sexta-feira, 12 de junho de 2015

Nuts and peanuts -- but not peanut butter -- linked to lower mortality rates, study finds

Date: June 10, 2015

Source: Oxford University Press (OUP)

Summary:
A study confirms a link between peanut and nut intake and lower mortality rates, but finds no protective effect for peanut butter. Men and women who eat at least 10 grams of nuts or peanuts per day have a lower risk of dying from several major causes of death than people who don't consume nuts or peanuts.
Peanuts show at least as strong reductions in mortality as tree nuts, but peanut butter is not associated with lower mortality, researchers from Maastricht University found.
Credit: © Diana Taliun / Fotolia

A paper published in the International Journal of Epidemiology confirms a link between peanut and nut intake and lower mortality rates, but finds no protective effect for peanut butter. Men and women who eat at least 10 grams of nuts or peanuts per day have a lower risk of dying from several major causes of death than people who don't consume nuts or peanuts.

The reduction in mortality was strongest for respiratory disease, neurodegenerative disease, and diabetes, followed by cancer and cardiovascular diseases. The effects are equal in men and women. Peanuts show at least as strong reductions in mortality as tree nuts, but peanut butter is not associated with lower mortality, researchers from Maastricht University found.

This study was carried out within the Netherlands Cohort Study, which has been running since 1986 among over 120,000 Dutch 55-69 year old men and women. Nut consumption was assessed by asking about portion size and frequency of intake of peanuts, other nuts (tree nuts), and peanut butter. The researchers from Maastricht University analyzed the relationship with overall and cause-specific mortality since 1986.

The associations between nuts and peanut intake and cardiovascular death confirm earlier results from American and Asian studies that were often focused on cardiovascular diseases. However, in this new study, it was found that mortality due to cancer, diabetes, respiratory, and neurodegenerative diseases was also lowered among users of peanuts and nuts. Project leader and epidemiologist Professor Piet van den Brandt commented: "It was remarkable that substantially lower mortality was already observed at consumption levels of 15 grams of nuts or peanuts on average per day (half a handful). A higher intake was not associated with further reduction in mortality risk. This was also supported by a meta-analysis of previously published studies together with the Netherlands Cohort Study, in which cancer and respiratory mortality showed this same dose-response pattern."

Peanuts and tree nuts both contain various compounds such as monounsaturated and polyunsaturated fatty acids, various vitamins, fiber, antioxidants, and other bioactive compounds, that possibly contribute to the lower death rates. In contrast to peanuts, no association was found between peanut butter intake and mortality risk. However, besides peanuts, peanut butter contains also added components like salt and vegetable oils. In the past, it has been shown that peanut butter contains trans fatty acids and therefore the composition of peanut butter is different from peanuts. The adverse health effects of salt and trans fatty acids could inhibit the protective effects of peanuts.

Story Source:

The above story is based on materials provided by Oxford University Press (OUP). Note: Materials may be edited for content and length.

Journal Reference:
Piet A. van den Brandt, Leo J. Schouten. Relationship of tree nut, peanut, and peanut butter intake with total and cause-specific mortality: a cohort study and meta-analysis. International Journal of Epidemiology, June 2015

Cite This Page:
Oxford University Press (OUP). "Nuts and peanuts -- but not peanut butter -- linked to lower mortality rates, study finds." ScienceDaily. ScienceDaily, 10 June 2015. <www.sciencedaily.com/releases/2015/06/150610190920.htm>.

Cooperativas nordestinas levam produtos orgânicos para feira internacional

quarta-feira, 10 Junho, 2015

Enviado por theo.rochefort 
Foto: Eduardo Aigner/MDA

Visitantes da Bio Brazil Fair 2015 vão conhecer produtos de frutos típicos do semiárido nordestino comercializados pela Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaça, da Bahia (Coopercuc). O evento, que é o maior no segmento de orgânicos da América Latina, ocorre de 10 a 13 de junho, em São Paulo. 

O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) oferece um espaço de 131 metros quadrados para empreendimentos da agricultura familiar, como a Coopercuc. A cooperativa levou para o espaço geleias, polpas e doces nos sabores de maracujá da Caatinga, goiaba e umbu, além de doce de banana. 

Representante comercial da Coopercuc, Irene Sena, conta que a participação na feira é positiva. “Sempre vamos com uma grande expectativa para esses eventos. Esperamos fechar novos negócios”, destacou. O grupo está no ramo há 11 anos, e conta com 252 associados.

Quem também participará do evento é a Cooperativa Mista dos Apicultores da Microrregião de Simplício Mendes (Comapi). O grupo piauiense, criado em 2007, conta com 645 agricultores familiares dedicados ao cultivo de hortas comunitárias, à criação de cabritos e aves, além da produção de mel – carro-chefe do empreendimento.

O secretário de finanças da Comapi, Lorimar Reis, 32 anos, é um dos dez agricultores familiares da Associação de Jovens Rurais Bom Futuro (PI), adquirida em 2005 pelo Programa Nacional de Crédito Fundiário do MDA. Segundo Lorimar, a previsão da associação é produzir nove toneladas de mel, somente neste ano.

Gerente de comercialização da Comapi, Paulo José, informou que a maior parte das vendas é feita para fora do Brasil, e que a participação no evento pode mudar esse cenário. “Buscamos ampliar a comercialização no mercado interno, e acredito que a feira ajude bastante”, destacou.

Espaço MDA

Os empreendimentos da agricultura familiar selecionados vêm das Regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Sul. A participação do MDA é feita por meio do Brasil Agroecológico que mobiliza 10 ministérios do Governo Federal para fortalecer as políticas de apoio à agroecologia e produção orgânica e, assim, ampliar o número de agricultores familiares que produzem produtos saudáveis ao mercado consumidor. 

A feira é um espaço importante para divulgar também o Selo de Identificação da Participação da Agricultura Familiar (Sipaf) fazendo com que o consumidor possa escolher seus produtos, priorizando aqueles agricultores familiares e, desta forma, apoiar a consolidação dos empreendimentos para gerar emprego e renda no campo. 

Serviço

Feira Bio Brazil Fair 2015 / BioFach América Latina - 11ª Feira Internacional de Produtos Orgânicos e Agroecologia
Data: 10 a 13 de junho
Horário: das 11h às 19h, diariamente. 
Local: Pavilhão da Bienal do Ibirapuera – São Paulo
Para o público em geral, a feira será aberta nos dois últimos dias, 12 e 13 de junho.
A entrada é de graça.

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Sabiam que dá pra fazer vinho com uma fruta típica do cerrado?



Ela tem um nome estranho, mas não se assuste. A cagaita é uma frutinha amarela e azeda bastante encontrada em Minas Gerais.

Por isso mesmo, o professor Disney Ribeiro Dias, da Universidade Federal de Lavras, resolveu criar uma bebida alcoólica com a fruta.

A ideia era ajudar pequenos produtores a aumentar a renda. Confira no programa de hoje qual foi o resultado dessa pesquisa. Será que o gosto ficou bom? Ouça aí:

https://soundcloud.com/pedroivomb/ondas-da-ciencia-030-frutas-do-cerrado-pesquisa-desenvolve-bebida-alcoolica-de-cagaita

Quanto etanol há na azeitona?

A Oliveira é economicamente muito importante para a indústria de alimentos pois produz dois produtos: o azeite e as azeitonas de mesa. O sabor e característica de ambos é fortemente afetado pela presença de alguns ésteres etílicos.
O azeite, para ser classificado como extra virgem, deve ter uma concentração de ésteres etílicos <30 mg/kg. 

