sábado, 25 de abril de 2020

Mandioquinha-salsa: dicas para o cultivo

Texto
Larissa Isadora da Mota - acadêmica de Agronomia - UNITAU
Marcos Roberto Furlan - Engenheiro agrônomo - Professor FIC e UNITAU

Uma preciosidade na alimentação da população, pelo menos para a maioria, a mandioquinha-salsa não é da família da mandioca (Euphorbiaceae), mas é da salsinha, da cenoura e do coentro, dentre outras espécies (Apiaceae) ou da cenoura. Seu nome científico é Arracacia xanthorrhiza e sua origem é América do Sul, mas das regiões de clima mais frio, como nos Andes.

Tem outras denominações populares. Para alguns é só mandioquinha, para outros batata-baroa, cenoura-amarela ou batata-salsa. Algumas mandioquinhas-salsas se diferem entre si porque há algumas variedades, algumas com rizomas de coloração amarelo mais intenso e umas mais claras. Mas no Brasil não são muitas as suas variedades. 

Com relação aos seus aspectos nutricionais, ainda são poucas as pesquisas que avaliam a qualidade nutricional da mandioquinha-salsa, mas as que foram publicadas demonstram que é uma ótima fonte de vitaminas e de minerais, como, por exemplo, a vitamina A, algumas do complexo B, e os minerais cálcio, fósforo e ferro.

Quanto ao seu cultivo, a mandioquinha-salsa tem como preferência clima ameno, com temperaturas entre 14°C e 21°C, durante o ano todo, e altitudes de 1000 a 2500 m. Mas pode ser cultivada sob temperaturas um pouco mais altas ou um pouco mais baixas, mas sem alcançar o rendimento nas condições ideais. Atualmente, há variedades para cultivos em altitudes inferiores a 1000 m.

O plantio é realizado geralmente por meio da divisão de plantas adultas saudáveis e que tenham boa produtividade. 

A colheita da mandioquinha pode ocorrer de 7 a 14 meses após o plantio, e deve ser feita quando as folhas começarem a amarelar, e no máximo um mês depois deste amarelecimento. Após este período, as raízes tendem a ficar fibrosas e ter um sabor desagradável.
Autor: Braz Rene da Mota
Local: São João da Mata- MG

quinta-feira, 23 de abril de 2020

Plantas no tratamento de animais: Eucalyptus globulus

Texto: 
Daniela Antonietti Pedra - Técnica em Radiologia e acadêmica de Medicina veterinária - UNITAU 
Marcos Roberto Furlan - Engenheiro agrônomo e Professor - FIC e UNITAU 

Inúmeras pesquisas têm surgido e contribuindo para o aumento da aplicação da fitoterapia em seres humanos, inclusive no tratamento de doenças como câncer. Apesar de muitas pesquisas utilizarem animais nos ensaios pré-clínicos, são poucas as realizadas com o objetivo de serem aplicadas na criação de animais ou em animais domésticos.

Algumas plantas que se destacam na saúde humana, também são usadas para animais, mesmo que não tenham sido pesquisadas, originalmente, para essa finalidade. Exemplo é a maria-sem-vergonha (Cataranthus roseus). Dessa espécie são extraídos os alcaloides vincristina e vimblastina, os quais são usados para tratar leucemia infantil, e o sulfato de vincristina é um produto recomendado para tratar, por exemplo, o Tumor Venéreo Transmissível (TVT) de cães.

Uma outra espécie com ampla utilização, principalmente em seres humanos para tratamento de problemas respiratórios, é o Eucalyptus globulus. Não é a espécie mais comum no Brasil, mas se destaca pelo seu aroma agradável para a maioria das pessoas, e também pela cor mais clara. É frequente um erro, usar o eucalipto-citriodora para inalação, enquanto que deveria ser usado E. globulus.

