sexta-feira, 18 de julho de 2014

Crianças “cozinheiras” se alimentam melhor

O Estadão veiculou uma pesquisa da Universidade de Alberta, do Canadá, que sugere que a melhor maneira de fazer as crianças ingerirem mais alimentos saudáveis é estimulá-las a cozinhar ou ao menos ajudar no preparo de alguns pratos. De acordo com a matéria, o trabalho, publicado na revista Public Health Nutrition, pesquisou estudantes de 151 escolas de Alberta para verificar suas experiências com o preparo e a escolha dos alimentos. A pesquisa observou que, em geral, os alunos disseram preferir frutas a verduras, mas aqueles que disseram ajudar no preparo mostraram maior preferência por ambos os grupos alimentares. Um dos autores do estudo afirmou, no artigo, que os resultados destacam a importância de colocar as crianças em atividade na cozinha, mas lembra que as escolas também devem se envolver.

Fonte: O Estado de São Paulo, 27 de junho de 2012.

Comentário:
Dra. Fernanda Luisa Ceragioli Oliveira
Presidente do Departamento de Nutrição da SPSP.

A educação alimentar deve ser iniciada na família e na escola. A ação de preparar os alimentos tanto na escola como em casa, estimula a criança, principalmente o pré-escolar e o escolar a descobrir novas receitas, que o torna mais suscetível a experiências novas e aceitar novos alimentos. Na fase de pré-escolar, a criança apresenta neofobia alimentar, que consiste em medo em experimentar novos alimentos, sendo necessária a exposição de mais de dez vezes o mesmo alimento para ser aceito. Assim, a atividade de preparo de alimentos, com toda segurança para não ocorrer acidentes, torna-se lúdica e facilita esse processo. O importante é preparar alimentos saudáveis, iniciando com pequenos lanches até algum tipo de alimento a ser ingerido nas grandes refeições. A escola e a família tem papel fundamental na educação alimentar como exemplo e estímulo para estilo de vida saudável.

Publicado no site da SPSP em 19/07/2012.
photo credit: Coqui the Chef via photopin cc

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Cães e gatos e doenças do trato respiratório

Estudo publicado na revista americana Pediatrics investigou o efeito do contato de crianças no primeiro ano de vida com cães e gatos sobre a frequência de sintomas respiratórios e infecções do trato respiratório. Foram acompanhadas 397 crianças finlandesas desde a gravidez, entre setembro de 2002 e maio de 2005. Um diário semanal registrou a frequência de sintomas respiratórios e infecções, juntamente com informações sobre contato com cães e gatos durante o primeiro ano de vida e, no primeiro aniversário, foi realizado um questionário. Na pesquisa, as crianças com cães em casa eram mais saudáveis (ou seja, tiveram menos sintomas do trato respiratório ou infecções) do que crianças sem contato com cães. Além disso, as crianças com cães em casa apresentaram otite com menos frequência e precisaram menos de antibióticos do que crianças sem animal de estimação. O estudo também revelou que tanto a quantidade semanal de contato com cães e gatos como a quantidade média anual de contato foram associados à diminuição da morbidade da doença respiratória infecciosa. Os resultados sugerem que contatos com animais de estimação podem ter um efeito protetor sobre as infecções do trato respiratório durante o primeiro ano de vida. Os pesquisadores apoiam a teoria de que, durante o primeiro ano de vida, contatos com animais são importantes, possivelmente levando a uma melhor resistência a doenças respiratórias infecciosas na infância.

Pediatrics, 9 de julho de 2012

Comentários:
Dra. Vera Esteves Vagnozzi Rullo
Presidente do Departamento Científico de Alergia e Imunologia da SPSP (2013-2016)

Esse artigo reforça a Hipótese da Higiene. Após a queda do muro de Berlim, lá por 1989, notou-se que os alemães que viviam no lado rural eram mais saudáveis comparados aos do lado urbano, local com alta incidência de doenças alérgicas e autoimunes. Então, surgiu a Hipótese da Higiene, propondo que as elevadas exposições a alérgenos de animais e a infecções, relacionadas ao estilo de vida não ocidentalizado, logo nos primeiros anos de vida, eram capazes de regular o sistema imunológico diminuindo o desenvolvimento das doenças alérgicas e autoimunes. Resumindo, ao que tudo indica a exposição a alérgenos de animais no início da vida é importante na educação do sistema imunológico.

Publicado em 10/01/2014.
photo credit: photo credit: thejbird via photopin cc

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Mel e tosse noturna

Estudo publicado na revista americana Pediatrics comparou os efeitos de uma dose única de mel com os efeitos do placebo na tosse noturna e dificuldade para dormir associadas à infecções do trato respiratório (ITR) na infância. Foi feito um levantamento com os pais de 300 crianças, de 1 a 5 anos, com ITR e tosse noturna. No primeiro dia da pesquisa nenhuma medicação foi oferecida antes de dormir; no dia seguinte foi oferecida a preparação do estudo: uma única dose de 10 g de mel ou placebo administrado 30 minutos antes da hora de deitar. Os pesquisadores avaliaram a frequência e a gravidade da tosse, a natureza do incômodo da tosse e a qualidade do sono da criança e dos pais. Nos dois grupos – placebo e mel – houve melhoria significativa desde a noite antes do tratamento para a noite de tratamento. No entanto, a melhora foi maior no grupo de crianças que recebeu mel, o que significa que o mel pode ser tratamento para a tosse e dificuldade de sono associados à ITR na infância.

Pediatrics, 6 de agosto de 2012

Comentários:
Dra. Sonia Mayumi Chiba
Departamento Científico de Pneumologia da SPSP

Este artigo avaliou o uso do mel na tosse noturna provocada pelas infecções respiratórias das vias aéreas superiores causados por vírus, conhecidas como resfriados ou gripes. Neste estudo foi feita comparação entre três grupos de crianças que receberam à noite uma única dose de mel de diferentes sabores, e um grupo que recebeu placebo (um extrato parecido com mel). Todos os grupos de crianças que receberam mel e placebo melhoraram da tosse noturna e na qualidade do sono. Mas nas crianças que tomaram mel os resultados foram superiores. A melhora da tosse poderia ser decorrente da evolução natural dos resfriados, uma vez que sintomas da doença como febre, tosse e nariz entupido melhoram com o tempo, mesmo sem medicações.

Este trabalho apresenta algumas limitações, como a avaliação de uma dose de 10g de mel, oferecida para as crianças antes de deitar e a observação da tosse ter ocorrido apenas numa única noite. É um período de observação considerado curto. Seria importante um estudo com tempo maior de duração, que incluísse mais doses de mel, oferecidas por mais dias para os grupos de crianças. Nessas condições, provavelmente os resultados poderiam ser mais confiáveis.

Consideramos que antes de recomendar o uso do mel no combate da tosse para crianças com resfriados/gripes, ainda são necessários mais estudos que demonstrem sua eficácia.

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Importação de remédio derivado de maconha para criança com epilepsia

O jornal Folha de São Paulo de 3 de abril de 2014 publicou a matéria Justiça autoriza importação de remédio derivado de maconha para criança com epilepsia (veja a versão on-line aqui), na qual comenta sobre um paciente que conseguiu uma liminar para usar e importar medicamento derivado da maconha. Veja abaixo, comentário do presidente da Sociedade de Pediatria de São Paulo, Dr. Mario Roberto Hirschheimer, e da Dra. Livia Cunha Elkis, do Departamento Científico de Neurologia da SPSP.

A propósito do uso da maconha

A planta Cannabis sativa (nome científico da maconha) contém em torno de 80 canabinoides, dos quais dois são os mais abundantes: o delta 9 tetrahidrocanabinol (THC) e o canabidiol. Esse último sem ação psicoativa e com provável efeito promissor para várias doenças neurológicas.