Na azeitona, estes ésteres são produzidos a partir do etanol; portanto, a determinação da concentração de etanol no fruto é um indicativo da qualidade do azeite que será obtido.

Trabalho inédito publicado nesta semana por químicos espanhóis apresenta a análise da concentração de etanol em diferentes azeitonas em função do amadurecimento dos frutos. 
Veja o artigo completo em:http://pubs.acs.org/doi/full/10.1021/acs.jafc.5b01453

Canal Fala Química

Quanto NANO você come?

Embora a nanotecnologia seja uma novidade deste século, nossa alimentação é rica em nanoestruturas. Quando cozinhamosou processamos os alimentos, proteínas, polissacarídeos e lipídios se organizam em escala nanométrica.
Artigo inédito faz uma análise na nanotecnologia de sua cozinha: como o nosso paladar é influenciado pelas texturas e sabores que surgem na nano-organização das biomoléculas durante o cozimento.


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Alimentos Orgânicos

Uso da teoria de Piaget na educação nutricional de pré-escolares

O período pré-escolar é uma época na qual a criança aprende muitos conceitos e desenvolve hábitos que persistem a vida toda. Nesta época, a criança aprende sobre nutrição adequada e balanceada e adquire bons hábitos alimentares para os anos seguintes. Piaget estabeleceu que o desenvolvimento cognitivo de uma criança é importante para a compreensão e o aprendizado do mundo que a cerca. A teoria de Piaget pode ser usada como um guia na educação nutricional. De fato, a teoria ajuda a elaborar uma educação nutricional apropriada para os estágios de desenvolvimento infantis. O objetivo deste artigo é descrever a teoria de Piaget e a educação nutricional com base nesta teoria. Este artigo discutirá como a teoria de Piaget pode ser usada no desenvolvimento dos hábitos nutricionais de pré-escolares na tentativa de apresentar um panorama aos profissionais envolvidos com a educação nutricional.

Anexo: 

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Açúcar, Doenças do Coração e Derrame

Este artigo expõe a posição da Fundação do Coração e Derrame (Heart and Stroke Foundation) sobre o consumo de açúcares simples e a relação com doenças cardiovasculares.

Além de dados epidemiológicos sobre o consumo de açúcar e alimentos adoçados, o estudo mostra recomendações para o consumo dessa substância, propõe orientações para diminuir a quantidade consumida e também ações governamentais para diminuir a comercialização de alimentos ricos em carboidrato simples. O artigo abordou temas como publicidade infantil e rotulagem de alimentos que facilite o controle da quantidade consumida.

Confira a publicação completa (em inglês)!
Anexo: 

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Agricultores Consomem Frutas, Verduras e Legumes? Bases para Ações Educativas

Por meio da avaliação de frequência de ingestão de Frutas, Verduras e Legumes (FLV), esse artigo mostra que a maioria dos trabalhadores rurais não tem um consumo adequado desses alimentos. A conclusão do estudo leva a acreditar que o acesso ao produto não é por si só um fator determinante do seu consumo, uma vez que estes indivíduos têm à sua disponibilidade uma grande variedade de FLV. A partir dessa conclusão, mostra-se necessário direcionar ações de EAN também a esse grupo.

Anexo:

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Pequenas Fazendas: Status Atual e Tendências

Em um estudo sobre as tendências da agricultura familiar, este artigo comparou regionalmente e globalmente a proporção de fazendas no mundo. Ao comparar também os critérios de classificação para agricultura familiar, os autores puderam avaliar as categorias de forma mais clara e objetiva, gerando conteúdo para novos estudos a respeito destas fazendas. Ao comparar os tamanhos, a mão de obra, a renda e a produção, é possível entender como as pequenas fazendas podem contribuir para diminuição da pobreza e da fome no mundo, especialmente nos países mais pobres.


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São Francisco aprova medida para indicar riscos à saúde em anúncios de refrigerantes

Fonte: JANIE HAR - Associated Press, Traduzido por: Rafael Rioja Arantes - Sexta-feira, 12 de Junho de 2015 


Na última terça feira (09 de junho) os legisladores de São Francisco aprovaram por unanimidade a inserção de alertas para os riscos à saúde em todos os anúncios impressos e em outdoors de sodas e bebidas açucaradas.

Esta decisão torna São Francisco a primeira cidade dos Estados Unidos a tomar tal medida. A indústria de bebidas açucaradas lançou nota sinalizando descontentamento com a decisão e anunciou que vai recorrer.

Também foram aprovadas duas emendas que proíbem a veiculação de anúncios em áreas pertencentes ao estado e a proibição de utilizar dinheiro público para comprar tais bebidas – definidas como aquelas com mais de 25 calorias provenientes de açucares por 350ml. Entretanto, os avisos não são obrigatórios diretamente nas latas e garrafas.

Será lido nos anúncios a seguinte informação: “ATENÇÃO: Bebidas com açúcar(es) adicionados contribuem para obesidade, diabetes, e decaimento dentário. Esta é uma mensagem da Prefeitura e Governo de São Francisco.

O especialista Eric Mar acredita que a medida pode ajudar a conter o consumo destas bebidas.

De acordo com uma pesquisa do Estado da Califórnia em 2012, 32% das crianças e adolescentes estão em sobrepeso ou obesidade. 

Foto original: Thomas Hawk

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Obesidade infantil: de quem é a culpa?

Fonte: Adriana Franzin/EBC - Sexta-feira, 12 de Junho de 2015 


A culpa é da mãe que não se atentou? Do pediatra que receitou fórmulas e suplementos desnecessários? Do pai que não dá bom exemplo de alimentação? Da escola que não oeferece opções saudáveis? Da televisão que favorece o sedentarismo e o consumo de produtos industrializados?

De todos, na verdade. É o que esclarece a cartilha elaborada pela Sociedade Mineira de Pediatria. Muito ilustrado e com texto leve e didático, o documento explica as circunstâncias que levam as crianças da sociedade brasileira atual a atingirem níveis preocupantes de excesso de peso.

A luta contra a balança deve começar cedo, ainda durante a gestação, de acordo com a publicação, considerando a influência do sobrepeso da mãe e da cirurgia cesariana no organismo do bebê. Questiona também o uso das fórmulas infantis, a publicidade de produtos maléficos à saúde, o sedentarismo, a baixa ingestão de água, o excesso de tempo gasto no trânsito e à indústria da obesidade, que lucra muito com o problema, entre outros.

Como possíveis soluções, sugere:

- fazer um plano anual de reaprendizado alimentar e emagrecimento;

- participar de um grupo de Famílias Contra a Obesidade;

- alcançar uma meta por mês;

- reduzir o tempo diante de telas;

- diminuir a adição de açúcar para quase zero;

- beber água, em vez de refrigerantes, quando sentir seda;

- praticar atividades físicas que tragam prazer;

- recusar todo tipo de fast food;

- conhecer os alimentos que forem consumidos;

- preparar os alimentos em casa com receitas saudáveis e realizar a refeição em família.


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[Biblioteca do Ideias] Fichário d@ Educador Ambiental: Educação Ambiental e Agricultura Familiar

postado por Ramon da Silva Rodrigues Almeida em Quarta-feira, 10 de Junho de 2015
O Ministério do Meio Ambiente (MMA) lançou a 13ª edição da revista COLECIONA, com a publicação: Fichário d@ Educador Ambiental – “Educação Ambiental e Agricultura Familiar, que está na Bilioteca do Ideias e você pode encontrar aqui.

A publicação volta o olhar ao meio rural, mais particularmente para a Agricultura Familiar, de forma articulada com a educação ambiental, em conjunto com temas como a segurança e soberania alimentar, as lutas camponesas, a agroecologia, a valorização dos saberes tradicionais, entre outros.

