Sobre a importância dos quintais, cada vez mais desaparecidos e, com isso, as nossas raízes também.
sábado, 11 de abril de 2015
Solos para todos: perguntas e respostas.
http://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1009020/1/Doc169PerguntaseRespostas.pdf
sexta-feira, 10 de abril de 2015
Odor específico funciona como "RG" para abelhas, vespas e formigas
Sexo, idade e função desempenhada na colônia são algumas das informações passadas pelo aroma dos insetos sociais, aponta estudo feito na USP (foto:divulgação)
31 de março de 2015
Elton Alisson | Agência FAPESP – Assim como os vinhos, as flores e os perfumes, os insetos sociais – abelhas, vespas e formigas – possuem um buquê aromático específico, que varia de acordo com a espécie, o sexo, a idade e a função desempenhada na colônia.
Esse odor particular funciona como um “RG químico” desses animais, facilitando a identificação por seus companheiros. Com ele, é possível saber se pertencem ou não à colônia, se são macho ou fêmea, novos ou velhos, rainhas ou operárias.
As descobertas foram feitas por pesquisadores da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FFCLRP-USP), durante uma série de estudos realizados no âmbito do projeto “Mediação comportamental, sinalização química e aspectos fisiológicos reguladores da organização social em himenópteros”, apoiado pela FAPESP no âmbito do Programa Jovens Pesquisadores em Centros Emergentes.
“Constatamos que cada inseto tem um odor específico e isso funciona como uma espécie de código de barras químico”, disse Fábio Santos do Nascimento, professor da FFCLRP-USP, à Agência FAPESP. “Ao ler esse código de barras químico, é possível identificar a espécie, o gênero, a idade e a função desempenhada pelo inseto na colônia”, afirmou o pesquisador, que é coordenador do projeto.
De acordo com Nascimento, o que confere essa identidade química para os insetos sociais é uma classe de compostos químicos, chamados hidrocarbonetos cuticulares, formados por cadeias de carbonos lineares e moléculas de hidrogênio (alcanos, alcenos e alcanos metilados).
Encontrados sobre a última camada do revestimento externo (cutícula) que recobre o corpo de insetos sociais, esses compostos químicos, na forma de cera, têm a função primária de evitar a perda de água e, consequentemente, a desidratação desses animais, além de servir de barreira protetora contra microrganismos.
Ao analisar a composição química dos hidrocarbonetos cuticulares de diferentes espécies de formigas, vespas e abelhas, os pesquisadores constataram, contudo, que a composição química dos hidrocarbonetos cuticulares varia de acordo com a espécie, o sexo e a função do inseto na colônia e que essa variabilidade química auxilia na comunicação entre esses animais.
Em um estudo publicado na revista Apidologie com abelhas Melipona marginata – conhecidas popularmente como manduri –, os pesquisadores observaram que os machos mais velhos, as rainhas e as operárias dessa espécie brasileira de abelha sem ferrão, encontrada nos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Bahia, têm diferentes perfis de hidrocarbonetos cutilares que podem ser percebidos pelos membros.
As operárias – normalmente estéreis e incapazes de se tornar rainhas – apresentaram menor porcentagem de alcanos (ceras saturadas), como hentriacontanes e tetratriacontanes, em comparação com machos, rainhas e as abelhas da casta destinada à realeza.
“Apesar de a estrutura química dos hidrocarbonetos cuticulares ser bastante estável, a sua composição nos insetos sociais varia também de acordo com a função que eles ocupam na colônia”, disse Nascimento. “Cada colônia também apresenta um perfil químico diferente”, afirmou.
Reconhecimento
A fim de avaliar a capacidade de insetos sociais reconhecerem os membros de suas colônias pelo odor, os pesquisadores fizeram um experimento com abelhas sem ferrão Melipona asilvai. Foram colocadas operárias e forrageiras dessa espécie – conhecida popularmente como uruçu-mirim ou rajada – na entrada de uma colônia à qual não pertenciam para verificar a reação das abelhas guardiãs do ninho.
Os resultados do experimento, descrito em um artigo publicado no Journal of Chemical Ecology, indicaram que as abelhas guardiãs exibiram um comportamento flexível de acordo com o grau de semelhança da identidade química com as abelhas “intrusas”.
Elas foram mais permissivas e barraram muito menos a entrada na colônia de abelhas intrusas com perfis químicos altamente semelhantes aos delas – o que, de acordo com os pesquisadores, deve-se ao fato de, provavelmente, as terem confundido com suas “companheiras”.
Em contrapartida, foram seletivas e restringiram muito mais a passagem de abelhas com perfis químicos diferentes dos seus.
“Uma colmeia possui muitos recursos, como néctar na forma de mel, o pólen e as crias. Se o sistema de reconhecimento das abelhas guardiãs for falho, isso pode possibilitar a pilhagem desses recursos por abelhas de colônias vizinhas”, disse Nascimento.
Os pesquisadores fizeram um experimento semelhante com formigas da espécie Dinoponera quadriceps: colocaram operárias forrageiras e enfermeiras (que cuidam de ovos) dessa espécie de formiga – conhecida popularmente no Brasil como falsa-tocandira – na entrada de uma colônia diferente das suas para avaliar quanto tempo demoravam para ser reconhecidas como intrusas por formigas guardiãs.
Os resultados do estudo, publicados no Journal of Insect Behavior, demonstraram que as formigas guardiãs demoraram mais tempo para reconhecer as formigas enfermeiras como “usurpadoras” do que as operárias.
As operárias receberam significativamente mais mordidas e outros golpes violentos das formigas guardiãs do que as enfermeiras. Além disso, as formigas guardiãs levaram mais tempo para reagir contra as enfermeiras do que contra as operárias forrageiras.
Uma das hipóteses para explicar essas diferenças de comportamento, corroborada com análises da composição de hidrocarbonetos dos insetos utilizados no estudo, é que as formigas enfermeiras da mesma espécie e de colônias distintas podem compartilhar uma maior quantidade de compostos químicos.
“As antenas dos insetos possuem receptores específicos, na forma de pequenos pelos, por meio dos quais captam os sinais químicos desses hidrocarbonetos cuticulares – que nós chamamos de feromônios de contato – de outros insetos”, disse Nascimento.
