Sobre a importância dos quintais, cada vez mais desaparecidos e, com isso, as nossas raízes também.
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quarta-feira, 18 de outubro de 2017
Resenha do artigo “Perfil do uso de medicamentos durante a gravidez de puérperas internadas em um hospital do Brasil”
Autoras da resenha: Júlia Bernal dos Santos, Luiza Bernal dos Santos, Mariana Bernal dos Santos - acadêmicas de Medicina - UNITAU
Coordenador: Prof. Marcos Roberto Furlan - UNITAU
Referência do artigo:
GALATO, Dayani et al. Perfil do uso de medicamentos durante a gravidez de puérperas internadas em um hospital do Brasil. Revista Brasileira Farm. Hosp. Serv. Saúde São Paulo, São Paulo, v. 6, n. 24, p.24-29, jan./mar. 2015. Disponível em: http://www.sbrafh.org.br/rbfhss/public/artigos/2015060105000660BR.pdf. Acesso em: 27 de set 2017.
1. INTRODUÇÃO
O artigo “Perfil do uso de medicamentos durante a gravidez de puérperas internadas em um Hospital do Brasil” procura avaliar e classificar os fármacos utilizados por um grupo selecionado de puérperas, com o intuito de definir seus riscos para mãe e bebê. É um tema relevante dentro da medicina, uma vez que o potencial teratogênico de certas substâncias podem promover uma evolução desfavorável da gestação, e é de interesse dos profissionais de saúde para um bom atendimento, tratamento e acompanhamento de seus pacientes.
2. RESUMO
O artigo foi feito com os objetivos de identificar o perfil de uso de medicamentos utilizados durante a gravidez em um hospital no Brasil e identificar os medicamentos usados pelas gestantes e os seus riscos para mãe e feto.
Foram entrevistadas 244 puérperas, das quais 98,4% relataram ter utilizado ao menos um medicamento durante a gravidez, e 45,5% relataram o uso após o diagnóstico.
O uso de medicamentos durante a gravidez é frequente, em decorrência, por exemplo, das alterações sistêmicas da própria gestação, por intercorrências obstétricas ou por doenças crônicas prévias. Portanto se observa um grande número de prescrições e de automedicação nas gestantes.
Esse estudo e estudos anteriores notaram que a prescrição de medicamentos de risco diminui após a descoberta da gravidez, apesar de aumentar a quantidade de medicamentos utilizados.
No entanto, é importante lembrar que novos fármacos são constantemente lançados no mercado e podem não ser considerados teratogênicos apenas pelo fato de não haver estudos a seu respeito até o momento.
Quanto a sua metodologia, apresenta desenho transversal, e a população selecionada foi composta por puérperas internadas no Hospital Nossa Senhora da Conceição, da cidade de Tubarão, entre outubro de 2011 a março de 2012.
O cálculo da amostra considerou os partos realizados nesse hospital em 2010. Adotou-se como prevalência o número 93,3%, erro de 3% e intervalo de confiança de 95%, resultando em 241 puérperas. Foram utilizados alguns critérios de inclusão e de exclusão, desconsiderando do estudo mulheres menores de 18 anos e puérperas em que o filho veio a óbito. A coleta dos dados foi feita via entrevista, e a distribuição do uso de medicamentos foi feita em dois períodos: no diagnóstico de gravidez, período entre a provável data de concepção e o diagnóstico da gestação, e no pré-natal, período entre o diagnóstico e o parto.
Os medicamentos foram classificados segundo a FDA em A, B, C, D e X, e também segundo a Anatomic Therapeutic Chemical (ATC), que os divide em cinco níveis de acordo com o grupo anatômico e o fármaco propriamente dito. Foram identificados os determinantes e as demais variáveis com o teste do qui-quadrado.
Como resultados, a faixa etária das entrevistadas foi entre 18 a 46 anos, a maioria morava com o parceiro (92,6%), 69,3% tinha alguma fonte de renda, a escolaridade variou entre 0 a 17 anos, e 45,1% planejou a gravidez. Os sintomas mais prevalentes na gravidez foram pirose, náusea, lombalgia, sonolência, dor nos membros inferiores, cefaleia, anemia, infecção urinária e constipação intestinal. Os problemas crônicos de saúde mais citados foram hipertensão, anemia, asma e depressão. Obteve-se que 98,4% das puérperas usaram entre dois a treze medicamentos durante a gravidez, destacando-se que houve aumento do uso durante o pré-natal.
Os medicamentos mais comumente utilizados até o diagnóstico foram: paracetamol, dipirona e os anticoncepcionais hormonais. Durante o período do pré-natal foram mais utilizados o paracetamol, o sulfato ferroso, o ácido fólico e as vitaminas. Até o momento do diagnóstico da gravidez, 18,8% das gestantes fizeram uso de medicamentos das classes D e X, mas houve uma diminuição desse percentual para 4,5% durante o período do pré-natal. Além de medicamentos, 27% das gestantes fizeram consumo de plantas medicinais durante a gravidez, porém a maioria delas não possui informação na literatura para determinar a sua segurança, e aquelas em que havia literatura, eram contraindicadas na gestação, por estarem relacionadas à propriedades abortivas e teratogênicas, porém, por desconhecimento desses possíveis riscos, muitas mulheres fazem o uso de chás.
3. ANÁLISE
O artigo “Perfil do Uso de Medicamentos Durante a Gravidez de Puérperas Internadas em um Hospital do Brasil”, escrito por Dayani Galato e colaboradores, aborda o perfil do uso de medicamentos em puérperas antes do diagnóstico da gravidez e no período pré-natal.
A escolha da temática foi realizada de maneira assertiva, uma vez que constatou a grande quantidade de gestantes que fazem uso de diversos medicamentos e é importante estabelecer seus riscos para mãe e feto, a partir das classificações medicamentosas.
Foi feito um estudo transversal, abordando pouca quantidade de puérperas entrevistadas (244). Um adendo é a escolha do estudo transversal, que é rápido e de baixo custo por não haver seguimento, e é adequado para descrever situações de saúde, porém não apresenta relação temporal entre exposição e efeito, o que torna difícil estabelecer a relação causal. Um estudo longitudinal abordaria um número maior de gestantes ao longo do tempo, conferindo maior precisão nos resultados.
O modo de aquisição das informações foi a aplicação de um questionário sobre os medicamentos utilizados. Por ser uma entrevista, suas respostas são subjetivas, podendo não ser fidedignas e, desse modo, prejudica a confiança do estudo.
Além disso, a seleção das puérperas eliminou as menores de 18 anos e com fetos natimortos, eliminando possíveis resultados que não foram analisados, já que a morte fetal pode ter sido resultado do uso de algum medicamento.
O texto conclui corretamente que é preciso expandir os estudos a respeito da exposição das mulheres em idade fértil a medicamentos de risco. Também, mostra que o uso de plantas medicinais é intenso e elucida o fato de que não há estudos suficientes nessa área, conscientizando para a necessidade de fazê-los.
4. CONCLUSÃO
Dentro da carreira médica, frequentemente os profissionais de saúde entrarão em contato com gestantes ou mulheres em idade fértil, o que torna imprescindível conhecer a farmacologia de todos os medicamentos que forem prescrever, bem como o ponderamento sobre seus benefícios e danos, em especial atenção a casos de automedicação e uso de plantas medicinais. O artigo é um prenúncio da necessidade de realizar-se trabalhos que devem explorar a questão mais profundamente, tanto sobre medicamentos, quanto sobre plantas medicinais. Recomenda-se a leitura desse artigo para seguimento e estudos futuros.
terça-feira, 17 de outubro de 2017
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