Se dá a importância da agricultura familiar como principal produtora de alimentos e, portanto, fonte de abastecimento à mesa da população brasileira, além desse tipo de agricultura garantir a preservação dos biomas, a preservação de sementes crioulas e a manutenção de tradições culturais.

O objetivo do fichário é ser um guia prático que poderá auxiliar na formação, capacitação e aperfeiçoamento na temática da educação ambiental, contendo textos para pensar a própria EA, relatos de ações e projetos de educação ambiental na agricultura familiar, além de entrevistas com diversos estudiosos do tema, inclusive uma entrevista com atual presidenta do Consea, Maria Emília Lisboa Pacheco, que fala sobre segurança alimentar e nutricional e o papel do Consea para a garantia destas. Por fim o fichário traz algumas indicações de leituras que envolvem o tema de educação ambiental, agricultura familiar e meio ambiente.

Por geral busca-se fortalecer as ações de educação ambiental e construir coletivamente estratégias para enfrentar os problemas socioambientais da zona rural que enfrentam os atores da agricultura familiar.

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[Mais que Ideias] Brasil Bom de Boca

postado por Débora Castilho em Quinta-feira, 11 de Junho de 2015

O [Mais que Ideias] de hoje traz textos escritos por Raul Lody, antropólogo, escritor e especialista em antropologia da alimentação com projetos de pesquisas no Brasil e no exterior a partir de 1972. Raul é criador do Grupo de Antropologia da Alimentação (Fundação Gilberto Freyre). O antropólogo escreve para o Site Brasil Bom de Boca, que é um site de uma coluna da Revista Nova Raiz. O site é dedicado ao livre pensar sobre a comida e a alimentação. Para inaugurar a coluna, Raul escreve sobre um dos pioneiros da compreensão cultural da comida, Gilberto Freyre.

Segue os textos:

Em Gilberto Freyre cada comida é um sentimento

Certamente é no cotidiano, nas festas, e nas celebrações religiosas que a comida e a bebida expõem a história, o meio ambiente e as matrizes étnicas. E assim, ingredientes, receitas, alimentação, e ecologia, misturam-se; e tudo isto possibilita uma compreensão inovadora, contemporânea, atual para época, e para os dias de hoje. A comida foi uma escolha de Gilberto para interpretar o brasileiro. As muitas questões e revelações de Gilberto Freyre sobre a comida na sua dimensão sociocultural é, ainda, um tema tratado por poucos estudiosos.

A verdadeira “civilização da comida” dá uma importância especial à obra de Gilberto, especialmente nos contextos de multiculturalidade e de uma busca cada vez maior no mundo contemporâneo pela soberania alimentar.

E como dizia Gilberto:

“Uma cozinha em crise é uma sociedade em crise…”

Sarapatel bom é o de feira!
Gilberto Freyre afirma que o “sarapatel bom é o de feira”; e com este sentimento diz ainda que certas comidas têm um sabor diferente quando estão nos seus espaços de consagração, atribuindo-lhes um valor contextual, um sentido de território.

Na construção deste olhar, Gilberto aponta para uma leitura contemporânea de lugares patrimoniais onde se vivem e se exercem rituais sociais singulares, únicos, por serem autorais e manifestarem as identidades de pessoas, de grupos, de segmentos profissionais; neste caso, os cozinheiros e as cozinheiras. Sem dúvida, a escolha do local para comer é sentimental, e a feira, com o seu cozinheiro ou cozinheira [já que ainda não se vivia a glamourização do chef], ser cozinheiro, à época, ocupava lugar de merecida honra.
Os saberes da cozinha são familiares, experimentais, vocacionais, pois o ofício da cozinha exige conhecimento, trabalho e invenção; mesmo em receitas que são repetidas há séculos.

Para Gilberto [creio], o sarapatel traz a marca e o significado telúrico, sendo o mesmo que comer a feira, o mercado, e Pernambuco. Ele dá à comida um valor de representação da memória e do pertencimento a uma história, a um lugar. E é a feira, para ele, um lugar privilegiado para se viver as relações sociais, pois é um lugar se encontros, de comunicação, de representação do que é possível ser consumido.
A feira é um registro social e econômico, e assim o sarapatel da feira está temperado com temperos reais e simbólicos, ambos com profundo sabor. [Nesse momento, eu gostaria de “abrir” este banquete com uma “purinha”, “água que passarinho não bebe”, a boa cachaça, e então com o paladar aberto, pronto para receber a comida, encontrar-me com o idealizado e aguardado sarapatel].

Tão doce, tão muçulmano, tão brasileiro. O arroz doce.
“O português com seu gênio de assimilação trouxera para sua mesa alimentos, temperos, doces, aromas, cores, adornos de pratos, costume e ritos de alimentação das mais requintadas civilizações do Oriente e do Norte da África. Esses valores e esses ritos se juntaram a combinações já antigas de pratos cristãos com mouros e israelitas (…)”. (Gilberto Freyre in Manifesto Regionalista, 1926.)

Um dominante conceito de mundialização está em Gilberto Freyre, especialmente quando se trata das comidas, dos seus processos culinários e dos rituais de servir e de comensalidade; pois ele escolheu a comida, e seus complexos processos e símbolos, como um dos seus mais estimados métodos para interpretar o brasileiro. Gilberto sempre notabilizou o homem muçulmano (mouro) na formação brasileira, e na construção da civilização Ibérica, principalmente nas bases culturais e sociais de Portugal. Desta maneira, o nosso colono oficial português já trazia uma formação afro-islâmica que estava presente na comida, na estética, no idioma, na música, na arquitetura; e em tantos outros temas que marcantes que determinaram as nossas características de povo.

Dessas tradições luso-muçulmanas, chegam elaboradas técnicas culinárias, ingredientes, receitas; e a valorização estética das comidas e dos utensílios da mesa, havendo uma grande importância nos rituais da comensalidade. Tudo isso passa a marcar os nossos hábitos e preferências alimentares, e consequentemente na formação de nosso paladar.

É o caso do tão querido e popular “roz bil halibi”, o nosso arroz doce. Sobremesa do cotidiano, comum, que pode ser enriquecida com leite de coco, raspas de limão, gemas de ovos; e, muita, muita canela para enfeitar o prato, para dar gosto e cheiro. O arroz, ainda quente, na travessa ou prato, é pulverizado com a canela, que exala o perfume do Oriente. Canela vinda do Ceilão, da Índia. E o açúcar, sim, muito açúcar, pois, tradicionalmente a nossa doçaria é muito doce, nossos preparos são dulcíssimos, o que afirma uma civilização dominante da cana sacarina no Brasil. Assim, o nosso arroz doce, cujas receitas nacionais nascem da tradição do norte da África, aproxima-se também de outros processos culinários como misturar o leite, o arroz e o açúcar, na milenar e tradicional cozinha indiana; com o pongal ou makar-sankranti e o kheer, pratos oferecidos no festival Jyaishtha Ashthami.

A canela possibilita criar no arroz doce elementos visuais, desenhos, numa estética para ser saboreada. Ainda, pode-se realizar desenhos impressos com o uso da técnica do ferro quente colocado sobre camadas generosas de canela [o que faz exalar o aroma dominante que anuncia o doce, o prazer da comida doce]. Lembrança do deliciosocrème brulee; também alvo de uma camada crocante feita pelo emprego deste ferro, que é um utensílio culinário especial, ou se pode usar o contemporâneo maçarico culinário. Gilberto Freyre também é um apreciador declarado do arroz doce feito com leite, baunilha, açúcar, e muita canela.