“No contato com outro inseto da mesma espécie, eles conseguem identificar a composição cuticular dos hidrocarbonetos e de outros compostos químicos e reconhecer se ele faz ou não parte da colônia”, explicou.
Mudança de perfil
Os pesquisadores também descobriram que os insetos sociais podem mudar o perfil de seus buquês aromáticos de acordo com a alimentação, o que pode dificultar o reconhecimento pelos outros membros de sua colônia.
Em um estudo publicado na revista Insects, eles realizam um experimento em laboratório em que alimentaram um grupo de formigas saúva (Atta sexdens) operárias com folhas e pétalas de rosa e outro grupo de formigas da mesma colônia com folhas de extremosa ou resedá (Lagerstroemia sp.).
Ao juntar as formigas, as que foram alimentadas com extremosa ou resedá passaram a rejeitar e agredir as companheiras alimentadas com folhas e pétalas de rosa por causa da mudança do odor.
“O ditado que diz que somos o que comemos também parece ser válido para os insetos sociais”, avaliou Nascimento.
Link:
Bactérias combatem bactérias para conservar alimentos
10 de abril de 2015
Heitor Shimizu, de Buenos Aires | Agência FAPESP – Aumentar o valor nutricional e melhorar a segurança de produtos alimentícios a partir da utilização de compostos produzidos por microrganismos presentes nos próprios alimentos são objetivos de um grupo de pesquisadores no Estado de São Paulo. Para avançar nos resultados de seus estudos, eles contam com a colaboração de colegas argentinos.
Em São Paulo, o grupo é formado por cientistas do Centro de Pesquisa em Alimentos (Food Research Center, FoRC), um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP. Os colaboradores na Argentina integram o Centro de Referencia para Lactobacilos (Cerela).
Um dos resultados da pesquisa foi a bem-sucedida utilização de bacteriocinas para aumentar a segurança do queijo minas, um queijo típico brasileiro e muito fácil de ser preparado, como explicou Bernadette Gombossy de Melo Franco, coordenadora do FoRC e professora titular da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP).
“O queijo minas é feito em pequena escala no Brasil e tem muitos casos de contaminação por Listeria monocytogenes. Nosso propósito foi usar bactérias que já estão no leite, selecionando entre elas as que são produtoras de bacteriocinas, isolando-as e colocando-as de volta no leite com a função específica de inibir a multiplicação do patógeno e, com isso, poder produzir o alimento com maior segurança. Conseguimos um efeito semelhante na produção de leite de cabra”, disse Franco, em palestra na FAPESP Week Buenos Aires que integrou o painel “Alimentos Funcionais”.
Mas o que são essas bacteriocinas, que têm atraído a atenção de pesquisadores e da indústria de alimentos? “São polipeptídeos sintetizados nos ribossomas de bactérias láticas que exibem atividade bactericida ou bacteriostática, ou seja, ou matam microrganismos ou inibem a sua multiplicação sem matá-los”, explicou Franco, que é pró-reitora de Pós-Graduação da USP.
Por sua vez, as bactérias láticas são microrganismos presentes em vários ambientes e que apresentam a propriedade de transformar açúcares (carboidratos) em ácido lático.
“Essa propriedade pode ser explorada de várias maneiras tecnológicas para aumentar o valor nutricional ou a segurança do produto alimentar. E elas podem ter muitas outras funções. Em fins terapêuticos, por exemplo, já que podem ser utilizadas como vetores de uma série de genes responsáveis pela produção de compostos importantes do ponto de vista médico, ou químico, devido à grande variedade de compostos que elas podem produzir”, disse Franco.
“O grupo das bactérias láticas é muito grande, composto de mais de 200 gêneros de microrganismos diferentes. E são vários os compostos que elas produzem e que podem ter atividade funcional, ou seja, agregar benefícios ao alimento onde estão. Podem ser enzimas, vitaminas, exopolissacarídeos, adoçantes, probióticos e compostos com atividade antimicrobiana”, disse.
E é nessa atividade antimicrobiana que está o interesse da pesquisa feita no FoRC e no Cerela. “Esses agentes antimicrobianos, que podem ser usados tanto na área médica como na conservação de alimentos, são também muito variados. Podem ser ácidos orgânicos, diacetil, peróxido de hidrogênio, dióxido de carbono, compostos de baixo peso molecular e, principalmente, as bacteriocinas”, contou Franco, que é membro da Coordenação da Área de Engenharia e da Coordenação Adjunta do Plano Diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação para o Estado de São Paulo da FAPESP.
A pesquisadora explica que as bactérias láticas são utilizadas como bioconservantes em alimentos há milênios – cerca de 6 mil anos a.C. –, sem que se soubesse qual era o composto químico responsável pela conservação.
“Um exemplo de aplicação prática das bacteriocinas na conservação de alimentos está no controle da bactéria Listeria monocytogenes, um patógeno que causa doenças de gravidade variada, podendo levar até a morte um indivíduo afetado. Trata-se de um microrganismo psicrotrófico, isto é, que se multiplica em ambiente refrigerado, em temperaturas em que são armazenados os alimentos. É resistente ao sal e a desinfetantes e tem a capacidade de aderir à superfície dos equipamentos utilizados pela indústria de alimentos, formando os chamados biofilmes. E sobrevive por longo tempo nesses ambientes”, disse Franco.
Nova definição
Franco explica que a definição científica usada desde 1994 para as bacteriocinas afirma que sua atividade é importante apenas contra outras bactérias com as quais elas são geneticamente relacionadas. E aí entra outra contribuição da pesquisa feita no FoRC.
“Nós estamos contribuindo com informações e mostrando que essa classificação precisa ser revista. Em um artigo publicado por nosso grupo com nossos parceiros argentinos, mostramos que as bacteriocinas são ativas também contra vírus e contra leveduras”, disse.
“Também conseguimos resultados importantes ao encapsular bacteriocinas em nanovesículas de lipídeos, protegendo as bacteriocinas da própria ação da matriz alimentar”, contou Franco.
