sábado, 26 de outubro de 2013

A menopausa pela Medicina Chinesa


Na perspectiva chinesa, os sintomas da menopausa são consequentes do declínio do Jing QI em seu aspecto Yin ou Yang, contudo, mesmo com esse desequilíbrio simples podem acontecer muitos padrões variados. Preciso ressaltar que somente estou me referindo à menopausa “normal”, que ocorre por volta dos 50 anos e não da menopausa precoce, que ocorre aos 30. Enquanto a menopausa “normal” é decorrente do declínio fisiológico do Tian Gui, a prematura é patológica.

Uma vez que os sintomas da menopausa (especialmente a secura vaginal, ondas de calor e sudorese) são consequência da queda na produção do estrógeno, pelo ponto de vista da MTC eles são consequência da diminuição do Tian Gui. O Tian Gui é discutido logo no primeiro capítulo do Su Wen que diz que nas meninas, ele chega aos 14 anos (7x2) e vai embora aos 49 (7x7): “ Aos 14 anos o Tian Gui chega, o Ren Mai começa a fluir, o Chong Mai se desenvolve, o período vem regularmente e ela pode conceber... Aos 49 anos, o Ren Mai se esvazia, o Chong Mai se esgota e o Tian Gui seca, a passagem da Terra (útero) não está aberto, então a fraqueza e a infertilidade se alojam”.

Embora eu mesmo acredite que devemos ser muito cautelosos ao fazer comparações diretas entre a medicina Chinesa e a ocidental, neste caso posso dizer com certeza que o “ Tian Gui” é uma expressão da atividade do ovário e do estrógeno, que determinam a puberdade e a menopausa. Uma vez que o Tian Gui se origina do Jing Qi, quando a menopausa acontece, então o Jing Qi tem também um declínio fisiológico.

E, por último, gostaria de salientar que a menopausa não é uma patologia: é o declínio fisiológico e natural do Jing Qi. Embora muitas mulheres cheguem a menopausa de maneira assintomática. Claro que a menopausa pode se tornar uma patologia caso a mulher já sofra de deficiência do Rim ou de outros padrões que piorem com a menopausa.

Sintomas patológicos da menopausa

Sempre escuto que os sintomas da menopausa, como as ondas de calor se devem a deficiência do Yin do Rim, mas não é verdade! Metade das mulheres que atendi no periodo da menopausa tem a língua pálida e sofrem de deficiência de yang de Rim. Isso ocorre porque com o declínio do Jing Qi pode ocorrer deficiência de Yin ou de Yang, então muitas das ervas que nutrem o jing Qi podem ser categorizadas como tônicas para o Yang do Rim (por exemplo: Ba Gu Zhi, Yi Zhi Ren, Suo Yang, Jiu Zi, Sha Yuan Ji Li).

Minha experiência com essas mulheres mostra que, geralmente, existem as duas coisas: deficiência de Yin e de Yang do Rim, ainda que exista uma predominância de uma delas (por exemplo, nunca é uma deficiência de 50% de yin e 50% de Yang).

1) Deficiência simultânea do Yin e do Yang do Rim

Ondas de calor são fáceis de explicar quando existe deficiência do Yin do Rim, como Calor vazio subindo por causa dessa deficiência, mas como explicá-las quando a deficiência é do Yang? Como citei acima, durante a menopausa existe uma deficiência simultânea do yin e do Yang do Rim. Contudo, quando a do yang é predominante, a língua fica pálida e a mulher tem muitos sintomas do Frio, como a sensação de frio, pés ou costas frias, urina clara, etc. Mas, uma vez que exista deficiência também do Yin do Rim, acontecerá uma subida de Calor Vazio que causará ondas de calor. A figura 1 ilustra esse conceito. Como pode se observar, tanto o Yin quanto o Yang do Rim estão deficientes nos dois casos (ainda que em diferentes proporções), então a mulher que supostamente está com deficiência do Yin pode também sentir os pés frio e aquela com deficiência de Yang sentirá ondas de calor.
2) Fogo Ministerial

Existem outros aspectos da patologia menopausa que também explicam as ondas de calor na deficiência de Yang do Rim. Um aspecto é o Fogo Ministerial, que é o fogo fisiológico do Rim e tem um papel importante no suporte da atividade fisiológica de todos os órgãos. O Fogo Ministerial é um fogo sem “forma” mas com características especiais, como por exemplo de não secar a água, de fato, ele nutre a água. Quando há uma deficiência do Fogo Ministerial, há também uma deficiência do Yang do Rim e, como ele também pode nutrir a água, haverá então uma deficiência secundária do Yin do Rim.