Bolos de Pernambuco, interpretações em Gilberto Freyre
Que o brasileiro se identifica com o doce é um fato real, simbólico, e também civilizador por meio do açúcar processado da cana sacarina. E assim muitas receitas mostram como o entendimento do que é doce funciona em cenários da nossa história multicultural, que reúne receitas em abundância conforme os conceitos dos povos do Ocidente e do Oriente. Com certeza, o brasileiro se identifica à mesa com as comidas doces. Possibilidades de encontros ancestrais e fundamentais com a nossa própria formação cultural, que se dá nas experiências com os muitos preparos feitos a partir do açúcar; açúcar da cana de açúcar.

Gilberto reúne no seu livro Açúcar, a partir de seu olhar etnográfico para um acervo de receitas, a grande ocorrência de tipos e de vocações autorais dos bolos que marcam um trajeto e um retrato social e regional de Pernambuco, do Nordeste e do Brasil.

Para Gilberto, cada bolo é muito mais do que uma receita. Ele, o bolo, traz uma variedade de temas, de personagens, de localidades, de santos de devoção, entre tantos outros motivos. Cada bolo tem a sua individualidade, e marca, e assim constrói seus territórios de afetividade, de celebração, de religiosidade, de homenagem. Cada bolo é certamente uma realização gastronômica de estética e de sabor, e na sua maioria traz ingredientes nativos, “da terra”, mais uma maneira de atestar identidade.

Assim, bolo São Bartolomeu, bolo Divino, bolo São João, bolo Souza Leão; bolo Souza Leão à moda da Noruega, bolo Souza Leão-Pontual, bolo de milho D. Sinhá; bolo de milho Pau-d’alho, bolo Guararapes, bolo Paraibano, bolos fritos do Piauí; bolo de bacia à moda de Pernambuco, bolo de rolo pernambucano, entre tantos.

O bolo traz uma intenção, uma assinatura, uma receita; uma intenção pessoal ou coletiva, regional. Ele marca o terroir do doce em Pernambuco.

Também o significado de um bolo é repleto de valores familiares, de festas, de ritos de passagem; dos prazeres de se viver o milho, a mandioca, o chocolate, as frutas, os cremes; as coberturas de açúcar e frutas cítricas com a técnica do “glacê mármore”, branco e compacto, uma verdadeira delicia de cobertura, e se o bolo for o de frutas secas mergulhadas no vinho do Porto ou Moscatel, com a estimada receita de “bolo de noiva”, uma releitura do bolo de frutas inglês, um bolo do tipo “bolo-presente” para festas e celebração.

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Entenda o PL 5921 e ajude a pressionar a votação

Fonte: Criança e Consumo - Instituto Alana - Sexta-feira, 12 de Junho de 2015 


A plataforma concentra dados sobre o PL, a história da sua tramitação e permite que internautas ajudem a pressionar os deputados a votarem o projeto que está na CCJC.

O Projeto de Lei 5921, que cria regras claras para a publicidade dirigida ao público de até 12 anos de idade, está em tramitação na Câmara dos Deputados desde 2001, quando foi apresentado pelo deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR). Com o intuito de pressionar os deputados a darem continuidade ao processo e aprovarem o texto que melhor protege os direitos das crianças brasileiras, o Projeto Criança e Consumo, do Instituto Alana, lançou nesta quarta-feira (10) o site PL 5921 que reúne as principais informações sobre o projeto de lei.

Atualmente o PL 5921 está na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados e aguarda o parecer do relator Arthur Maia (SD-BA) sobre sua constitucionalidade para depois ser votado pelos deputados da comissão.

Além da explicação detalhada sobre o que é o PL 5921, o site disponibiliza uma linha do tempo que mostra toda a história da sua tramitação, desde quando foi apresentado em 2001 até os dias de hoje. A ferramenta permite compreender o processo político pelo qual o PL 5921 passou e o estágio atual onde se encontra. A linha do tempo também mostra datas importantes da vida do PL, como o ato público na Câmara dos Deputados, que marcou seus 12 anos em 2013, e a publicação da Resolução 163/2014 do Conanda (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente), que considera abusivo o direcionamento de publicidade e de comunicação mercadológica à criança.

Para pressionar os deputados, a página “Mobilize-se” do site permite que qualquer pessoa envie um e-mail para todos os deputados que fazem parte da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados, onde está o PL 5921 atualmente. O e-mail padrão pede que os deputados defendam a criança brasileira com o apoio a aprovação do PL 5921 na Comissão nos termos do texto aprovado em 2008, na Comissão de Defesa do Consumidor, de autoria da então deputada Maria do Carmo Lara. O Instituto Alana entende que o texto da deputada é o que melhor protege a criança brasileira, pois prevê a regulação de qualquer comunicação mercadológica dirigida ao público com menos de 12 anos.

No site do PL 5921 também está disponível o manifesto pelo fim da publicidade infantil que foi assinado por cerca de 150 organizações e por mais de 15 mil pessoas, o texto pode ser compartilhado nas redes sociais. Há também mais duas páginas, uma que apresenta os principais mitos da regulação da publicidade e suas desmistificações e outra que elenca os 10 principais motivos para não expor as crianças à publicidade, com sugestões de publicações para o leitor interessado em se aprofundar no tema.

Não deixe de acessar o site publicidadeinfantilnao.org.br

E envie aqui um e-mail para todos os deputados que fazem parte da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados!

Mobilize-se!

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Pesquisadora mostra que é possível regionalizar merenda e mudar hábitos alimentares das crianças 

Fonte: Ascom/MDS - Sexta-feira, 12 de Junho de 2015 


Dionísia Nagahama, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), apresentou iniciativa desenvolvida em instituição filantrópica de Manaus

Mudar os hábitos alimentares das crianças atendidas em uma instituição filantrópica, localizada no centro de Manaus, tem sido um dos desafios da pesquisadora e nutricionista Dionísia Nagahama, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). É lá que ela experimenta, há mais de três anos, receitas com ingredientes regionais, mas que, muitas vezes, não fazem parte da rotina alimentar das famílias amazonenses. Esse é o caso de hortaliças e frutas não convencionais, como cariru, feijão macuco, bertalha e cubiu.

“A alimentação infantil é a base do nosso trabalho. Ensinamos para as crianças e para os pais que a comida pode ser variada, com alimentos regionais e saudáveis. Muitos frutos amazônicos substituem em valores nutricionais frutas como a maçã, que não é originária da região”, afirma. A pesquisadora conta que, com o projeto, a instituição conseguiu recursos para a reativação da horta para o cultivo das hortaliças, utilizadas na merenda. 

A regionalização da merenda escolar, explica a pesquisadora, não é novidade no Amazonas, que desde 2003 já desenvolve ações em parceria com várias instituições para promover a alimentação saudável com ingredientes da região. Dionísia apresentou sua experiência no 1º Encontro Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional na Amazônia, em Belém.

Outros participantes também tiveram a chance de refletir e discutir as estratégias para a promoção da soberania e segurança alimentar e nutricional, como o Guia Alimentar para a População Brasileira, o livro Alimentos Regionais Brasileiros e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), além das ações de inclusão produtiva rural e valorização da sociobiodiversidade. Divididos em grupos de trabalho, eles dialogaram sobre "Como os programas, ações e políticas têm ajudado a transformar a vida dos povos da Amazônia?” e “O que pode ser transformado e inovado para tornar essas ações mais efetivas?”.

