sábado, 24 de novembro de 2012

Nota do CEBRID sobre reportagens relacionadas à maconha

São Paulo, 08 de Novembro de 2012.


Maconha: Mas do que estão falando? É possível tanta contradição? O que está por traz de tudo isso?

Importante revista brasileira apresentou no dia 31/10/12, artigo de capa com os títulos: “Maconha faz mal, sim” e “Maconha: as novas descobertas de medicina cortam o barato de quem acha que ela não faz mal”, com base nas informações de dois médicos brasileiros.

Por outro lado, em conceituado jornal diário de São Paulo, no dia 02/11/2012, foi noticiado:

“Americanos votarão sobre Maconha (...)”, nos Estados de Washington, Oregon e Colorado para saber se legalizariam ou não a maconha para uso recreacional, tendo uma petição assinada por mais de 300 médicos a favor da venda para maiores de 21 anos e cobrança de taxas e impostos.

Eleições americanas feitas no dia 06/11/2012, o uso recreacional da maconha foi aprovado nos Estados do Colorado e Washington; e ainda mais houve também aprovação do uso médico no Estado de Massachusetts, chegando a 18 o número de Estados americanos a aprovar a Cannabis medicinal.

Obviamente, algo muito contraditório: em apenas sete dias (entre 31/10/2012 a 06/11/2012) os leitores brasileiros foram expostos a informações diametralmente opostas, fornecidas à revista em questão por dois médicos do Brasil e nos EUA por mais de 300 médicos americanos.

É realmente lamentável que os leitores brasileiros sejam expostos, como ocorrido pela notícia publicada na revista no dia 31/10/2012, de maneira tão parcial e incompleta, sem o mínimo cuidado de expor pontos de vista contrários, como exige as regras do bom jornalismo.

Na realidade o uso médico da maconha e o reconhecimento que ela não tem os efeitos tóxicos tão graves que lhe atribuem, são aceitos pelos Ministérios da Saúde e sociedades médico-cientificas de países como o Canadá, Espanha, Itália, Estados Unidos, Reino Unido, Espanha, Israel e Holanda não havendo, portanto, razão para a omissão destas informações.

O CEBRID poderá encaminhar por solicitação cópia dos trabalhos científicos sobre este assunto.

Atenciosamente
E. A. Carlini
Departamento de Medicina Preventiva - UNIFESP
Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas - CEBRID
cebrid.unifesp@gmail.com

Importante evento sobre crack

http://proex.unifesp.br/eventos/eventos12/crack/incricao

Eu Apenas Queria Que Você Soubesse - Gonzaguinha

Eu Apenas Queria Que Você Soubesse
Composição: Gonzaguinha


Eu apenas queria que você soubesse
Que aquela alegria ainda está comigo
E que a minha ternura não ficou na estrada
Não ficou no tempo presa na poeira

Eu apenas queria que você soubesse
Que esta menina hoje é uma mulher
E que esta mulher é uma menina
Que colheu seu fruto flor do seu carinho

Eu apenas queria dizer a todo mundo que me gosta
Que hoje eu me gosto muito mais
Porque me entendo muito mais também

E que a atitude de recomeçar é todo dia toda hora
É se respeitar na sua força e fé
E se olhar bem fundo até o dedão do pé

Eu apenas queria que você soubesse
Que essa criança brinca nesta roda
E não teme o corte de novas feridas
Pois tem a saúde que aprendeu com a vida

Eu apenas queria que você soubesse
Que aquela alegria ainda está comigo
E que a minha ternura não ficou na estrada
Não ficou no tempo presa na poeira

Gilberto Gil - Refazenda




Abacateiro acataremos teu ato

Nós também somos do mato como o pato e o leão
Aguardaremos brincaremos no regato
Até que nos tragam frutos teu amor, teu coração
Abacateiro teu recolhimento é justamente
O significado da palavra temporão
Enquanto o tempo não trouxer teu abacate
Amanhecerá tomate e anoitecerá mamão
Abacateiro sabes ao que estou me referindo
Porque todo tamarindo tem o seu agosto azedo
Cedo, antes que o janeiro doce manga venha ser também
Abacateiro serás meu parceiro solitário
Nesse itinerário da leveza pelo ar
Abacateiro saiba que na refazenda
Tu me ensina a fazer renda que eu te ensino a namorar
Refazendo tudo
Refazenda
Refazenda toda
Guariroba

Gilberto Gil

Diana Pequeno - Ontem ao Luar


Autores: Catúlo Da Paixão Cearence e Pedro Alcântara.

Fagner - Minha Vidinha (LP/1994)

Xangai - Pequenina [Renato Teixeira]

Minas Gerais: Projeto "Arcos de Agroecologia" se consolida como exemplo de sustentabilidade

Iniciado em março de 2011, o Projeto ‘Arcos da Agroecologia’ é uma iniciativa da EMATER-MG de Arcos que conta ainda com a participação da EMBRAPA, EPAMIG, Escola Municipal Laura Andrade e do Grupo de Ação Ambiental Guaxinim. 

A primeira propriedade rural selecionada para receber o projeto foi a do agricultor familiar Desedino José Soares. O filho, Igor Luiz Soares Reis, de 12 anos, (foto) é o dono da primeira lavoura de tomate orgânico de Arcos. É dele também a primeira lavoura SAT – Sem Agrotóxico. 
Já se vão dois anos e o Programa se mantêm firme e dando bons frutos, literalmente. Segundo os técnicos da EMATER, Zenaido Lima e Irani Muniz hoje estão sendo produzidos também beterraba, jiló, abobrinha e pimentão; e o projeto está sendo ampliado para outras propriedades rurais. 

Todos esses produtos podem ser encontrados em quase todos os mercados da cidade, e para sejam identificados mais facilmente consta junto aos mesmos uma etiqueta de informações gerais.

A Agroecologia é um enfoque científico que oferece os princípios e as metodologias para apoiar a transição do atual modelo de desenvolvimento rural e de agricultura convencional para estilos de desenvolvimento rural e de agricultura sustentáveis, buscando, num horizonte temporal, a construção de novos saberes sócio-ambientais que alimentem um processo de transição agroecológica. É uma maneira de perceber a natureza, na qual se tem uma visão sistêmica do funcionamento dos diversos agroecossistemas. Mais do que isso, busca-se a consciência de que todos os elementos se inter-relacionam e são igualmente importantes para a saúde das plantas e dos homens.

Iniciado em março de 2011 o Projeto ‘Arcos da Agroecologia’ é uma iniciativa da EMATER-MG de Arcos que conta ainda com a participação da EMBRAPA, EPAMIG, Escola Municipal Rural Laura Andrade e do Grupo de Ação Ambiental Guaxinim. 

A primeira etapa do projeto foi o Seminário de Agroecologia, realizado no dia 16 daquele ano, e contou com os profissionais Fernando Tinoco – agroecologista da EMATER-MG de Sete Lagoas, José Aloisio Alves Moreira e Walter José Rodrigues Matrangolo, da EMBRAPA e Marinalva Woods Pedrosa, da Epamig. Após o evento, a equipe visitou a propriedade selecionada, do agricultor familiar Desedino José Soares e Sirlene Maria do Carmo Soares. O filho do casal, Igor Luiz Soares Reis, de 12 anos, que estuda na Escola Municipal Rural Laura Andrade, é o dono da primeira lavoura de tomate orgânico de Arcos. É dele também a primeira lavoura SAT – Sem Agrotóxico. 

Para o plantio das lavouras, o terreno foi selecionado e a acidez corrigida (pH 6,5), além do preparo do solo com aração e gradagem. Na área já foi plantada a leguminosa crotalária, que servirá para realizar a adubação verde do solo, além de propiciar matéria orgânica e nutrientes para as lavouras, na área onde serão plantados os 1200 pés de tomate. Para proteger a lavoura do ataque de galinhas foi feita uma proteção com 100 metros de tela, doada pelo SICOOB - Centro Oeste e pelo Vereador Jamir Leiteiro. 

MICROORGANISMOS EFICIENTES À SERVIÇO DA AGRICULTURA

Visando conferir boa qualidade do solo, além de ajudar no controle de pragas e doenças, a equipe da EMATER-MG, juntamente com o jovem Igor e seus familiares, fizeram a captura de microorganismos na floresta para compor o que tecnicamente chamamos de EM4 – Microorganismos eficientes. 

Para capturar esses microorganismos no meio natural a equipe orientou o jovem e fez uma demonstração técnica: colocou arroz cozido sem tempero dentro de caixas de madeira e após esse procedimento os recipientes foram colocados em mata bem preservada, para atrair os microorganismos. 

A equipe da EPAMIG de Arcos, liderada pelo pesquisador Albani Dias de Carvalho, está envolvida na proposta e participará das etapas do projeto. Um dos pontos de coleta de microorganismos foi a reserva onde está instalada a unidade de pesquisa de Arcos. Estão previstos outros investimentos em agroecologia na unidade local da empresa. 