3) Desarranjo do Qi

Existe um outro aspecto da menopausa que não tem ligação com o Yin nem com o Yang, mas com o Qi. Com o surgimento da menopausa e o declínio do Jing-Qi, vem também uma fraqueza do Ren Mai e do Chong Mai no aquecedor inferior e uma instabilidade do Qi, também neste aquecedor. Portanto, o Qi facilmente é desarranjado e, por causa da instabilidade do aquecedor inferior, ele é jogado para cima contribuindo na geração da ondas de calor. Então, a explicação das ondas de calor não está apenas no aspecto Calor, mas também no desarranjo do Qi. Portanto, além de aliviar o Calor, deve-se tratar as ondas estabilizando o Qi do Ren e do Chong Mai no Aquecedor Inferior e controla-lo na parte superior do corpo.

4) Ressecamento Vaginal

Até agora nos concentramos nas ondas de calor, mas o ressecamento vaginal também é importante e incomoda. A patologia da vagina seca está mais ligada ao Jing Qi do que as ondas de calor. Para a secura, obviamente nutrir o Yin e também lembrar que ela ocorre pela deficiência do Yang, pelos motivos já explicados anteriormente. O que significa que num tratamento de vagina ressecada numa mulher com deficiência de Yang do Rim com fitoterapia, definitivamente devemos mudar a formula acrescentando ervas como Sheng di Huang Radix Rehmanniae e Nu Zhen Fructus Ligustri lucidi.

4) Padrão Completo

Para concluir, a menopausa não ocorre de maneira isolada e toda a mulher, por volta de 55 anos, tem doenças pré-existentes que serão agravadas na menopausa. É importante entender que essas patologias serão agravadas pela menopausa, mas não são sintomas da menopausa. O único sintoma diretamente ligado a menopausa é o declínio do Tian Gui e a deficiência de Rim. Então, em consequência desta deficiência de Rim, teremos outros padrões, como:

Fleuma
Estagnação de Qi
Estase sanguínea
Aumento do Yang do Fígado
Rebelião do Qi do Chong Mai

Todos esses padrões contribuem com o desenvolvimento e o agravamento dos sintomas da menopausa, e devem ser tratados de maneira complementar a tonificação do Jing Qi.

ETIOLOGIA DOS PROBLEMAS DA MENOPAUSA

Como etiologia se refere a doença, discutir etiologia dos problemas da menopausa pode parecer contraditório, pois eu disse que menopausa não é doença anteriormente. No entanto, os fatos discutidos a seguir definitivamente agravam os sintomas da menopausa.

1) Estresse Emocional

O estresse emocional é um agravante importantíssimo nos sintomas da menopausa, que se acumula ano após ano até que a menopausa se inicie.

Ansiedade, medo ou culpa enfraquecem o Rim e levam a uma deficiência de Yin, especialmente se essas emoções vierem junto com excesso de trabalho, como geralmente é o caso. A longo prazo, o yin do Ri falhará ao nutrir o yin do Coração, que contribuirá para a deficiência de yin do próprio Coração e ao calor vazio, que agravará as ondas de calor.

Preocupação, raiva e medo podem ocasionar a subida do Yang do Fígado, que piora as ondas de calor.

2) Excesso de trabalho

No meu dia a dia vejo que o excesso de trabalho, no sentido de trabalhar muitas horas por dia sem o devido descanso, combinado com dieta inapropriada e preocupação, é a causa mais importante e frequente da deficiência do yin do Rim nas mulheres ocidentais. Em caso de uma pré-existência de deficiência do yin do Rim, serão mais graves o ressecamento vaginal e as ondas de calor.

3) Tabagismo

O cigarro não agride somente os pulmões, mas também aos rins. Ele seca o Jing e o sangue e, portanto, leva a deficiência do yin do Rim, que pode agravar os sintomas da menopausa.

O tabaco tem uma história interessante na sociedade e medicina chinesa. Quando ele foi introduzido na China (1575), os médicos até fizeram testes para ver se ele poderia ser utilizado como tratamento fitoterápico O Zhen Nan Ben Cao (dinastia Ming) concluiu que o tabaco é picante no sabor, quente e tóxico, sem efeitos medicinais.