Uma Revisão Sistemática da Literatura Médica realizada pelo Centro Cochrane, publicada em junho de 2012, incluiu quatro ensaios clínicos randomizados controlados do uso medicinal da Cannabis sativa e mostrou que tais estudos não permitem tirar conclusões a respeito da eficácia e segurança do seu uso no tratamento da epilepsia em crianças e adolescentes.

A pergunta que podemos fazer: é válido os pais exporem seus filhos a fármacos ainda não aprovados? O que podemos afirmar é que, no momento, não há evidências científicas de que o canabidiol é um medicamento eficaz e seguro para a epilepsia ou outras doenças neurológicas. O maior problema se refere a percepção do efeito colateral em crianças pequenas, que podem ter associado atraso do desenvolvimento neuropsicomotor, complicando a percepção da família ou do médico. Uma criança de 7-8 anos pode informar uma cefaleia, mas não descreve precisamente suas características como dor em queimação ou dor pulsátil. Será que uma criança de 1-2 anos pode informar uma ansiedade discreta ou moderada e nós, médicos, ou os seus pais, vamos entender esse sintoma subjetivo, e então avaliar a retirada da medicação?

Outro fator a ser considerado é o desenvolvimento da estrutura cerebral da criança. O balanço da excitabilidade dos neurotransmissores nos primeiros 4-5 anos de vida segue um padrão diferente dos adultos, e vai se modificando a medida que certas vias vão se mielinizando. Nós, médicos, precisamos saber mais sobre isto antes do uso do CDB, já que a ação deste é direta nos neurotransmissores e, em adultos, a maconha foi descrita como desencadeante de psicose.

A única forma de se estudar um composto é seguir as normas já estabelecidas, que sabemos que são boas. Em primeiro lugar, vamos estudar em adultos, que podem nos informar melhor os efeitos colaterais. Não podemos expor nossas crianças ao empirismo, vamos tentar fazer um esforço global e estudar esse composto de forma mais acelerada. A preocupação da SPSP referente ao caso publicado na matéria da Folha de São Paulo é que muitos pais recorram a este tratamento sem orientações específicas e acabem por prejudicar ainda mais a situação de seus filhos.

Dra. Livia Cunha Elkis
Departamento Científico de Neurologia da SPSP

Dr. Mario Roberto Hirschheimer
Presidente da SPSP

Publicado em 11/04/2014.

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Cãoterapia ajuda no tratamento de crianças em hospitais

O portal iG Saúde publicou matéria sobre a cãoterapia aplicada na ala pediátrica da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Toda segunda-feira, cães da ONG Patas Therapeutas fazem visitam às crianças internadas. No artigo, o diretor da pediatria da Santa Casa, Rogério Pecchini, comenta que a terapia assistida com animais é fantástica, pois o cão, além de trazer alegria durante as visitas e melhorar o humor das crianças, ajuda na adesão ao tratamento e socialização com a equipe do hospital. De acordo com a fundadora da ONG, Silvana Fedeli Prado, a ideia é resgatar o vínculo afetivo e elevar a autoestima das crianças. Na matéria, Silvana comenta que os animais são escolhidos pela ONG pela docilidade e capacidade de serem controlados e, por isso, nunca houve nenhum incidente nas visitas.

Portal iG – Saúde, 25 de fevereiro de 2014

Comentários:
Dra. Sunao Nishio
Dra. Maria Teresa Torgi Alves
Departamento Científico de Cuidados Hospitalares da SPSP.

A internação da criança em meio hospitalar que muitas vezes é hostil, contribui em muitos aspectos para um agravamento do estado afetivo e emocional e, consequentemente, da saúde física. O emprego de um programa de Atividades Assistidas por Animais promove o bem-estar de acordo com a necessidade e o quadro clínico de cada paciente, contando com a avaliação de uma equipe multidisciplinar para as visitações, contribuindo significativamente para a humanização do tratamento aos pacientes internados ou em passagem pelo pronto-socorro e pelo ambulatório.

A Terapia Cão Carinho, por exemplo, acontece desde 2007 no Conjunto Hospitalar Mandaqui, em São Paulo, com a aprovação de todos: pacientes, familiares e funcionários (veja foto). O trabalho baseia-se simplesmente em desfrutar da companhia de um animal doméstico: cão, gato, pássaro. Sendo assim, pode ser desenvolvido em qualquer ambiente, desde que supervisionado por profissionais ou voluntários especialmente treinados, em associação com animais. Conta com a participação de cães escolhidos de acordo com a saúde dos animais, disposição física e emocional, avaliado pelos adestradores no dia anterior à visita. Na véspera da visita os cães são banhados, escovados e antes de entrar nas enfermarias as patas são higienizadas.

Os animais utilizados passam obrigatoriamente pela avaliação de profissionais da área de veterinária e da psicologia comportamental. Atendem à todos os requisitos de saúde animal e são reavaliados rotineiramente, passando por testes comportamentais, de obediência, socialização e aptidão para o trabalho. A equipe de trabalho é constituída por profissionais altamente qualificadas e mantenedores de instituições da área da saúde e cinófilos (Equipe Dr. Cão e Equipe Terapia Cão Carinho).

A inclusão de animais em instituições, denominada Atividade Assistida por Animais (AAA) contribui significativamente na reabilitação dos pacientes. Graças à comprovação de seus resultados, hospitais e instituições do Brasil e do exterior já utilizam animais como parte do tratamento de crianças e idosos internados.

Publicado em 25/04/2014.
photo credit: arquivos da enfermaria de Pediatria do Conjunto Hospitalar Mandaqui (SP)

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Probióticos melhoram cólicas dos bebês

O portal Local.PT, de Portugal, publicou matéria sobre um novo estudo clínico que sugere que uma dose diária de probióticos pode aliviar alguns problemas digestivos em bebês. O estudo foi publicado na revista americana Jama Pediatrics, em janeiro de 2014, envolvendo 468 recém- nascidos saudáveis. Os resultados demonstraram que os bebês que tomaram o probiótico Lactobacillus reuteri Protectis choraram menos de metade do tempo do que os bebês a quem foi dado um placebo. De acordo com o artigo, apesar de a cólica infantil não ser considerada um problema grave, ela é motivo frequente das visitas ao pediatra, além de provocar ansiedade e estresse aos pais.

Local.PT, 16 de janeiro de 2014


Comentários
Dr. Rubens Feferbaum
Departamento Científico de Nutrição da SPSP.

Estima-se que o número de bactérias que habitam o intestino é 10x superior às células do organismo humano. Esta extraordinária coleção de material genético denominado microbiota contém 100x mais genes que o genoma humano. A “conversa” entre a microbiota e o intestino, que funciona com um “super-órgão”, modula as funções digestivas, imunológicas, metabólicas, endócrinas e a recuperação intestinal.

O desenvolvimento da microbiota ocorre principalmente durante a infância e suas alterações estão relacionadas a um grande de doenças como as alergias e doenças inflamatórias e as alterações funcionais do intestino como a constipação e diarreia. O leite humano é rico em bactérias tipo Lactobacilos e Bifidobactérias que colonizam precocemente o intestino e promovem a instalação de uma microbiota saudável.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, o termo “probiótico” é definido como um suplemento nutricional contendo organismos vivos (bactéria ou fungo) que, quando introduzido no organismo, tem efeito benéfico na microflora intestinal.

O interessante estudo multicêntrico realizado na Itália por Flavia Indrio e colaboradores (JAMA Pediatrics, 2014) teve o objetivo de verificar as propriedades da administração para lactentes de um tipo de probiótico, o Lactobacillus reuteri em alguns sintomas do aparelho digestório como as cólicas, constipação intestinal e regurgitação, motivo comum de ansiedade dos pais e que geram demasiadas consultas ao pediatra. Com frequência utilizam-se medicamentos e/ ou troca das fórmulas infantis, o que gera aumento de custos para as famílias.