Destaque nas discussões, o Guia Alimentar para a População Brasileira é um marco de referência tanto para as famílias como para governos e profissionais de saúde. O documento passou por um amplo processo de consulta pública, e aborda os princípios e as recomendações para uma alimentação adequada e saudável. Segundo Maria Fernanda Moratori, da coordenação-geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, que participou de um dos grupos de trabalho, o desafio ainda é promover essa alimentação, principalmente nas escolas. “A ideia é que os professores possam trabalhar o tema de forma interdisciplinar desde o ensino fundamental”, explicou.

No debate, um dos exemplos citados foi o projeto “Educando com a Horta Escolar e a Gastronomia”, parceria entre o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e o Centro de Excelência em Turismo da Universidade de Brasília (CET/UnB). A iniciativa é voltada para nutricionistas, coordenadores pedagógicos, técnicos para meio ambiente e horta, coordenadores de alimentação escolar e representantes do Conselho de Alimentação Escolar. Assim, são formados multiplicadores nos estados e nos municípios para que a horta e a gastronomia sejam utilizadas como eixos geradores da prática pedagógica, além de promover hábitos alimentares saudáveis e valorizar receitas regionais e técnicas de preparo de alimentos.

Agenda – O 1º Encontro Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional na Amazônia é promovido pelo Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), com o apoio da Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan), coordenada pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).

O evento terminou nesta quinta-feira (11), com o debate e a apresentação da Carta Amazônica. O encontro temático é o primeiro de uma série preparatória para a 5ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. Com o tema “Comida de verdade no campo e na cidade: por direitos e soberania alimentar”, a conferência nacional será promovida em Brasília, entre os dias 3 e 6 de novembro.

Link:

Senado aprova projeto que pune prefeitos pelo mau uso da merenda escolar

Fonte: Agência Senado - Sexta-feira, 12 de Junho de 2015 


Os senadores aprovaram nesta quinta-feira (11), em Plenário, o PLS 182/2005, que pune prefeitos pelo mau uso do dinheiro destinado à merenda escolar. Agora o texto seguirá para a Câmara dos Deputados.

O projeto, do senador Cristovam Buarque (PDT-DF), define como crime de responsabilidade a aplicação indevida de recursos provenientes do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) que implique a suspensão de oferta dos alimentos. Também criminaliza a omissão no dever de prestar contas dos recursos aplicados.

O autor do projeto ressalta a relevância social do Pnae e a necessidade de que a verba repassada aos municípios seja utilizada adequadamente, a fim de cumprir "os elevados propósitos do programa".

Para cumprir seu objetivo, o PLS 182 altera o Decreto-Lei nº 201/1967, que define os crimes de responsabilidade que podem ser cometidos pelos prefeitos, como desviar verba pública, ordenar ou efetuar despesas não autorizadas por lei, deixar de prestar contas anuais da administração e contrair empréstimo sem autorização da Câmara Municipal.

Os crimes de responsabilidade são infrações cometidas por agentes políticos cometidas no desempenho de suas funções públicas. Em geral, as punições têm caráter político, como perda de cargo e inelegibilidade. A Lei nº 1.079/50 regula o crime de responsabilidade cometido por presidente da República, ministros de Estado e do Supremo Tribunal Federal, governadores e secretários de Estado. O crime de responsabilidade dos prefeitos e vereadores é regido pelo Decreto-Lei nº 201/67.

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Agricultura familiar é essencial para erradicar a fome na América Latina e no Caribe, diz FAO

Fonte: ONU Brasil - Sexta-feira, 12 de Junho de 2015 


O progresso da Iniciativa Regional para a Agricultura Familiar da FAO, que apoia os governos em suas estratégias de redução da pobreza rural, foi discutido na Conferência da Organização.

A agricultura familiar deve ser um motor para a erradicação da fome, o desenvolvimento sustentável e a redução da pobreza nas áreas rurais da América Latina e do Caribe, disse o representante regional da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, Raul Benitez, durante um evento paralelo da Conferência da Organização que analisou o progresso da Iniciativa Regional para a Agricultura Familiar e o Desenvolvimento Rural Territorial da FAO.

FAO criou esta iniciativa para apoiar os governos em suas estratégias de redução da pobreza rural, com um olhar mais abrangente sobre a agricultura familiar, desenvolvimento rural e os meios de vida sustentáveis.

Benitez destacou na quarta-feira (10) que é essencial que a agricultura familiar permaneça no centro das políticas públicas por parte dos governos como forma de garantir a segurança alimentar, o desenvolvimento rural e a redução da pobreza territorial na América Latina e no Caribe.

Na América Latina e no Caribe, há 60 milhões de agricultores familiares que produzem entre 57 e 77% do emprego agrícola, fazendo uma grande contribuição para a economia regional, a produção de alimentos, segurança alimentar, desenvolvimento das zonas rurais e a qualidade de vida da população rural.

Para aumentar o alcance dessas contribuições na luta contra a fome, é primordial a formulação de políticas agrícolas com as políticas de emprego, proteção social e gestão de risco, como a Iniciativa Regional da FAO.

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Políticas públicas brasileiras despertam atenção de vários países

Fonte: Ascom/MDS - Quinta-feira, 11 de Junho de 2015 


Experiências exitosas no combate à fome foram apresentadas na Expo Milão

A experiência brasileira no combate à fome despertou o interesse dos países participantes da Expo Milão 2015, que tiveram a oportunidade de conhecer as políticas públicas que levaram o Brasil a sair do mapa da fome. A estratégia brasileira foi apresentada durante o Seminário Internacional Políticas Sociais para o Desenvolvimento – Edição Especial “Brasil: Superar a Fome é Possível”, organizado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).

“Provocamos os participantes, a partir da experiência brasileira, a refletir sobre o desafio de acabar com a fome no mundo e mostramos que é plenamente possível. O Brasil tem chamado a atenção do mundo pelos seus resultados; é um grande produtor de alimentos e de políticas públicas que têm impacto na vida das pessoas”, destaca o Secretário Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do MDS, Arnoldo de Campos. Ele ministrou a palestra Segurança Alimentar e Nutricional: a experiência brasileira de superação da fome e fortalecimento da Agricultura Familiar, na quinta-feira (5).

Políticas brasileiras de combate à fome são destaque na Expo Milão 2015

Uma das ações que chamou a atenção dos países participantes foi o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). De acordo com o secretário, a produção de alimentos no Brasil cresce de maneira ampla e diversificada em todo o território nacional graças à política de apoio a agricultura familiar. Além disso, as compras públicas da agricultura familiar, que fomentam o desenvolvimento local e proporcionam o consumo de produtos mais saudáveis, também motivaram vários questionamentos. 

“Mostramos que conseguimos comprar produtos da agricultura familiar fortalecendo esse segmento, oferecendo produtos de qualidade e melhorando a alimentação daqueles que são atendidos pelas compras públicas. A experiência brasileira ajuda a encontrar caminhos que fortalecem a segurança alimentar através do apoio a agricultura familiar”, acrescenta Arnoldo. 

Para o secretário, um dos grandes desafios agora é o combate à obesidade. O tema da alimentação saudável, do enfrentamento do sobrepeso e da obesidade já está presente na agenda de segurança alimentar. “Deve pautar nosso segundo plano de segurança alimentar e nutricional e será objeto de muitos debates. O Brasil já está colocando isso no Plano Plurianual 2016 -2019. Acredito que essa é umas das grandes prioridades para o próximo período”.

Arnoldo de Campos também comentou a reeleição do brasileiro José Graziano da Silva como diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês). Ele foi reconduzido com o voto de 177 dos 182 países presentes na 39ª conferência da entidade, em Roma, e ficará no cargo por mais quatro anos.