Cu Si Shan (dinastia Qing) chegou à conclusão mais interessante: “o tabaco é picante e ressecador, queima o Jing (do Rim) e os fluidos, agride a garganta, estômago e pulmões.... quando entra no Coração causa confusão mental como se a pessoa estivesse embriagada. Transforma a saburra em amarelo escura ou preta. Tira o sabor de comidas e bebidas, e pra isso não tem tratamento médico.” A parte mais importante desta declaração se refere a queima do Jing pelo tabaco, o que agrava a deficiência do Jing e agrava os sintomas da menopausa.

4) Dieta inadequada

Comer de forma irregular e comer muitos derivados do leite e frituras acarreta a formação do fleuma. Fato que agrava os sintomas da menopausa.

5) Chá/Café e álcool

Chá, cafe e álcool são de natureza yang e agravam os sintomas da menopausa e as ondas de calor.

Baseado nos fatores etiológicos acima, eu alerto as mulheres jovens sobre a menopausa, Se eu vejo uma mulher de mais ou menos 35 anos, que está trabalhando demais, usando muitos derivados do leite na alimentação, bebendo em demasia e fumando, digo a ela que agora é o momento de fazer algo pela menopausa, e faço as seguintes recomendações.

Não trabalhe excessivamente
Faça exercícios moderados
Não fume
Beba moderadamente
Evite estresse emocional (fácil falar hein!)
Consumir café e chá com moderação
Não comer produtos com lactose

Tratamento da menopausa

1) Acupuntura

O tratamento deve se basear na tonificação do Rim e no fortalecimento do Ren e do Chong Mai. Quando trato os problemas relacionados à menopausa, quase sempre trato o Ren Mai e sempre uso esses três pontos P7 (na direita), R6 (na esquerda) e para abrir o Ren Mai o Ren 4 Guanyuan.

Posso também, acrescentar o R3 Taixi e BP6 Sanyinjao. Em caso de deficiência de Yang do Rim, eu usaria os mesmos pontos e mais o B 23 Shenshu.

Posso complementar a tonificação do Rim, eu utilizo pontos para dominar o Qi e limpar o calor-vazio. Faço isso com: IG 4 Hegu, CS 7 Daling e C 6 Yinxi. Em caso de forte estresse emocional e ansiedade, acrescento VG 24 Shenting e VC 15 Jiuwei.

No caso de Qi rebelado no Chong Mai, uso o Chong Mai e não o Ren Mai, com esses pontos: BP 4 Gongsun (direita) CS 6 Neiguan (esquerda), mais IG 4 Hegu na direita e F 3 Taichong (esquerda), R 13 Qixue (bilateral) e VC 4 Guanyuan.

2) Fitoterapia

Agora vou discutir o tratamento dos padrões principais envolvidos na menopausa.

a) DEFICIÊNCIA DO YIN E DO YANG DO RIM COM PREDOMINÂNCIA DA DEFICIÊNCIA DE YIN

Manifestações clínicas

Tonturas, zumbidos, memória fraca, dificuldades na audição, sudorese noturna, boca e garganta seca a noite, lombalgia, dor nos ossos, cansaço, depressão, ansiedade leve, pés frios, urina clara e excessiva.

Língua: coloração normal com saburra branca solta. A língua será vermelha caso haja calor-vazio.

Pulso: flutuante-vazio ou fraco nas posições do Rim.

Acupuntura

VC 4 Guanuan, R 3 Taixi, R 10 Yingu, R 9 Zhubin, BP 6 Sanyinjiao, VC 7 Yinjiao, P 7 Lieque e R 6 Zhaoai em conjunto (pontos de abertura do Ren Mai).

Fitoterapia:

Zuo Gui Wan – restaurador do rim esquerdo – em pílulas, mais Ba Ji tian, Radix monridae officinalis.

Medicamento da Women's Tresure*

Ease the Journey-Yin e Ease de journey- Yang

explicação:

Ease the journey (facilitando a jornada) – yin é uma variação do Zuo Gui Wan – restaurando o Rim esquerdo – acrescentado de ervas para parar o suor e as ondas de calor. Já o Ease de Journey-yang é uma variante do You gui Wan – restaurando o Rim direito – com acréscímo de ervas para limpar o calor e parar as ondas de calor.