Alunos da PUC Minas Arcos, do curso de Comunicação Social – Agência Fkaz e do Grupo de Estudos em Solos Agrícolas do CEFET Bambuí – Curso de Agronomia, se interessaram pelo projeto e acompanharam as etapas subsequentes. Todas as visitas, orientações técnicas e desenvolvimento das ações nas lavouras estão sendo registradas em um livro de ata, pelo jovem Igor. Seu pai, mãe, a irmã Daniela e familiares estão sempre juntos, motivando os registros e, sobretudo, muito curiosos com a nossa proposta de agricultura sustentável.

Data: 21.12.2012
Link:
http://www.portalarcos.com.br/noticia/7718/Projeto--Arcos-de-Agroecologia--se-consolida-como-exemplo-de-sustentabilidade

México: Herbolaria para todos los males

Médicos advierten la necesidad de hacer un diagnóstico antes de “recetar” alguna planta

GUADALAJARA, JALISCO (02/NOV/2012).- Los huesos arden. Luz María Hernández dice que están secos y que el frío es el responsable. El dolor regresa cada noche a calarle en el interior de la pantorrilla. No le tiene fe a los fármacos. Ella confía en los remedios que su madre le compartió hace más de tres décadas. Una pomada de árnica es su salvación.

¿Dónde la compró? En la calle. ¿Cuánto le costó? 15 pesos. No hay etiquetas que especifiquen las propiedades de la crema elaborada con una planta considerada medicinal. Tampoco hay indicaciones para su uso, pero Luz María sumerge los dedos en la verdosa pasta. Quiere un alivio inmediato.

El peroné le duele. A veces no sabe ni de qué forma. Hay ardor. Frío. Resequedad. Todo un paquete de síntomas que le anuncian una escena fatal en su mente: “En cualquier momento el hueso me va a reventar. A tronar como una rama seca”.

Luz María ignora la procedencia de la planta empleada para la crema. No le importa. Los médicos le sugieren que retome las pastillas a causa de la entrada a la menopausia: “Que por eso me calan los huesos, pero yo prefiero el árnica, desde siempre me ha funcionado”.

Luz María es también fiel amiga del té de tila, pues el dolor del peroné la fatiga y la bebida caliente le ayuda a conciliar el sueño. La alacena de esta señora está llena de plantas, raíces y hojas secas que se conservan en bolsas transparentes. Cada una tiene una etiqueta con una palabra distinta: manzanilla, romero, verónica, jazmín, yerbabuena.

Como ella, algunas personas confían su salud a la Naturaleza y sus principios activos, capaces de controlar enfermedades que –a su parecer– los químicos no han podido.

Tradición familiar

Ramona Cano vende plantas medicinales en el Mercado Corona de Guadalajara. En su puesto tiene más de tres mil hierbas de todos tamaños, apariencias y aromas. De memoria conoce la función de cada hoja y raíz: que el epazote sirve para incrementar la memoria, la sábila para reducir la tos y las ramas del orozuz para evitar la caída del cabello.

En 30 minutos más de cinco personas acuden al negocio en busca de soluciones que frenen la tortura que aqueja al cuerpo. Ramona tiene más de 50 años de experiencia y su margen de error es mínimo al recetar una planta. Las conoce al derecho y al revés.

Ramona conoce casos de éxito donde las plantas medicinales (fitoterapia) brindan alivio y una nueva opción de salud. Dice que todos los males se pueden tratar con hierbas, desde una sencilla quemadura, incrementar los niveles de fertilidad o hasta sobrellevar el cáncer de próstata.

Ramona aprendió el oficio por sus padres. Asegura que para que las plantas hagan efecto “hay que tener paciencia y ser constante, sobre todo con las enfermedades muy duras. Muchas personas no se curan porque no quieren, pero tampoco se van a aliviar con un solo té”.

Gregorio Nieves Hernández, profesor y responsable del Departamento de Botánica y Zoología de la Universidad de Guadalajara (UdeG), destaca que la efectividad de las plantas medicinales responde a una correcta dosificación, dependiendo del principio activo a utilizar.

El especialista señala que el uso de la herbolaria nace desde que el hombre comenzó a interactuar con la Naturaleza bajo la necesidad de encontrar alimentos y remedios a los padecimientos del organismo hace más de 10 mil años.

Sin embargo, la mezcla cultural con Europa y posteriormente con Asia, introdujo a México especies que incrementaron las opciones de la herbolaria, como la yerbabuena, orégano, tomillo, albahaca, romero y la menta, que en mancuerna con las nacionales (como el árnica, santa maría, tecoma, cola de caballo), actualmente se emplean para combatir la diabetes y problemas de riñón, circulación sanguínea y trastornos gastrointestinales.

Equilibrio constante

A sus 70 años de edad, Ramona Cano levanta un poco su larga falda y presume la ausencia de varices y venas reventadas, como resultado de una vida entregada a las plantas medicinales; ella decidió evitar cualquier tipo de pastilla. “Las plantas rejuvenecen. La gente que es 100% yerbera está sana y fuerte, como la que vive en el campo”.

Ramona respeta a los médicos respaldados por años de estudio, por eso prefiere no hablar sobre la medicina convencional y sus diferencias con las plantas medicinales: “No tenemos tanta ética como los médicos”, pero insiste en que hay tratamientos químicos que lejos de ayudar al cuerpo, lo empeoran.

Javier Barriga Marín, toxicólogo y jefe de Urgencias en Pediatría del Antiguo Hospital Civil “Juan I. Menchaca”, no piensa lo mismo y advierte que el mal empleo e ingesta de las plantas medicinales, puede provocar afectaciones mayúsculas lejos de propiciar el bien deseado para la salud.

Para el experto, la herbolaria padece de una desinformación entre sus consumidores, con mayor impacto en los principiantes que apenas descubren los principios activos y efectos de cada planta. Aunque otorga el beneficio de la duda a las bondades curativas de la planta –pues son los mismos principios empleados en los fármacos-; los errores antes de consumirla son lo que predisponen a una intoxicación que puede ser mortífera.

El especialista señala que para poder consumir una planta, quien la receta debe hacer un diagnóstico exacto de la enfermedad a tratar, aunque sea un simple dolor de cabeza, cosa que no hacen quienes venden libremente estos remedios en los mercados y tianguis.

Ni tan buenas, ni tan malas

El riesgo más importante, expone Javier Barriga Marín del Hospital Civil, es encontrar “una dosificación precisa para este tipo de plantas, y eso es muy difícil. No es lo mismo una planta seca que una fresca, que una joven, ni de mediana edad ni vieja. Ni lo mismo si se utiliza la raíz, el tronco, la flor o las hojas, cada parte tiene distinta dosificación; la concentración del principio activo puede variar si la planta se cosecha por la noche o la mañana”.

El académico de la UdeG, Gregorio Nieves Hernández, comenta que para que la planta tenga mejor efecto deberá estar fresca o deshidratada, “pero a la sombra, para que no pierda muchas de sus propiedades”, y cuando se exceden las dosis “en la mayoría de los casos no hay mucho problema (…) si las plantas no te ayudan mucho, tampoco te perjudican”, explica e incida que dosis indicadas se han aprendido con base en la experimentación.

Aclara que hay plantas con extractos muy riesgosos por su nivel en alcaloides, como el llamado codo o hueso de fraile, que se recomendaba para adelgazar o para desparasitación. Y aunque existen casos documentados de que esta planta cobró dos vidas en 2010 por su ingesta, Nieves Hernández señala que no hay un reglamento que controle su venta y receta al público en general.

“El riesgo de intoxicarse o tener problemas con plantas, hizo que en 1999 la Secretaría de Salud, por decreto, haya prohibido la venta de cerca de 90 plantas que se comercian de manera libre en el país, y sin embargo, se siguen vendiendo en los mercados y los tianguis”, añade Barriga Marín.

El toxicólogo del Hospital Civil advierte que una de cada tres plantas que existen a nivel mundial, contiene principios activos tóxicos, que pueden causar el mismo riesgo que un tratamiento con medicamentos.

Destaca que “recetas” tan simples como el té de floripondio, de jamaica (diurético) u orégano (para la tos), pueden causar intoxicación atropínica, al igual que las complicaciones que generan las infusiones con toloache, ruda o el epazote, éste último empleado para matar lombrices.

Link:
http://www.informador.com.mx/suplementos/2012/414939/6/herbolaria-para-todos-los-males.htm

Portugal: sobre regularização da acupuntura

Vai ser preciso tirar um curso para praticar acupunctura

O Governo aprovou esta quinta-feira uma proposta de lei sobre terapêuticas não convencionais, que dispõe que só podem ser praticadas por quem tenha formação superior e cédula profissional com registo público.

O diploma aprovado em Conselho de Ministros estabelece o regime de acesso e exercício dos profissionais que praticam acupunctura, homeopatia, osteopatia, naturopatia, fitoterapia e quiropraxia.

