliados cereais, leguminosas, frutas, hortaliças e raízes, totalizando 25 tipos de alimentos. O critério de escolha foi o fato de que estes itens representam mais de 70% dos alimentos de origem vegetal consumidos pela população brasileira, conforme detalhados na tabela a seguir.
O que foi encontrado?
Um dos alimentos com maior quantidade de amostras analisadas foi a laranja. Vigilâncias sanitárias de estados e municípios realizaram a coleta de 744 amostras em supermercados de todas as capitais do País. No montante avaliado, 684 amostras foram consideradas satisfatórias, sendo que, dessas, 141 não apresentaram resíduos.
Uma das situações de risco identificadas na laranja está relacionada ao agrotóxico carbofurano, que passa por processo de reavaliação na Anvisa. É a substância presente nas amostras que mais preocupa quanto ao risco agudo, sendo que 11% das amostras de laranja apresentaram situações de risco relativas ao carbofurano.
O agrotóxico carbendazim é outro que merece atenção quanto ao risco agudo. Os resultados do programa revelaram que em 5% das amostras de abacaxi há potencial de risco relacionado à substância.
Um aspecto importante é que as análises do programa sempre são feitas com o alimento inteiro, incluindo a casca, que, no caso da laranja e do abacaxi, não é comestível. Ou seja, com a eliminação da casca, a possibilidade de risco é diminuída. Isso porque alguns estudos trazem indícios de que a casca da laranja tem baixa permeabilidade aos principais agrotóxicos detectados, de modo que a possiblidade de contaminação da polpa é reduzida.
Já para os demais produtos, como a abobrinha, o pimentão, o tomate e o morango, o risco agudo calculado foi considerado aceitável em quantidade superior a 99% das amostras.
As irregularidades apontadas no relatório, apesar de não representarem risco apreciável à saúde do consumidor do ponto de vista agudo, podem aumentar os riscos ao agricultor, caso ele utilize agrotóxicos em desacordo com as recomendações de uso autorizadas pelos órgãos competentes.
As irregularidades também podem indicar uso excessivo do produto ou mesmo a colheita do alimento antes do período de carência descrito na bula do agrotóxico. As situações de contaminação por deriva, contaminação cruzada e solo, entre outros, também podem ocasionar a presença de resíduos irregulares nos alimentos, principalmente nos casos em que os resíduos são detectados em concentrações muito baixas.
O que é o PARA?
O PARA foi iniciado em 2001, com o objetivo de avaliar os níveis de resíduos de agrotóxicos nos alimentos de origem vegetal que chegam à mesa do consumidor. O programa é coordenado pela Anvisa, que atua em conjunto com as vigilâncias sanitárias de estados e municípios e com os Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacens).
As vigilâncias sanitárias realizam os procedimentos de coleta dos alimentos disponíveis no mercado varejista e os enviam aos laboratórios para análise. O objetivo é verificar se os alimentos comercializados apresentam agrotóxicos autorizados em níveis de resíduos dentro dos Limites Máximos de Resíduos (LMR) estabelecidos pela Anvisa. Atualmente, o PARA acumula um total de mais de 30 mil amostras analisadas, distribuídas em 25 alimentos de origem vegetal.
Com os resultados, o que acontece?
Os resultados obtidos no PARA contribuem para a segurança alimentar d a população. Quando são encontrados riscos para a saúde, uma das ações da Agência é verificar qual ingrediente ativo contribuiu decisivamente para o risco e, assim, proceder às ações mitigatórias, como fiscalização, fomento de ações educativas à cadeia produtiva, restrições ao uso do agrotóxico no campo e, até mesmo, incluir o ingrediente ativo em reavaliação toxicológica. Ou seja, reavaliar a anuência do registro do agrotóxico no país do ponto de vista da saúde.
A Anvisa não atua sozinha nesta questão. Para que os agrotóxicos sejam registrados, a Agência avalia essas substâncias do ponto de vista do risco para a saúde humana. Já o Ibama avalia a substância pela ótica da possibilidade de danos ao meio ambiente e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) avalia a eficiência do produto no campo e formaliza o registro com o aval dos três órgãos envolvidos.
O PARA ainda municia vigilâncias sanitárias com informações que podem auxiliar em programas estaduais de monitoramento. Também ajuda na identificação de culturas que possuem poucos agrotóxicos registrados em razão do baixo interesse das empresas em registrar produtos para essas culturas, denominadas minor crops ou Culturas de Suporte Fitossanitário Insuficiente (CSFI).
Nesses casos, há normas que simplificam o registro de produtos para essas culturas, melhorando de forma significativa a disponibilidade de ingredientes ativos autorizados para as CSFI nos últimos cinco anos. De 2011, quando a primeira norma para CSFI foi publicada, até hoje, mais de 900 novos LMRs de ingredientes ativos de relativa baixa toxicidade foram estabelecidos para as mais diversas culturas consideradas de baixo suporte fitossanitário no país.
Perspectivas para o futuro
Nos próximos anos, o PARA pretende aumentar o número de alimentos monitorados de 25 para 36, os quais terão abrangência de mais de 90% dos alimentos de origem vegetal consumidos pela população brasileira, segundo dados do IBGE. O número de amostras coletadas também se ajustará à realidade de consumo de cada alimento em cada estado.
Além disso, o programa ampliará o número de agrotóxicos pesquisados nas amostras, incluindo substâncias de elevada complexidade de análise, como glifosato e o 2,4-D, entre outras.
A Agência também está acompanhando o desenvolvimento de metodologias para avaliação do risco cumulativo, ou seja, quais são os riscos à saúde resultantes da ingestão de alimentos contendo resíduos de diferentes agrotóxicos com mesmo efeito tóxico.
A Europa, nos últimos anos, tem trabalhado no desenvolvimento de metodologia para avaliar esse tipo de risco e deve publicar no próximo ano os primeiros resultados dessa avaliação, segundo informações disponíveis no site da Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA).
Clique aqui e acesse o relatório do PARA na íntegra ou clique aqui e confira uma síntese do documento.
Fonte: Anvisa
in EcoDebate, 28/11/2016
Os efeitos danosos da caça ilegal
Onças são apreendidas em operação do Ibama. Foto: Divulgação/Ibama
Proibida no País desde os anos 1960, a atividade reduziu a população de várias espécies de animais e elevou o risco de desequilíbrio ambiental
O período entre os anos 1930 e 1960 é chamado de “época da fantasia” em muitas partes da Amazônia. “Fantasia” eram as peles de felinos exportadas para o mercado da moda norte-americano e europeu. Só a venda de pele das espécies mais exploradas – que incluíam jacarés, peixes-boi, veados, porcos-do-mato, capivaras e ariranhas – movimentou cerca de US$ 500 milhões (em valores atuais) durante o auge desse comércio. De 1904 a 1969, algo em torno de 23 milhões de animais silvestres de ao menos 20 espécies foram mortos para suprir o consumo de couros e peles. Esses dados, apresentados em um artigo publicado em outubro na revista Science Advances, referem-se apenas ao que ocorreu nos estados de Rondônia, Acre, Roraima e Amazonas.
O biólogo André Antunes, primeiro autor desse trabalho, calculou o número de animais abatidos no período ao combinar as informações disponíveis nos registros comerciais e portuários com as anotadas nos chamados manifestos de carga, relações detalhadas dos materiais transportados pelos navios que partiam do interior da Amazônia para o porto de Manaus.
Veja o texto na íntegra: Revista Fapesp
Do Jornal da Ciência / SBPC, in EcoDebate, 29/11/2016
Tubarões e raias ameaçados de extinção são consumidos no Brasil
Vendidos como cação, as duas espécies estão em declínio
Sphyrna lewini. Foto Rodrigo Machado/Fundação Grupo Boticário
Tubarões e raias que estão sob ameaça de extinção têm sido consumidos amplamente no mercado brasileiro. Comercializados pelo nome de cação, mais de 16 espécies de tubarões e raias foram encontradas em pontos de venda do Sul do país, região que possui uma das maiores indústrias pesqueiras do Brasil. Dentre elas, destaca-se a raia-viola (Squatina occulta), considerada criticamente ameaçada e o tubarão-martelo-entalhado (Sphyrna lewini), classificado como vulnerável.