As descobertas salientam a importância de pesquisas sobre as bacteriocinas e outros compostos com atividade funcional. Com tanto potencial de aplicação, o interesse tem sido cada vez maior.
“Estudos com bacteriocinas têm crescido muito nos últimos anos, com um grande aumento no número de publicações científicas sobre o tema em todo o mundo, inclusive no Brasil. Mas precisamos de mais estudos para melhorar o conhecimento atual das possíveis aplicações das bacteriocinas para a conservação de alimentos”, disse Franco.
“Entretanto, é importante destacar que as bacteriocinas não são uma panaceia que vai resolver o problema da contaminação de alimentos. Elas são uma ferramenta a mais, que podem ser usadas em conjunto com outros métodos de preservação de alimentos. Sua atividade depende, por exemplo, da própria cepa da bactéria, da matriz alimentar onde se encontra e é afetada por fatores ambientais”, disse.
Na palestra em Buenos Aires, Franco falou também sobre um projeto conduzido em parceria com pesquisadores da Universidad Tucumán e do Cerela, selecionado em chamada de proposta lançada pela FAPESP em parceria com o Conicet.
No projeto, os pesquisadores buscam bactérias láticas produtoras de vitaminas em produtos artesanais na Argentina e no Brasil para a produção de alimentos funcionais, enriquecidos com folatos e riboflavinas.
Pão sem glúten
O painel “Alimentos Funcionais”, que teve como coordenadora a professora Maria Cristina Añon, da Universidad Nacional La Plata, contou com palestra de Maria Taranto, pesquisadora do Departamento de Biotecnologia em Alimentos do Cerela, que falou sobre o uso de probióticos láticos em alimentos funcionais.
Vanessa Dias Capriles, professora na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), falou sobre desafios tecnológicos e nutricionais na panificação sem glúten. Em pesquisa com apoio da FAPESP por meio do programa Jovens Pesquisadores em Centros Emergentes, ela busca desenvolver pão sem glúten com boa qualidade tecnológica, tanto nutricional como sensorial, “de modo a contribuir para a melhor nutrição, saúde e qualidade de vida dos indivíduos celíacos”.
Capriles destacou que a doença celíaca é uma das intolerâncias alimentares de maior prevalência mundial e está impulsionando a demanda por produtos sem glúten. “Entretanto, o glúten é uma proteína estruturante essencial para a elaboração de pães. Por isso, a obtenção de pães sem glúten é um desafio tecnológico”, disse.
Encerrando o painel, Daniel Barrio, professor na Universidad Nacional de Río Negro, falou sobre peptídeos bioativos provenientes de proteínas alimentares.
Apresentações feitas na FAPESP Week Buenos Aires e mais informações sobre o simpósio estão em: www.fapesp.br/week2015/buenosaires.
Link:
Sobremesa de chia com manga
Para fazer essa sobremesa de chia com manga, basta você adicionar, a cada 100ml de leite de coco, 3 colheres de sopa de chia e deixar de 1 a 2 horas na geladeira, até formar uma cônsistência de creme.
Depois, só adicionar pedacinhos de manga, colocar em potinhos individuais de vidro, gelar mais um pouco e servir!!!
Dica do:
ANVISA suspende produtos fitoterápicos e saneantes sem registro
A Anvisa suspendeu, em todo o território nacional, a fabricação, distribuição, divulgação, comercialização e uso dos produtos Espinheira Santa, Menoflora, Anti-depressivo, Energiflora, 30 Ervas Emagrecedor.
Os produtos foram fabricados por Flora Brasil Produtos Naturais. A empresa não possui Autorização de Funcionamento na Anvisa. Por isso, todos os produtos comercializados por ela estão irregulares.
A Anvisa determinou a apreensão e inutilização das unidades encontradas no mercado dos produtos citados.
A medida está na Resolução nº 981, publicada nesta segunda-feira (30/3) no Diário Oficial da União (DOU).
A Anvisa também determinou a suspensão da fabricação, distribuição, divulgação, comercialização e uso do produto 100 Fórmiguinha baratas e lesmas, conteúdo 30 ml, fabricado por empresa desconhecida.
Foi identificado em estabelecimento agropecuário da região da cidade de Cascavel/PR o produto sem registro, notificação ou cadastro na Anvisa.
A medida está na Resolução nº 979, também publicada no DOU –http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/582dc50047d54c9eb19affa6f9e23b16/EXTRATO+DI%C3%81RIO+30-03-2015.pdf?MOD=AJPERES
Fonte: Anvisa
Link:
Interações entre fármacos e medicamentos fitoterápicos à base de ginkgo ou ginseng
ALEXANDRE, Rodrigo F.; BAGATINI, Fabíola and SIMOES, Cláudia M. O.. Interações entre fármacos e medicamentos fitoterápicos à base de ginkgo ou ginseng. Rev. bras. farmacogn. [online]. 2008, vol.18, n.1, pp. 117-126. ISSN 0102-695X.
Para professor da USP, integrante do CTNBio, liberação do eucalipto transgênico é um erro
A liberação comercial do eucalipto transgênico no Brasil é um erro, segundo avaliação de um dos integrantes da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) e professor da Universidade de São Paulo (USP), Paulo Kageyama. A CTNBio decidiu ontem (9) pela comercialização do produto por 18 votos a favor e 3 contra, e Kageyama foi um dos votos vencidos.
O professor disse que existem, ainda, muitas dúvidas científicas sobre os impactos do plantio do eucalipto transgênico e do prejuízo para, principalmente, os pequenos produtores rurais. Além disso, segundo ele, os produtos a partir da planta poderão sofrer sanções no comércio nacional e internacional.
Com a decisão, de acordo com a FuturaGene Brasil Tecnologia Ltda, empresa de biotecnologia da Suzano Papel e Celulose, o Brasil torna-se o primeiro país a liberar a comercialização do eucalipto transgênico. Segundo a FuturaGene, o eucalipto modificado tem 20% mais produtividade e poderá ser usado para produção de madeira, papel, entre outros itens.