Partindo das orientações da Organização Mundial da Saúde, são estabelecidos os perfis funcionais de cada uma das seis terapêuticas não convencionais, determinando-se que as mesmas só podem ser praticadas por quem tenha uma formação, de nível superior, a definir por portaria.

A prática destas terapêuticas vai implicar ainda a atribuição de uma cédula profissional com registo público, o que permitirá aos cidadãos identificar quais os profissionais com formação adequada.

A aprovação desta proposta de lei segue-se a uma decisão do Tribunal Administrativo de Lisboa, de finais de Agosto, que condenou os ministérios da Saúde e da Educação a regulamentar, no prazo de oito meses, a lei sobre as terapêuticas não convencionais, aprovada em 2003 e que aguardava regulamentação há nove anos.

Na altura, o Ministério da Educação e Ciência (MEC) afirmou que seria apresentada até ao fim do ano uma proposta de lei sobre terapêuticas não convencionais, a ser preparada conjuntamente com o Ministério da Saúde e a ser submetida à Assembleia da República até ao final do ano.

A acção tinha sido interposta em tribunal pela Associação de Medicina Natural e Bioterapêutica (AMENA), por considerar “ilegal e inconstitucional” a regulamentação elaborada pela Direcção-Geral da Saúde, em forma de proposta de lei.

Data: 22.11.2012
Link:
http://www.publico.pt/sociedade/noticia/vai-ser-preciso-tirar-um-curso-para-praticar-acupunctura-1574667

Pablo C. Amaringo - pinturas relacionadas com Ayahuasca

Pablo C. Amaringo is a very famous painter of ayahuasca visions. He was born in 1943 in Puerto Libertad, in the Peruvian Amazon region. He was ten years old when he first took ayahuasca. A severe heart illness, and the magical treatment of this via ayahuasca, led Pablo toward the life of a shaman. He abandoned his career as a healer in 1977, and focussed on painting and teaching in an art school. Don Pablo Amaringo died on the 16th of November 2009 in Pulcallpa, Peru after a lengthy battle with illness. (referência: http://www.ayahuasca-info.com/art/).
Pablo Amaringo

Hipócrates, Galeno e Avicena (Ibn Sina) em selo



http://fdc4all.com/index.php?main_page=product_info&products_id=3515

Suíça: plantas medicinais florestais em selos

Botswana: selos homenageando a medicina tradicional

Mandrágora no selo


Stamps in cardiology

M K DAVIES, A HOLLMAN

Mandrake, Mandragora officinarum, has hyoscine (scopolamine), an antimuscarinic drug, in its root. Hyoscine is a narcotic and it is remarkable that its use for premedication before surgery has not changed for 2000 years. The herbalist Dioscorides in AD 100 gave mandrake so that “such as shall be cut or cauterised are overborne with deep sleep” and to day hyoscine may still be used before anaesthesia and surgery. Hyoscine, unlike atropine, produces only a slight tachycardia and is not used in cardiac treatment. But in a very low dose hyoscine produces a paradoxical increase in cardiac vagal activity, and this action has been utilised to study baroreflex sensitivity in patients with heart failure (Heart1996;75:274–80).

In ancient times mandrake was a highly prized medicinal plant, and professional herb gatherers invented a legend to deter others from harvesting it. It was said that when a man dug up a mandrake it gave a terrible shriek which killed him. But this problem was solved by using a dog (which died) to pull the plant out of the ground while the man stopped his ears. This is well shown in the old herbal illustration on the stamp. The forked root of the plant was said to resemble a human being, hence the name mandrake.

Mandrake belongs to the family Solanaceae, which contains species with the pharmacologically important drugs atropine and nicotine. Other plants in the family include potato, tomato, and pepper (capsicum).

The 5 schilling Austrian stamp depicting man collecting mandragora (from Codex Tacuinum Sanitatis) was a single denomination issue from 1986 to commemorate the 7th European Anaesthesia Congress held in Vienna.

Link:
http://heart.bmj.com/content/84/4/360.full
Referência: Heart 2000;84:360 doi:10.1136/heart.84.4.360



Pourquoi se soigner avec des plantes?

mercredi 21 novembre 2012 

La phytothérapie a le vent en poupe. Sans être la panacée, elle peut soulager de nombreux maux. A condition de bien s'informer, d'éviter l'automédication et de prendre quelques précautions. Car avec les plantes, on peut carrément se... planter !
Au temps du Neandertal, il n'y avait pas de pharmacies. On peut en déduire que, pour soulager ses maux divers, panser ses plaies et soigner ses indigestions provoquées par des steaks de cheval sauvage mal cuits, notre homme préhistorique se servait dans l' « armoire à pharmacie » qu'il trouvait dans la nature. Hypothèse confirmée récemment par l'archéologue Karen Hardy de l'université autonome de Barcelone. En étudiant la mâchoire d'un Neandertal dont les restes sommeillent dans une grotte dans les Asturies, elle y a détecté des traces de camomille et d'achillée mille-feuille, plantes très amères, consommées pour leur valeur thérapeutique plutôt que pour leur valeur nutritive. L'homme de Neandertal a « inventé » la phytothérapie sans le savoir. Plus tard, les premières civilisations, sumériennes, égyptiennes et chinoises, ont élaboré une pharmacopée à base de plantes, utilisée aussi en Europe. Mais l'Occident a abandonné les plantes au début du XXe siècle avec l'arrivée des molécules de synthèse. La chimie allait désormais tout régler ! Progressivement, les cours d'herboristerie ont disparu des facultés de médecine... La donne change dans les années 1970, grâce à... Maurice Mésségué et aux babas cool. On (re)découvre que si la phytothérapie ne fait pas de miracles, elle peut soulager et réconforter, soigner les petits troubles du sommeil, de la digestion, de la déprime et du mal-être en général. Elle est aussi un bon complément de la médecine allopathique. 

Les plantes, du bon et du mauvais Seulement voilà : on ne peut pas mettre toutes les plantes dans le même sac. Les seules dignes de confiance figurent sur des listes officielles de pharmacopée qui recensent toutes les plantes à vocation officinale. Dans le passé, chaque pays possédait sa pharmacopée. Depuis 2004, le Comité sur les plantes médicinales (HMPC : The Committee on Herbal Medicinal Products) édite des monographies des plantes, accompagnées de leur effet thérapeutique pour les médicaments traditionnels vendus dans les Etats membres de l'Union européenne. Depuis la parution de la directive 2004/24/EC, 751 enregistrements de médicaments à base de plantes ont été accordés suivant l'usage traditionnel (utilisés depuis 30 ans dont au moins 15 ans en Europe) et 423 selon un usage bien établi (bibliographie scientifique, essais cliniques...). En Belgique, la Commission pour les médicaments à base de plantes à usage humain de l'Agence fédérale des médicaments et des produits de santé donne le feu vert à la commercialisation, après évaluation d'un dossier succinct. L'évaluation se focalise sur l'usage traditionnel de la plante. Comme tous les médicaments, ceux à base de plantes et les préparations de plantes officielles sont vendus chez nous uniquement en pharmacie. A côté de cela, il y a les compléments alimentaires à base de plantes qui doivent être notifiés auprès du SPF Santé publique et les autres produits à base de plantes vendus n'importe où qui peuvent échapper au contrôle du ministère de la Santé. 

Une formation à doses homéopathiquesL'autre problème ? Pas assez de médecins formés. Le Dr Philippe Antoine a créé la Société belge de phytothérapie en 1977 (intitulée, aujourd'hui, Société belge de phytothérapie et de nutrithérapie, http://www.sbpn.be). Elle organisait, à l'attention des professions médicales, un enseignement sanctionné par un certificat, reconnu uniquement... par les phytothérapeutes. « Peu à peu, l'intérêt a diminué, les médecins se sont découragés, explique le Dr Antoine. Leurs arguments ? On n'a pas de preuves, ce sont des remèdes de bonne femme, il y a des accidents de l'automédication, c'est trop compliqué pour étudier... » Conclusion ? Il n'y a plus de formations officielles en Belgique, excepté pour les étudiants en pharmacie. Les pharmaciens sont donc les seuls garants des plantes médicinales. S'ils ne peuvent pas traiter les patients, ils peuvent les conseiller et délivrer sans prescription médicale un grand nombre de préparations à base de plantes. « La pharmacognosie, étude de tous les médicaments d'origine naturelle, est enseignée en troisième bac, rapporte Monique Tits, professeur à l'université de Namur et à l'université de Liège. Les étudiants qui optent pour la filière "officine" reçoivent, à Liège, une formation complémentaire de phytothérapie en deuxième master. Nous essayons surtout de développer leur esprit critique en les invitant à lire très attentivement tous les étiquetages et à consulter régulièrement le site de l'HMPC. » 