O alerta foi divulgado pelo pesquisador da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) Victor Hugo Valiati, cujo trabalho tem apoio da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza. Valiati afirma que a diversidade de espécies sob o nome de cação superou a expectativa do estudo. Para chegar a esses dados foram visitados 15 pontos de venda em Santa Catarina e Rio Grande do Sul, entre 2012 e 2013.
Para a identificação das espécies foi utilizada uma ferramenta denominada “código de barras de DNA” que permite, a partir das informações contidas no material genético individual, afirmar de qual espécie se trata. Essa estratégia é necessária porque alguns pescadores, para fugir da fiscalização, jogam fora as partes que identificam a espécies, como cabeça e barbatanas, vendendo os ”peixes” já em filés. “Com essa tecnologia em mãos é possível, com apenas uma pequena amostra do animal, ou mesmo um fragmento do filé de pescado comercializado, identificar rapidamente de qual espécie se trata”, comenta. A ferramenta também permite controlar a pesca de cada espécie individualmente.
Em estado vulnerável de ameaça, o tubarão-martelo-entalhado é considerado o mais pescado no Brasil. Na pesquisa ele ocupa o primeiro lugar, aparecendo em 23% das amostras. A segunda espécie mais presente é o tubarão-azul (Prionace glauca), com 13% de presença.
De acordo com a diretora executiva da Fundação Grupo Boticário, Malu Nunes, a iniciativa “faz com que os olhares se voltem para uma questão que pouco tem sido discutida, mas que poderá ter grande impacto no equilíbrio do ambiente marinho: a redução drástica das populações de tubarões e raias”, afirma. Além disso, segundo a diretora, o projeto oferece ao consumidor informações relevantes sobre o que ele está comprando.
Predadores sensíveis
Os tubarões são animais que estão no topo da cadeia alimentar dos oceanos. Por serem predadores por excelência, contribuem para o equilíbrio das populações das espécies que são suas presas. São animais de grande porte desde o nascimento, o que reduziu, ao longo da evolução, sua predação. Isso significa dizer que a pesca predatória, que retira milhares de toneladas ao ano de tubarões, tem enorme impacto ambiental. “Retirá-los do ecossistema marinho causará grande desequilíbrio nos oceanos, gerando, por exemplo, a superpopulação de espécies comumente predadas que, por sua vez, pode impactar a vida das comunidades ribeirinhas e o comércio pesqueiro, por exemplo”, destaca o pesquisador. “Não há como ter certeza do que acontece com a retirada de um predador de topo de cadeia, mas, com certeza, as consequências são catastróficas tanto em termos de biodiversidade como econômicas, e é melhor não pagar para ver.”
Já as raias correm risco ainda maior, pois têm sido facilmente capturadas pela pesca artesanal com arrastão de praia e industrial. O declínio populacional está associado à elevada mortandade das fêmeas prenhes, facilmente capturadas nestes locais. Além disso, a pesca indiscriminada pode afetar o tamanho das fêmeas e, consequentemente, o número de filhotes a cada gestação. “Isso tem interferido no tamanho e quanto menor elas forem, menos filhotes conseguem gestar de cada vez, afetando diretamente o número de indivíduos das populações”, conclui Valiati.
Colaboração de Bruna Habinoski, in EcoDebate, 30/11/2016
Estudo coordenado pela Fiocruz mapeia mudanças no clima do Mato Grosso do Sul
Por Reginaldo Alves (Projeto Vulnerabilidade à Mudança do Clima / Fiocruz Minas)
No Mato Grosso do Sul, a porção norte do estado poderá apresentar um aumento de até 5,8°C graus na temperatura e uma redução de até 19% no volume de chuvas nos próximos 25 anos. Os dados fazem parte de uma pesquisa inédita sobre o Mato Grosso do Sul, que identificou a vulnerabilidade à mudança do clima nos 79 municípios do estado. Coordenado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o estudo é uma das atividades realizadas no âmbito do projeto Vulnerabilidade à Mudança do Clima, feito em parceria com o Ministério do Meio Ambiente.
Os resultados da pesquisa foram compartilhados durante o Seminário Indicadores de Vulnerabilidade à Mudança do Clima, que ocorreu nesta quarta-feira (30/11) em Campo Grande (MS). Para o coordenador do projeto, Ulisses Confalonieri, este trabalho possibilitará aos gestores avaliar, por meio de mapas e gráficos, qual parte do território está mais e menos vulnerável às alterações do clima e os mais aptos a se recuperarem de possíveis impactos climáticos. “O Mato Grosso do Sul é o único representante da região centro-oeste a participar do estudo. Além dele, foram escolhidos mais cinco estados para serem avaliados: Amazonas, Espírito Santo, Maranhão, Paraná e Pernambuco. Também foi desenvolvida uma ferramenta, um software, que ajuda a quantificar a vulnerabilidade humana às mudanças climáticas, conforme cada município”, ressalta o pesquisador da Fiocruz Minas.
Dias mais secos
A pesquisa feita sobre os municípios sul-mato-grossenses indica que a porção sul do estado poderá ser a mais afetada em relação ao número de dias secos consecutivos no ano, índice chamado de CDD. Na cidade de Japorá, por exemplo, o aumento no número de dias seguidos sem chuva poderá chegar a 12,6%, seguida por Sete Quedas (12,2%) e Tacuru (11,5%).
O município de Novo Horizonte do Sul apresentou o CDD mais elevado do estado, com um aumento de 15,2% para os períodos de estiagem. Esta situação é diferente em cidades localizadas na parte central, como Rochedo e Corguinho. Nelas, os dias seguidos sem chuvas permanecerão os mesmos em comparação com o período atual.
Mais calor e menos chuvas
Em relação à temperatura máxima, Corguinho poderá ter um incremento de até 5,8°C para os próximos 25 anos. Os municípios da porção norte serão os mais afetados, assim como algumas cidades localizadas na parte leste do estado. Em Paranaíba e Aparecida do Taboado o aumento pode chegar a 5,7°C para o período de 2041 a 2070.
O Alto do Taquari pode ser uma das regiões mais impactadas pela redução do volume de chuvas. Em Coxim e Rio Verde do Mato Grosso, por exemplo, a precipitação poderá diminuir 19,3%. Na parte leste do estado, a pluviosidade pode reduzir até 17,6%, como é o caso do município de Selvíria.
Campo Grande apresenta uma elevação de 5,4°C na temperatura e uma redução de 8,3% na precipitação. Em relação ao número de dias seguidos sem chuva, a capital pode ter uma diminuição de 5,4%.
Mudança do clima no Pantanal
As projeções feitas no estudo indicam possíveis consequências para o Pantanal. Por ser um bioma úmido, que depende do ciclo de cheias e secas, o aumento da estiagem pode impactar no ciclo de inundações e na diminuição da biodiversidade, por causa das alterações no processo reprodutivo de plantas e animais.
As mudanças do clima também podem provocar transformações em fenômenos naturais recorrentes no Pantanal, como o período das cheias dos rios. Por causa das alterações no volume de chuvas e elevação da temperatura, podem ocorrer eventos extremos, como secas e alagamentos. Estes fenômenos climáticos poderiam impactar no Pantanal, a perda do potencial de pesca e, em outras partes do estado, a redução da produção agrícola, afetando diretamente a segurança alimentar das populações que vivem nessa região. Outro impacto que pode ser apontado nesse cenário futuro é o aumento de doenças, devido à proliferação de vetores.
Vulnerabilidade dos municípios
As pesquisas realizadas sobre o estado consideram informações de cada município relacionadas a fenômenos extremos, a exemplo de tempestades, e doenças vinculadas ao clima, entre elas, dengue, leptospirose e leishmaniose. Dados sobre a população, envolvendo saúde e condições socioeconômicas e a capacidade dos municípios para lidarem com as mudanças climáticas também são utilizados.