Quando for predominante a deficiência do Yin do Rim, uso de 3 a 4 comprimidos do Ease the Journey-yin à noite e 1 ou 2 comprimidos de Ease de Journey-yang de manhã, e o contrário em caso de deficiência de yang. O ideal seria que que os comprimidos da manhã fossem tomados com água morna e ligeiramente salgada. A dosagem acima é um parâmetro, mas que pode ser aumentado ou diminuído.

b) DEFICIÊNCIA DE YIN E YANG COM PREDOMINÂNCIA DE DEFICIÊNCIA DE YANG.

Manifestações Clínicas:

Lombalgia, joelhos frios, sensação de frio nas costas, sensação de frio generalizada mas, ocasionalmente, calor no rosto, ondas de calor, sudorese noturna, pernas fracas, compleição pálida, joelhos fracos, pouca libido, cansaço, urina clara e abundante ou urina clara e pouca, aumento da micção a noite, edema nas pernas, fezes pastosas e depressão.

Língua: embranquecida.

Pulso: fraco e profundo.

Acupuntura

B 23 Shenshu, P 7 Lieque e R 6 Zhaohai (Ren Mai), VC 4 Guanyuan, VC 6 Qihai, R 3 Taixi, R 7 Fukiu, B 23 Shenshu, B 52 Zhishi. Moxa é indicada quando a deficiencia de yang for grave.

Fitoterapia

You Gui Wan – restaurador do Rim direito – comprimido, mais Sheng Di Huang – Radix Rehmanniae glutinosae e Tian Men Don – Tuber asparagi cochinchinensis.

Medicamento da Women's Treasure*

Ease the Journey - Yang

Explicação

O Ease the Journey – Yang é uma variação do Zuo Gui Wan – restaurador do Rim direito – comprimidos com a complementação de ervas que limpam o calor e tratam as ondas de calor, e algumas que nutram o yin do Rim.

c) DEFICIÊNCIA DO YIN DO RIM E DO FÍGADO COM AUMENTO DO YANG DO FÍGADO

Manifestações clínicas:

Irritabilidade, cefaleia, tontura, zumbidos, visão embaçada, olhos secos, pele seca, ondas de calor, dores articulares, sudorese noturna, dores nas costas.

Língua: Vermelha sem saburra e, provavelmente, com as laterais mais vermelhas que o restante.

Pulso: flutuante-vazio, duro na posição do meio esquerda.

Princípio do tratamento

Nutrir o yin do Rim e do Fígado e dominar o yang do Fígado, acalmar a mente e regular o Hun.

Acupuntura

P 7 Lique e R 6 Zhaohai (Ren Mai), R 3 Taixi, F 8 Ququan, BP 6 Sanynjiao, VC 4 Guanyuan, F 3 Taichong, VG 24 Shenting, VB 13 Benshen, VB 20 Fengchi, P 7 Daling. O R3, F 8. BP 6 e VC 4 devem ser tonificados e os outros pontos, sedados.

Fitoterapia

KUN BAO TAN – Decocção de “Tesouro feminino”

Medicamento da Women's Treasure

FEMALE TREASURE

Explicação

Esse medicamento é uma variação da fórmula Kung Bao Tang, que nutre o yin do Fígado e do Rim e domina o yang do Fígado. Pela língua, a indicação deste medicamento é quando ela esta vermelha com as laterais mais avermelhadas ainda e sem saburra.

d) DEFICIENCIA DO YIN DO RIM E DO CORAÇÃO COM CALOR-VAZIO NO CORAÇÃO

Manifestações clínicas:

ondas de calor, palpitações, insonia, sudorese noturna, visão embaçada, tonturas, zumbidos, ansiedade, agitação mental, dor nas costas, calor no rosto, sensação de calor ao anoitecer, boca e garganta seca, memória ruim e fezes secas.

Língua: vermelha, com a ponta mais vermelha e sem saburra.

Pulso: rápido-fino ou flutuante-vazio ou Fundo e fraco nas posições posteriores e transbordante nas posições anteriores.

Princípio do Tratamento

Nutrir o yin do Rim, acalmar a mente e limpar o calor vazio.