En France, même combatNotre voisin français est confronté au même problème : les formations en facultés de médecine n'existent plus depuis belle lurette. Seuls les pharmaciens apprennent la phytothérapie. C'est la raison pour laquelle le Dr Eric Lorrain a mis sur pied en 2007, avec d'autres confrères, l'Institut européen des substances végétales (IESV), qu'il préside toujours. « Notre institut a une dimension européenne. Il défend les intérêts de la phytothérapie clinique individualisée (PCI). Pour faire simple, la PCI consiste à déterminer le mécanisme des perturbations physiopathologiques du patient et à trouver une solution en fonction des propriétés des plantes et des anomalies rencontrées. La plante doit avoir une action sur les symptômes et sur les mécanismes perturbés. L'IESV fait également la promotion de la phytothérapie auprès du grand public et des professionnels de la santé et organise, à la demande, des formations continues dans tous les pays francophones. Ainsi, pendant cinq ans, j'ai assuré un cycle de formation à Louvain-la-Neuve pour des médecins et des pharmaciens. La phytothérapie est une science qui connaît un développement accéléré depuis une vingtaine d'années. Nos formations insistent sur l'approche scientifique. En France, j'ai l'honneur d'intervenir en tant que chargé d'enseignement sur plusieurs diplômes de troisième cycle de phytothérapie (Clermont-Ferrand/Nantes, Lyon/Marseille) qui officialisent cette formation scientifique. » 

Un certain retard de la rechercheSi l'efficacité de certaines plantes manque parfois de preuves scientifiques, c'est parce que la recherche fondamentale ne s'y intéresse pas de près. « Cette réticence est purement idéologique, souligne le Dr Philippe Antoine. Les plantes sont beaucoup plus compliquées à étudier qu'une simple molécule. De nombreux facteurs y entrent en ligne de compte. L'analyse est rendue extrêmement complexe grâce, notamment, à la synergie d'action entre les différentes composantes des plantes. » Mais les choses commencent à bouger. Le monde de la phytothérapie a connu sa petite révolution il y a une dizaine d'années avec la mise au point des Extraits de plantes fraîches standardisées (EPS). Ce qui permet de retrouver tous les effets de plantes et ce, de façon reproductible, dans chaque flacon vendu par le pharmacien. Le produit final est constant dans sa qualité. « Le cyprès, par exemple, bénéficie de ce nouveau procédé d'extraction qui permet une meilleure concentration, note le Dr Eric Lorrain. On utilise l'EPS de cyprès dans le traitement de nombreuses affections virales comme les rhumes, la grippe, l'herpès et l'hépatite A. Souvent, il n'y a pas d'équivalent en allopathie. » Aujourd'hui, en France, la recherche est présente partout, notamment à l'Inra (Institut scientifique de recherche agronomique) et à l'Inserm (Institut national de la santé et de la recherche médicale). Beaucoup de recherches se font de façon fondamentale. Il y a des plantes qui suscitent plus d'intérêt que d'autres. Le curcuma, par exemple, est actuellement le plus étudié. On cherche ses applications dans les cancers et dans la maladie d'Alzheimer. On s'intéresse au ginkgo biloba et à ses effets, éventuels, sur l'amélioration de la microcirculation et de l'irrigation cérébrale. Le mucuna et le griffonia sont d'autres « stars » qui captent l'attention des scientifiques. La première agirait sur le Parkinson, la seconde sur l'humeur et le sommeil. « Les extraits standardisés offrent un intérêt énorme, car on peut les mélanger, poursuit le Dr Eric Lorrain. Je vous donne un exemple. Il y a plusieurs types de dépression. Dans certains types, on observe une baisse du niveau de dopamine. Dans d'autres, ce sera la sérotonine qui sera faible. En utilisant le millepertuis, le mucuna et le griffonia, on peut répondre à chaque type de perturbation et personnaliser le traitement. » 

Les bonnes indicationsEn consultation, les médecins généralistes sont confrontés dans 70 à 80 % des cas à des « petites » pathologies, autrement dit des troubles fonctionnels. L'efficacité des plantes s'avère souveraine pour soulager les troubles digestifs, les palpitations cardiaques, la paresse de la vésicule biliaire, les maladies infectieuses, tels le rhume, la grippe, l'otite ou l'angine. On peut aussi les utiliser pour renforcer les défenses immunitaires (l'échinacée, l'éleuthérocoque et le shiitaké sont de bons exemples) et prévenir les maladies (les vertus du thym sont démontrés depuis longtemps). « Il y a des plantes riches en tanins, tels la canneberge, le plantain ou le noyer, qui agissent sur les mycoses, les hémorragies ou les diarrhées, souligne le Dr Eric Lorrain. L'alchémille donne de très bons résultats dans le traitement de l'hémorragie utérine. Et le saule blanc qui contient de l'acide salicylique est aussi efficace que l'aspirine. » On commence à utiliser les plantes en cancérologie pour atténuer les effets secondaires des chimiothérapies. Mais il faut être très vigilant car les plantes peuvent interférer avec les molécules chimiques. 

Précautions nécessairesLa nature offre une variété de plantes infinie et leurs vertus sont très diverses. Mais attention à l'automédication, à des « la cousine de ma voisine dit que... » et à des « consultations » dans des boutiques bio. On s'excuse de rappeler cette évidence : un traitement thérapeutique doit toujours reposer sur un bon diagnostic. D'où l'intérêt de demander l'avis à son médecin traitant. Si l'on souffre de douleurs au ventre, par exemple, il faut d'abord s'assurer qu'aucune pathologie « lourde » ne se cache derrière : une maladie c£liaque, un ulcère, un cancer... De surcroît, il faut savoir que si les plantes sont efficaces, elles peuvent aussi être nocives, voire devenir toxiques dans des préparations différentes (gélules ou tisanes). Enfin, gare aux interactions avec certaines molécules chimiques. Les personnes qui prennent plusieurs médicaments par jour doivent être particulièrement vigilantes. 

Pour conclure. Première médecine traditionnelle connue, la phytothérapie fait partie de notre patrimoine culturel. Aujourd'hui, elle est entrée dans une nouvelle dimension. Elle fait appel à des extraits conformes, standardisés et efficaces. Elle est basée sur la science. Dans toute science il y a des règles. Et il faut les respecter. 

BARBARA WITKOWSKA
Link:
http://www.levif.be/info/actualite/sciences-et-sante/moi-je/pourquoi-se-soigner-avec-des-plantes/article-4000211292528.htm

Fitoquímicos: na prevenção de diversas doenças degenerativas

Os alimentos vegetais são um claro exemplo da relação entre dieta e saúde. Especificamente, o consumo elevado de vegetais tem sido associado a um risco reduzido de diversas doenças, entre as quais estão, defeitos do tubo neural, perturbações digestivas diversas, obesidade, doença cardiovascular, câncer, diabetes, catarata, degeneração macular associada à idade, algumas doenças neurodegenerativas, osteoporose ou doença pulmonar obstrutiva crônica. 

Embora inicialmente o papel protetor destes alimentos contra as doenças tenha sido atribuído exclusivamente ao seu valor nutricional, caracterizado por possuir pouca energia e grande quantidade de vitaminas (principalmente vitamina C, ácido fólico e provitamina A), minerais (potássio e magnésio, baixo teor de sódio) e fibras (solúveis e insolúveis), tornando-os nutrientes essenciais em uma alimentação saudável e equilibrada, pesquisas recentes tem se concentrado na presença das mesmas, os outros componentes, não nutrientes, que também parecem contribuir para a prevenção de doenças e para a melhora da qualidade de vida.

Estas substâncias derivadas de plantas, cuja ingestão parece afetar diretamente a manutenção da saúde, tem sido chamadas de “fitoquímicos” e, embora ainda sejam objeto de pesquisas quanto a sua estrutura química, fontes de alimentos e seus efeitos na saúde, tem levado a ampliação do conceito clássico de dieta, composta de macro e micronutrientes, passando a desempenhar um papel importante em muitos novos aspectos da dieta humana.

O que são fitoquímicos?

Os fitoquímicos têm sido definidos como produtos alimentícios constituintes de origem vegetal, que podem fornecer as propriedades fisiológicas dos alimentos que vão além da nutrição adequada.

Trata-se de um grupo altamente numeroso de compostos (considerando-se que existem milhares deles) que não são nutrientes, uma vez que não foi demonstrado resultar em deficiência de sintomas patológicos; que estão presentes exclusivamente em alimentos de origem vegetal, pois embora existam compostos bioativos, tanto em alimentos de animais como vegetais, a origem latina “fito” (planta), faz com que este termo se aplique somente aos componentes de alimentos de origem vegetal, que se encontram neles em quantidades muito pequenas, de miligramas ou microgramas, e que, como vem sendo comprovado, exercem um papel direto na prevenção e/ou tratamento de várias doenças.