As informações coletadas são associadas a três elementos – exposição, sensibilidade e capacidade adaptativa da população, considerando dois cenários de clima futuro: um com redução nas emissões de gases do efeito estufa e menor aquecimento global, e outro que considera o aumento contínuo dessas emissões com maior impacto no clima. A partir da combinação e análise desses dados, é possível calcular o Índice Municipal de Vulnerabilidade (IMV) e outros indicadores.
As projeções feitas na pesquisa indicaram que os municípios mais vulneráveis à mudança do clima seriam Rio Verde do Mato Grosso, Rio Negro e Sonora e os menos vulneráveis seriam Jateí, Naviraí e Chapadão do Sul. As cidades mais expostas às alterações climáticas foram Maracaju, Três Lagoas e Coxim, em virtude de desmatamentos, variações bruscas de temperatura e ocorrência de eventos extremo, como secas e enxurradas. Em relação à sensibilidade, que indica a intensidade com a qual os municípios são suscetíveis aos impactos do clima, Juti, Taquarassu e Paranhos seriam os mais impactados.
O estudo apontou que Campo Grande, Chapadão do Sul e Costa Rica foram considerados os municípios mais adaptados para lidar com as mudanças clima, devido à existência de infraestrutura de saúde, como leitos hospitalares, plano de contingência de desastres e atuação da Defesa civil. Coronel Sapucaia e Novo Horizonte do Sul seriam os menos adaptados.
in EcoDebate, 01/12/2016
Menos de 1% das propriedades agrícolas detém 45% da área rural no país
ABr
Estabelecimentos com menos de 10 hectares representam cerca de 47% do total das propriedades brasileiras, mas ocupam menos de 2,3% da área rural total. Foto: MMA/Arquivo
Quase metade da área rural brasileira pertence a 1% das propriedades do país, de acordo com o estudo inédito Terrenos da desigualdade: terra, agricultura e desigualdades no Brasil rural divulgado ontem (1º) pela organização não governamental (ONG) britânica Oxfam. Os estabelecimentos rurais a partir de mil hectares (0,91%) concentram 45% de toda a área de produção agrícola, de gado e plantação florestal.
Por outro lado, estabelecimentos com menos de 10 hectares representam cerca de 47% do total das propriedades do país, mas ocupam menos de 2,3% da área rural total. Esses pequenos produtores produzem mais de 70% dos alimentos que chegam à mesa do brasileiro, já que as grandes monoculturas exportam a maior parte da produção.
O estudo mostra a cidade de Correntina, na Bahia, como exemplo emblemático dessa realidade, onde os latifúndios ocupam 75,35% da área total dos estabelecimentos agropecuários. Nessa cidade, a pobreza atinge 45% da população rural e 31,8% da população geral. Os municípios com maior concentração de terra apresentam os menores índices de Desenvolvimento Humano e aqueles com a menor concentração tinham os melhores indicadores sociais. A diretora executiva da Oxfam Brasil, Katia Maia, explicou que a concentração de terra gera desigualdade em todos os setores vinculados à produção da terra.
“Quanto maior a concentração de terra, maior a concentração de investimento, de maquinário, que vai se expandindo para diferentes setores. A modernização da agricultura não demonstrou melhora na condição de vida da população”, comentou Katia. “Números preliminares mostram que os municípios com maior concentração têm nível maior de pobreza”.
As grandes propriedades rurais com mais de mil hectares concentram 43% do crédito rural, enquanto para 80% dos menores estabelecimentos esse percentual varia entre 13% e 23%.
A reforma agrária é fundamental para reverter o quadro, mas não basta, argumentou a diretora da ONG. “O governo pode assumir medidas e políticas no mundo rural para incentivar maior distribuição, especialmente na área de investimentos, apoio técnico e programas, como o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar e o Programa Nacional de Alimentação Escolar”, acrescentou.
A concentração de terra também contribui para a incidência de trabalho escravo, alerta o estudo. De 2003 a 2013, 82% das autuações do Ministério do Trabalho e Emprego por trabalho análogo ao de escravo ocorreram no oeste da Bahia, com grande concentração de terra. Somente em Correntina, 249 trabalhadores foram encontrados nessas condições.
O estudo agrupou os municípios de acordo com a relevância agropecuária: 1% com maior concentração de terras, os 19% seguintes e os 80% restantes, com base no último Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2006, e o IBGE Cidades, de 2010.
Dados do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) indicam que 729 pessoas físicas e jurídicas se declaram proprietárias de imóveis rurais com dívidas à União de mais de R$ 50 milhões cada, aproximadamente R$ 200 bilhões. Esse grupo, segundo a pesquisa, tem propriedades de área suficiente para assentar quase 215 mil famílias, quase duas vezes o número de famílias que estão acampadas hoje no Brasil esperando por reforma agrária.
América Latina
A mesma realidade ocorre na América Latina, em que 1% concentra 51,19% de toda a superfície agrícola da região. O dado está no relatório Terra, Poder e Desigualdade na América Latina, também divulgado hoje, que analisa o cenário de concentração das propriedades rurais em 15 países da região com base nos censos agropecuários locais.
O Brasil ocupa o quinto lugar no ranking da região do coeficiente de Gini – que mede a desigualdade na distribuição de terra, em que 0 corresponde à completa igualdade e 1 corresponde à completa desigualdade. A nota brasileira é 0,87. O Paraguai aparece com o pior índice de Gini (0,93), seguido do Chile (0,91) e da Venezuela e Colômbia (0,88), onde 0,4% das propriedades concentram mais de 67% da terra produtiva.
Conflitos no campo
A modernização da agricultura e os assentamentos e demarcações de terras indígenas não foram capazes de aplacar os conflitos, que já mataram 2.262 pessoas entre 1964 e 2010, de acordo com o estudo. A violência no campo pela disputa da terra ocasionou 50 mortes no ano passado e 1.217 conflitos, segundo dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O Brasil está no topo da lista dos países onde mais ativistas ambientais e da terra foram mortos em 2015, segundo outra pesquisa divulgada em junho deste ano pela ONG Witness.
Os estados mais violentos são Rondônia e o Pará. No período, foram registrados momentos de pico, em especial na década de 80, quando aumentaram as mobilizações sociais e as lutas por terra, década que também marcou a fundação do Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Um novo pico foi registrado durante o primeiro governo Lula, de 2003 a 2006. Apenas em 2003 ocorreram 496 ocupações – em 2010 foram 180.
Incra
De acordo com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), mais de 1,3 milhão de famílias já foram assentadas desde o início do Programa Nacional de Reforma Agrária (PNRA). O programa foi criado em 1996. Ao todo, 977 mil famílias vivem atualmente em assentamentos e áreas reformadas.
As titulações estão sendo efetivadas, informou o instituto, por meio de trabalhos de revisão ocupacional em campo, “o que está sendo feito com maior expressão neste último bimestre do ano, a partir do desbloqueio de recursos destinados ao órgão”, diz a nota. “Todas as 30 superintendências estão mobilizadas neste sentido, já que foi estabelecida como meta a emissão de cerca de 70 mil títulos de propriedade até o fim do próximo ano”.
Ainda segundo o Incra, as metas para os próximos anos dependem da aprovação do orçamento a ser destinado à autarquia no início de 2017. O instituto ressaltou que o contingenciamento de gastos deste ano reduziu em cerca de 40% os recursos destinado à reforma agrária. Além disso, informou o Incra, houve alteração de diretrizes e um passivo ocasionado pelo bloqueio determinado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que paralisou o acesso de famílias beneficiárias às políticas públicas asseguradas pelo Programa Nacional da Reforma Agrária.
Por Flávia Villela, da Agência Brasil, in EcoDebate, 02/12/2016
América Latina é região mais hostil a ambientalistas, diz relator da ONU
ONU Brasil
A ambientalista hondurenha e defensora dos direitos indígenas Berta Cáceres foi assassinada em casa, em março deste ano, na frente de um amigo. Todas as ameaças que recebeu por anos se tornaram, então, realidade. Berta lutou a vida toda pelo direito dos povos Lenca de viver em um ambiente seguro e saudável em seu próprio país, Honduras.