“A recondução do Graziano mostra que o caminho brasileiro é sólido e os países nos veem como um país exitoso, que tem sucesso na conquista de seus objetivos. Estamos orgulhosos porque por detrás da vitória dele tem o trabalho de um país que inspira uma organização das Nações Unidas tão importante como a FAO”, acrescentou.

Central de Atendimento do MDS:
0800-707-2003
Informações para a imprensa:
Ascom/MDS
(61) 2030-1021

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Centro de Excelência: Alimentação escolar combate casamento precoce e trabalho infantil no Benim

Fonte: ONUBR - Nações Unidas no Brasil - Quinta-feira, 11 de Junho de 2015 


Com a distribuição de alimentos gratuita nas escolas, os pais começaram a ver no ensino uma alternativa positiva para o futuro de seus filhos.

No Benim, a alimentação escolar está ajudando a promover os direitos das crianças. Além de atrair mais crianças para as escolas, as refeições também contribuem para reduzir os casos de casamento precoce entre as meninas e do trabalho infantil entre os meninos.

Esses relatos foram feitos por pais de crianças em comunidades rurais do Benim e ouvidos pela consultora do Centro de Excelência contra a Fome do Programa Mundial de Alimentos (PMA), Erika Oliveira, que no começo de junho começou uma missão técnica ao país. Durante sua visita, conheceu as operações em cinco escolas (três na vila de Nikki e duas em Toviklin que possuem 1.024 alunos) para ver de perto como funcionam as modalidades de alimentação escolar no país, umas com alimentação escolar fornecida pelo PMA, outras pelo governo e há mais outras com o apoio da organização internacional PME (Partenariat Mondiale pour l’Éducation).

Segundo as comunidades, a alimentação escolar atraiu as crianças à escola e trouxe benefícios diretos, como o melhor desempenho e a maior assiduidade às aulas. Mas o que mais chamou a atenção da consultora foram os relatos dos pais da vila de Toviklin. “Eles contaram que a cantina contribuiu não só para a educação das crianças, mas também para a diminuição do casamento precoce das meninas. E vários pais que enviavam seus filhos para trabalhar na Nigéria agora viam outra opção (enviar as crianças à escola), pois sabiam que lá eles poderiam comer”, conta a consultora Erika.

Além da melhoria educacional e nutricional, a alimentação escolar contribui para a diminuição do trabalho infantil e promove a igualdade de gênero. “Ela também contribui indiretamente na renda familiar já que a família não precisa mais se preocupar em alimentar as crianças na hora do almoço”, acrescenta Erika.

Benim agora se inspira na experiência brasileira de alimentação escolar e quer ampliar o acesso à alimentação escolar por meio de políticas multissetoriais que envolvam diferentes ministérios, principalmente para estabelecer conexão entre a alimentação escolar e a agricultura familiar.

Uma delegação do governo do Benim veio ao Brasil em abril de 2014 em visita de estudo organizada pelo Centro para conhecer as políticas brasileiras de alimentação escolar e combate à fome.

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Projeto comprova: quem faz compostagem leva vida mais saudável

Fonte: Idec - Quinta-feira, 11 de Junho de 2015 


Projeto que distribuiu 2 mil composteiras em domicílios da cidade de São Paulo e evitou que 250 toneladas de resíduos orgânicos fossem parar em lixões, trouxe amplo benefício a famílias envolvidas

Menos resíduos devolvidos ao meio ambiente, uma grande mudança de hábitos e atitudes e a adoção de práticas mais saudáveis e sustentáveis, tudo isso com a ajuda de trabalhadoras incansáveis: as minhocas. É este o resumo dos resultados obtidos pelo Composta SP após uma ampla pesquisa realizada com seus participantes.

Seis meses depois de receberem o kit e participarem de oficinas de compostagem e plantio, as 2 mil residências que integraram o projeto deixaram de produzir 250 toneladas de resíduos orgânicos, que foram transformados em adubo e reutilizados em casa, praças e outros locais públicos.

Mais do que isso, o projeto modificou hábitos e trouxe benefícios não só para o meio ambiente – 91% dos participantes afirmam ter começado a separar também outros resíduos – mas também para a saúde de quem optou por aderir à compostagem doméstica. Mais da metade das famílias participantes afirmou ter passado a comer mais frutas e legumes, além de ter aumentado o consumo de alimentos integrais, verduras, orgânicos e sucos. Como consequência, caiu a ingestão de fast food, carnes vermelhas e refrigerantes. 

Com o novo hábito surgiu também um novo potencial de multiplicação do aprendizado, que levou outras 2,5 mil pessoas a aderirem à prática, sensibilizadas e incentivadas pelos próprios participantes do projeto.

Os resultados detalhados do Composta SP estão disponíveis no site do projeto, que vale uma visita, e podem ser resumidos em três conclusões básicas: compostagem doméstica promove a qualidade de vida, é uma ferramenta de educação ambiental e altera a lógica de participação social.

O Idec comemora o sucesso do projeto e apoia a continuidade e a ampliação da iniciativa. Se você também quer aprender a fazer a compostagem doméstica, veja aqui o passo a passo.

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Alimento tradicional faz parte da merenda escolar em Igarapé-Miri (PA)

Fonte: Ascom/MDS - Quinta-feira, 11 de Junho de 2015 


Açaí é opção preferida dos estudantes da rede pública de ensino do município. Mudança na alimentação escolar foi possível graças ao PNAE e ao PAA

O mingau de açaí é a opção de merenda mais pedida pelos estudantes da rede pública de ensino da cidade de Igarapé-Miri (PA), a 140 quilômetros de Belém. O fruto, alimento tradicional do paraense, é comprado das famílias agricultoras do município de quase 60 mil habitantes, considerado a capital mundial do açaí.

Bartolomeu da Costa é um dos agricultores que vendem o produto para a merenda. “Os nossos filhos saem de casa e comem na escola o que nós produzimos”, diz Bartolomeu, com orgulho. “Antes, eles só tomavam esse mingau em casa; não tinha isso na escola”, disse ele, ao relatar sua experiência nesta quarta-feira (10) no 1º Encontro Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional na Amazônia, em Belém.

Bartolomeu e outras 60 famílias do assentamento Emanuel – organizadas em duas cooperativas – já comercializaram para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). A mudança na alimentação escolar foi possível graças à lei que determina que, no mínimo, 30% dos recursos repassados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) devem ser utilizados na alimentação escolar, com a aquisição de produtos da agricultura familiar local e regional. Já os alimentos comprados pelo PAA são destinados a entidades socioassistenciais para atender famílias em situação de vulnerabilidade social.

Para Bartolomeu, o desafio agora é vender mais para os programas. Ele explica que a experiência ensinou muito para as famílias, que agora conseguem também comercializar seus produtos em feiras da cidade, uma vez por mês. “Quando a gente vai para feira, vende tudo e muito rápido. E isso nos ensina que a população quer ter acesso a alimentos de qualidade.”

Qualidade – Ao participar do encontro temático, o ministro da Pesca e Aquicultura, Helder Barbalho, ressaltou a importância da inserção do pescado – proteína de alta qualidade – na merenda escolar, a exemplo do estado do Acre e da experiência que está sendo criada no Pará. Ele falou também sobre a relação entre segurança alimentar e nutricional e produção de alimentos na região.

“A preocupação com a segurança alimentar e nutricional deveria estar presente sempre que falássemos sobre produção de alimentos no Brasil, especialmente na Amazônia. Temos um potencial enorme para produzir, mas nem sempre dedicamos atenção devida para transformar as potencialidades e a nossa produção em uma garantia de que todo brasileiro se alimente dignamente”, disse.