Estas substâncias, que estão se tornando cada vez mais conhecidas, atuam favoravelmente na manutenção da saúde, prevenindo os efeitos dos impactos ambientais negativos, como o aparecimento de algumas doenças de evolução crônica. Alguns autores os consideram compostos semi-essenciais para os seres humanos e, hoje, são mencionados como verdadeiros “guardiões da saúde”.

Matéria completa e que vale a pena ler, com gráficos e tabelas bem interessantes e didáticos. no link: http://www.insumos.com.br/funcionais_e_nutraceuticos/materias/162.pdf

Plantas e extratos vegetais na indústria alimentícia

Sinônimo de naturais, as plantas e extratos vegetais estão cada vez mais sendo integrados nas formulações alimentícias, podendo ser encontrados nos mais variados tipos de produtos colocados à disposição do mercado.

Plantas e extratos

Nos grandes mercados consumidores mundiais pode-se encontrar com frequência os mais diversos produtos possíveis com um toque vegetal. Bebidas carbonatadas formuladas com especiarias e sucos de frutas (limão/gengibre, hortelã-pimenta ou mentha piperita, cereja/zimbro, etc.), águas minerais vitaminadas com vitamina C natural (e extrato de acerola), chocolate com óleo essencial de laranja e extrato de tília, infusões com rooibos (Aspalathus linearis Burman f.), gélulas ricas em isoflavonas, em carotenos, ketchup com licopeno, enfim as alternativas não faltam!

As plantas e seus extratos estão em todo lugar, inclusive em produtos lácteos, com o ginko biloba e a verbena. Entre a alimentação natural e o alimento saudável, entre os remédios ancestrais e o modernismo, os produtos naturais à base de plantas e ervas suscitam grande interesse por parte dos consumidores europeus e norte-americanos e o seu consumo aumenta, particularmente, no âmbito dos complementos alimentares.

Oferecer extratos purificados é um meio de agregar mais valor a determinados produtos.

Mas, o que são os extratos?

Extratos são preparações concentradas de diversas consistências possíveis obtidas a partir de matérias-primas vegetais secas, que passaram ou não por tratamento prévio (inativação enzimática, moagem, etc.) e preparadas por processos envolvendo um solvente. Isso implica basicamente em duas etapas no processo de fabricação: a separação dos compostos específicos de um meio complexo (a droga, ou parte da planta utilizada, como raiz, caule, folha) com a utilização de um solvente; e a concentração, por eliminação mais ou menos completa dos solventes.

É possível definir tradicionalmente um extrato pela relação entre a quantidade de droga tratada e a quantidade de extrato obtida. O ponto chave de toda a polêmica é onde fica a fronteira entre um extrato purificado, a vocação terapêutica (um ativo) e um extrato incorporado em algum alimento ou complemento alimentar. Um exemplo é a uva e os OPC (oligômeros procianídicos contidos na casca e caroços das uvas). Esta classe de moléculas possui propriedades anticancerígenas e antioxidantes, reconhecidas e amplamente descritas na literatura científica e diretamente implicadas no famoso French Paradox. 

Essas OPC são extratos de bagaços da uva e são também corantes naturais e auxiliares tecnológicos. Trata-se simplesmente de uma subclasse dos polifenóis da uva, ou seja, os flavonoides, que são compostos por seis famílias de moléculas, as flavononas, as flavonas, os flavonóis, os isoflavonoides, as antocianinas e as flavanas.

Outro exemplo é o abacaxi, vegetal alimentar por excelência, cujas fibras ou extratos em pó são utilizados em produtos posicionados para emagrecimento. Foram identificadas moléculas anticancerígenas no abacaxi sem que, para tanto, o mesmo passasse a pertencer ao monopólio dos remédios. Esses dois exemplos mostram toda a ambiguidade entre as antocianinas, identificadas como matérias corantes, e os flavonoides, estudados e utilizados por suas atividades antioxidantes. 

Da planta seca e moída até as moléculas puras existe uma verdadeira fossa abissal: atividade, eventual toxicidade, etc.

Os extratos são substâncias técnicas definidas internamente pelas empresas ou pela farmacopéia. Alguns têm vocações terapêuticas fortes e são verdadeiros remédios. O abismo que separa os dois conceitos é, basicamente, o mesmo que separa a indústria farmacêutica da indústria alimentícia.

Em 1958, o U. S. National Cancer Institute (NCI) iniciou um programa para estudar 35.000 espécies de plantas, no intuito de descobrir quais tinham uma atividade anticancerígena. Já em 1963, observou-se, cientificamente, que um extrato da casca de uma espécie de teixo, árvore ou arbusto da família das taxáceas, apresentava esse tipo de atividade. A droga derivada, o paclitaxel (Taxol®), um composto semi sintético, demorou cerca de 30 anos para receber a aprovação da FDA. 

Seja como medicamento com a devida concentração para ter-se um efeito terapêutico, seja em uma formulação alimentícia na qual ele traz um certo valor agregado sob a forma de uma alegação, as doses terapêuticas necessárias estão longe de ser atingidas. As atividades farmacológicas de outros extratos conhecidos e amplamente usados, como o gingko biloba ou os triterpenos da centela asiática, também são amplamente demonstrados; porém existem centenas de produtos e suplementos utilizando esses extratos, alegando seus benefícios, porém incorporados nas formulações em quantidade, novamente, longe de serem terapêuticas.

Os extratos e seus métodos de obtenção foram, antes de tudo, desenvolvidos e estandardizados pela indústria farmacêutica, a única realmente capaz de aproveitá-los. A indústria alimentícia, sob o impulso da geração saúde, começou a procurar esses ingredientes saudáveis e com o apoio dos departamentos de marketing valorizou a atividade dos mesmos.

O marketing permitiu uma aproximação maior entre tipos de extratos e atividades. Mas, no fundo, será que o problema todo reside na concentração? Isoflavonas a 10% são autorizadas na indústria alimentícia; isoflavonas a 40% são reservadas à indústria farmacêutica?

Não existe nenhuma definição clara dos extratos especificamente destinados ao setor alimentício, nem no que se refere Ginko biloba à titulação em princípios ativos, nem do ponto de vista tecnológico. 

Na Europa, os extratos para a indústria alimentícia devem ter um perfil cromatográfico semelhante àquele da planta; em outras palavras, a extração não pode ser seletiva, mas o próprio termo seletivo não está claramente definido.

De um modo geral, utiliza-se na indústria alimentícia extratos nos quais todas as moléculas são extraídas na sua totalidade, sem que nenhuma seja especificamente isolada. O extrato alimentício não é e não pode ser, em hipótese alguma, um princípio ativo, ou seja, um composto com efeito terapêutico e que corresponde a uma molécula ou um grupo de moléculas com atividade farmacológica testada. Outro ponto muitas vezes esquecido é a toxicidade dos extratos; sua inocuidade deve ser comprovada.

Texto completo e bem mais amplo no link:
http://www.insumos.com.br/aditivos_e_ingredientes/materias/429.pdf

Unha-de-gato

Prestem atenção pois não se trata da “nossa unha-de-gato”, muito comum nos muros de nossa cidade, e sim de uma planta amazônica, que eu, particularmente, nunca vi um exemplar na região. As indicações preconizadas pelo Ministério da Saúde, são como anti-inflamatório (oral e tópico) nos casos de artrite reumatóide, osteoartrite (artrose) e como imunoestimulante, vindo de acordo com as indicações do Programa Municipal de Fitoterapia de Londrina.

Unha-de-gato - Uncaria tomentosa (Willd) D. C.

Aspectos botânicos: Planta trepadeira de grandes dimensões, pertencente a família das Rubiáceas, com altura de até 30 metros. Apresenta espículas em forma de gancho, folhas opostas e ovaladas com uma fina película, de coloração pardacenta. Flores sésseis, pequenas e numerosas, com cálice tubular infundibuliforme. Frutos biloculares, pardos e com numerosas sementes aladas em seu interior. É original da América do Sul, principalmente na região amazônica, crescendo entre 600 e 800 metros de altitude (encontrados exemplares em até 2.500 metros de altitude);

Nomes comuns: Unha de gato, rangaya (Panamá), Bejuco de água (Colômbia), samento ou unganangui (índios peruanos), garabato amarillo;

Histórico: Descrita pela primeira vez em 1797 e batizada com o nome de Nauclea aculeata e rebatizada como Uncaria tomentosa em 1830. Foi inicialmente estudada por J. Brel, no Peru, em 1950. Como é sabido por todos, a inalação crônica de fumaça, é uma causa comum de câncer (haja visto o fumo), e apesar desta frequente inalação por parte dos índios peruanos de algumas tribos, esta doença não era conhecida nestas comunidades, se associando então este fato a ingesta frequente de chás, preparados com a Unha de Gato.

