Texto:
Daniela Antonietti Pedra - Técnica em Radiologia e acadêmica de Medicina veterinária - UNITAU
Marcos Roberto Furlan - Engenheiro agrônomo e Professor - FIC e UNITAU
De origem Asiática, a Curcuma longa se adaptou em boa parte do território brasileiro, e como alguns denominam a espécie como açafrão-da-terra, é gerada uma confusão. Aliás, duas confusões, pois não se trata do verdadeiro açafrão (Crocus sativus), e a referência terra é por produzir rizomas. No entanto, alguns acreditam que é o caro açafrão usado na culinária e que é nativa do Brasil.
A cúrcuma também é usada na culinária, mas seu preço no varejo é quase irrisório se comparado com C. sativus. O baixo preço da cúrcuma é devido à facilidade de seu cultivo, e por propiciar uma colheita de até 50 toneladas por hectare. Além de ser utilizada diretamente na alimentação, dela se extrai também um corante, a curcumina.
Suas atividades terapêuticas na saúde humana, como, por exemplo, antioxidante, anti-inflamatória e antitumoral, já foram comprovadas por meio de inúmeras pesquisas, tanto pré-clínicas como clínicas, graças, principalmente, devido a presença da curcumina. Atualmente, o foco principal é melhorar a sua biodisponibilidade.
Com relação ao tratamento ou uso para a saúde de animais também são encontradas pesquisas. Um ótimo exemplo é a Dissertação de Gabriela Campigotto, intitulada "Curcumina como aditivo na alimentação de cães: produção da ração e seus benefícios à saúde dos animais". Alguns dos resultados obtidos pela pesquisadora foram:
• como a curcumina tem diversas propriedades biológicas, foram escolhidos filhotes para o estudo, pois precisam de grande quantidade de nutrientes. E a cúrcuma também pode auxiliar no metabolismo aumentando a imunidade e tem presente uma molécula funcional que favorece o ganho de peso;
• as propriedades biológicas em destaque da curcumina são anti-inflamatória, anti-tumoral, anti-oxidante, anti-microbiano, anticoccidiano e hepatoprotetor;
• os resultados dos dois experimentos feitos pela pesquisadora foram positivos, pois foi observada uma redução significativa no número de linfócitos;
• nos cães que ingeriram curcumina, foi observada menor atividade de alanino-aminotransferase sérica, indicando seu efeito hepatoprotetor, e estavam todos saudáveis, com níveis séricos normais de glicose, ureia, triglicerídeos e colesterol; e
• portanto, o efeito antioxidante e anti-inflamatório foi capaz de minimizar os impactos causados pelos níveis exacerbados de radicais livres e pela peroxidação lipídica no sangue dos cães.
Referência
CAMPIGOTTO, Gabriela. Curcumina como aditivo na alimentação de cães: produção da ração e seus benefícios a saúde dos animais. 2019, 76 f. Dissertação (Mestrado em Zootecnia), Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Chapecó, 2019.
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