O assassinato de Berta não foi um caso isolado. Em 2014, três quartos dos 116 casos de assassinatos de defensores do meio ambiente e dos direitos humanos ocorreram na América Central e na América do Sul, segundo relator das Nações Unidas.
Homens armados entraram em março na casa de Berta Cáceres, localizada na cidade de La Esperanza, oeste do país, e mataram a ativista. Foto: goldmanprize.org
A mãe de Laura, Berta Cáceres, foi morta em casa, em uma manhã de março, na frente de um amigo. Todas as ameaças que recebeu por anos se tornaram, então, realidade. Berta lutou a vida toda pelo direito dos povos Lenca de viver em um ambiente seguro e saudável em seu próprio país, Honduras.
“Minha mãe foi presa, desacreditada, ameaçada por sua luta na defesa da vida e contra o extrativismo”, disse recentemente Laura Zúñiga Cáceres na sede das Nações Unidas em Genebra. “Nossa luta é pela Mãe Terra, pela vida, e nesse combate estamos perdendo nossas vidas”, completou.
O assassinato de Berta em Honduras não foi um caso isolado. A América Latina é a região mais hostil a ambientalistas, disse o relator especial da ONU para os defensores dos direitos humanos, Michel Forst, em documento recente enviado à Assembleia Geral das Nações Unidas.
“Em 2014, três quartos dos 116 casos de assassinatos de ativistas ambientais e de direitos humanos em 17 países — em média, mais de duas vítimas por semana — ocorreram na América Central e na América do Sul”, disse o especialista no documento.
“Por toda a América Latina e o Caribe, ativistas ambientais enfrentam os piores obstáculos em sua luta por um mundo mais sustentável: ameaças, assédios e intimidações são frequentemente parte da rotina. Em algumas áreas, seus esforços podem ser desacreditados e classificados como ‘antidesenvolvimento’. Em muitos casos, sua cruzada heroica para defender o planeta e os direitos humanos pode custar suas vidas.”
Além de Honduras, o relator citou Brasil, Colômbia, Guatemala, México e Peru como países que atraem cada vez mais indústrias extrativas e de mineração — que causam mais desflorestamento — e se tornaram perigosos para ambientalistas. A impunidade também é frequente em crimes contra defensores do meio ambiente, disse o documento. No caso do Brasil, o relator citou os ataques e assassinatos de defensores do meio ambiente e dos direitos dos povos indígenas no Mato Grosso do Sul.
Os defensores do meio ambiente “não são apenas ambientalistas e ativistas pela terra, mas também defensores dos direitos humanos”, declarou Forst.
Da ONU Brasil, in EcoDebate, 02/12/2016
Padrão de consumo atual é insustentável para população de 7 bilhões
Em palestra da série USP Talks, pesquisadores alertam para a necessidade de mudar o sistema socioeconômico e nosso modo de vida para reverter mudanças climáticas
Por Diego C. Smirne, do Jornal / Agência USP
Foto: Marcos Santos/USP Imagens
O sistema socioeconômico construído e adotado pela humanidade desde a Primeira Revolução Industrial, em 1750, possui um padrão de consumo insustentável para um mundo com 7 bilhões de pessoas como o atual, e mais ainda para a população que se estima que habitará a Terra daqui a poucas décadas, de 9 a 10 bilhões de indivíduos.
A afirmação é do professor Paulo Artaxo, do Instituto de Física (IF) da USP, que, junto do professor Frederico Brandini, do Instituto Oceanográfico (IO) da USP, participou do USP Talks na quarta-feira, 30 de novembro, para tratar do tema Mudanças Climáticas: a Terra daqui a 100 anos.
“Quando a China, Índia e África, que juntas têm hoje mais de 3 bilhões de habitantes, resolverem ter o mesmo padrão de consumo dos países desenvolvidos – e isso não vai demorar -, não precisa ser muito inteligente para perceber que não vai dar certo. Precisamos mudar o sistema”, defende Artaxo, que é referência mundial no estudo da física aplicada a problemas ambientais.
O professor afirma não ver maior desafio para a ciência e a humanidade do que as mudanças climáticas, pois elas colocam em xeque nossa estrutura socioeconômica e nosso modo de viver. “Ainda tem gente que diz não acreditar nas mudanças climáticas, como o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. Mas ele representa grandes interesses, assim como qualquer presidente. Não é uma questão de acreditar ou não, não é religião. As mudanças estão aí.”
Quando a China, Índia e África resolverem ter o mesmo padrão de consumo dos países desenvolvidos – e isso não vai demorar -, não precisa ser muito inteligente para perceber que não vai dar certo. Precisamos mudar o sistema
O professor ainda chama a atenção para um dilema ético causado pelas mudanças climáticas: “Temos o direito de causar a extinção em massa de inúmeras espécies que dividem o planeta conosco?”. De acordo com Artaxo, 40 bilhões de toneladas de gases estufa são lançadas na atmosfera todos os anos, uma taxa que ainda está em ascensão. Isso já gerou um aumento de 1ºC na temperatura média do planeta – no Brasil, o aumento foi de 1,5º a 1,8º, uma mudança crítica para ecossistemas como a Amazônia.
A floresta amazônica é um importante recurso para adiar os efeitos das mudanças climáticas, por ser o que se chama de uma bomba biológica, isto é, um grande sistema de retenção de carbono. Isso se dá porque o tronco das árvores necessita de enorme quantidade desse elemento para se formar. Porém, o professor Artaxo alerta que essa capacidade de armazenamento está se esgotando, pois as árvores não crescem para sempre, e árvores novas estão sendo sistematicamente desmatadas. “O Brasil desmatou, no último ano, 8 mil quilômetros quadrados de floresta primária na Amazônia. É uma quantidade enorme.”
Oceanos
O professor Frederico Brandini explica que, assim como a Amazônia, os oceanos também caracterizam uma bomba biológica, em virtude da absorção do carbono pelas algas unicelulares que os habitam. Além disso, eles são uma bomba de solubilidade, pois o dióxido de carbono (CO2) é muito solúvel em água, especialmente nos mares gelados próximos aos polos, que têm maior capacidade de dissolução da molécula e, por serem mais densos, levam-na ao fundo do oceano.
Porém, a capacidade da bomba biológica dos oceanos também está se esgotando, pois as algas concentram-se numa faixa limitada deles, aquela que recebe luz. Segundo o professor, apenas os 100 metros superficiais (cerca de 2% do oceano) são iluminados pela radiação solar.
Ao mesmo tempo a bomba de solubilidade é sobrecarregada pela desmedida emissão de carbono das atividades humanas, e, quanto mais carbono no fundo dos oceanos, mais ácida fica a água. “Hoje, a acidez da água dos oceanos é 30% maior do que 150 anos atrás. Isso prejudica, por exemplo, os corais, que são formados por substâncias básicas como o carbonato de cálcio. Estamos matando os recifes de coral”, afirma Brandini, estudioso da área de Oceanografia Biológica.
Hoje, a acidez da água dos oceanos é 30% maior do que 150 anos atrás. Isso prejudica, por exemplo, os corais, que são formados por substâncias básicas como o carbonato de cálcio. Estamos matando os recifes de coral
Esse esgotamento da capacidade da retenção de carbono das bombas biológicas é preocupante. De acordo com Brandini, 30% do gás carbônico absorvido fica retido nas florestas, outros 30% nos oceanos e o restante é o que ele chama de “carbono perdido”. “Não se sabe para onde vai essa porcentagem, é possível que parte dela fique presa às nossas roupas, por exemplo. A questão é que os outros 60% vão deixar de ser fixados pelas árvores e pelos oceanos, então teremos ainda mais gases estufa na atmosfera, o que vai agravar o aquecimento global.”