Na década de 1970, um austríaco chamado Oscar Schuler Egg, em busca de uma planta para tratar o câncer de seu Pai, em incursões pela Amazônia Peruana, contactou tribos que a utilizavam como antiinflamatória, antiartrítica, antidiabética e antitumores. Contra todas as previsões, seu Pai apresentou uma melhora paulatina com o desaparecimento de todas as evidências clínicas da doença, tendo Egg dedicado o resto de sua vida ao estudo científico da ação desta planta, levando-a para os melhores laboratórios da Alemanha e da Áustria;

Usos terapêuticos: imunoestimulante e antimutagênico (auxiliar em tratamentos de tumores diversos, herpes e outras doenças virais, parasitoses intestinais, doenças inflamatórias intestinais), antiinflamatório e imunomodulador (artrites, lupus e outras colagenoses), antioxidante;

Princípios ativos: alcaloides diversos (principais responsáveis pelas atividades terapêuticas), polifenóis, procianidinas, glicosídeos e triterpenos do ácido quinóvico, fitosteróis e ácido oleânico;

Partes utilizadas: córtex e raiz;

Formas de uso e dosagem: decocto por 02 minutos ou infusão: 2 a 5% - 1 a 2 xícaras/dia;

Extrato seco: até 1.000 mg/dia;

Extrato fluido: 25 a 75 gotas/dia;

Tempo de uso: o início da ação se dá à partir do terceiro dia. Em tratamentos de dores articulares, se requer tratamentos de até 03 meses, dependendo da gravidade da doença. Seu uso deve ser interrompido a cada 03 meses de uso, respeitando-se um intervalo de 01 mês de “descanso”;

Efeitos colaterais: em altas doses pode provocar febre, diarréia, dor de estômago, geralmente reversíveis com a suspensão do uso;

Contra-indicações: gestação e lactação, crianças menores de 03 anos e pacientes transplantados.

Lembramos que as informações aqui contidas terão apenas finalidade informativa, não devendo ser usadas para diagnosticar, tratar ou prevenir qualquer doença, e muito menos substituir os cuidados médicos adequados.

Fonte principal de consulta:

“Tratado de fitomedicina – bases clínicas e farmacológicas” Dr. Jorge R. Alonso – editora Isis . 1998 – Buenos Aires – Argentina.

Link:
http://www.londrina.pr.gov.br/dados/images/stories/Storage/sec_saude/fitoterapia/publicacoes/unha_de_gato2.pdf
http://en.wikipedia.org/wiki/Uncaria_tomentosa

Boletín Latinoamericano y del Caribe de Plantas Medicinales y Aromáticas, v.11, n.6, novembro de 2012



Artículos
María N. CAMPAGNA, María L. MARTINEZ, Adriana BROUSSALIS & Martha GATTUSO
Actividad antioxidante, análisis fitoquímico y micrografía analítica de hojas de Castela tweedii (Simaroubaceae)

Tania Rosario BANDERAS-DORANTES, Ruben ROMAN-RAMOS, Alejandro ZAMILPA, Rebeca GARCIA-MACEDO, Margarita DIAZ, Maria Guadalupe CAMPOS, Jaime TORTORIELLO & Francisco Javier ALARCON-AGUILAR
Influencia de dos Cucurbitaceae (Cucurbita ficifolia Bouché e Ibervillea sonorae Greene) sobre los canales de potasio sensibles a ATP en anillos aórticos de rata

Aurelio SAN-MARTÍN, Juana ROVIROSA, Mitchel BACHO, Karen GAETE & José AMPUERO
Un Nuevo Diterpeno labdano aislado del molusco Trimusculus peruvianus

Maribel HERRERA-RUIZ, Giovanni GARCÍA-MORALES, Alejandro ZAMILPA, Manasés GONZÁLEZ-CORTAZAR, Jaime TORTORIELLO, Elsa VENTURA-ZAPATA & Enrique JIMÉNEZ-FERRER
Inhibición de la actividad de acetilcolinesterasa por el extracto hidroalcohólico y sus fracciones de Bouvardia ternifolia (Cav.) Shcltdl (Rubiaceae)

Pâmela SOUZA SILVA, Érika YOKO SUZUKI, Ana Paula MOREIRA, Nádia Rezende BARBOSA RAPOSO, Tânia Maria ALMEIDA ALVES & Lyderson FACIO VICCINI
Stachytarpheta gesnerioides Cham.: composición química de la fracción hexánica y aceite esencial, actividades antioxidante y antimicrobiana

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Could Fruit Help to Improve Vascular Health?

ScienceDaily (Nov. 22, 2012) — Scientists at the University of Warwick and consumer goods manufacturer Unilever are joining forces to identify whether the nutrients in everyday fruit and vegetables could help to improve people's cardiovascular health and protect them from Type-2 diabetes.

The research collaboration has been set up to better understand if the nutrients and bioactives in fruits like grapes, strawberries and olives -- in the right combination -- could have a greater impact on people's heart and vascular health.

The study's hypothesis is that the nutrients found in fruit help to trigger cell defence mechanisms in the tissue walls of blood vessels which not only protect them from the damage caused by the ageing process, but also help to prevent the onset of Type-2 diabetes. If proven, it would be the first time a direct association has been made between eating fruit and improving heart health.

During the three-year programme, innovative screening technology developed by the University of Warwick will be used to identify which fruit and vegetables have the right nutrients to have a positive impact on people's vascular health. These findings will then be used to develop prototype products to be tested on human blood vessels using in vitro trials.

If successful, clinical trials of the prototype products would then be carried out on middle-aged, overweight volunteers using state-of-the-art metabolism research equipment at University Hospitals Coventry & Warwick Trusts (UHCW). The volunteers will have their blood vessel function and glucose levels monitored to demonstrate which foods directly activate and optimise protective qualities and functions within our bodies.

The £1.1m research study, which has been co-funded by the UK Technology Strategy Board, the Biotechnology and Biological Sciences Research Council (BBSRC) and Unilever, might one day result in a new range of healthy products which contain ingredients designed to help improve people's cardiovascular health.

Professor Paul Thornalley from Warwick Medical School explained: "Linking the expertise from industry and our scientific research, added to the ability to trial foods in a clinical setting at University Hospitals Coventry & Warwickshire Trusts (UHCW), gives us a perfect platform to drive the research forward.

"We believe we can harness the health-giving properties of fruits such as grapes, strawberries and olives to raise the body's natural defences against developing heart disease and diabetes and therefore help tackle the growing problems of declining health in our ageing and increasingly overweight population."

Dr Gail Jenkins, based at Unilever's Research & Development laboratories at Colworth Science Park, near Bedford, added: "This research is firstly about improving our understanding of which fruit and vegetables are good for our heart health, and then testing these findings in clinical trials to see if one day we can develop a product which activates people's cell defence systems to help improve their vascular function and help protect them from Type-2 diabetes. It's a hugely exciting challenge which could significantly help us encourage our consumers to take small everyday actions to improve their health."

Link:
http://www.sciencedaily.com/releases/2012/11/121122095319.htm

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Marisa Monte & Cesária Évora - É Doce Morrer no Mar

Maconha age em determinadas doenças

Droga é usada para tratar câncer e esclerose múltipla

Em paralelo ao debate sobre a legalização da maconha, cresce o número de pesquisas a respeito do potencial médico de substâncias presentes na planta. Câncer, glaucoma e esclerose múltipla são algumas das doenças para as quais o uso terapêutico da droga já é permitido em 19 estados dos Estados Unidos. 

Entre 400 substâncias que compõem a cannabis, duas têm comprovadamente efeitos terapêuticos: o tetrahidrocanabinol (THC) e o canabidiol. O THC é indicado para náuseas evômitos, induzidos pela quimioterapia do câncer, e dores neuropáticas. Já o canabidiol combate alguns efeitos adversos do THC e age como ansiolítico.

Um estudo da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP) mostrou que essa substância diminuiu a ansiedade de pacientes com fobia social. “Ele pode ser uma alternativa como medicação para a ansiedade. Ele não causa dependência, tolerância, nem sedação como outros medicamentos disponíveis para o problema”, diz o psiquiatra e professor do departamento de Neuropsiquiatria da Faculdade de Medicina da USP José Alexandre de Souza Crippa. 

Entre as novas pesquisas, Crippa cita as que mostram os efeitos da substância como anti-inflamatório, que poderia ser usado para a asma, e como neuroprotetor, para o tratamento das doenças de Parkinson e Alzheimer. “Estamos testando na dependência do tabagismo e temos um estudo em parceria com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) para testar na dependência de crack”, acrescenta. 

Fonte: Gazeta do Povo - PR 
Data: 21.11.2012
Link:
http://www.guiadafarmacia.com.br/pesquisa-desenvolvimento/maconha-age-em-determinadas-doencas

Governo cria comissão para estimular a agroecologia e a produção de alimentos orgânicos

Foi instalada nesta terça-feira (20), uma comissão para integrar governo e sociedade civil na construção do Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica. O evento contou com a presença de ministros e representantes de instituições ligadas a agroecologia. A elaboração do plano com ações, metas e prazos está prevista na Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica, instituída em agosto por decreto pela presidenta Dilma Rousseff. A comissão vai acompanhar também a gestão dessa política nacional.