O ministro lembrou os dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) que mostram que o Brasil conseguiu reduzir à metade o número absoluto de pessoas subalimentadas, graças às ações como a valorização real do salário mínimo, programas de transferência de renda (Bolsa Família) e fortalecimento da agricultura familiar.

Helder reforçou que o desafio hoje é incentivar a população brasileira a ter hábitos alimentares mais saudáveis e combater o sobrepeso e a obesidade. “A pesca e a aquicultura têm um papel importante nesse cenário. E o caminho é claro: aumento de produção dentro de um contexto de inclusão social, pesquisa, educação, saúde, assistência técnica, associativismo, cooperativismo e, em um dos nossos maiores desafios, produção sustentável”, afirmou.

O 1º Encontro Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional na Amazônia é promovido pelo Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), com o apoio da Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan), coordenada pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).

O evento é o primeiro de uma série de encontros temáticos preparatórios para a 5ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. Com o tema “Comida de verdade no campo e na cidade: por direitos e soberania alimentar”, a conferência nacional será promovida em Brasília, entre os dias 3 e 6 de novembro.

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"Não pergunte por que comida saudável é tão cara. Pergunte por que as porcarias são tão baratas."

David Wolfe

[ALÉM DO ABC DO CÂNCER] Daiana Salm - PICs no câncer de mama

Quartas feiras no CRP – 19/03/2014 - Parte 2 Tema: Construindo o Diálogo com as práticas integrativas

Quartas feiras no CRP – 19/03/2014 - Parte 1 Tema: Construindo o Diálogo com as práticas integrativas

Sala de Convidados - Transgênicos e Orgânicos

Reforma agrária garante segurança alimentar em assentamento

Pesquisadora acompanhou famílias assentadas em área na zona rural de Mogi Mirim

Vários segmentos da sociedade desqualificam a reforma agrária como política de significativa importância na vida das pessoas que almejam um pedaço de terra por considerá-la historicamente ultrapassada, ineficiente e desnecessária. A essa visão contrapõe-se a tese de Iris Cecilia Ordoñez Guerrero, apresentada à área de Planejamento e Desenvolvimento Rural Sustentável, da Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri) da Unicamp, orientada pela professora Sonia Maria Pessoa Pereira Bergamasco.

Para a autora, dados e observações colhidas em vários assentamentos evidenciam que esta política resgata a dignidade e a vida das famílias beneficiárias: “Reforma agrária não é só distribuição de terra. Ela também garante alimentos, renda, oportunidades, sinaliza caminhos, possibilita iniciativas e impulsiona sonhos. Em vista disso, não pode receber um enfoque unidimensional, que limitaria o entendimento dos seus reais alcances”.

Embora muitos estudos enfatizem a importância da reforma agrária para o desenvolvimento social, poucos deles o fazem do ponto de vista multidimensional e a partir da perspectiva dos beneficiários. É nesse contexto que ela situa a pertinência de sua pesquisa que, levando em conta principalmente o desconhecimento da sociedade e a multimensionalidade da reforma agrária, procura mostrar sua importância na vida das famílias beneficiadas através de uma abrangente análise quali/quantitativa descritiva, que leva em consideração múltiplos fatores.

Diante disso, a pesquisa teve como objetivo contribuir para a promoção e para o melhor entendimento da multidimensionalidade da política de reforma agrária a partir dos beneficiários e analisar a inter-relação existente, no âmbito familiar, entre as variáveis pelas quais perpassa esta política e a segurança alimentar. A segurança alimentar e nutricional corresponde ao direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade e em quantidade suficiente.

A pesquisa resulta de seis anos de acompanhamentos e observações das famílias do assentamento Horto Vergel, do município paulista de Mogi Mirim, da Região Metropolitana de Campinas. Trata-se de um estudo quali/quantitativo, de caráter descritivo explicativo, centrado em 25 variáveis relevantes ao tema, baseado em dados do último recenseamento demográfico e em entrevistas semiestruturadas, com questões abertas e fechadas e que incluiu a metodologia da Escala Brasileira de (In)segurança Alimentar (Ebia). Essa ferramenta, constituída de um questionário e desenvolvida no Brasil a partir de escalas utilizadas em outros países, permite determinar a situação de (in)segurança alimentar vivenciada em cada família.

A primeira parte do trabalho faz uma análise temporal da evolução de 25 variáveis fortemente relacionadas com a reforma agrária e se apoia em pesquisas realizadas na área de estudo que permitiram recriar o histórico do assentamento e ajudar na análise temporal.

Na segunda parte da pesquisa foram correlacionadas as variáveis da reforma agrária com os resultados da Ebia para detectar como a (in)segurança alimentar do grupo de famílias do assentamento se relaciona com essas variáveis.

A (in)segurança alimentar revela a preocupação, ou a ausência dela, que as famílias têm em relação à falta de alimentos. Ela pode ser situada em quatro níveis: segurança alimentar, insegurança alimentar leve, insegurança alimentar moderada e insegurança alimentar grave. A insegurança é leve quando existe a preocupação diante da possibilidade da falta de alimentos; moderada quando os alimentos são insuficientes e precisam ser racionados em relação aos membros da família; e grave quando a família é atingida pela fome.

Depois de graduar-se em engenharia agronômica pela Universidade Nacional de Piura, Peru, Iris trabalhou em seu país durante cinco anos no setor público e em ONGs com famílias em situação de pobreza e extrema pobreza. Veio ao Brasil através da Fundação Ford, que selecionava profissionais interessados em cursos de aprofundamento em outros países. Optou pelo Brasil e pela Unicamp, que mantém uma área de planejamento e desenvolvimento rural sustentável, orientada pela professora Sonia Bergamasco, preocupada em ampliar sua formação técnica e visão social. Atualmente é consultora da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) prestando serviços no Ministério de Desenvolvimento Social (MDS), em projeto nacional de segurança alimentar.
A PESQUISA

A pesquisa teve sua gênese na dissertação de metrado desenvolvida pela autora no assentamento Horto Vergel quando caracterizou, em 2008, a (in)segurança alimentar de 87 das 90 famílias titulares lá assentadas. Este estudo permitiu evidenciar as principais potencialidades e entraves dessas famílias frente à (in)segurança alimentar. Para o doutorado, em que foram entrevistadas, em 2013, as 90 famílias titulares do assentamento, ela elegeu como objetivos específicos conhecer e analisar a reforma agrária no Brasil por meio da sua materialização junto a famílias assentadas no Horto Vergel; estudar o caminhar da reforma agrária através de sua implantação nesse assentamento, destacando diferentes aspectos dessa política; analisar a inter-relação dos diferentes aspectos da reforma agrária com a (in)segurança alimentar sob o enfoque da Ebia.

Durante a realização desses dois trabalhos ela teve oportunidade de acompanhar experiências agrárias que tiveram como objetivo levar profissionais da área técnica a vivenciar o cotidiano e as realidades dos assentados. “Logo que cheguei para o mestrado fiquei durante um mês no assentamento Carlos Lamarca, em Itapetininga. Depois convivi durante um mês com as famílias do Horto Vergel e, posteriormente, estive novamente no mesmo assentamento por igual período para colher dados para o doutorado. Foram experiências profundamente enriquecedoras”, constata a pesquisadora.

