Texto:
Giulianna Salvatto - Acadêmica - Medicina veterinária - UNITAU
Marcos Roberto Furlan - Engenheiro agrônomo, professor - FIC e UNITAU
Nos quintais, calçadas e jardins, a centelha-asiática é encontrada nascendo, geralmente, por conta própria, pois, para muitos, é considerada invasora ou daninha. No entanto, é utilizada desde a antiguidade como planta medicinal, principalmente pela medicina Ayurvédica, onde ela é conhecida por gotu kola, dentre outros nomes. Há muitos ensaios clínicos comprovando suas atividades farmacológicas relacionadas ao sistema nervoso.
Seu nome científico é Centella asiatica (L.) Urban e pertence à família Apiaceae. A mesma família que inclui, por exemplo, a comestível cenoura (Daucus carota L.), as medicinais e/ou condimentares salsinhas (Petroselinum spp), coentro (Coriandrum sativum L.), anis ou erva-doce (Pimpinella anisum L.) e funcho (Foeniculum vulgare Mill.). Assim como a centelha-asiática, são plantas ricas em óleos essenciais, principais responsáveis pelas atividades antioxidantes e antimicrobianas dessas espécies.
Quanto aos seus usos medicinais para os sistemas nervoso e cardiovascular há um número significativo de pesquisas. Outra área em que a centelha-asiática se destaca é a cosmética, como ingrediente de fitocosméticos para tratamento da celulite. Em alguns países asiáticos é consumida como alimento. Mas com relação ao tratamento de animais ainda há poucas pesquisas. Boelter (2010) cita, por exemplo, o uso da centelha-asiática no tratamento de animais que sofreram lesão que provocou acidente vascular cerebral ou para tratar sequelas de cinomose.
Pesquisa sobre sua ação cicatrizante em animais
Um dos principais princípios ativos da C. asiatica, é o saponosídeo triterpênico asiaticosídeo. Na pesquisa de Nazareth (2018), a autora avaliou a solução de tartarato de ketanserina (0,345%) e asiaticosídeo (0,20%) como opção terapêutica, aplicada via tópica, no processo de cicatrização de lesões cutâneas em cães atendidos. Concluiu que a formulação é efetiva nas fases de inflamação, de proliferação e de reparo da lesão quando comparado às feridas tratadas com solução salina 0,9%.
Referências
BOELTER, Ruben. Plantas medicinais usadas na Medicina Veterinária. 2 ed. ANDREI: São Paulo. 2010.
NAZARET, Thuanny Lopes. Estudo para avaliação da ação e eficácia da formulação de tartarato de ketanserina (0,345%) e asiaticosídeo (0,20%), aplicada via tópica, no processo de cicatrização de lesões cutâneas em cães. 2018, 62 f. Dissertação (Mestrado e em Cirurgia Veterinária). Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias – Unesp, Jaboticabal, 2010. Disponível em: https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/183051/nazaret_tl_me_jabo.pdf?sequence=5&isAllowed=y
Foto: Centella asiatica (L.) Urban.