Os pesquisadores verificaram no grupo onde administrou-se o Lactobacillus reuteri ocorreu diminuição significativa dos episódios de cólica e aumento no número de evacuações dos lactentes, diminuindo a obstipação intestinal. Este efeito gerou melhor custo-efetivo no tratamento das condições apontadas e reforça a possibilidade da administração de probióticos isolados ou adicionados às fórmulas infantis. No entanto, o estudo aponta a necessidades de mais estudos para melhor adequação da “dose” e composição de probióticos administradas ao lactente.

Apesar de promissor, é importante comentar que o leite materno é o mais perfeito fornecedor de probióticos ao lactente: seu uso exclusivo até o 6º mês de vida e após este período, em conjunto com a alimentação complementar, é a ação mais adequada para o estabelecimento de uma microbiota saudável e todos os benefícios associados.

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Comer à mesa em família ajuda a manter o peso das crianças

SPSP 
Artigo do portal O Globo – Saúde informou sobre um estudo feito em creches americanas, com crianças entre 2 e 5 anos de idade, que concluiu que crianças que sentam à mesa para comer engordam menos do que aquelas que se alimentam diante da TV. O estudo também afirmou que as crianças que se servem costumam comer menos do que aquelas cujos pais montam o prato da refeição. O estudo foi publicado na revista da Academia de Nutrição e Dieta (EUA) e traz ainda a constatação de que pressionar a criança a terminar o prato e perguntar corretamente se já está satisfeita influi na percepção da criança sobre sua fome e sinais de saciedade, o que também pode afetar o peso.

O Globo – Saúde, 15 de janeiro de 2014

Comentários
Dra Maria Luiza Blanques Petty de Siqueira
Departamento Científico de Nutrição da SPSP

A seção de saúde da página online de O Globo publicou matéria sobre um estudo norte americano que conclui que crianças que fazem as refeições à mesa, longe da TV, são menos suscetíveis ao excesso de peso. Além disso, verificaram que as crianças que montam seus próprios pratos, comiam menores quantidades de comida. Este estudo foi realizado com crianças de 2 a 5 anos e seus respectivos cuidadores.

O cuidado em manter as crianças longe da TV no horário das refeições se justifica, pois ao assistir aos programas, a criança tende a não prestar atenção no que está comendo e pode comer mais. Para a obtenção das sensações de satisfação e saciedade é extremamente importante que haja atenção aos sabores, aromas e às texturas dos alimentos, além dos sinais corporais que “dizem” que já é hora de parar de comer.

Ao permitir que a própria criança faça seu prato, também possibilitamos que ela exercite seu controle de regulação energética interna, favorecendo um peso corporal adequado. Em outras palavras, a criança tende a colocar a quantidade mais próxima do que sente necessidade, evitando que ela se baseie no sinal externo, que é o tamanho do prato que lhe foi oferecido. Quando a referência passa a ser a quantidade de comida que está no prato, a criança pode basear-se mais na quantidade servida do que nos seus sinais internos de fome e saciedade. Portanto, estimular que elas se sirvam é uma maneira de contribuir para o controle do peso corporal.

Em casa, os pais podem acompanhar o preparo do prato e auxiliar as crianças menores, servindo os alimentos após questioná-las sobre a quantidade. Quando não houver a possibilidade de a própria criança fazer seu prato, é importante servir quantidades pequenas de comida e deixar que as crianças peçam mais, se sentirem necessidade.

Ainda falando sobre controle interno da regulação da fome e saciedade, frases corriqueiras como “limpe o prato” ou “não levante da mesa enquanto não comer tudo” também desconsideram o quanto a criança necessita para sentir-se saciada e podem favorecer que ela sempre coma mais do que precisa e ganhe peso excessivamente.
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Publicado em 18/07/2014.
photo credit: Photo Family having dinner – © Wavebreakmediamicro | Dreamstime.com

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Microrganismos podem reduzir produção de energia solar

Por Da Redação - agenusp@usp.br
Publicado em 18/julho/2014 

Da Acadêmica, Agência de Comunicação
erika@academica.jor.br
Até este estudo não se sabia a influência dos fungos na aquisição da energia solar

Biofilmes superficiais formados por fungos e outros microrganismos, e associados a outros materiais particulados, podem reduzir em até 10% a produção de energia de painéis fotovoltaicos, que transformam a energia solar em elétrica. A descoberta, inédita no mundo, é resultado do estudoAvaliação da influência de biofilmes (fungos e fototróficos) na eficiência energética de módulos fotovoltaicos, realizado pela pesquisadora Márcia Aiko Shirakawa, do Departamento de Engenharia de Construção Civil (PCC), da Escola Politécnica (Poli) da USP. O projeto multidisciplinar teve por objetivo avaliar se o crescimento de microrganismos, no caso fungos e organismos fototróficos (como por exemplo, cianobactérias e microalgas), poderiam diminuir a aquisição da energia solar em módulos fotovoltaicos expostos na cidade de São Paulo.

De acordo com Márcia, há vários estudos na literatura científica que mostram os problemas causados nos módulos fotovoltaicos por outros tipos de poluição, como poeira e fuligem. “Fatores biológicos são incluídos na composição das poeiras, mas até o momento a caracterização microbiológica destes fatores ainda não foi realizada”, explica a pesquisadora da Poli. “O crescimento de fungos (bolores) pode ser visto em lentes de microscópios e câmeras fotograficas sendo, portanto, um fenômeno conhecido na superfície de vidros, mas ainda não haviam sidos estudados em painéis solares. Por isso, nossa pesquisa vem preencher uma lacuna do conhecimento científico em área multidisciplinar, envolvendo a microbiologia e a redução de produtividade em sistemas fotovoltaicos instalados em telhados urbanos.”

Para realizar o estudo, Márcia e sua equipe instalaram 18 módulos fotovoltaicos, composto por 36 células, de 10 cm² cada, de silício policristalino, no Laboratório de Sistemas Fotovoltaicos do Instituto de Energia e Ambiente (LSF-IEE). Depois de 18 meses exposto ao sol, foram coletadas amostras da área superficial externa de seis módulos. “Constatamos que nesse um ano e meio de exposição os fungos colonizaram intensamente a superfície dos módulos”, conta a pesquisadora. “Verificamos que até cerca de 50% da ‘poluição’ depositada sobre os painéis pode ser composta por matéria orgânica e que os fungos são preponderantes em relação aos organismos fototróficos.”

Influência dos fungos

Segundo Márcia, esses resultados ganham ainda mais importância porque até este estudo não se conhecia a influência dos fungos na aquisição da energia solar, principalmente nas condições climáticas tropicais do Brasil. “A ‘sujeira’ depositada sobre os módulos na verdade é composta de um biofilme de bactérias e fungos”, explica. “A maioria dos fungos encontrados possui melanina na sua parede celular, o que lhes dá uma coloração escura. Por isso, o crescimento deles reduz a passagem da luz solar para as células fotovoltaicas e, portanto, diminuem a eficiência dos módulos. Como esses microrganismos também produzem exopolissacarídeos, que são compostos com aspecto mucoso, favorecem a adesão de outros materiais particulados atmosféricos, o que bloqueia ainda mais a passagem da luz solar.”

A pesquisadora diz que a limpeza periódica dos módulos fotovoltaicos é importante para retirar essa comunidade microbiana, assim como as partículas atmosféricas de origem abiótica. Além disso, os resultados do trabalho apontam para a necessidade de investigar e investir em pesquisas com vidros que tenham a capacidade de evitar a formação desses biofilmes, pois muitas vezes os módulos fotovoltaicos estão situados em locais de difícil acesso para limpeza periódica. “Também são necessários estudos em diferentes regiões climáticas e cenários de biodiversidade microbiana, para estimar a contribuição dos biofilmes compostos por fungos e organismos fototróficos para cada região do Brasil”, acrescenta Márcia.

