Cercada de polêmicas quanto aos nomes populares e os seus usos medicinais em seres humanos, a espécie Chenopodium ambrosioides (figura 1) ocorre em boa parte do país. No Sul do Brasil é denominada principalmente de erva-de-santa-maria, enquanto no Norte e no Nordeste recebe os nomes de mastruz, mastruço e mentruz. No Sul, mentruz é usado mais como referência para Coronopus didymus (figura 2).
Figura 1. Chenopodium ambrosioides (sin. Dysphania ambrosioides)
Autor da foto:Paulo Schwirkowski
https://sites.google.com/site/florasbs/chenopodiaceae/erva-de-santa-maria
Figura 2. Coronopus didymus
Autor da foto: Paulo Schwirkowski
https://sites.google.com/site/florasbs/brassicaceae/mentruz
Apesar de ser classificada como planta daninha, invasora ou concorrente, é raro ocorrer em grandes quantidades nos quintais ou no meio da lavoura. É de origem da América Central e da América do Sul. É citada em livros do colombiano Gabriel García Márquez e do brasileiro Guimarães Rosa.
Na saúde humana, é famosa pelo seu uso com leite como vermífuga ou para tratamento de tosses e tuberculose. No entanto, não é recomendável, pois em pequenas doses pode causar asfixia devido à saída dos vermes. Em altas doses é considerada tóxica.
Em animais, é utilizada também para tratamento de verminoses. Uma das formas de uso na Medicina Veterinária é por meio do macerado de suas folhas. Boelter (2007) cita as seguintes recomendações e respectivas formas e dosagens:
para afastar piolhos pulgas de aves: colocar galhos com folhas e piolhos nos locais onde as aves ficam;
para terneiros: 3 colheres de sopa em 0,5 litro de água; e
para bovinos: 4 a 6 colheres de sopa em 0,5 litro de água.
Apesar do uso como vermífuga, a espécie ainda não foi suficientemente estudada.
Em artigo de revisão, Oliveira et al. (2014) concluíram que a espécie "possui vasta utilização na medicina veterinária como anti-helmíntico, tendo também propriedades antissépticas, digestivas, antioxidantes, antifúngicas, antibacterianas, anti-inflamatórias, sedativas, tônicas, cicatrizantes, esquistossomicidas, molusquicidas, antimaláricas, leishmanicidas, antiacetilcolinesterásicas e atividade repelente". Segundo os autores, "a literatura aponta que esta planta está amplamente difundida, com aplicabilidade terapêutica para o manejo de diversas enfermidades e com alto potencial frente às endoparasitoses e ectoparasitoses. Porém necessita de mais estudos para o estabelecimento de doses espécie-específicas e redução de sua toxidade".
Referências
BOELTER, R. Plantas medicinais usadas na Medicina Veterinária. 2 ed. Santa Maria: Imprensa Universitária. 2007.
OLIVEIRA, L.S.S.; FERREIRA, F.S.; BARROSO, A.M. Erva de santa maria (Chenopodium ambrosioides L.): aplicações clínicas e formas tóxicas. JBCA, Jornal Brasileiro de Ciência Animal, v.7, n.13, 2014.
Texto
Erica Carvalho Lamari - Farmacêutica
Marcos Roberto Furlan - Engenheiro Agrônomo
Maria Beatriz da Silva Pereira - Acadêmica de Engenharia Agronômica - UNITAU
Figura 1. Chenopodium ambrosioides (sin. Dysphania ambrosioides)
Autor da foto:Paulo Schwirkowski
https://sites.google.com/site/florasbs/chenopodiaceae/erva-de-santa-maria
Figura 2. Coronopus didymus
Autor da foto: Paulo Schwirkowski
https://sites.google.com/site/florasbs/brassicaceae/mentruz
Apesar de ser classificada como planta daninha, invasora ou concorrente, é raro ocorrer em grandes quantidades nos quintais ou no meio da lavoura. É de origem da América Central e da América do Sul. É citada em livros do colombiano Gabriel García Márquez e do brasileiro Guimarães Rosa.
Na saúde humana, é famosa pelo seu uso com leite como vermífuga ou para tratamento de tosses e tuberculose. No entanto, não é recomendável, pois em pequenas doses pode causar asfixia devido à saída dos vermes. Em altas doses é considerada tóxica.
Em animais, é utilizada também para tratamento de verminoses. Uma das formas de uso na Medicina Veterinária é por meio do macerado de suas folhas. Boelter (2007) cita as seguintes recomendações e respectivas formas e dosagens:
para afastar piolhos pulgas de aves: colocar galhos com folhas e piolhos nos locais onde as aves ficam;
para terneiros: 3 colheres de sopa em 0,5 litro de água; e
para bovinos: 4 a 6 colheres de sopa em 0,5 litro de água.
Apesar do uso como vermífuga, a espécie ainda não foi suficientemente estudada.
Em artigo de revisão, Oliveira et al. (2014) concluíram que a espécie "possui vasta utilização na medicina veterinária como anti-helmíntico, tendo também propriedades antissépticas, digestivas, antioxidantes, antifúngicas, antibacterianas, anti-inflamatórias, sedativas, tônicas, cicatrizantes, esquistossomicidas, molusquicidas, antimaláricas, leishmanicidas, antiacetilcolinesterásicas e atividade repelente". Segundo os autores, "a literatura aponta que esta planta está amplamente difundida, com aplicabilidade terapêutica para o manejo de diversas enfermidades e com alto potencial frente às endoparasitoses e ectoparasitoses. Porém necessita de mais estudos para o estabelecimento de doses espécie-específicas e redução de sua toxidade".
Referências
BOELTER, R. Plantas medicinais usadas na Medicina Veterinária. 2 ed. Santa Maria: Imprensa Universitária. 2007.
OLIVEIRA, L.S.S.; FERREIRA, F.S.; BARROSO, A.M. Erva de santa maria (Chenopodium ambrosioides L.): aplicações clínicas e formas tóxicas. JBCA, Jornal Brasileiro de Ciência Animal, v.7, n.13, 2014.
Texto
Erica Carvalho Lamari - Farmacêutica
Marcos Roberto Furlan - Engenheiro Agrônomo
Maria Beatriz da Silva Pereira - Acadêmica de Engenharia Agronômica - UNITAU