Com relação ao uso do eucalipto-globulus em cães, Jaime (2019) observa que os óleos essenciais apresentam propriedades acaricida, e a ação do óleo essencial do E. globulus em carrapatos do tipo Boophilus microplus já foi comprovada. A autora, na sua pesquisa intitulada "Efeito do extrato do Eucalyptus globulus em fêmeas ingurgitadas de Rhipicephalus sanguineus (carrapato do cão)", avaliou o efeito acaricida (taxa de oviposição e de eclosão) nas fêmeas de Rhipicephalus sanguineus

Jaime (2019) concluiu que as concentrações mais baixas do óleo diminuem também sua ação acaricida e não são eficientes para o combate a esses carrapatos. Mas em concentrações acima de 10% há uma inibição não só da eclosão dos ovos como também de ovipostura das fêmeas. Destaca que não há relatos na literatura da utilização de óleo de E globulus para o controle de carrapatos em cães, sendo este estudo pioneiro no que diz respeito a utilização desta planta controle de pragas em ambientes domésticos, e sugere mais trabalhos e estudos neste tema. (JAIME, 2019) 

Referência

JAIME, Elisângela Morais. Efeito do extrato do Eucalyptus globulus em fêmeas ingurgitadas de Rhipicephalus sanguineus. Orientador: Alberto Andrade Reis Mota. 2019. 29f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharel em Medicina Veterinária) - Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos, 2019. Disponível em: <https://dspace.uniceplac.edu.br/handle/123456789/171>. Acesso em: 23 de abril 2020.

segunda-feira, 20 de abril de 2020

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Cúrcuma e seus usos em animais - 2

Texto: 
Daniela Antonietti Pedra - Técnica em Radiologia e acadêmica de Medicina veterinária - UNITAU 
Marcos Roberto Furlan - Engenheiro agrônomo e Professor - FIC e UNITAU 

A cúrcuma (Curcuma longa), conforme relatado no texto anterior (http://quintaisimortais.blogspot.com/2020/04/curcuma-e-ser-uso-em-animais-1.html), tem muitas atividades farmacológicas já comprovadas por meio de pesquisas. No entanto, uma das indicações da cúrcuma contra veneno de cobra, citada com frequência por algumas comunidades tradicionais, inclusive em animais, ainda não teve o respaldo científico.

Infelizmente, acidentes com picadas de cobras em cães, por exemplo, são frequentes. Geralmente, ocorrem devido à curiosidade deles, que se aproximam e cheiram, sendo, por isso, picados no focinho, peito ou pescoço . 

Para o tratamento, é importante saber o tipo da cobra que picou, pois existem diferentes espécies de cobras venenosas, como, por exemplo, às pertencentes aos grupos botrópico (ex.: jararaca, jararacuçu e urutu), crotálico (cascavel) e elapídico (corais). Os acidentes mais comuns são com as jararacas (gênero Bothrops), cascavéis (gênero Crotalus) e corais (gênero Micrurus, dentre outros). 

As ações anticoagulantes e hemorrágicas do veneno influenciam na evolução da atividade anti-inflamatória. A ação anticoagulante ao formar trombos na microvasculatura, provoca, consequentemente, hipóxia com agravamento de dor, edema e necrose tecidual. 

Uma das contribuições ao tema foi a pesquisa feita por Herrera e Pereira (2009). Os autores relatam o diagnóstico e a conduta terapêutica relacionados à picada de serpente (gênero Botrophs), associado ao uso complementar da Curcuma longa tópica, em uma cadela, sem raça definida, com um ano de idade. 

Além do do soro polivalente (botrópico-crotálico) e da dexametasona, foi aplicada a pomada com cúrcuma + solução tópica, associada à colagenase e açúcar cristal, uma vez ao dia, com o objetivo de melhorar a necrose tecidual e regredir o halo hemorrágico, para a cicatrização por segunda intenção. Após dois meses de internação, foi iniciada a lavagem com barbatimão durante 3 dias até formar uma cicatriz elíptica de 1 cm de diâmetro e finalizou-se o tratamento.

Os autores concluíram que o uso do cúrcuma e da lavagem com barbatimão, permitiu a cicatrização quase que completa e recuperação do tecido com remissão dos sinais clínicos.

Referência

HERRERA, Mariana de Souza; PEREIRA, Rose Elisabeth Peres. Acidente com serpente do gênero Bothrops em cão. Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária, v.7, n.12, 6 p., 2009. Disponível em: <http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/bv4olF2Ra0J5Ncn_2013-6-24-16-40-54.pdf>.Acesso em: 20 de abr 2020.