O integrante do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Francisco Dalchiavon, salientou que é preciso fazer mudanças no modelo de produção agrícola para implementar a agroecologia e citou elementos que não podem faltar à política e ao plano em construção. “Tem cinco instrumentos de política agrícola que são fundamentais para implementar esse novo sistema que é a terra, o crédito, a assistência técnica, o seguro e o preço. Esses instrumentos de política agrícola são fundamentais para levar em frente um sistema dessa natureza”, disse.

A ministra Meio Ambiente, Izabella Teixeira, que participou da cerimônia, citou a importância de se produzir alimentos usando menos agrotóxicos e preservando o meio ambiente. “É preciso mostrar à sociedade brasileira que podemos implementar a produção de alimentos protegendo o meio ambiente, desde a questão da água até o uso excessivo de agrotóxicos. É importante investir em tecnologias menos tóxicas e também buscar a produção mais orgânica de alimentos”.

O alto custo dos produtos orgânicos para o consumidor final também foi discutido. Para Francisco Dalchiavon, será preciso garantir incentivos financeiros do governo, como crédito mais acessível e assistência técnica eficiente, para que os orgânicos cheguem mais baratos às prateleiras dos supermercados. “O custo de produção se torna mais caro em função da maior utilização de mão de obra e o agronegócio tem grandes incentivos fiscais. O estado tem que ajudar a construir esse novo sistema”.

A Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica, instalada nesta terça-feira (20), será integrada por quatorze representantes do governo e outros quatorze de entidades da sociedade civil. A Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica define como produção de base agroecológica aquela que busca otimizar a integração entre capacidade produtiva, uso e conservação da biodiversidade, eficiência econômica e justiça social. Já o sistema orgânico de produção é definido, entre outros itens, pela oferta de produtos saudáveis isentos de contaminantes.

Data: 21.11.2012
Link:
http://www.cfn.org.br/eficiente/sites/cfn/pt-br/site.php?secao=nutricaonamidia&pub=1279

Biodiversidade e Fitoterápicos

A biodiversidade é definida como a variedade e variabilidade existentes entre organismos vivos e as complexidades ecológicas nas quais eles ocorrem. Os componentes da biodiversidade podem fornecer uma gama de produtos de importância econômica. Dentre eles destacam-se os fitoterápicos e os fitofármacos, originados dos produtos vegetais. 

O Brasil possui uma magnitude da biodiversidade, contando com a maior diversidade genética vegetal do mundo, sendo 55.000 espécies catalogadas de um total estimado de 350.000 e 550.000. As plantas são uma fonte importante de produtos naturais biologicamente ativos, muitos dos quais se constituem em modelos para a síntese de um grande número de fármacos. 

Pesquisadores da área de produtos naturais revelam uma inacreditável diversidade em termos estruturais e de propriedades químicas e biológicas variadas. Apesar do aumento crescente de estudos na área, apenas 15 a 17% das plantas foram estudadas quanto ao seu potencial medicinal. 

A grande diversidade possibilita a obtenção de novos fármacos, que se distinguem em relação aos fármacos sintéticos na diversidade molecular e a função biológica. O mercado mundial de drogas de origem vegetal é estimado em US$ 12,4 bilhões, sendo o mercado europeu responsável por 50%. 

Os receituários de fitoterápicos e fitofármacos giram em torno de 25% nos países desenvolvidos e de 805 nos países em desenvolvimento. Nos EUA, no período de 1983 a 1994, dos 520 fármacos aprovados pela Food and Drug Administration (FDA), 137 eram produtos naturais e seus derivados. No mesmo período, 61% dos fármacos antituorais eram derivados de produtos naturais. 

No Brasil estima-se que 25% do faturamento da empresa farmacêutica provêm de medicamentos oriundos de plantas. Entretanto, apenas 8% das espécies vegetais da flora brasileira foram estudadas em busca de novos compostos bioativos e 1.100 espécies avaliadas quanto suas propriedades medicinais. 

Destas, 590 são registradas no Ministério da Saúde para comercialização. Esse avanço fez com que muitas indústrias farmacêuticas focadas em medicamentos sintéticos também se esforçassem para ter uma linha de produtos fitoterápicos, a fim de garantir uma fatia no mercado mundial. 

Esse vertiginoso crescimento dos produtos fitoterápicos leva a preocupação em estabelecer políticas e programas de conservação da diversidade biológica. Atualmente, a biodiversidade não é vista apenas como uma fonte de benefícios econômicos, mas uma preciosa biblioteca genética que deve ser estudada e preservada. Essa busca por produtos comerciais derivados de espécies vegetais, conhecido como bioprospecção não deve ser confundida com o que os cientistas e ambientalistas chamam de biopirataria. 

Não há uma definição clara de biopirataria, mas essa prática pode ser entendida como uma exploração de recursos genéticos e posse de patente dos resultados desta exploração, assim como a venda destes produtos por preços excessivos por empresas multinacionais de países desenvolvidos. A falta de políticas de proteção, pesquisa e aproveitamento econômico seriam medidas para controle desta ilegalidade. 

Um exemplo disso foi a patente de extratos de espinheira-santa (Maytenus ilicifolia) concedida em 1997 a uma empresa japonesa; o chá desta planta é utilizado na medicina popular, principalmente nas regiões Sul e Sudeste do Brasil para tratar problemas estomacais. Em 1999, uma parceria de uma universidade brasileira com um laboratório farmacêutico que desenvolviam pesquisas com espinheira-santa se surpreendeu ao solicitar a patente e serem notificados da posse pelos japoneses. 

Data: 21.11.2012
Link:
https://www.portaleducacao.com.br/farmacia/artigos/21805/biodiversidade-e-fitoterapicos

Estudo de plantas medicinais é fundamental na produção de fitoterápicos

Crajiru (Arrabidea chica) é uma das plantas medicinais incluídas nas pesquisas da Embrapa. (Foto: Divulgação)

A Embrapa Amazônia Ocidental realiza pesquisas com plantas medicinais para contribuir com soluções baseadas no conhecimento agronômico de plantas medicinais, aromáticas e condimentares utilizadas na Amazônia.

Os estudos do pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental, Francisco Célio Maia Chaves, serão alvo de discussões durante a Mesa-Redonda “Desenvolvimento de Fitoterápicos no Brasil: Problemas e Soluções”, que acontecerá no dia 21 de novembro durante a programação do 4º Workshop sobre o Desenvolvimento Tecnológico de Medicamentos Fitoterápicos.

Entre os principais estudos da Embrapa Amazônia Ocidental com plantas medicinais aromáticas e condimentares, destacam-se as pesquisas com caapeba, sacaca, crajiru, pimenta de macaco, diversos tipos de hortelãs, açafrão, gengibre, alecrim pimenta, erva cidreira, capim santo, caferana, artemísia, dentre outras espécies amazônicas e adaptadas para a região.

O pesquisador Célio Chaves explica que o correto cultivo de plantas medicinais começa com a verificação da identificação botânica da planta de interesse. Uma determinada planta valorizada por suas propriedades e princípios ativos, pode receber nomes populares variáveis de acordo com as regiões, estados ou comunidades onde é conhecida. Isso pode confundir plantas diferentes, que eventualmente tenham nomes populares iguais ou parecidos. Por isso, é importante identificar a planta a partir de seu nome científico.

Outro aspecto, destacado pelo pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental, é o cultivo correto para garantir matéria prima de qualidade. Isso envolve desde conhecimento sobre a propagação – que pode ser por sementes ou vegetativa. Se for por sementes, é preciso antes saber se a semente tem dormência (demora na germinação), como deve ser seu armazenamento. Se a propagação for vegetativa, precisa-se saber qual o melhor parte da planta a se usar.

Essas e outras informações fazem parte da pesquisa agronômica, que busca formas corretas e eficientes de cultivo que possam apoiar a área farmacêutica, para possibilitar aos produtores o fornecimento de matéria prima de qualidade que permitam, inclusive, a rastreabilidade do cultivo.

SOBRE O WORKSHOP

O Workshop sobre o Desenvolvimento Tecnológico de Medicamentos Fitoterápicos é promovido pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade Federal do Amazonas (FCF/Ufam), sob coordenação da doutora em Ciências Farmacêuticas Tatiane Pereira.

O evento tem o objetivo de promover o aprimoramento e a discussão sobre os medicamentos fitoterápicos, uma vez que é de relevância debater a investigação do uso de espécies vegetais, utilizadas na região amazônica com elevado potencial mercadológico e excelente viabilidade tecnológica. As palestras, debates e mini-cursos acontecem de 21 a 23 de novembro no Hotel Blue Tree Premium, localizado na Avenida Humberto Calderaro Filho, 817, Adrianópolis, Manaus.