Kageyama explicou que o aumento da produtividade ocorre às custas da aceleração do processo de crescimento e amadurecimento de uma árvore de 7 anos para 5 anos. Esse período, segundo ele, é o que a planta absorve mais água. O consumo pode ser ainda maior com o eucalipto transgênico, o que pode causar danos ao meio ambiente.
Além disso, o pólen dos eucaliptos geneticamente modificados pode ser transportado por quilômetros por insetos e podem contaminar o mel orgânico de cerca de 500 mil pequenos produtores, que serão prejudicados na hora da certificação de seus produtos.
De acordo com dados divulgados pelo Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST), o Brasil é o maior produtor de mel orgânico, só no ano passado foram 16 mil toneladas de mel de eucalipto.
O problema da certificação poderá chegar também ao mercado externo. “É um tiro no pé plantar transgênicos quando as principais certificadoras internacionais são contra a certificação de florestas transgênicas”, disse Kageyama.
De acordo com dados da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa), o Brasil, em 2010, posicionou-se como o décimo produtor mundial de papel e, em 2012, produziu 10,3 milhões de toneladas. Nos últimos dez anos, o país aumentou sua produção em 27%, com crescimento médio de 2,7% ao ano.
Kageyama manifestou sua preocupação também com o precedente aberto com a decisão da CNTBio. De acordo com o professor pelo menos outros dois processos para a autorização da comercialização de eucalipto transgênico tramitam no CNTBio. A liberação para a FuturaGene pode criar precedentes, o que considera preocupante.
Para a FuturaGene, a liberação é um dos marcos mais significativos para a indústria florestal. “A aprovação marca também o início de uma nova fase para o manejo florestal sustentável, com o Brasil ocupando a posição de primeiro país a completar o ciclo de desenvolvimento desta tecnologia, que possibilitará produzir mais com menos recursos”, afirmou a empresa por meio de nota.
Por Mariana Tokarnia, da Agência Brasil*
Publicado no Portal EcoDebate, 10/04/2015
Tradição mostra resistência das mulheres quilombolas na preservação da Caatinga
Por Núcleo de Comunicação da Casa da Mulher do Nordeste / ASA Brasil
Gilvaneide Gomes e Maria Aparecida Gomes. Fonte: acervo da Casa da Mulher do Nordeste.
A ancestralidade está mais viva do que se pensa no Sertão do Pajeú. As agricultoras Gilvaneide Gomes, 49 anos, e Maria Aparecida Gomes, de 46 anos, reproduzem há anos uma prática de armazenamento de sementes que aprenderam com seus pais e herdaram de seus avós. A tradição e adoção de velhas práticas de convivência no semiárido mantém a riqueza de conhecimentos e a conservação de espécies nativas do bioma da caatinga. Essa experiência é contada e vivida no Quilombo Feijão, no município de Mirandiba, em Pernambuco.
“Essas sementes vem dos mais velhos, eles selecionavam as melhores e guardavam para o ano seguinte”, diz dona Gilvaneide ao descrever as sementes crioulas, que se trata da reprodução de sementes nativas sem modificação genética, garantindo a originalidade e a qualidade. “As mais antigas daqui é de feijão “canapú” e “bastião”, que existe desde o final da década de 60, muito antes de eu nascer”, completa.
Com a auto-organização e a luta das mulheres quilombolas, o grupo conseguiu apoio para a construção de um banco de sementes para o quilombo. Toda comunidade se envolveu na construção e produção das espécies. Durante o processo, formaram uma comissão que organizam e tomam conta das sementes trazidas, são chamados de os guardiões. “Quando o agricultor ou a agricultora traz a semente para o banco, os guardiões colocam o nome da pessoa e o ano que aquela semente chegou, sempre que precisar a semente vai estar aqui, mas quando pega tem que devolver em dobro para que o banco não se acabe”, explica Dona Maria Aparecida.
Para elas esse banco de sementes tem um valor simbólico, porque além de ser uma herança da ancestralidade, também tem colaborado para incentivar os/as jovens na continuidade da tradição e no resgate de outras sementes que ficaram esquecidas no tempo, como feijão enrica mulher, paulistinha, canapú, rajado, bastião e outras variedades de culturas. Dona Gilvaneide lembra que “antes as pessoas ficavam esperando a semente do governo, comiam as suas e ficavam sem nada para plantar e produzir, depois a colheita não era tão boa”.
Com essa técnica, as mulheres quilombolas estão armazenando sementes de plantas do bioma caatinga, tanto medicinais como outras que ajudam na sustentabilidade do solo, através do Projeto “Mulheres na Caatinga”, executado pela ONG Casa da Mulher do Nordeste, com o patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental. Dona Maria Aparecida e Gilvaneide Gomes, fazem parte das 210 mulheres que estão a frente do projeto na conservação da Caatinga e na recuperação de áreas degradadas. Além de estarem compartilhando seus saberes e conhecimentos com outras mulheres da região.
A preocupação delas é que essas sementes continuem sendo produzidas, contribuindo para a qualidade de vida das mulheres e homens do quilombo. Com chuvas, esperam resultados – banco de sementes cheio, maquinário funcionando e auto-organização.
Publicado no Portal EcoDebate, 10/04/2015
Programa ajuda comunidades de todo o mundo a enfrentar o desflorestamento
Edivaldo Apinajé, agente de saúde dos Apinajés, no Tocantins, mostra os pequenos frutos de um cajueiro. Fotos por Mariana Kaipper Ceratti/Banco Mundial
DESTAQUES DO ARTIGO
- Comunidades dependentes da floresta estão entre as mais marginalizadas do mundo. O desmatamento impacta seu entorno e seus meios de subsistência.
- O novo Mecanismo de Doação Dedicada (DGM) torna os povos indígenas e comunidades locais responsáveis pelo design e pelas decisões em projetos que combatam a perda de floresta.
- O primeiro projeto DGM está sendo implementado no Brasil, onde US$ 6,5 milhões foram aprovados para apoiar iniciativas agroflorestais de cultivo de frutas nativas e adaptadas ao Cerrado.
Um programa novo e inovador de doações para o combate ao desmatamento e degradação florestal está possibilitando aos povos indígenas e comunidades locais tomar as rédeas das decisões relativas ao financiamento e concepção de projetos, com o poder de definir prioridades e executar programas de conservação de seus ambientes naturais.