O projeto, financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), foi realizado no Laboratório de Microbiologia do Depto de Engenharia de Construção Civil da Poli, em parceria com o Laboratório de Sistemas Fotovoltaicos, do Instituto de Energia e Ambiente da USP, coordenado pelo professor Roberto Zilles. “Também contamos com colaboração do Laboratório de Micologia Médica (LIM-53) do Hospital das Clínicas e do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo (IMTSP), ambos da USP, para a realização da identificação molecular dos principais fungos e organismos fototróficos isolados em cultura”, informa Márcia. “A avaliação dos fungos sem a etapa de cultura está sendo realizada por meio de uma colaboração com a Universidade Livre de Berlim. Essas parcerias fortalecem o caráter multidisciplinar necessário para abordar este tema de interface entre energia renovável, ciências dos materiais e microbiologia.”

Foto: George Campos / USP Imagem

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Cinco erros alimentares que sabotam sua saúde...

1 - Acreditar em uma dieta boa para todos

Especialistas em nutrição mundo afora alertam: não existe uma alimentação ideal para todo mundo. Uma dieta que funciona muito bem para alguém pode não ser boa para você. O melhor caminho é buscar informação e perceber quais os melhores alimentos para o seu organismo.

2 - Eliminar a gordura

Comida com pouco gordura também pode significar comida com grande quantidade de açúcar. Gordura não é tão determinando para a obesidade quanto o açúcar. É importante também tomar cuidado com alimentos que possuem açúcar embutido em sua composição, como molho de tomate e pão de forma.

3 - Contar calorias

Um biscoito não é igual a uma porção de guacamole, embora ambos tenham 100 calorias. Gorduras boas, como as do abacate, ajudam as pessoas a perder peso, já um monte de biscoitos engordam e não tem nutrientes. Além de entristecer a vida, contar calorias pode não te ajudar a emagrecer.

4 - Se privar

Cortar sua comida preferida do cardápio contribui, e muito, para a obsessão. Assim, em vez de parar de comer sorvete, por exemplo, você pode acabar devorando um pote inteiro de uma hora para outra. A melhor maneira de ser feliz dentro do peso é aprender a desfrutar do que você ama de forma saudável.

5 - Comer junk food "saudável"

Produtos industrializados com marcas como sem glúten ou orgânico, por exemplo, podem conter a mesma quantidade de açúcar do que uma latinha de refrigerante. Portanto, aprenda a ler o rótulo dos alimentos. Uma boa dica é olhar os ingredientes, que são listados na ordem de quantidade, do maior para o menor. Ou seja, os primeiros itens são mais abundantes que os últimos.

Fonte: O Globo
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Marãiwatsédé. Aqui viviam nossos ancestrais


Cacique Damião: “Agora a terra é nossa, vamos viver tranquilos, sem ameaças” (SÔNIA ODDI)

Depois de quase 50 anos, Terra Indígena Marãiwatsédé é retomada por seus verdadeiros donos. ‘A terra é a mãe do índio’, diz o cacique Xavante Damião. Mas os brancos seguem à espreita

por Sônia Oddi e Celso Maldos, RBA

Nem os dias quentes de sol a pino desanimam a criançada de jogar a pelada. No intervalo das aulas, meninos e meninas correm para o centro da aldeia e atrás da bola. Aproveitam cada minuto com garra e determinação, como tem sido a luta dos Xavante de Marãiwatsédé nos últimos 50 anos. No final da tarde, dois times de meninas adolescentes, uniformizadas, treinam, correm, chutam forte – com os pés descalços –, gritam, comemoram e se divertem. O campinho com trave de pau fica na outra extremidade, próximo às casas construídas mais recentemente, de alvenaria, mas no estilo tradicional Xavante. As crianças menores assistem enquanto se distraem com outras brincadeiras.

O rio, a 500 metros da aldeia, é outra diversão. As crianças brincam e se banham, enquanto as mulheres lavam roupas e utensílios. A água usada na higiene pessoal de todos os moradores não é potável. O rio, assim como o Ró (denominação usada pelos Xavante para definir seu ecossistema) está “enfraquecido” devido ao desmatamento e às fazendas dos arredores. Para beber e cozinhar recorrem a um poço artesiano. Próximo ao poço, na entrada da aldeia, um gerador fornece energia para bombear a água e carregar os celulares, usados basicamente para armazenar e ouvir músicas, em especial de compositores da etnia. Sinal, só bem distante dali, já perto do posto da Fundação Nacional do Índio (Funai).

Ao cair da noite, no warã, numa roda iluminada pela ­fogueira, se reúnem homens adultos e anciãos para compartilhar aconteci­mentos importantes do dia que se vai. Os anciãos falam ­durante a maior parte do tempo, o silêncio e a atenção dos homens se fundem aos estalidos da madeira que queima. Um pouco antes do encontro, percorre a aldeia o canto dos wapté, meninos Xavante reclusos no Hö, casa dos adolescentes, onde permanecem por cinco anos, em processo de iniciação à fase adulta.

Um dos assuntos no warã é a reunião do dia seguinte sobre um perigo que paira sobre a aldeia e toda a área da terra indígena: as queimadas. “Conter o fogo hoje é mais difícil que antigamente, nas pastagens ele se espalha muito rápido”, diz o cacique Damião Paridzané. Estarão reunidos integrantes da Funai, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), bombeiros, brigadistas, anciãos, homens, mulheres, jovens. O objetivo é delinear ações de prevenção e combate. A preocupação é constante no período da seca, de maio a outubro. São temidos incêndios criminosos por parte de fazendeiros e posseiros insatisfeitos com a retomada da terra pela comunidade indígena. “Se inimigo nosso, de passagem, coloca fogo, queima tudo”, alerta Damião.

A preocupação tem fundamento. Em agosto passado, cerca de 30 mil hectares (área do tamanho da cidade de Belo Horizonte) foram consumidos por chamas de origem criminosa. A equipe de brigadistas do Prevfogo, do Ibama, localizou 120 focos de incêndio no interior da área indígena, a maioria perto de rodovias que a cortam ou circundam. O fogo ateado em várias partes e a precariedade das estradas, ou a falta delas, tornam o acesso à área, a fiscalização e o combate aos incêndios tarefas quase impossíveis.

Durante a reunião, o cacique pede por um carro e por estradas. “Temos de evitar o fogo, Ibama precisa ter apoio, parceria e aliança dos índios. Estamos pedindo para arrumar estrada dentro da área pois o tempo de seca está chegando”, insiste. A professora Carolina Rewaptu intervém: ­­ “O povo indígena tem muito conhecimento que hoje o branco tá estudando sobre meio ambiente e preservação. O branco fala que é educação ambiental, como preservar o meio ambiente; esse é o nosso conhecimento”.
Crianças por toda a parte. Em breve a área terá duas novas aldeias (CELSO MALDOS)

A mata de volta

Na única aldeia da Terra Indígena Marãiwatsédé, em Mato Grosso, vivem 1.130 indígenas, população considerada numerosa para os padrões da etnia. São 83 casas dispostas em forma de semicírculo. Tem também o Hö, a igreja, o posto de saúde, uma casa assistencial, a escola e a casa da ONG Operação Amazônia Nativa (Opan), todas fora do semicírculo. “Tá aumentando a população, crianças estão nascendo… Queremos encher a terra de Marãiwatsédé”, conta Damião.