O evento é destinado a professores, alunos pesquisadores e profissionais de áreas de interesse na cadeia produtiva de fitoterápicos. O 4º Workshop sobre o Desenvolvimento Tecnológico de Medicamentos Fitoterápicos conta com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), por meio do Programa de Apoio à Realização de Eventos Científicos e Tecnológicos no Estado do Amazonas (Parev).

Fonte: Embrapa Amazônia Ocidental
Data: 21.11.2012
Link:
http://www.secti.am.gov.br/2012/11/conhecimento-de-plantas-medicinais-e-fundamental-para-producao-de-fitoterapicos/

Chile: Universitarios de Atacama promueven difusión de la medicina ancestral Colla

Miércoles 21 noviembre 2012 
Publicado por Marcos Celedón | La Información es de Mario Castillo
Imagen: Mario Castillo (RBB) 

Hierbas medicinales que actúan desde el alivio de un simple refriado hasta aquellas que se aplican en el tratamiento de cálculos renales son parte de los conocimientos ancestrales que la Comunidad Colla de Río Jorquera compartió con estudiantes de enseñanza media y universitaria, en la Charla “Medicina Colla de Herencia Ancestral: Rescate y Difusión” organizada por los alumnos de la carrera de Tecnología en Administración de Empresas de la Universidad de Atacama. 

Con una masiva concurrencia de estudiantes de la Escuela Técnico Profesional, alumnos y académicos de la Universidad de Atacama, la actividad giró en torno a los beneficios de la medicina colla. “Queremos inculcarles nuestra cultura en terreno, en nuestro territorio y a nuestros propios jóvenes, a los jóvenes de los colegios y de la universidad, partiendo por enseñarles nuestra comunidad, porque muchos quizás no conocen la comunidad de Rio Jorquera”, indicó la representante Colla, Rosa Godoy, quien estuvo a cargo de la Charla. 

De este modo, Godoy explicó que las hierbas medicinales tienen múltiples propiedades curativas que no producen efectos adversos ni tienen contraindicaciones para la salud y que hoy son utilizadas incluso en consultorios de atención primaria de la comuna. 

Destacó que la medicina Colla, heredada de los pueblos precolombinos que viven en la región, ha permitido identificar y conocer hierbas como la “Raíz de Cadillo” que ayuda en la eliminación de cálculos renales, el “Bailahuén” para los dolores estomacales, el “Caspiche” para los problemas al colon, la “Tola” que ayuda aliviar la tos y el resfrío, la Salvia y la Sanalotodo, entre otras valiosas hierbas curativas. 

“La idea es que tratemos de rescatar algo de las culturas ancestrales que son parte de nuestras raíces, porque hemos ido perdiendo identidad”, explicó la profesora Gina Aguayo, agregando que en el marco de los proyectos que desarrollan los estudiantes, se interesaron por las comunidades indígenas. “Teníamos el contacto directo con la comunidad Colla y a través de ellos ayudamos la presentación de proyectos para la difusión de su cultura”, acotó.

Link: 
http://www.biobiochile.cl/2012/11/21/universitarios-de-atacama-promueven-difusion-de-la-medicina-ancestral-colla.shtml

Cientistas do IGC descobrem mecanismo que silencia genes móveis em plantas

Mecanismos que silenciam genes móveis estão ativos em células sexuais


Em qualquer organismo vivo, todas as células têm o mesmo DNA, mas a identidade de cada célula é definida pela combinação de genes que estão ligados ou desligados num determinado momento. Nos animais, esta memória celular é apagada entre gerações, para que o novo ovo não tenha memória, e assim tenha potencial para originar qualquer tipo de célula. Pelo contrário, nas plantas com flor a memória celular passa de geração em geração, tendo um risco potencial para o desenvolvimento das novas plantas. Num estudo publicado esta semana na revista científica Cell*, cientistas do Instituto Gulbenkian de Ciência e de Cold Spring Harbor Laboratory (CSHL), nos EUA, descobriram um novo mecanismo nos grãos de pólen e nas sementes que silencia sequências potencialmente mutagénicas de DNA móvel, evitando assim que haja um dano nas novas plantas.
Legenda: Mapa do estado de metilação do genoma das células sexuais masculinas, e das suas células percursoras, de Arabidopsis thaliana. No centro, imagem de um grão de pólen com o núcleo vegetativo marcado a vermelho e as células sexuais a verde. (Créditos: Filipe Borges, IGC, e Joseph Calarco, CSHL, 2012).

Um dos principais mecanismos que contribui para a memória celular é a adição de um grupo químico – o grupo metilo – a sequências de DNA (um processo chamado de metilação). A metilação do DNA desliga os genes. Estas alterações na expressão de genes que são hereditárias, mas que não estão escritas diretamente na sequência de DNA, são chamadas de epigenéticas.

Usando a planta Arabidopsis thaliana, a equipa de Jörg Becker (http://www.igc.gulbenkian.pt/research/unit/102) e José Feijó (http://www.igc.gulbenkian.pt/research/unit/38), no IGC, e Robert Martienssen e colegas, em CSHL, analisaram o genoma de grãos de pólen e as suas células precursoras, os micrósporos, e determinaram as sequências de DNA que estavam metiladas. Os grãos de polén são constituídos por um núcleo vegetativo e duas células sexuais masculinas. O núcleo vegetativo não contribui com material genético para a nova planta, ao contrário das células sexuais. Graças à técnica desenvolvida pelo grupo do IGC, os investigadores foram capazes de separar as duas células sexuais e o núcleo vegetativo dos grãos de pólen e puderam observar os seus níveis de metilação separadamente.

Joseph Calarco (do laboratório de Martienssen) e Filipe Borges (do laboratório de Becker) viram que a metilação do DNA é maioritariamente mantida nos micrósporos e nos grãos de pólen. Mas existem diferenças entre estas células. Nos grãos de pólen, algumas sequências de DNA são metiladas nas células sexuais mas não no núcleo vegetativo, e vice‐versa. Entre estes genes não metilados estão genes móveis, chamados de transposões, que podem‐se tornar ativos e originar mutações.

Esta equipa de investigação descobriu que esta situação pode ser prevenida por pequenas sequências de RNA (chamadas de siRNA) que repõem a metilação dos transposões no embrião. De facto, eles encontraram nas células sexuais sequências de siRNA que silenciam os transposões mesmo antes da fertilização, pelo menos nalguns casos.

Os transposões são muito comuns em todos os genomas conhecidos. Por exemplo, constituem cerca de 45% do genoma humano e estão envolvidos na sua evolução bem como na de outros organismos. Estes elementos móveis ao integrarem‐se numa determinada posição do genoma, diferente da original, podem alterar a função e a organização de outros genes. Contudo, o movimento dos transposões pode causar mutações prejudiciais para as células e para o organismo, daí a necessidade de existir um controlo apertado da sua expressão. Se essas mutações ocorrerem nas células sexuais, elas serão transmitidas à próxima geração.

Diz Jörg Becker, ‘Nós revelámos um mecanismo nas células sexuais que previne a ativação de transposões potencialmente prejudiciais e, ao mesmo tempo, depois da fusão das células sexuais masculinas e femininas, permite a formação de uma célula com total capacidade para se tornar em qualquer tipo de célula, que dará origem a uma nova geração. Por outro lado, se na célula do ovo as sequências de siRNA oriundas da célula feminina não corresponderem aos transposões que vêm da célula masculina, estes podem escapar ao silenciamento no embrião em desenvolvimento, com potenciais danos para a nova planta gerada. Esta ativação não controlada dos transposões pode, pelo menos em parte, explicar barreiras de hibridização existentes, nas quais cruzamentos entre espécies resultam no aborto de sementes ou infertilidade. A quebra destas barreiras levaria a um aumento na probabilidade dos produtores de plantas melhorarem as culturas de espécies através do uso do fenómeno de vigor híbrido, no qual a descendência mostra qualidades superiores aos seus progenitores, exemplificado em vários híbridos de milho e arroz.’

Era sabido que as plantas com flor são uma exceção à regra de reposição da memória celular, visto que estas modificações são herdadas por centenas de gerações. Mas a extensão a que isto ocorre nas células sexuais das plantas e qual a contribuição da reprogramação epigenética do genoma permanecia desconhecida até agora. O mecanismo agora descrito pode servir como forteargumento para explicar como a reprodução sexual evoluiu e se tornou tão predominante na maioria dos organismos superiores.

Este estudo foi realizado com financiamentos do National Institutes of Health (NIH), nos Estados Unidos da América, e da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), em Portugal.

* Joseph P. Calarco, Filipe Borges, Mark T.A. Donoghue, Frédéric Van Ex, Pauline E. Julien, Telma Lopes, Rui Gardner, Frédéric Berger, José A. Feijó, Jörg D. Becker, Robert A. Martienssen. (2012) Reprogramming of DNA methylation in pollen guides epigenetic inheritance via small RNA. Cell.

Data: 20.09.2012
Link:
http://www.cienciapt.net/pt/index.php?option=com_content&task=view&id=107181&Itemid=337