Vários membros de comunidades florestais referem-se à iniciativa como uma plataforma unificadora, possibilitando que suas vozes sejam ouvidas e que as perdas florestais e mudanças climáticas possam ser tratadas de acordo com princípios culturalmente adequados e sustentáveis.
O programa, chamado de Mecanismo de Doação Dedicada (DGM, Dedicated Grant Mechanism), foi aprovado recentemente pela Diretoria Executiva do Banco Mundial e recebe recursos dos Fundos de Investimento para o Clima como iniciativa especial do Programa de Investimento Florestal. O DGM será implementado global e nacionalmente em países que implementam, atualmente, o Programa de Investimento Florestal.
“Esta é a primeira vez que temos um programa como este… sentimos que este programa é verdadeiramente nosso”, disse Mina Setra, da Aliansi Masyarakat Adat Nusantara (AMAN), uma das maiores organizações de Povos Indígenas da Indonésia, que representa a região de Kalimantan no comitê gestor do DGM. “Acho que esta é uma boa oportunidade para nós, Povos Indígenas, exercermos nossas capacidades de gestão de programas e dos recursos financeiros. Esse é o diferencial do mecanismo de doação dedicada”.
Planejado por e para os Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais
As florestas desempenham um importante papel em nosso planeta. Elas ajudam a combater as mudanças climáticas, absorvendo cerca de 15% das emissões de gases de efeito estufa do planeta, e também fornecem serviços econômicos, sociais e ambientais – incluindo a geração de empregos, a provisão de moradia e alimentação e a proteção de bacias hidrográficas. Estima-se que 1,3 bilhão de pessoas – quase 20 por cento da população mundial – dependam das florestas e de produtos florestais para a sua subsistência.
As comunidades dependentes das florestas estão entre as mais vulneráveis do planeta; a maioria vive com menos de 1,25 dólares por dia. O desmatamento deteriora seus arredores e também aumenta a pegada de carbono.
Rachel Kyte, Vice-Presidente do Grupo Banco Mundial e Enviada Especial para Mudanças Climáticas, vê com bons olhos a aprovação deste novo programa pela Diretoria. “Este mecanismo global reconhece plenamente o papel crucial desempenhado pelas comunidades na gestão florestal e é o primeiro mecanismo a garantir que os povos indígenas e as comunidades que dependem da floresta possam criar, implementar e administrar o programa de acordo com as suas próprias prioridades”, disse Kyte.
Concebido por (e para) povos indígenas e comunidades tradicionais, o DGM inclui dois componentes: projetos específicos de cada país e um projeto de aprendizagem e intercâmbio global, que liga todos os projetos nacionais e serve como plataforma global de divulgação.
Até o momento, foram aprovados recursos para o projeto de aprendizagem global(cerca de $5 milhões) e para o Brasil, primeiro entre os países da série, com $6,5 milhões aprovadospara um projeto na região do Cerrado, uma enorme região de vegetação de savana que ocupa mais de 20 por cento do território brasileiro. Esses recursos serão utilizados, em parte, para: ajudar a financiar iniciativas agroflorestais, com base em frutas nativas e adaptadas; cobrir parte dos custos das unidades de processamento de produtos agrícolas e florestais não-madeireiros; e ajudar na produção e comercialização de produtos artesanais.
Quilombolas participam de consultas com a sociedade civil realizadas para o projeto de preservação do Cerrado
Nós entendemos a importância que isso terá para nossos projetos. Não somente para os nossos projetos, mas também para a conservação e para a nossa luta para preservar o Cerrado
Januario Tseredzaro
Os programas dos países, como o do Brasil, também irão fomentar as habilidades de liderança e negociação, para que os povos indígenas e membros de comunidades tradicionais possam participar ativamente de iniciativas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas com base em recursos naturais.
“Este projeto é muito importante no apoio às comunidades indígenas aqui no Cerrado”, disse Deborah Wetzel, Diretora do Banco Mundial para o Brasil. “Este projeto irá dotar as comunidades das condições necessárias para terem acesso a recursos que irão ajudá-las a gerirem os impactos ambientais e sociais de suas atividades.”
Januario Tseredzaro, do povo Xavante, concorda. Ele ressalta que o novo programa de DGM ajudará os Povos Indígenas a combaterem o desmatamento.
“Nós entendemos a importância que isso terá para nossos projetos. Não somente para os nossos projetos, mas também para a conservação e para a nossa luta para preservar o Cerrado”, disse Tseredzaro. “Espero que o sucesso do programa leve à sua implementação também em outros biomas brasileiros.”
Em nível global, o Global Learning and Knowledge Exchange Project (Projeto Global de Aprendizagem e Intercâmbio de Conhecimentos), a ser implementado pela Conservation International USA, ajudará a capacitar representantes de grupos indígenas e comunidades locais para que participem de negociações climáticas e garantam a representatividade de suas opiniões. Os programas dos países ampliarão essa capacitação e também incluirão iniciativas específicas de cada país.
Em breve, outros países apresentarão propostas de projetos sob a égide do DGM. A República Democrática do Congo, Burkina Faso e Peru estão desenvolvendo seus arranjos institucionais para o programa, com início marcado para este ano.
Fonte: Banco Mundial
Publicado no Portal EcoDebate, 10/04/2015
quinta-feira, 9 de abril de 2015
IBAMA disponibiliza biblioteca digital com 130 mil itens
Dica do:
A sede do Ibama, em Brasília, possui uma biblioteca aberta ao público com 130 mil itens entre livros, teses, periódicos, imagens e vídeos. Mas só quem ia à capital federal podia consultá-los fisicamente. Aos poucos, porém, esse material começou a ser digitalizado e incluído na internet, dentro da biblioteca digital do órgão. O objetivo é disponibilizar na rede todo o material devidamente autorizado para que qualquer pessoa no país possa consultá-lo livremente.
Também é objetivo integrar à biblioteca digital do Ibama as bases de bibliotecas de todo o país que fazem parte da Rede Nacional de Informação sobre o Meio Ambiente (Renima). Também há planos para integrar conteúdo de instituições internacionais no futuro.