Em breve devem ser fundadas duas novas aldeias, com 200 pessoas em cada. “Senão o pessoal vai continuar entrando. Temos de ocupar as pontas da terra indígena para proteger, e a cada ano fundar aldeia nova”, afirma o cacique. “Precisamos conseguir recursos para fazer estradas novas e pontes.” As estradas facilitarão o acesso e a fiscalização dos 165 mil hectares da TI Marãiwatsédé – área um pouco maior que a da cidade de São Paulo.

Fazendas e pastos era o que mais existia na terra Xavante antes da reocupação, iniciada em 2004 e finalizada em janeiro de 2013, quando terminou o primeiro processo de desintrusão (retirada) dos não índios. A terra que os índios receberam está muito diferente daquela que deixaram em 1966, quando foram colocados num avião da FAB e levados para a Missão Salesiana de São Marcos, em Barra do Garças.

Damião era menino, mas lembra. “Nossos pais andavam dentro da mata virgem, grande, perigosa, cheia de bicho bravo, ­porcão, anta, macaco, quati, cotia, tamanduá, caititu. Cheia de inhame, cheia de fruta de buriti e jatobá. E era tudo alimentação natural. Não existia arroz na alimentação ­Xavante antes do contato com o branco.”

Segundo dados de 2012, quase dois terços dos 165 mil hectares constituintes da reserva foram desmatados pela ação de madeireiras, ocupação de fazendeiros, posseiros, pelo fogo e até mesmo pelo surgimento de dois núcleos de povoamento no interior da área: o município Alto da Boa Vista e o distrito Estrela do Araguaia (ou Posto da Mata). A agressão fez da TI Marãiwatsédé a primeira no ranking das mais desmatadas do país. O cenário é de terra arrasada. E pasto, muito pasto, a perder de vista.

“Nos primeiros anos que entramos na aldeia foi bem difícil, só tinha pastagens. Sofremos muito debaixo do sol… mas plantamos manga, caju, laranja e hoje estamos trabalhando debaixo da sombra”, diz Damião, referindo–se às árvores que voltaram a crescer próximas às casas da aldeia, onde as mulheres fazem cestos de palha de buriti, adornos, esteiras, debulham o milho, pilam o arroz, fiam o algodão, selecionam sementes e preparam a pasta de urucum usada nas pinturas corporais.

Em Marãiwatsédé, plantam arroz, mandioca, milho tradicional, feijão xavante e frutas. Ainda em fase incipiente, estão pastoreando gado para, no futuro, terem mais uma fonte de alimento. “Hoje tem bastante milho que plantamos no ano passado”, diz o cacique, apontando para a pilha de espigas que se vê diante das casas. Mas ainda é pouco para suprir as necessidades nutricionais da população, que conta com o reforço da merenda escolar e também com a distribuição de sopa de uma entidade assistencial.

Rede de Sementes

Na cultura tradicional Xavante, o contato com não índios é feito especialmente pelos homens. Eles é que vão a Brasília­ e reúnem-se com represen­tantes de governos e instituições locais. As ­mulheres e as crianças quase não ­falam o português. Mas são as mulheres de Marãiwatsédé que participam de um projeto para recuperação da vegetação nativa de seu território. O projeto, uma parceria com as ONGs Operação Amazônia Nativa e Assistência Social Nossa Senhora da Assunção (Ansa), consiste em coletar sementes em incursões na mata, selecionar, armazenar e promover o plantio das espécies.

Carolina Rewaptu é uma das profes­soras da escola estadual da aldeia (EEI Marãiwatsédé). Formada em Ciên­cias Sociais na Faculdade Indígena Intercultural da Universidade Estadual do Mato Grosso (Unemat), ela diz que na cultura Xavante as mulheres não têm espaço para entender o mundo do branco. E vê com muita satisfação a participação feminina no projeto Rede de Sementes do Xingu. “Vamos reflorestar, melhorar a qualidade de vida, melhorar a renda… A gente pensou no futuro”, diz.

“A Opan faz oficinas, cursos e as mulheres começaram a participar da vida da comunidade. Na época das expedições a gente colhe e na época da chuva a gente planta. Queremos fortalecer a cultura de manejo tradicional que o povo Xavante está perdendo em outras re­giões e a gente tá resgatando.”

Segundo a professora, em muitas localidades a maioria das pessoas não quer mais cultivar a terra, “como em São Marcos, Água Boa, Campinápolis, onde temos parentes”.
Alimentação saudável

Carolina Rewaptu atenta ainda para a ­importância da recuperação da alimentação tradicional, com milho xavante, feijão xavante, bolo de milho, “que antigamente deixava a comunidade mais forte e saudável”. O manejo é direcionado a reflorestar a área de pasto, ter os animais mais próximos e retomar a prática de uma economia sustentável.

“O alimento industrial que vem da cidade tá dando muito diabetes, a gente quer controlar… Queremos que as crianças conheçam os alimentos que existiam na nossa infância: chichá-do-cerrado, pequi, coquinho-do-cerrado, inajá, buriti… O ano que vem já vai dar porque a gente plantou. Tem também as plantas medicinais: pé-de-anta, algodoeiro, raízes… O segredo delas é transmitido pelas anciãs para apenas um filho e uma filha. Elas têm muito conhecimento.”

O calendário tradicional (Marcadores de Tempo) é um dos conteúdos das aulas de Agroecologia e Sociologia que Carolina ministra na escola e faz parte de um currículo específico da educação local. Mas o responsável, na prática, pelos Marcadores de Tempo é o ancião Francisco, o mais velho da aldeia.

“Ele comanda o tempo de todos os ­rituais e as atividades ligadas ao calendário, e os jovens têm que participar”, conta Carolina. “Somos descendentes de um povo que lutou muito nesses anos, temos que amarrar essa história e deixar uma visão para os nossos netos ocu­parem a região Marãiwatsédé. ­Cul­ti­var a terra, produzir, melhorar a qualidade de vida. Esse é o futuro.”

Os ritos, de suma importância na dinâmica da sociedade Xavante, não cessaram nem quando eles ficaram dez meses, entre 2003 e 2004, acampados na beira da estrada, esperando a hora de reentrar na área onde estão atualmente. Do outro lado, estavam os posseiros, armados e sustentados por fazendeiros. “Quando os posseiros fizeram a barreira, os jovens tiveram coragem. Tem de aprender coragem desde pequeno… Acompanhar os guerreiros sem medo. A gente tem que conservar os jovens participando para que não percam a cultura”, explica o cacique Damião, relembrando a experiência da guerra vivida.

Ele reconhece que o apoio do governo federal foi condição decisiva para que os índios voltassem à terra onde estão seus ancestrais. Damião comemora, ­sonha. “Agora a terra é nossa, vamos viver tranquilos, sem ameaças. E enquanto eu for vivo, nunca vou esquecer… Considero como irmãos a Dilma, o Gilberto Carvalho ­(ministro da Secretaria-Geral da ­Presidência da República), o Paulo Maldos, o Nilton Tubino (ambos da Secretaria de Arti­culação Social da Secretaria-Geral), o pessoal do Ministério Público, e de outros países que me apoiaram no dia da Rio+20. Com paciência se ganha tudo.”

Posto da Mata agora é Monipá

O posto de gasolina no cruzamento das rodovias BR-242 e BR-158 não existe mais. Tampouco comércios, residências, igrejas, escolas, farmácias. Foi tudo demolido. Sedes de fazendas, sítios, currais e outras edificações da zona rural. O palco da “operação de guerra”, na classificação dos ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, é o distrito de Posto da Mata, município de Alto da Boa Vista.

As demolições, intensas em abril e maio, estão em fase final, diz Aluísio Azanha, diretor de Proteção Territorial da Funai. A Justiça determinou a demolição das benfeitorias de origem não índia, depois que em janeiro cerca de 40 posseiros, insuflados por políticos e fazendeiros da região, voltaram a ocupar Posto da Mata, um ano depois da retirada dos não índios, quando a terra foi devolvida oficialmente aos Xavante.