Há ainda outros problemas da ação humana para o equilíbrio dos oceanos. Brandini afirma que algumas substâncias presentes em cosméticos e remédios não são metabolizadas por nosso organismo e, uma vez excretadas, chegam aos oceanos por meio do esgoto. “Essas substâncias ficam por décadas circulando na água, há peixes e outros seres vivos espalhados pelos mares do mundo todo contaminados por elas”, explica. Além disso, o professor ressalta os impactos da poluição sonora e luminosa causada pelo homem. “O oceano não é um universo visual, a maior parte dele é escura. Os seres marinhos se comunicam principalmente pelo som ou por mecanismos químicos, e estamos desequilibrando isso também.”
Há esperança?
Com ressalvas, os professores se mostram otimistas em relação à possibilidade de superarmos as mudanças climáticas. Artaxo afirma que iniciativas como o Acordo de Paris, aprovado por 195 países em 2015, embora bem intencionadas, são insuficientes. O acordo prevê uma redução de 32% da emissão de gases estufa com o objetivo de limitar a no máximo 2ºC o aumento da temperatura média do planeta.
“Essa redução está longe de acontecer e, mesmo se acontecesse, não seria possível alcançar a meta proposta. Além disso, o aumento da temperatura global em 2ºC representaria no Brasil um aumento da ordem de 3ºC a 3,5ºC, em média. Imagine o que aconteceria em cidades como Cuiabá e Manaus.” Entretanto, se a ação do homem se mantiver como a atual pelos próximos 100 anos, o professor afirma que a temperatura média do planeta poderia aumentar de 5ºC a 7º C, o que seria uma catástrofe.
De acordo com Artaxo, um caminho para lidar com as mudanças climáticas, mais do que tratados internacionais, é uma mudança radical em nossa sociedade, desde os padrões de consumo até a política. “Temos que rever a forma como medimos o sucesso de um país. Por que, em vez de relacionar sucesso ao que é produzido pela indústria – portanto estimulando produção e consumo insustentáveis-, não medimos a felicidade da população com o sistema implementado?”
Além dessa ideia, que já é posta em prática no Butão, país do sul da Ásia, o professor sustenta a necessidade de um sistema global de governança. “Um presidente pensa no que vai acontecer nos quatro anos de seu mandato, assim como um empresário pensa no lucro de sua empresa naquele ano. Precisamos começar a pensar que todos dividimos a mesma casa, acabar com o conceito de ‘país’ e implementar políticas públicas globais em relação ao meio ambiente.”
Precisamos começar a pensar que todos dividimos a mesma casa, acabar com o conceito de ‘país’ e implementar políticas públicas globais em relação ao meio ambiente
Apesar de parecer utópico, os professores dão exemplos práticos para mostrar que a mudança é possível. Artaxo lembra que já possuímos tecnologia suficiente para produzir carros 70% a 90% mais eficientes que os atuais, enquanto Brandini fala de energias alternativas que poderiam ser exploradas pelo Brasil, como a eólica, a solar e a das marés, tecnologias que não são comparativamente caras e cujas fontes existem em abundância no País. Artaxo defende também o desmatamento zero para manter a capacidade de retenção carbônica da Amazônia, e Brandini afirma que “se tivéssemos uma educação de qualidade, não seria necessário educação ambiental, pois as pessoas saberiam da importância do meio ambiente”.
Evento é uma iniciativa da USP, em parceria com o jornal O Estado de S. Paulo e apoio da Livraria Cultura – Foto: Marcos Santos/USP Imagens
Ambos confiam na capacidade do ser humano de superar dificuldades, por meio de esforço, conscientização e da ciência – a qual Artaxo defende que deveria ter maior influência em decisões políticas e na elaboração de políticas públicas. “As baleias já foram a maior commodity do planeta, pois o óleo de sua gordura era o que iluminava as cidades da Europa. Se não tivéssemos descoberto o petróleo, elas teriam sido extintas. Depois o petróleo trouxe outros tantos problemas, mas, como já fizemos antes, podemos resolvê-los”, diz Brandini.
A oitava e última edição do USP Talks em 2016 ocorreu na tarde de quarta-feira, 30 de novembro, no Teatro Eva Herz da Livraria Cultura. A série de eventos é uma iniciativa das Pró-Reitorias de Graduação e de Pesquisa da USP, em parceria com o jornal O Estado de S. Paulo e apoio da Livraria Cultura. Mais informações na página do Facebook.
in EcoDebate, 02/12/2016
quinta-feira, 1 de dezembro de 2016
Lectinas - 1
Fatores anrinutricionais - lectina - 1. #nutrição #fatoresantinutricionais
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Garcinia - modo de ação
Modo de ação da garcinia. #nutrição #plantasmedicinais #plantamedicinal
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Maternal B12 deficiency may increase child's risk of type-2 diabetes
Date: November 7, 2016
Source: University of Warwick
Summary:
B12 deficiency during pregnancy may predispose children to metabolic problems such as type-2 diabetes, according to research. These findings could lead to a review of current vitamin B12 requirements for pregnant women, whether through an improved diet or supplements.
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Eating dairy cheese may protect against sodium-related health risks
Date: November 2, 2016
Source: Penn State
Summary:
Consuming dairy cheese instead of other sodium-laden foods may actually protect against some of sodium’s effects on the cardiovascular system, such as high blood pressure, according to researchers.
Consuming dairy cheese instead of other sodium-laden foods may actually protect against some of sodium's effects on the cardiovascular system, such as high blood pressure, according to researchers at Penn State.
The researchers say the protection comes from antioxidant properties of dairy proteins in cheese.
"This is a novel finding that may have implications for dietary recommendations. Newer dietary recommendations suggest limiting sodium, but our data suggest that eating sodium in the form of a dairy product, such as cheese, may be protective," said Lacy Alexander, associate professor of kinesiology and co-lead researcher on the project.
"We are already aware that at the population level, people who eat more dairy typically have lower blood pressure," Alexander added.
The data suggest that when sodium is consumed in cheese it does not have the negative vascular effects that researchers observed with sodium from non-dairy sources. The researchers interpret this to mean that the proteins and nutrients in cheese may be protecting the blood vessels from the short-term negative effects of sodium. However, it is not known if this protection extends over the long term.
For the study, Alexander and colleagues fed participants dairy cheese, pretzels or soy cheese on five separate occasions, three days apart. They then compared the effects of each food on the cardiovascular system using a laser-Doppler, which shines a weak laser light onto the skin.
The laser light reflects off red blood cells that flow through the vessels just under the skin, allowing researchers to measure how much the blood vessels dilate in response to skin warming and how much of that dilation is due to the production of nitric oxide, a gas that's naturally produced in the body to deliver messages between cells.
The goal was to compare the effect of short-term dairy cheese consumption to sodium consumption from non-dairy sources.
Soy served as an additional control to match the fat, salt and protein content from a dietary source that is not dairy-based.
"We found that when our subjects ate a lot of sodium in cheese, they had better blood vessel function -- more blood flow -- compared to when they ate an equal amount of sodium from non-dairy sources -- in this case, pretzels and soy cheese," said Anna Stanhewicz, co-investigator and postdoctoral fellow in the Center for Healthy Aging.
"We know that more red blood cells means more blood flow and more dilation. We observed that subjects had more nitric oxide-moderated dilation after eating dairy cheese, compared to after eating pretzels or soy cheese."
The researchers reported their findings in the British Journal of Nutrition. Other researchers involved included Billie Alba, a pre-doctoral student in the Department of Kinesiology, and W. Larry Kenney, professor of kinesiology and Marie Underhill Noll Chair in Human Performance.
An ongoing follow-up study tests the same effects over a longer period of time.
Story Source:
Materials provided by Penn State. Original written by Marjorie S. Miller. Note: Content may be edited for style and length.
Journal Reference:
Anna E. Stanhewicz, Billie K. Alba, W. Larry Kenney, Lacy M. Alexander. Dairy cheese consumption ameliorates single-meal sodium-induced cutaneous microvascular dysfunction by reducing ascorbate-sensitive oxidants in healthy older adults. British Journal of Nutrition, 2016; 116 (04): 658 DOI: 10.1017/S0007114516002579
Cite This Page:
Penn State. "Eating dairy cheese may protect against sodium-related health risks." ScienceDaily. ScienceDaily, 2 November 2016. <www.sciencedaily.com/releases/2016/11/161102102053.htm>.