Para acessar a biblioteca, basta clicar no seguinte link (http://www.ibama.gov.br/sophia/)
Link:
Anvisa suspende comercialização de Saw Palmetto
Criado em 08/04/15
Por Aline Leal - Repórter da Agência Brasil Edição:Fábio Massalli Fonte:Agência Brasil
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu hoje (8) a fabricação, a distribuição, a divulgação e a comercialização do produto Saw Palmetto, que, segundo a agência reguladora, é “supostamente” fabricado pela MM Ribeiro – ME Ltda. A Anvisa também determinou a apreensão e destruição do produto.
O Saw Palmetto não tem registro, notificação ou cadastro no órgão regulador. De acordo com a Anvisa, a medida foi tomada não só para este produto como para qualquer outro fabricado pela mesma empresa, já que ela não tem autorização de funcionamento. A empresa, segundo informações da Anvisa, tem Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) inválido e não tem endereço conhecido.
A resolução com a determinação, que saiu hoje no Diário Oficial da União, só cita nominalmente o produto, mas diz que a suspensão vale para todos os outros da mesma empresa.
A Anvisa ainda determinou a apreensão e inutilização de todas as unidades dos produtos da empresa.
Editor Fábio Massalli
Link:
Parecer da ANVISA sobre saw palmetto
Parecer Técnico Nº 7, de 21 de dezembro de 2010 - (atualizado em 05/07/2011)
Assunto: Uso de Serenoa serrulata em produtos cosméticos Considerando que a RDC 48/2006 “Lista de substâncias que não podem ser utilizadas em produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes" estabelece nos itens 37 e 390 a proibição de uso de substâncias com efeitos androgênicos e antiandrogênios com estrutura esteroidiana, respectivamente (1);
Considerando que a Serenoa serrulata é, também, conhecida como Sabal, Saw Palmeto, Sabal Palmetto, Palmito-Sabal, Sabal-Mexicana e Serenoa repens, dentre outras denominações (2);
Considerando que o componente farmacologicamente ativo de seu extrato corresponde aos compostos esteróides, incluindo o sitosterol (2);
Considerando que não foram encontradas informações na literatura científica pesquisada que garantissem a eficácia e a segurança no uso tópico do extrato de Serenoa serrulata;
Considerando que os efeitos adversos relacionados à ação sistêmica variaram de dor abdominal e de cabeça, diarréia, náusea, fadiga, perda da libido, rinite, acidente vascular cerebral e morte (3);
Considerando que a dermatite aguda do couro cabeludo com generalização secundária para o restante do corpo foi associada ao uso de preparações contendo extratos de Serenoa serrulata para o tratamento da alopecia androgenética (4);
Considerando que o estudo com o extrato de Serenoa repens demonstrou três relevantes atividades biológicas: antiandrogênica, antiproliferativa e antiinflamatória (5);
A CATEC recomenda:
Não permitir o uso do ingrediente Serenoa serrulata em produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes.
A Gerência Geral de Cosméticos adota o presente parecer como referência técnico - científica.
Referências Bibliográficas
1) Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 48, de 16 de março de 2006. Aprova o Regulamento Técnico Listas de Substâncias de Uso Proibido em Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 17 mar. 2006.
2) MURRAY, M.; PIZZORNO, J. Encyclopedia of natural medicine. Seattle: John Bastyr University Publishing, 2º ed., 1994.
3) AGBABIAKA, T. B.; PITTLER, M. H.; WIDER, B.; ERNST, E. Serenoa repens (Saw Palmetto) A Systematic Review of Adverse Events. Drug Safety, v. 32, n.8, p. 637-647, 2009.
4) SINCLAIR, R. D.; MALLARI, R. S.; TATE, B. Sensitization to saw palmetto and minoxidil in separate topical extemporaneous treatments for androgenetic alopecia. Australasian Journal of Dermatology, v.43, n.4, p.311-312, 2002.
5) LEVIN, R. M.; DAS, A. K. A scientific basis for the therapeutic effects of Pygeum africanum and Serenoa repens. Urological Research, v.28, n.3, p.201-209, 2000.
Link do parecer:
quarta-feira, 8 de abril de 2015
Inca recomenda redução do uso de agrotóxicos para prevenir câncer
08/04/2015
Vinícius Lisboa - Repórter da Agência Brasil Edição: Jorge Wamburg
O Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca) manifestou-se hoje (8) contra o modo como os agrotóxicos são utilizados no Brasil e recomendou a redução do uso desses produtos. Em um documento de cinco páginas, o instituto ressaltou os riscos dessas substâncias para a saúde e para a incidência de câncer.
"O modelo de cultivo com o intensivo uso de agrotóxicos gera malefícios, como poluição ambiental e intoxicação de trabalhadores e da população em geral", diz o documento, que, além de apontar as intoxicações causadas imediatamente após a exposição [ao produto], enumera efeitos que aparecem após anos de exposição. "Dentre os efeitos associados à exposição crônica a ingredientes ativos agrotóxicos podem ser citados infertilidade, impotência, abortos, malformações, neurotoxicidade, desregulação hormonal, efeitos sobre o sistema imunológico e câncer."
A recomendação do instituto é que se adote "a redução progressiva e sustentada do uso de agrotóxicos", prevista no Programa Nacional de Redução de do Uso de Agrotóxicos e a produção agroecológica, segundo a Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica.
O documento do Inca explica que a presença de agrotóxicos não se restringe a produtos in natura, como legumes e verduras, existe também em alimentos industrializados com ingredientes como trigo, milho e soja. "A preocupação com agrotóxicos não pode significar a redução do consumo de frutas, legumes e verduras, que são fundamentais em uma alimentação saudável e de grande importância na prevenção do câncer."
O coordenador de Ensino do Inca, Luis Felipe Pinto, disse que o Brasil é o país para o qual a discussão é mais importante, já que é o principal consumidor de agrotóxicos do mundo e tem forte contribuição da agricultura em sua economia. Segundo ele, o Inca não faz isso por "achismo" ou por questão ideológica. "Segue as evidências cientificas, fruto do trabalho de sua equipe e de cientistas no mundo inteiro."