Em meados de 2012, a Justiça determinou a desocupação do território pelos “intrusos”. Iniciou-se então o que foi chamado de desintrusão. A ação foi planejada por uma equipe do governo, envolvendo ministérios, Secretaria-Geral da Presidência, Funai, Ibama, Polícia Federal, Exército, Força Nacional, entre outros, visando a um processo pacífico. Por má-fé, a Justiça determinou a não indenização aos invasores, que haviam ocupado uma terra que sabiam pertencer aos índios.

Entre os habilitados a ser atendidos por programas sociais, o Incra cadastrou 235 famílias. As 97 que moravam em Posto da Mata foram assentadas no Projeto Casulo (Minha Casa, Minha Vida). Algumas aceitaram ir para o assentamento Santa Rita, em Ribeirão Cascalheira. Outras preferiram ir para a casa de parentes ­e conhecidos.

A movimentação, segundo o prefeito Leuzipe Domingos, causou sérios problemas sociais. A cidade não tem escola e atendimento de saúde para suprir as demandas. Ele também critica as condições em que vivem as famílias assentadas no Projeto Casulo. “Estão debaixo de lona, ou em casas de pau, sem energia e água, a prefeitura tem que mandar caminhão-pipa… O governo federal só ajudou a cascalhar as ruas”, reclama.

O Incra estuda uma nova área no município de Santa Teresinha, para assentar as cerca de 150 famílias cadastradas, que “moram de favor”.

Durante os quase 50 anos de ocupação ilegal, a terra indígena (conhecida também como Gleba Suiá Missú) foi violentamente desmatada (70% do território) para dar lugar a fazendas de plantação de soja transgênica, milho, arroz e criação de gado. A fase mais intensa se deu a partir de 1992, durante os governos Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso.

Em maio, o Ministério Público Federal denunciou 27 fazendeiros, condenando-os a pagar multa de R$ 42 milhões por crime ambiental. O valor a ser arrecadado será usado para reflorestar uma área de 10 mil hectares (1 hectare equivale a aproximadamente 1 campo de futebol) da terra Xavante. O desembargador aposentado Manoel Ornellas de Almeida, o empresário do agronegócio Edi de Oliveira Vieira, o atual prefeito de Alto da Boa Vista e muitos outros que integram a Associação dos Produtores Rurais da Área Suiá Missú (Aprosum) estão entre os denunciados.

A longa luta dos Xavante, a firme ação da Justiça e a atuação conjunta de vários órgãos federais não garantem ainda um futuro tranquilo aos índios. Azanha vê risco de novas invasões. “Não podemos esquecer que invasões e conflitos foram capitaneados por aqueles que insistem em se opor às demarcações”, diz, aludindo à bancada ruralista. A Aprosum tem como advogado Luiz Alfredo Feresin de Abreu, irmão da senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), referência dessa bancada.

Ele tem razão. Em março, o presidente da associação, Sebastião Prado, prometeu iniciar um movimento nacional, partindo da Suiá Missu, para defender a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215, que transfere do Executivo para o Congresso o poder de decisões sobre reservas indígenas.

Outro projeto defendido pelos ruralistas é o ­PLP 227,­ que abre Terras Indígenas à exploração do agronegócio, empresas de energia e mineração.

O clima de disputa faz com que servidores da Funai permaneçam na área no mínimo até as eleições de outubro. O fato é que Posto da Mata não existe mais. Voltou a se chamar Monipá, território sagrado para a comunidade Xavante.

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Quatro dicas para se proteger da gripe

A chamada "etiqueta da gripe" compila medidas simples e importantes para evitar a disseminação da doença

Portal Brasil 18/07/2014

A gripe (influenza) é uma doença respiratória aguda causada por agentes virais chamados Vírus Influenza, a qual se caracteriza por febre alta, dor de cabeça, mal-estar, mialgia (dor muscular), calafrios e sintomas respiratórios, principalmente tosse seca, dor de garganta e coriza. A resolução dos quadros não complicados pode ocorrer em sete dias, mas a tosse pode persistir por até duas semanas.

Para se proteger da gripe, não é preciso muito. A chamada "etiqueta da gripe" é uma medida simples porém importante para evitar a disseminação da doença.

Lave as mãos antes do almoço
Sua mãe sempre esteve certa. O importante é lavar as mãos sempre que possível ou recomendado. Segundo um estudo do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, após usar um banheiro, cerca de 200 milhões de bactérias ficam nas suas mãos (principalmente após pegar na tampa do vaso, maçaneta da porta, etc). Ao manusear dinheiro, corrimão, ônibus, as mãos carregam bactérias e vírus. Por isso, a dica de lavar as mãos sempre após manusear ou pegar em objetos que possam ter sido tocados por outras pessoas, principalmente antes de comer, mas de preferência a todo o momento.

Proteja boca e nariz ao espirrar

Use sempre lenços de papel, sendo que após o uso deverá ir imediatamente para o lixo. Proteger com lenços descartáveis a boca e nariz ao tossir, evita disseminação de gotículas das secreções; na impossibilidade do uso de lenço, recomenda-se proteger a face junto à dobra do cotovelo ao tossir ou espirrar.

Evitar tocar no rosto
Evitar tocar o rosto é uma boa medida de prevenção. A transmissão da gripe acontece por meio do contato com secreções das vias respiratórias, eliminadas pela pessoa contaminada ao falar, tossir ou espirrar. 

Não compartilhe objetos de uso pessoal 
A transmissão do vírus da gripe também ocorre por meio das mãos e objetos contaminados, quando entram em contato com mucosas (boca, olhos, nariz). 

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Alimentos ricos em sal e gordura podem prejudicar crianças

Acúmulo de sal e açúcar pode levar a algumas doenças como diabetes e hipertensão no futuro, além do risco de sobrepeso e obesidade


por Portal Brasil
Publicado: 18/07/2014 

Divulgação/Blog da Saúde
Pais devem oferecer às crianças alimentos saudáveis como frutas, legumes, verduras, tubérculos

O filho da funcionária pública Amine Dias tem apenas um ano de idade e já come alimentos ricos em sal e gordura. Amine conta que só oferece esses produtos ao bebê quando a família está fora de casa. "A gente sempre foge um pouco da lista da pediatra porque criança come de tudo e, principalmente, ele, tudo que der pra ele, ele come, comida rápida, fast food, que é batata frita, essas coisas quando a gente vai ao restaurante, ele sempre pede, ele sempre come uma batata, refrigerante de vez em quando. Mas em casa, a alimentação dele é a balanceada mesmo, é a sopinha, a fruta", conta Amine Dias.

A nutricionista da Coordenação Geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, Lorena Melo, alerta que o consumo excessivo de gordura, sal e açúcar nos primeiros anos de vida pode prejudicar bastante o desenvolvimento da criança."Esses alimentos têm altos valores calóricos e o excesso realmente desses nutrientes, de açúcares, gorduras pode trazer prejuízos para a saúde no futuro. Então o acúmulo de sal no corpo, de açúcar que podem levar a algumas doenças como diabetes e hipertensão, por exemplo, no futuro, além do risco de sobrepeso e obesidade", explica.

Nutricionista vinculada ao Ministério da Saúde, Lorena Melo explica também como os pais devem alimentar as crianças menores de dois anos de idade. "Evitar o consumo de enlatados, frituras, gorduras, guloseimas, café e oferecer às crianças os alimentos saudáveis como frutas, legumes, verduras, tubérculos, as carnes ao longo do dia da criança, lembrando que essa criança pode ficar em aleitamento materno até os dois anos de idade ou mais", alerta Melo.