A TESE

A autora inicia o trabalho apresentando sob diferentes olhares os percursos da reforma agrária em vários países do mundo, na América Latina e no Brasil. Na sequência mostra a evolução temporal do caminhar do assentamento Horto Vergel, nos seus 16 anos de existência, em relação a 25 variáveis agrupadas segundo os seguintes critérios: 1- aspectos geoambientais – solo e clima; 2- população – sexo, cor, idade e escolaridade; 3- segurança cidadã e infraestrutura – segurança, saneamento básico, energia elétrica, transporte e meios de comunicação; 4- produção – vegetal, animal, processada, de carvão e atividades não agrícolas; 5- condições de vida – moradia, saúde e renda; 6- (in)segurança alimentar – tipos e quantidades de alimentos consumidos; 7- percepção sobre a qualidade de vida; 8- políticas de proteção e de fortalecimento da agricultura familiar; 9- Programa Bolsa Família; 10- Programa de Aquisição de Alimentos; e 11- Programa Nacional de Alimentação Escolar; Assistência Técnica e Extensão Rural.

A evolução temporal do caminhar da reforma agrária no nível do assentamento é mostrada através de três momentos: etapa inicial do assentamento (1997), a primeira coleta de dados para fins de pesquisa de mestrado (2008) e o levantamento de dados para o doutorado (2013).

Na sequência, as variáveis acima mencionadas foram inter-relacionadas com os quatro níveis de (in)segurança alimentar e nutricional definidos pela Ebia, o que permitiu conhecer a evolução temporal (2008 e 2013) da (in)segurança alimentar e a reforma agrária no nível familiar. Estes três momentos forneceram subsídios para observar a dinamicidade do processo de reforma agrária nos níveis global, do assentamento e da família.

CONSTATAÇÕES

Para Iris, a política agrária brasileira é ambiciosa e sua efetiva aplicação e dinamização dependem da vontade dos governantes e das relações que se estabelecem entre os seus mediadores, representantes das instituições públicas envolvidas, e os beneficiários. Segundo a pesquisadora, seu sucesso está atrelado a essa ampla articulação. Ela considera fundamental a conjugação da motivação das famílias e da eficácia das ações governamentais porque “não adianta assentar um grupo de famílias e voltar anos depois querendo saber do que precisam. É necessário um acompanhamento constante, durante prazos previamente estabelecidos, até que as famílias possam prosseguir sozinhas”, esclarece.

Durante o estudo ela procurou entrar na vida e nos problemas reais das famílias beneficiadas para entender o significado e o alcance da reforma agrária. Constatou então que, como todo tipo de política, esta também apresenta problemas. Existem pessoas que entram nos grupos para se beneficiar, existem famílias que não estão motivadas para o trabalho, mas considera que 70% das famílias pesquisadas assumem corajosamente a terra, criam estratégias para se fixar no seu novo espaço de vida e encaram positivamente o desenvolvimento, ajudados, naturalmente, pelos benefícios e oportunidades que o governo lhes oferece.

Segundo a pesquisadora, cerca de 60% das famílias originais do Horto Vergel caminham hoje com seus próprios meios. Embora o assentamento tenha já completado 16 anos, persistem vários problemas a serem resolvidos quanto à infraestrutura, mas apesar deles, as famílias estão produzindo. Ao chegarem ao assentamento, a terra então ocupada por eucaliptos precisava ser desmatada e destocada e sua dureza inviabilizava a plantação. Não havia água, energia, moradia, equipamentos agrícolas. Entre as famílias predominava o receio em relação aos novos vizinhos desconhecidos e o medo da solidão a que o espaço as confinava, hoje substituído pelo receio da violência social, como em todo o país.

Com parte da área destocada, os moradores passaram paulatinamente das barracas de lona aos barracos de madeira construídos a partir da madeira cortada e depois às casas de alvenaria. Atualmente poços cacimbas e artesianos abastecem as residências com água encanada. Hoje as famílias produzem mandioca, milho, feijão, hortaliças, frutas, criam galinhas, suínos e mantêm vacas leiteiras. Essa produção foi impulsionada por programas governamentais, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que garantem a compra de parte dos alimentos produzidos para consumo de pessoas ou famílias em situação de insegurança alimentar, instituições de assistência social, equipamentos públicos, escolas públicas, etc. A assistência técnica de órgãos governamentais e ONGs dinamizaram a organização e a elaboração de processados, a partir de produtos da terra, como farinha de mandioca, polvilho, queijos, compotas, geleias, mandioca e banana chips, pães, bolos, sucos e conservas. Paralelamente há os que se dedicam ao artesanato, à costura e aos serviços de manicures, de pedicuros, etc.
CONSIDERAÇÕES

Diante deste quadro, Iris Cecilia afirma: “Constatei uma diferença capital entre o que observei em 2008 e o que presenciei em 2013. Pode não ser uma maravilha, mas houve avanços significativos. Para que o processo se dê com maior qualidade e redução de tempo há necessidade de mediadores comprometidos com a causa, com a definição de caminhos e etapas e suas concretizações, com planejamento e organização e com a eliminação de uma burocracia paralisante”.

Segundo a pesquisadora, hoje cerca de 70% das famílias não enfrenta restrições alimentares nem manifesta preocupação em relação à falta de alimentos. Constata, ainda, que essa condição, aliada à moradia, “resgata a dignidade das pessoas porque elas passam a sentir-se reconhecidas e pertencentes a um espaço e têm o que comer. As próprias famílias testemunham que vivem melhor no campo do que na cidade e consideram a vida no assentamento, ‘boa’ ”.

Para a autora, os resultados do trabalho demonstram que a reforma agrária constitui uma importante política estruturante que precisa ser analisada em seu caráter multidimensional. Ela promove a segurança alimentar, fortalece a produção, promove o aumento de renda, melhora a qualidade de vida, resgata direitos e dignidade. Mas, para sua maior efetividade, caminhos devem ser revistos e parcerias necessitam ser consolidadas.

Publicação

Tese: “Reforma agrária e segurança alimentar em assentamentos rurais: o caso do Horto Vergel, Mogi Mirim / São Paulo”

Autora: Iris Cecilia Ordoñez Guerrero

Orientadora: Sonia M. P. P. Bergamasco

Unidade: Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri)

Texto: Carmo Gallo Netto
Fotos: Divulgação / Antoninho Perri
Edição de Imagens: Fábio Reis


Publicado no Portal EcoDebate, 11/06/2015

França considera alguns linfomas, potencialmente causados por pesticidas, como doença ocupacional

A França reconheceu como uma doença ocupacional (causada por fatores relacionados ao ambiente de trabalho, ndlr) um tipo de câncer do sistema imunológico, o linfoma não-Hodgkin, quando afeta os agricultores expostos a pesticidas no exercício de sua profissão. Matéria daAFP, no Yahoo Notícias.

A exposição pode ser resultado de “manipulação e utilização” dos pesticidas, “contato ou inalação” ou ” contato com culturas, áreas, animais tratados ou manutenção de máquinas para aplicação de pesticidas”, informa o decreto expedido pelo Ministério da Agricultura francês.

“O reconhecimento desta doença permitirá que muitas vítimas consigam (segurança social) obter assistência médica ligada a sua condição e recebam uma indenização”, afirmou em comunicado a associação Phyto-Victimes, que milita pelo reconhecimento do impacto dos pesticidas na saúde.

É uma “nova fase” para “tornar visível o impacto dos pesticidas na saúde dos trabalhadores “, acrescentou a organização.

Em março deste ano, cinco pesticidas, entre eles um dos mais utilizados no mundo, foram qualificados como “possíveis” ou “prováveis” cancerígenos pela agência do câncer da Organização Mundial de Saúde (OMS).

O glifosato, presente entre outros no Roundup, um dos pesticidas mais vendidos do mundo, e os inseticidas malathion e diazinon foram classificados cancerígenos “prováveis para o homem” pela Agêcia Internacional de Investigação sobre o Câncer (IARC), com sede em Lyon, na França.

Publicado no Portal EcoDebate, 11/06/2015