Pinto justifica o alerta afirmando também que a Organização Mundial da Saúde e o Inca prevêem que, em 2020, o câncer se torne a principal causa de morte no Brasil. Para ele, os efeitos do aumento do uso de agrotóxicos nos últimos anos devem se refletir em ainda mais casos da doença em 15 ou 20 anos: "Houve uma explosão de pesticidas. Em dez anos, subiu oito vezes e meia o gasto econômico [com agrotóxicos], o que é um indicador disso."
Para o produtor orgânico Alcimar do Espírito Santo, há grande interesse dos agricultores em mudar sua produção para orgânica, mas hesitações econômicas ainda são um entrave. "Há toda uma cultura da agricultura convencional, em que eles já estão acostumados com seus compradores", disse ele. Alcimar classificou a transição difícil, porque a terra que recebia pesticidas e fertilizantes precisa "descansar" por um tempo para produzir produtos livres dessas substâncias.
O nutricionista do Inca Fábio Gomes destacou que a população que trabalha no campo é a mais afetada pelos agrotóxicos e disse que o consumidor deve incentivar a economia orgânica. "É preciso valorizar os produtos orgânicos. E também interferir e sugerir aos legisladores e tomadores de decisão para que eles valorizem a produção de alimentos livres de agrotóxicos, inclusive encarecendo a produção dos demais itens."
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MMA vai selecionar seis representantes de biomas
06 Abril 2015
Seminário da Sociobiodiversidade
Divulgação
Seminário Nacional da Sociobiodiversidade
A organização do encontro disponibilizará transporte, alimentação e hospedagem aos contemplados
Por Letícia Verdi - Editor: Sérgio Maggio
Entidades representativas de povos e comunidades tradicionais que trabalham com produtos da sociobiodiversidade podem concorrer a vagas para o II Seminário Nacional da Sociobiodiversidade, organizado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), que ocorre nos dias 19 e 20 de maio, no Centro de Convenções Israel Pinheiro, em Brasília,. Serão seis vagas no total, sendo uma para cada um dos seis biomas brasileiros: Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa, Pantanal e Caatinga.
O seminário contará com a participação de representantes da sociedade civil, do setor privado e dos governos federal e estaduais, todos atores ligados à construção da agenda da promoção da sociobiodiversidade em âmbito nacional. O objetivo será debater a proposta do novo instrumento nacional da sociobiodiversidade – Programa Nacional da Sociobiodiversidade (2016/2019) – e levantar subsídios para a sua consolidação. O encontro também será fundamental para a mobilização de novos participantes na Subcomissão Temática da Sociobiodiversidade da Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (CNAPO).
As inscrições para a chamada pública estarão abertas até às 16h do dia 21 de abril e poderão ser feitas pelo email departamentoextrativismo@mma.gov.br. A organização disponibilizará transporte, alimentação e hospedagem aos selecionados.
Os critérios de seleção serão: tempo de existência, diversidade de cadeias de produtos da sociobiodiversidade com que trabalham e impacto de base (número de pessoas representadas). Conheça mais detalhes dos critérios de seleção aqui.
II SEMINÁRIO NACIONAL DA SOCIOBIODIVERSIDADE
Data: 19 e 20 de maio
Inscrições para a chamada pública: departamentoextrativismo@mma.gov.br
Mais informações ou dúvidas: (061) 2028-1589/2028-1045
Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA) – (61) 2028.1173
Documentos:
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Producing rubber from lettuce
Date: April 6, 2015
Source: Washington State University
Summary:
Prickly lettuce, a common weed that has long vexed farmers, has potential as a new cash crop providing raw material for rubber production, according to scientists. These findings open the way for breeding for desired traits and developing a new crop source for rubber in the Pacific Northwest.
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Plants can take up nicotine from contaminated soils and from smoke
Date: April 8, 2015
Source: Springer Science+Business Media
Summary:
Passive smoking isn't only something that people have to cope with, but plants too. This is because some plants are actually able to take up nicotine from cigarette smoke, while others that grow in contaminated soil absorb it via the roots as well. This might explain why high concentrations of nicotine are often found in spices, herbal teas and medicinal plants, despite the fact that this alkaloid is no longer permitted in insecticides.
Peppermint plants. Are plants passive smokers?
Credit: © zigzagmtart / Fotolia
Passive smoking isn't only something that people have to cope with, but plants too. This is because some plants are actually able to take up nicotine from cigarette smoke, while others that grow in contaminated soil absorb it via the roots as well. This might explain why high concentrations of nicotine are often found in spices, herbal teas and medicinal plants, despite the fact that this alkaloid is no longer permitted in insecticides. These findings¹,² by Dirk Selmar and colleagues at the Technical University of Braunschweig, Germany, are published in Springer's journal Agronomy for Sustainable Development.
Previously, nicotine was frequently used as an insecticide until it was banned by the European Union in 2009 because of its toxicity. Surprisingly, a large number of food crops and plant-derived products still contain very high levels of nicotine. Selmar's team wanted to find out whether there are other reasons at play than the possible illegal use of nicotine-containing insecticides.
They used peppermint plants (Mentha x piperita), which contain minimal traces of nicotine, in a series of mulching and fumigation experiments. "Tremendously elevated nicotine levels were detected after fumigation with cigarette smoke," notes Selmar.
Selmar's team is also the first to show that peppermint plants can actually take up high concentrations of nicotine from contaminated soils. This follows the analysis of plants mulched with cigarette tobacco for more than nine days. The resulting nicotine concentrations are several times higher than the maximum residue level set by the European authorities. The research reveals, for the first time, that the reported high levels of this substance may indeed originate from tobacco.
The researchers found a drastic decrease in nicotine concentration as time progressed. This is likely because the nicotine is taken up by the roots of the peppermint plants and processed in their leaves.
"Our results suggest that the widespread occurrence of nicotine in medicinal, spice and food plants may, at least in part, be due to other nicotine sources apart from the illegal use of insecticides," says Selmar.