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Jardim Botânico do RJ lança livro sobre plantas medicinais

Lançamento

Publicação reúne conhecimento dos pajés do Alto Juruá (AC) sobre plantas com poder de cura

Publicado: 17/07/2014

A tradição oral e o saber ancestral do povo Huni Kuin (Acre) sobre plantas medicinais ganhou um livro por iniciativa do pajé Agostinho Manduca Mateus Ïka Muru (1944-2011) em uma parceria com o Jardim Botânico do Rio de Janeiro e a Dantes Editora. A publicação foi intitulada 'UNA ISÏ KAYAWA – Livro da Cura'.

Para celebrar o lançamento, será montada uma oca chamada Kupixawa, a "casa grande de encontros", no Parque Lage do Jardim Botânico, que sediará 10 dias de festejos - de 18 a 27 de julho. A programação contará com a presença de representantes Huni Kuin, que compartilharão com o público um pouco de sua cultura e de seu saber sobre a floresta.

O livro foi organizado pelo pajé Agostinho e pelo pesquisador taxonomista Alexandre Quinet (JBRJ). Em 260 páginas, traz o conhecimento dos pajés do Alto Juruá, no Acre, sobre plantas com poder de cura, e estabelece um diálogo entre a classificação botânica e o conhecimento espiritual do povo Huni Kuin.

As atividades de lançamento serão gratuitas, e abrangerão exposição de fotografias de Camilla Coutinho Silva, debates, mostra de filmes indígenas com curadoria de Zezinho Yube, contação de histórias por pajés, passeios nos jardins, oficinas de tecelagem e pintura corporal, rodas de cantoria, entre outros eventos.

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Ferramenta grátis para formatar TCC e trabalhos acadêmicos

Dica do
Uma das maiores dificuldades de fazer um TCC e trabalhos acadêmicos é a hora em que vamos formatar. Sempre fica faltando algo como página que não foi enumerada, referência escrita de forma errada, espaçamentos e fontes que não ficaram uniformes.

Embora não seja uma situação geral, para muitos estudantes mais aterrorizante do quemontar uma monografia ou trabalho de conclusão de curso é deixá-lo de acordo com as regras e padrões da ABNT.

Monografando é um aplicativo criado para facilitar a vida de quem está fazendo o seu trabalho de conclusão de curso ou a sua monografia. Basicamente, o programa divide o projeto e aplica as normas da ABNT em todas as páginas do seu trabalho. Um dos grandes destaques vai para a interface, que é bem intuitiva e organizada em abas para facilitar os preenchimentos.

Disponível para download gratuito, o software apresenta interface simples, no estilo formulário, na qual basta preencher os campos requeridos, como nome dos integrantes do grupo, do orientador, capítulos e palavras-chave. Depois basta completá-lo com a dissertação.

Veja abaixo como funciona o Monografando:

http://youtu.be/EdLsb6LxXvc

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Portal oferece 35 mil livros grátis da Amazon

Dica do

O site Freebook Sifter é uma boa dica para quem tem o e-reader Kindle ou algum outro leitor de livros digitais com suporte aos e-books da Amazon. A página agrega mais de35 mil livros gratuitos oferecidos pela gigante norte-americana das vendas.

A maior quantidade dos títulos está eminglês, mas é possível encontrar quase 500 publicações em português. São livros publicados em sua maioria no Brasil e em Portugal, divididos por categorias como ficção, história e religião.

Em literatura, o escritor Machado de Assis é um dos mais encontrados na língua portuguesa. Os títulos dos livros ficam indexados em listas com links para o site da Amazon. Alguns detalhes como a avaliação das obras pelos usuários também está disponível no serviço.

O site tem sua base de dados renovada diariamente, segundo seus criadores, Michael Powell e Jürgen Horn.

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Biodiversidade: Protocolo de Nagoya entrará em vigor em outubro

Tratado de acesso e repartição de benefícios da biodiversidade recebe número necessário de ratificações. Brasil – país com a maior biodiversidade do planeta – não ratificou documento.
O Protocolo de Nagoya – oficialmente “Protocolo de Nagoya sobre Acesso a Recursos Genéticos e a Repartição Justa e Equitativa dos Benefícios Advindos de sua Utilização” (ABS, na sigla em inglês) – entrará em vigor dia 12 de outubro de 2014. O tratado foi ratificado por 51 Estados-membros da Convenção sobre Diversidade Biológica (CBD na sigla em inglês), condição para a entrada em vigor.

Nas últimas semanas, 12 países ratificaram o tratado, incluindo Belarus, Burundi, Gâmbia, Madagascar, Moçambique, Níger, Peru, Sudão, Suíça, Vanuatu, Uganda e, esta semana, o Uruguai. A sua entrada em vigor significa que a primeira reunião da Conferência das Partes na condição de reunião do Protocolo será realizada, de 13 a 17 de outubro, simultaneamente à XII Reunião da Conferência das Partes (COP) da CBD, em Pyeongchang, na Coreia do Sul, em outubro.

O Brasil – país que abriga a maior biodiversidade do planeta – é signatário, mas não ratificou o documento (acesse aqui a lista de países que ratificaram).

A ratificação do Protocolo de Nagoya por 51 partes da CDB representa um passo importante para o cumprimento da 16ª Meta de Aichi, que afirma que “em 2015, o Protocolo de Nagoya sobre Acesso a Recursos Genéticos e a partilha justa e equitativa de benefícios decorrentes da sua utilização estará em vigor e operacional, de acordo com a legislação nacional”.

A entrada em vigor do Protocolo de Nagoya proporcionará maior segurança jurídica e maior transparência, tanto para provedores quanto usuários de recursos genéticos, criando uma estrutura que promove o uso de recursos genéticos e conhecimentos tradicionais associados ao reforçar as oportunidades para uma partilha justa e equitativa de benefícios.

O protocolo criará novos incentivos para a conservação da biodiversidade e o uso sustentável de seus componentes, aumentando sua contribuição para o desenvolvimento sustentável e o bem-estar humano.

“Ferramentas práticas como o Protocolo de Nagoya são fundamentais para o uso sustentável e equitativa da biodiversidade. Congratulo os Estados-membros que ratificaram esse instrumento jurídico internacional importante. Ao cumprir a promessa feita na Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável de 2002, fizeram uma contribuição significativa para a agenda de desenvolvimento sustentável pós-2015”, disse o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon.

O brasileiro Bráulio Ferreira de Souza Dias, secretário executivo da CBD, completou: “O Protocolo de Nagoya é central para libertar o poder da biodiversidade para o desenvolvimento sustentável, através da criação de incentivos para a conservação e o seu uso sustentável, garantindo a equidade na partilha de benefícios. Felicito todas as partes que ratificaram o Protocolo, e convido outros Estados a fazê-lo a tempo de participar na reunião na Coreia do Sul”.

As seguintes partes ratificaram ou aderiram ao tratado: Albânia, Belarus, Benin, Butão, Botsuana, Burkina Faso, Burundi, Comores, Costa do Marfim, Dinamarca, Egito, Etiópia, União Europeia, Fiji, Gabão, Gâmbia, Guatemala, Guiné-Bissau, Guiana, Honduras, Hungria, Índia, Indonésia, Jordânia, Quênia, Laos, Madagascar, Ilhas Maurício, México, Estados Federados da Micronésia, Mongólia, Moçambique, Mianmar, Namíbia, Níger, Noruega, Panamá, Peru, Ruanda, Samoa, Seicheles, África do Sul, Espanha, Sudão, Suíça, Síria, Tadjiquistão, Uganda, Uruguai, Vanuatu e Vietnã.