Berry wine, minus the alcohol, may offer help for those with diabetes
Date: November 1, 2016
Source: University of Illinois College of Agricultural, Consumer and Environmental Sciences (ACES)
Summary:
Blueberries, and berries in general, are among foods labeled as “diabetes superfoods” by the American Association of Diabetes. Food science researchers have found that fermenting berries may improve their antidiabetic potential even more.
Blueberries, and berries in general, are among foods labeled as "diabetes superfoods" by the American Association of Diabetes. Food science researchers at the University of Illinois have found that fermenting berries may improve their antidiabetic potential even more.
Recent research at the U of I includes the development of an alcohol-free blueberry-blackberry "wine" that those suffering from diabetes -- who typically must avoid alcohol -- can enjoy, while potentially reducing the effects of Type 2 diabetes.
"Unfortunately the number of people with diabetes is increasing astronomically around the world," says Elvira de Mejia, a food chemist in the Department of Food Science and Human Nutrition at U of I. "There are 100 million people around the world who have diabetes and that is increasing, without counting the ones who may be pre-diabetic and not know it."
Previous research has shown that dietary blueberries may play a role in reducing hyperglycemia in obese mice, therefore de Mejia and colleagues wanted to determine if a fermented, dealcoholized blueberry-blackberry beverage would enhance the potential of the phenolic compounds in the berries that are responsible for reducing diabetic markers.
A new study shows that the fermented berry beverage did reduce the development of obesity and blood glucose levels in mice on a high-fat diet.
The researchers had already determined that the berries, when fermented at low temperatures, resulted in an improved and higher concentration of anthocyanins. Anthocyanins, found in the pigments of fruits such as blueberries, grapes, and apples, have been shown to promote insulin sensitivity, decrease blood glucose levels in the blood, and enhance insulin secretion.
"We know that fruits, vegetables, cereals, legumes, and berries are good, but here we explain that after fermentation we improve and increase the concentration of these pigments [anthocyanins] and they are very high antioxidant components that benefit the body," de Mejia says.
A previous cell culture study with the alcohol-free blueberry-blackberry wine, showed good results toward inhibiting enzymes related to glucose absorption
"In this in vivo study, as we increased the concentration of these anthocyanin-enriched extractions from blueberries and blackberries we saw an improvement in the uptake of glucose, meaning that the animals with the increased concentration were not as much in a state of hyperglycemia as the other animals."
The beverage included a ratio of 70 percent fermented blackberries to 30 percent fermented blueberries. The berries were collected from varieties grown at U of I's Dixon Springs Agricultural Research Station in southern Illinois. Alcohol was removed from the beverage by rotoevaporation and was replaced with water. Some of the sugars left over after fermentation were also removed in the process.
"We optimized the best ratio between blueberries and blackberries. Blackberries are very unique and I think that's one of the reasons why we selected a high concentration of them in this study. Blackberries have a very specific profile of anthocyanins, and that was amazing at lowering the absorption of glucose in this case," de Mejia says.
During the study, groups of mice with diet-induced obesity and hyperglycemia were given the fermented berry beverage or the beverage with higher or lower enriched concentrations of the anthocyanins (0.1x, 1x, or 2x). Another group was given sitagliptin, a commonly used medication for diabetes, and another group was given water only. All groups ate the same diet, calories, and amount of sugars otherwise.
While benefits were seen in all groups drinking the fermented beverage, de Mejia says the group on the highest concentration of anthocyanins (2x) showed the greatest results, comparable to what was observed in the group on sitagliptin. This included no increase in body weight, which de Mejia says was a surprise.
"That was not our objective really, we were just looking for markers of diabetes," she says. "But it was very impressive to see."
The researchers also observed that glucose was deposited into tissue more than absorbed by and present in the blood, as well. "You want to avoid high glucose in the blood stream, and you want uptake into muscle, liver, and organs, and to keep the level in plasma and blood normal. We saw a reduction of glucose in the blood with the beverage, even in the beverage before it was enhanced," de Mejia says.
They also saw an effect on oxidative stress in the obese mice. "We saw that in the animals on 2x the enriched anthocyanins, the oxidative species went down, meaning they were kind of protected against oxidation. From that stand point, it was very positive looking at the oxidative stress of the animals because that can damage protein and DNA."
Regarding the mechanism of action in reducing the diabetic effects, de Mejia says that the antioxidant power of the anthocyanins plays a very important role. "Markers of inflammation went down too. That's very, very, important. They are correlated. With obesity, less fat means less inflammation, and less oxidative stress. I think it is more toward that pathway of lowering oxidative stress and inflammation and lowering fat. It was very surprising to us," she adds.
Producing this berry wine, complete with the benefits of fermentation but without the alcohol, provides an opportunity for wine makers, de Mejia says.
"There are some bigger wineries/companies that are producing dealcoholized wine for diabetics, but from grapes. It is available in California, for example. I think the novelty of this work is mainly the combination of the blackberries and blueberries and the concentration of anthocyanins as part of the pigment. But it is perfectly doable and I hope that companies can see that there is a market. And it's delicious," she adds.
While the berry wine may not be able to replace medications for diabetics, de Mejia says it could help reduce the amount of medication needed; always under the doctor's supervision and approval.
"There needs to be more studies to see how the anthocyanins work in the presence of medication, to see if they work synergistically, for example. Then, maybe, you could decrease the amount of the drug. All of these drugs for diabetes have adverse effects after so many years of use, even the safest ones.
"We need to consider diet, exercise, lowering body weight, and all the different strategies that the American Association of Diabetes recommends, and maybe in the long run, of course with approval of a physician, you could decrease the level of the drug to keep glucose under control."
Story Source:
Materials provided by University of Illinois College of Agricultural, Consumer and Environmental Sciences (ACES). Note: Content may be edited for style and length.
Journal Reference:
Michelle H. Johnson, Matthew Wallig, Diego A. Luna Vital, Elvira G. de Mejia. Alcohol-free fermented blueberry–blackberry beverage phenolic extract attenuates diet-induced obesity and blood glucose in C57BL/6J mice. The Journal of Nutritional Biochemistry, 2016; 31: 45 DOI: 10.1016/j.jnutbio.2015.12.013
Cite This Page:
University of Illinois College of Agricultural, Consumer and Environmental Sciences (ACES). "Berry wine, minus the alcohol, may offer help for those with diabetes." ScienceDaily. ScienceDaily, 1 November 2016. <www.sciencedaily.com/releases/2016/11/161101171204.htm>.
Delayed gratification associated with fast food frequency
Study may hold clues to potential interventions to improve healthy food choices
Date: November 1, 2016
Source:
American Cancer SocietySummary:An ability to delay immediate gratification is associated with less frequent consumption of fast food, research indicates. The study has public health significance since away-from-home eating, and fast food consumption in particular, contribute to obesity in the United States.
A new study suggests that an ability to delay immediate gratification is associated with less frequent consumption of fast food. The study, which appears early online in Preventive Medicine has public health significance since away-from-home eating, and fast food consumption in particular, contribute to obesity in the United States.
Food consumed away from home often consists of energy-dense nutrient-poor food, which increases the risk for obesity and other chronic conditions. Behavioral economics, the application of psychology to economics, has the potential to offer additional insights into eating behaviors. For example, previous research has shown "impatient time preferences" lead to decision-making based on immediate gratification (e.g. watching TV) instead of behavior (e.g. exercise) that will benefit one's future welfare (e.g. improved longevity).
To investigate further, researchers from the American Cancer Society along with colleagues at the University of California, Irvine, University of Massachusetts, Amherst, and the Gretchen Swanson Center for Nutrition, embarked on this study to identify factors that affect away-from-home eating.
The study team analyzed responses from 5,871 U.S. adults taking part in a 2011 survey asking about lifestyle behaviors, including frequency of fast food consumption. Also included were questions measuring time preferences. Participants were asked whether they preferred an immediate dollar amount now or a larger sum later (e.g. $10 now or $12, $15, or $18 in 30 days).