In addition to the significance for the food industry, these results have a tremendous relevance for basic science: they prove that substances, such as alkaloids, can be transferred from one plant, after its death, to another.. Such "horizontal transfer of natural products" sheds light on the hitherto unexplained success behind farming practices such as crop rotation and the co-cultivation of certain vegetables.
Story Source:
The above story is based on materials provided by Springer Science+Business Media. Note: Materials may be edited for content and length.
Journal Reference:
Dirk Selmar, Ulrich H. Engelhardt, Sophie Hänsel, Claudia Thräne, Melanie Nowak, Maik Kleinwächter. Nicotine uptake by peppermint plants as a possible source of nicotine in plant-derived products. Agronomy for Sustainable Development, 2015; DOI: 10.1007/s13593-015-0298-x
Cite This Page:
Springer Science+Business Media. "Plants can take up nicotine from contaminated soils and from smoke." ScienceDaily. ScienceDaily, 8 April 2015. <www.sciencedaily.com/releases/2015/04/150408090342.htm>.
Comer ovos reduz o risco de diabetes tipo 2, diz estudo
07.04.2015
Estudo descobriu que o consumo de ovo estava associado ao menor risco de diabetes tipo 2 e também a menores níveis de açúcar no sangue. Segundo os pesquisadores, homens que comem aproximadamente quatro ovos por semana têm 37% menos chances de desenvolver o diabetes tipo 2 do que homens que ingeriam um ovo por semana.
Consumir ovos pode reduzir o risco de diabetes tipo 2 de acordo com uma nova pesquisa da University of Eastern Finland. O estudo foi publicado no American Journal of Clinical Nutrition.
Os pesquisadores analisaram os hábitos alimentares de 2332 homens com idades entre 42 e 60 anos. O acompanhamento dos voluntários foi feito durante 19 anos, período no qual 432 homens foram diagnosticados com o diabetes tipo 2.
O estudo descobriu que o consumo de ovo estava associado ao menor risco de diabetes tipo 2 e também a menores níveis de açúcar no sangue. Segundo os pesquisadores, homens que comem aproximadamente quatro ovos por semana têm 37% menos chances de desenvolver o diabetes tipo 2 do que homens que ingeriam um ovo por semana.
Esta associação persistiu mesmo depois de fatores físicos, IMC, consumo de frutas e vegetais e se a pessoas fumava ou não terem sido levados em consideração. O consumo de mais de quatro ovos por semana não mostrou nenhum benefício significativo.
Confira diferentes maneiras saudáveis de preparar o ovo:
Prefira o ovo cozido
“Preparar o alimento cozido elimina as gorduras prejudiciais à saúde presentes no ovo frito”, explica a nutricionista Fabiana Marangoni, do Spa Fazenda Igaratá. Além disso, ele é menos calórico – um ovo frito tem em média 107 calorias, enquanto o cozido tem apenas 75. O ovo cru também não é recomendado, pois é meio de contaminação da bactéria Salmonela.
“Quando submetemos o ovo ao calor, essa bactéria não sobrevive, eliminando o risco”, diz a nutricionista.
Acrescente ovos à salada
Ao acrescentar ovos à salada, enriquecemos o prato com uma fonte de proteínas e ainda tornamos a experiência de comer salada mais saborosa – afinal, é muito comum as pessoas torcerem o nariz para os vegetais. O ovo dá um sabor a mais ao prato.
Use água para fritar
Ao pensar em fritura, logo vem à cabeça óleos e manteiga – que deixam a preparação mais gordurosa e menos saudável. Até mesmo os óleos vegetais, como os de soja, milho, girassol, oliva e linhaça, não são bem-vindos na frigideira. “Quando submetidos a muito calor, esses óleos se transformam em gordura trans, perdendo todos os benefícios que possuem”, explica a nutricionista Fernanda Brunacci.
Mas a nutricionista dá uma alternativa: em vez de usar óleo, manteiga ou margarina para fritar o ovo, use água! “Coloque metade de um dedo de água na frigideira e, quando começar a ferver, quebre o ovo e frite do jeito normal”, conta Fabiana.
Fritando o ovo dessa forma, as calorias dele voltam as 75 iniciais, equivalentes às calorias do ovo cozido.
Acrescente legumes
Nada melhor do que rechear a sua omelete com tomate, cebola, cenoura, abobrinha, chuchu e tantas outras opções de legumes fatiados ou ralados. “Essa é uma ótima forma de deixar a sua omelete mais saudável e rica em nutrientes”, diz a nutricionista Fabiana Marangoni.
Omelete assada
Em vez de fritar a omelete, você pode fazê-la assada, eliminando a gordura do óleo ou da manteiga que seria usada para fritá-la. “A mesma mistura da omelete que seria frita pode ser disposta em uma assadeira untada e enfarinhada, ou então em uma assadeira antiaderente, e colocada no forno para assar”, conta a nutricionista Fabiana Marangoni.
Cuidados com a conservação
Ao comprar os ovos, o ideal é guardá-los sempre fora das embalagens de papelão, dentro da geladeira e, preferencialmente, na prateleira superior, que é a área mais refrigerada. “Dessa forma, não há risco de contaminação”, explica a nutricionista Fabiana Marangoni. Também é importante lavar os ovos apenas no momento em que for usá-los, e não assim que chegar do mercado, pois a limpeza destruirá a camada que os protege contra bactérias, deixando-os mais suscetíveis à contaminação.
Receita campeã
A nutricionista Fabiana Marangoni preparou uma receita de omelete deliciosa, cheia de nutrientes e que cabe na dieta – são só 110 kcal por porção, sendo que a receita rende duas porções. Confira:
Ingredientes
2 ovos 1 fatia fina de queijo minas light
½ unidade de tomate não muito maduro
Orégano a gosto
1 colher (chá) de óleo de canola
Modo de preparo
Pique o queijo e o tomate em cubos pequenos e reserve. Bata os ovos juntamente com o orégano e, depois de batido, acrescente o queijo e o tomate. Numa frigideira para panqueca anti-aderente, coloque o óleo de canola e espalhe com uma espátula. Adicione a mistura da omelete e aguarde em fogo baixo até cozinhar. Vire a omelete e deixe dourar. Servir em seguida.
Matéria publicada pelo site Minha Vida
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