Mais informações sobre o Protocolo de Nagoya em www.cbd.int/abs

Fonte: ONU Brasil

EcoDebate, 17/07/2014

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Um em três casos de Alzheimer pode ser evitado, diz estudo da Universidade de Cambridge

Uma população mais saudável pode ser a chave para reduzir o risco de Alzheimer

Um em três casos de Alzheimer no mundo pode ser evitado segundo um novo estudo da Universidade de Cambridge, na Grã-Bretanha.

Em um artigo publicado na revista especializada The Lancet Neurology, a equipe de cientistas britânicos relatou que analisou dados baseados em levantamentos de população para descobrir os sete principais fatores de risco para desenvolver a doença.

E estes fatores são: diabetes, hipertensão na meia-idade, obesidade na meia-idade, sedentarismo, depressão, fumo e baixo nível de instrução.

Segundo os cientistas, um terço dos casos de Alzheimer podem estar conectados o a fatores ligados ao estilo de vida dos pacientes, que podem ser modificados, como a falta de exercício e o tabagismo.

Os pesquisadores então analisaram como a redução destes fatores poderia afetar o número dos casos da doença no futuro.

Com esta análise eles descobriram que, ao reduzir cada fator de risco em 10%, quase nove milhões de casos da doença poderiam ser evitados até 2050.

As atuais estimativas sugerem que mais de 106 milhões de pessoas no mundo todo viverão com Alzheimer em 2050, mais de três vezes o número de pessoas afetadas em 2010.

Idosos mais saudáveis

Uma pesquisa anterior, de 2011, colocou a estimativa de prevenção em um a cada dois casos da doença que poderiam ser evitados, mas o novo estudo britânico levou em conta a justaposição de fatores de risco.

“Apesar de não haver uma única forma de tratar a demência, nós poderemos tomar medidas para reduzir o risco de desenvolvermos demência durante a velhice”, disse a professora Carol Brayne, do Instituto de Saúde Pública da Universidade de Cambridge.

“Simplesmente enfrentar a inatividade física, por exemplo, vai reduzir os níveis de obesidade, hipertensão e diabetes e evitar que algumas pessoas desenvolvam demência.” Carol Brayne, Universidade de Cambridge

“Sabemos o que muitos destes fatores são e frequentemente eles estão ligados. Simplesmente enfrentar a inatividade física, por exemplo, vai reduzir os níveis de obesidade, hipertensão e diabetes e evitar que algumas pessoas desenvolvam demência”, acrescentou.

Simon Ridley, chefe de pesquisas na organização de caridade britânica voltada para a pesquisa do Alzheimer, a Alzheimer Research UK, afirmou que ainda é preciso descobrir muito sobre a doença.

“Enquanto que a idade é o maior fator de risco para a maioria dos casos de Alzheimer, há vários fatores de estilo de vida e saúde em geral que podem aumentar ou diminuir as chances de uma pessoa desenvolver a doença”, disse.

“No entanto, nós ainda não entendemos completamente os mecanismos que relacionam estes fatores com o início do Alzheimer”, acrescentou.

“E, como ainda não há uma maneira de evitar o Alzheimer, a pesquisa precisa continuar para conseguir as provas mais decisivas sobre os fatores de saúde e ambientais e ajudar as pessoas a reduzirem o risco.”

Entre os sete fatores de risco, a maior proporção de casos de Alzheimer nos Estados Unidos, na Grã-Bretanha e no resto da Europa pode ser atribuída à inatividade física.

Segundo o estudo, um terço da população adulta destes países não pratica atividades físicas.

Matéria da BBC Brasil, reproduzida pelo EcoDebate, 17/07/2014

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Tofu “hecho en casa” por menos de dos euros

El Tofu, es una cuajada de soja, rica en calcio, un alimento muy versátil con acido fólico sano y fácil de hacer en casa. Hace dos años cuando empece esta sección de cocina y alimentos, que tiene mucho ver con la ecología ya que todo lo que producimos en casa ahorra energía, envases etc, una de las primeras cosas que publique fue como hacer seitán en casa por 2 euros, el cual fue todo un éxito, hoy les traigo un método simple para hacer Tofu, una comida China que se ha difundido por toda Asia desde hace milenios.

Bien primero lo que precisamos, no es mucho algunos cacharros, agua y semillas de soja amarilla, si o si deben ser certificadas como orgánicas, bio, etc. ya que la mayor parte de la soja es transgénica y llena de pesticidas por lo que es imprescindible gastar un poco mas y comprar la orgánica.
Un paquete de 500 gr de soja salen menos de dos euros, y con eso podemos hacer unos 700 gramos de tofu.

Ingredientes para la receta:

250 gramos de Soja amarilla Bio, orgánica y de cultivo ecológico.

Agua, (del grifo filtrada, si no tenemos filtro dejarla reposar para que se evapore el cloro)

1 limón (muchas recetas utilizan productos mas complicados y caros como el nigari, no se necesita con un limón es suficiente)

Y mucho amor.

Paso a paso

Primero dejar remojar la soja toda la noche.

Al otro día poner a hervir 1,25 litros de agua, mientras en una batidora potente ponemos la soja con un 750 cc de agua fría, y batimos hasta obtener un puré de consistencia cremosa.
Es mejor una batidora de mano, la de vaso se puede trancar con la pasta que se forma si se llena mucho como se ve en la foto.

En la olla con el agua hirviendo, agregamos el puré de soja, continuamos hirviendo, sin dejar de remover con cuchara de madera para que no se pegue en el fondo, hasta que la espuma llega al borde entonces apagamos el fuego.
Incorporando el puré al agua hirviendo primer paso para hacer leche de soja.

Tomamos un bol o olla grande y ponemos un colador grande con una gasa encima del mismo, luego vertimos la soja con el agua de cocción en la gasa y apretamos con cuidado de no quemarnos hay que estrujar hasta que no quede nada de liquido en la gasa, el liquido que vamos juntando en el bol es leche de soja.
Siempre revolver con cuchara de madera, para que no se pegue en el fondo que sino agarra gusto a quemado.
Luego tomamos el contenido de la gasa y lo devolvemos a la olla, le agregamos medio litro de agua y vuelta a hervir y nuevamente lo pasamos por la gasa, luego de esta segunda prensada ya tenemos unos cuantos litros de soja y una pasta amarillenta y seca en la gasa, esta pasta se puede reservar para utilizar en alguna otra receta, se le conoce como Okara y se puede hacer desde croquetas hasta una especie de hummus.
Preparando la segunda extracción de leche.

La leche de soja la hervimos por 6 o 7 minutos luego retiramos y agregamos el zumo de un limón, debemos remover y dejar descansar.
Usamos mas de un limón por que eran muy pequeños
Solo con el limón tenemos la leche bien cuajada.

Volvemos a montar el bol con el colador y la gasa limpia, la leche ya debe estar cuajada parecida al requesón, pasar por la gasa y quitar todo el líquido, lo que queda en la gasa debemos prensarlo por unos 30 minutos en algún tipo de molde, nosotros utilizamos un bol de vidrio.
Prensando el Tofu

Por ultimo quitamos el Tofu de la gasa y lo sumergimos en agua bien fría para que termine de endurecer, y en diez minutos mas esta pronto para comerlo.
Objetivo cumplido, casi 400 gramos de tofu por menos de dos euros gas incluido en el calculo.

El Tofu se puede comer como queso, se puede cocinar a la plancha, ahumar, freír, empanar, guisar, cocinar con pasta, legumbres, verduras combina con todo.
Tofu frito simplemente se lo pasa por harina y luego freímos en aceite bien caliente hasta que se lo ve doradito.

La soja de origen orgánico y preparada de esta forma no es peligrosa salvo para personas con intolerancia a la misma, como todas las cosas solo hace falta tener sentido común si comemos solo tofu acabaremos con malnutrición y problemas si es una alimento para comer de cuando en vez, nos puede aportar grandes beneficios por sus elevados niveles de calcio, ácido fólico y proteínas.

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