The findings showed that willingness to wait for the larger amount was significantly associated with less frequent fast food intake. Those who most often chose the delayed sum were 26% less likely to consume fast food than those on the other end of the scale. There was no association with full-service restaurant intake.
The authors note that the results stem from cross-sectional data, limiting the ability to reach a conclusive determination about causality. Therefore, future longitudinal research on this topic is warranted.
"Our findings reveal that a high degree of future orientation appears to be protective against eating frequently at fast food establishments," said Kerem Shuval, PhD, of the American Cancer Society, lead author of the study. "It may be possible, and relevant, to assess and inform individuals of their tendency to delay, or not delay, immediate gratification, and find strategies to prevent unhealthy behaviors. For example, packing lunches and healthful snacks in the evening to bring to work could potentially prevent trips to the vending machine or the adjacent fast food establishment."
Michal Stoklosa, MA, senior economist at the American Cancer Society and a co-author on the study, added that another strategy suggested by behavioral economists is the use of pre-commitment contracts. These are self-imposed present day constraints aimed at improving behavior in the future. For example, a sum of money is deposited by the individual to a third party, and if pre-determined goals are not met, such as eating less frequently at fast food restaurants, the money will be lost or given to charity.
Story Source:
Materials provided by American Cancer Society. Note: Content may be edited for style and length.
Journal Reference:
Kerem Shuval, Michal Stoklosa, Mark C. Pachucki, Amy L. Yaroch, Jeffrey Drope, Matthew Harding. Economic preferences and fast food consumption in US adults: Insights from behavioral economics. Preventive Medicine, 2016; 93: 204 DOI: 10.1016/j.ypmed.2016.10.016
Cite This Page:
American Cancer Society. "Delayed gratification associated with fast food frequency: Study may hold clues to potential interventions to improve healthy food choices." ScienceDaily. ScienceDaily, 1 November 2016. <www.sciencedaily.com/releases/2016/11/161101103205.htm>.
Fruits and vegetables may slow ALS
Date: November 1, 2016
Source: Columbia University's Mailman School of Public Health
Summary:
A diet rich in antioxidants and carotenoids is linked to better outcomes for patients with amyotrophic lateral sclerosis, say investigators.
New research at Columbia University's Mailman School of Public Health reveals that foods like fruits and vegetables that are high in antioxidant nutrients and carotenoids are associated with better function in amyotrophic lateral sclerosis (ALS) patients around the time of diagnosis. This is among the first studies to evaluate diet in association with ALS function and the first to show that healthy nutrients and antioxidants are associated with better ALS functioning. The findings are published online in JAMA Neurology.
ALS, also known as Lou Gehrig's Disease, is a severe neurodegenerative disorder that causes atrophy, paralysis, and eventually respiratory failure. Median survival for ALS patients ranges from 20 to 48 months, although 10 percent to 20 percent of patients can live longer than 10 years.
Jeri W. Nieves, PhD, associate professor of Epidemiology, and co-authors examined the links between nutritional intake and severity of ALS for patients who had ALS symptoms for 18 months or less. The study, which relied on nutrient intake reported using a food questionnaire, followed 302 participants recruited at 16 clinical centers throughout the U.S. The researchers used a validated measure of ALS severity and respiratory function.
"It appears that nutrition plays a role both in triggering the disease and why it progresses," said Dr. Nieves. "For this reason, ALS patients should eat foods high in antioxidants and carotenes, as well as high fiber grains, fish, and poultry."
The researchers also found that milk and lunch meats were associated with lower measures of function, or more severe disease. Two different statistical analyses by Dr. Nieves both indicate that diet may help minimize the severity of ALS and point to the role of oxidative stress in ALS severity.
"The foods and nutrients that may help reduce the severity of ALS are very similar to the recommendation to prevent many other chronic diseases," noted Dr. Nieves.
"Our cross-sectional study relied on a food questionnaire and those may not always represent a true daily diet," cautioned Dr. Nieves. "However, those responsible for nutritional care of the patient with ALS should consider promoting fruits and vegetables since they are high in antioxidants and carotenes. Future studies will look at follow-up-data on both dietary intake and progression of ALS."
Story Source:
Materials provided by Columbia University's Mailman School of Public Health. Note: Content may be edited for style and length.
Journal Reference:
Jeri W. Nieves, Chris Gennings, Pam Factor-Litvak, Jonathan Hupf, Jessica Singleton, Valerie Sharf, Björn Oskarsson, J. Americo M. Fernandes Filho, Eric J. Sorenson, Emanuele D’Amico, Ray Goetz, Hiroshi Mitsumoto. Association Between Dietary Intake and Function in Amyotrophic Lateral Sclerosis. JAMA Neurology, 2016; DOI: 10.1001/jamaneurol.2016.3401
Cite This Page:
Columbia University's Mailman School of Public Health. "Fruits and vegetables may slow ALS." ScienceDaily. ScienceDaily, 1 November 2016. <www.sciencedaily.com/releases/2016/11/161101102618.htm>.
Study finds lack of benefit of cranberry in reducing urinary tract infections among older women
Date: October 27, 2016
Source: The JAMA Network Journals
Summary:
Among older women residing in nursing homes, administration of cranberry capsules compared with placebo resulted in no significant difference in presence of bacteriuria plus pyuria (presence of bacteria and white blood cells in the urine, a sign of urinary tract infection [UTI]), or in the number of episodes of UTIs over l year, according to a study.
Among older women residing in nursing homes, administration of cranberry capsules compared with placebo resulted in no significant difference in presence of bacteriuria plus pyuria (presence of bacteria and white blood cells in the urine, a sign of urinary tract infection [UTI]), or in the number of episodes of UTIs over l year, according to a study published online by JAMA. The study is being released to coincide with its presentation at IDWeek 2016.
Urinary tract infection is the most commonly diagnosed infection among nursing home residents. Bacteriuria is prevalent in 25 percent to 50 percent of women living in nursing homes, and pyuria is present in 90 percent of those with bacteriuria. Cranberry capsules are an understudied, nonantimicrobial prevention strategy used in this population. Manisha Juthani-Mehta, M.D., of the Yale School of Medicine, New Haven, Conn., and colleagues randomly assigned 185 women (average age, 86 years; with or without bacteriuria plus pyuria at study entry) residing in nursing homes to two oral cranberry capsules, each capsule containing 36 mg of the active ingredient proanthocyanidin (i.e., 72 mg total, equivalent to 20 ounces of cranberry juice) or placebo administered once a day.
Of the 185 study participants (31 percent with bacteriuria plus pyuria at study entry), 147 completed the study. Overall adherence was 80 percent. After adjustment for various factors, there was no significant difference in the presence of bacteriuria plus pyuria between the treatment group vs the control group (29.1 percent vs 29.0 percent). There were also no significant differences in number of symptomatic UTIs (10 episodes in the treatment group vs 12 in the control group), rates of death (17 vs 16 deaths), hospitalization, antibiotics administered for suspected UTIs, or total antimicrobial utilization.
"Many studies of cranberry products have been conducted over several decades with conflicting evidence of its utility for UTI prevention. The results have led to the recommendation that cranberry products do not prevent UTI overall but may be effective in older women. This trial did not show a benefit of cranberry capsules in terms of a lower presence of bacteriuria plus pyuria among older women living in nursing homes," the authors write.
Editorial: Cranberry for Prevention of Urinary Tract Infection? -- Time to Move on
"The continuing promotion of cranberry use to prevent recurrent UTI in the popular press or online advice seems inconsistent with the reality of repeated negative studies or positive studies compromised by methodological shortcomings. Any continued promotion of the use of cranberry products seems to go beyond available scientific evidence and rational reasoning," writes Lindsay E. Nicolle, M.D., F.R.C.P.C., of the University of Manitoba, Winnipeg, Manitoba, Canada, in an accompanying editorial.
"Some of this conviction is likely an interest of individuals or groups to promote the use of natural health products for clinical benefits, allowing avoidance of medical interventions and, potentially, giving women who experience recurrent UTI an element of personal control in managing their problem. The current emphasis on antimicrobial stewardship and limiting antimicrobial use whenever possible also may have some influence in the continued endorsement of cranberry juice or tablets as a nonantimicrobial strategy for management of UTI."
"Recurrent UTI is a common problem that is distressing to patients and because it is so frequent and costly for the health care system. It is time to identify other potential approaches for management. This certainly must include a wiser use of antimicrobial therapy for syndromes of recurrent UTI in women in long-term care facilities. Other possible interventions to explore in this and other populations may include, among other approaches, adherence inhibitors or immunologic interventions. Intellectual discussions and clinical trial activity should be redirected to identify and evaluate other innovative antimicrobial and nonantimicrobial approaches. It is time to move on from cranberries."
Story Source:
Materials provided by The JAMA Network Journals. Note: Content may be edited for style and length.
Journal References:
Manisha Juthani-Mehta, Peter H. Van Ness, Luann Bianco, Andrea Rink, Sabina Rubeck, Sandra Ginter, Stephanie Argraves, Peter Charpentier, Denise Acampora, Mark Trentalange, Vincent Quagliarello, Peter Peduzzi. Effect of Cranberry Capsules on Bacteriuria Plus Pyuria Among Older Women in Nursing Homes. JAMA, 2016; DOI: 10.1001/jama.2016.16141
Lindsay E. Nicolle. Cranberry for Prevention of Urinary Tract Infection? JAMA, 2016; DOI: 10.1001/jama.2016.16140
Cite This Page:
The JAMA Network Journals. "Study finds lack of benefit of cranberry in reducing urinary tract infections among older women." ScienceDaily. ScienceDaily, 27 October 2016. <www.sciencedaily.com/releases/2016/10/161027122301.htm>.
Natural compound reduces signs of aging in healthy mice
Safety of NMN being tested in small clinical trial
Date: October 27, 2016
Source: Washington University School of Medicine
Summary:
Much of human health hinges on how well the body manufactures and uses energy. For reasons that remain unclear, cells' ability to produce energy declines with age, prompting scientists to suspect that the steady loss of efficiency in the body's energy supply chain is a key driver of the aging process. Now, scientists have shown that supplementing healthy mice with a natural compound called NMN can compensate for this loss of energy production, reducing typical signs of aging such as gradual weight gain, loss of insulin sensitivity and declines in physical activity.
Scientists have shown that supplementing healthy mice with a natural compound called NMN can compensate for this loss of energy production, reducing typical signs of aging such as gradual weight gain, loss of insulin sensitivity and declines in physical activity.
Credit: © Irina K. / Fotolia
Much of human health hinges on how well the body manufactures and uses energy. For reasons that remain unclear, cells' ability to produce energy declines with age, prompting scientists to suspect that the steady loss of efficiency in the body's energy supply chain is a key driver of the aging process.
Now, scientists at Washington University School of Medicine in St. Louis have shown that supplementing healthy mice with a natural compound called NMN can compensate for this loss of energy production, reducing typical signs of aging such as gradual weight gain, loss of insulin sensitivity and declines in physical activity.
The study is published Oct. 27 in the journal Cell Metabolism.
"We have shown a way to slow the physiologic decline that we see in aging mice," said Shin-ichiro Imai, MD, PhD, a professor of developmental biology and of medicine. "This means older mice have metabolism and energy levels resembling that of younger mice. Since human cells rely on this same energy production process, we are hopeful this will translate into a method to help people remain healthier as they age."
Imai is working with researchers conducting a clinical trial to test the safety of NMN in healthy people. The phase 1 trial began earlier this year at Keio University School of Medicine in Tokyo.
With age, the body loses its capacity to make a key element of energy production called NAD (nicotinamide adenine dinucleotide). Past work by Imai and co-senior author Jun Yoshino, MD, PhD, an assistant professor of medicine, has shown that NAD levels decrease in multiple tissues as mice age. Past research also has shown that NAD is not effective when given directly to mice so the researchers sought an indirect method to boost its levels. To do so, they only had to look one step earlier in the NAD supply chain to a compound called NMN (nicotinamide mononucleotide).
NMN can be given safely to mice and is found naturally in a number of foods, including broccoli, cabbage, cucumber, edamame and avocado. The new study shows that when NMN is dissolved in drinking water and given to mice, it appears in the bloodstream in less than three minutes. Importantly, the researchers also found that NMN in the blood is quickly converted to NAD in multiple tissues.
"We wanted to make sure that when we give NMN through drinking water, it actually goes into the blood circulation and into tissues," Imai said. "Our data show that NMN absorption happens very rapidly."
To determine the long-term effects of giving NMN, Imai, Yoshino and their colleagues studied three groups of healthy male mice fed regular mouse chow diets. Starting at five months of age, one group received a high dose of NMN-supplemented drinking water, another group received a low dose of the NMN drinking water, and a third group served as a control, receiving no NMN. The researchers compared multiple aspects of physiology between the groups, first at 5 months of age and then every three months, until the mice reached 17 months of age. Typical laboratory mice live about two years.
The researchers found a variety of beneficial effects of NMN supplementation, including in skeletal muscle, liver function, bone density, eye function, insulin sensitivity, immune function, body weight and physical activity levels. But these benefits were seen exclusively in older mice.
"When we give NMN to the young mice, they do not become healthier young mice," Yoshino said. "NMN supplementation has no effect in the young mice because they are still making plenty of their own NMN. We suspect that the increase in inflammation that happens with aging reduces the body's ability to make NMN and, by extension, NAD."
In skeletal muscle, the investigators -- including the study's first author, Kathryn Mills, the research supervisor in Imai's lab -- found that NMN administration helps energy metabolism by improving the function of mitochondria, which operate as cellular power plants. They also found that mice given NMN gained less weight with aging even as they consumed more food, likely because their boosted metabolism generated more energy for physical activity. The researchers also found better function of the mouse retina with NMN supplementation, as well as increased tear production, which is often lost with aging. They also found improved insulin sensitivity in the older mice receiving NMN, and this difference remained significant even when they corrected for differences in body weight.
In a paper published earlier this year in Cell Reports, Yoshino and his colleagues revealed more details of how NAD works in influencing glucose metabolism and the body's fat tissue. In that study, the mice had a defect in the ability to manufacture NAD only in the body's fat tissue. The rest of their tissues and organs were normal.
"Even though NAD synthesis was stopped only in the fat tissue, we saw metabolic dysfunction throughout the body, including the skeletal muscle, the heart muscle, the liver and in measures of the blood lipids," Yoshino said. "When we gave NMN to these mice, these dysfunctions were reversed. That means NAD in adipose tissue is a critical regulator of whole body metabolism."
Added Imai, "This is important because Jun showed that if you mess up NAD synthesis only in fat tissue, you see insulin resistance everywhere. Adipose tissue must be doing something remarkable to control whole body insulin sensitivity."
During the long-term NMN study in healthy mice, Imai also said they monitored the animals for any potential increase in cancer development as a result of NMN administration.
"Some tumor cells are known to have a higher capability to synthesize NAD, so we were concerned that giving NMN might increase cancer incidence," Imai said. "But we have not seen any differences in cancer rates between the groups."
The phase 1 trial in Japan is using NMN manufactured by Oriental Yeast Co., which also provided the NMN used in these mouse studies. Outside of this clinical trial, high-grade NMN for human consumption is not commercially available. But there's always broccoli.
Story Source:
Materials provided by Washington University School of Medicine. Original written by Julia Evangelou Strait. Note: Content may be edited for style and length.
Journal Reference:
Kathryn F. Mills et al. Long-Term Administration of Nicotinamide Mononucleotide Mitigates Age-Associated Physiological Decline in Mice. Cell Metabolism, October 2016 DOI: 10.1016/j.cmet.2016.09.013
Cite This Page:
Washington University School of Medicine. "Natural compound reduces signs of aging in healthy mice: Safety of NMN being tested in small clinical trial." ScienceDaily. ScienceDaily, 27 October 2016. <www.sciencedaily.com/releases/2016/10/161027122047.htm>.
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