Acupuntura

P 7 Lique (direta) e R 6 Zhaohai (esquerda), R 3 Taixi, VC 4 Guanyuan, BP 6 Sanynjiao, R 13 Qixue, C 6 Yinxi, R 7 Fuliu, C 8, Shaofu, CS 7 Daling, VC 15 Kiuwei, VG 24 Shenting. Os pontos C 6, C 8, e CS 7 devem ser sedados ou harmonizados e todos os outros pontos tonificados.

Fitoterapia

TIAN WANG BU XIN DAN – Imperador divino tonificando o Coração – comprimido.

Medicamento da Women's Treasure*

Heavenly Empress (Imperatriz divina)

Explicação

Esse medicamento é uma variação do Tian Wang Bu Xin Dan, que nutre o yin do Rim e do Coração, limpa o calor do Coração e acalma a mente. Pela língua, este medicamento é indicado quando ela está vermelha, com a ponta mais avermelhada ainda e sem saburra.

COMBINANDO O EASE THE JOURNEY – YIN COM O EASE THE JOURNEY – YANG

Em situações complicadas de deficiência do yin e do Yang do Rim com sintomas confusos de calor e frio, funciona bem combinar o Ease the journey yin e o yang. Geralmente eu uso os dois juntos somente na deficiência do Yang, por exemplo quando esta deficiência é primária mas os sintomas de calor-vazio são muito pronunciados. Neste caso, sigo o protocolo:
Ease the Journey-yang: 3 a 4 comprimidos pela manhã.
Ease the Journey-ying: 1 a 2 comprimidos à noite.

PROGNÓSTICO E PREVENÇÃO

A medicina chinesa pode ajudar as mulheres a minimizar os problemas de transição da idade reprodutiva para a não-reprodutiva. O tratamento com ervas é mais eficiente do que a acupuntura pois as ervas são melhores para nutrir o Jing. A acupuntura é extremamente eficiente para controlar os sintomas da menopausa, mas deveria ser feita regularmente, portanto o tratamento fitoterápico seria mais “em conta” para a paciente.

De um modo geral, quando os problemas da menopausa acontecem junto com uma deficiência do yin do Rim, o tratamento será mais difícil e podemos dizer que quanto mais vermelha for a língua e quanto menos saburra ela tiver, mais difícil será o tratamento. A língua indica que o pior prognóstico se dá quando ela esta totalmente vermelho escuro, sem saburra, com rachaduras e seca.

Como já foi falado, a gravidade dos sintomas da menopausa depende de condições pré-existentes no Rim e, também, da dieta e dos hábitos de vida da mulher ao longo de sua vida.

Portanto, é importante que a paciente compreenda isso e seja paciente, a medicina chinesa pode ajudar neste período de transição, mas de maneira lenta e gradual. Tem se tornado cada vez mais difícil convencer as pacientes disso uma vez que oferecem a elas “resultados rápidos” com terapias de reposição hormonal.

Devemos falar sobre a integração da Medicina Chinesa com a reposição hormonal. Essa integração é possível. Em minha experiência tenho visto que não há problemas em usar fitoterapia junto com a reposição hormonal, pois elas agem em níveis diferentes. A reposição hormonal age “enganando” o hipotálamo, fingindo que os ovários ainda estão funcionais e isso estimula a pituitária a parar de produzir o hormônio FSH. Já as ervas chinesas agem nutrindo o Jing Qi para minimizar os efeitos da transição na menopausa. Contudo, só faz sentido combinar as duas terapias a curto prazo. Mas, independente da situação, as mulheres na menopausa nos procuram porque não querem a reposição hormonal ou porque querem para-la.

Para concluir, outra pergunta natural seria: por quanto tempo as ervas chinesas devem ser tomadas pelas pacientes? Em minha experiência clínica, vejo que elas podem ser tomadas por muitos anos sem efeitos colaterais. Contudo, quando um paciente precisa fazer uso de um fitoterápico por muito tempo, geralmente peço para ele ficar um mês sem usá-lo a cada 6 ou 9 meses de uso contínuo.

* Women's Treasure: é a linha fitoterápica chinesa do próprio Giovanni Maciocia e ainda não está disponível no Brasil.


Link:
http://acupunturaeterapiasnaturais.blogspot.com.br/2013/10/menopausa.html

A história das ervas

Do blog: http://templodeluxor.blogspot.com.br
As ervas têm sido usadas para curar o corpo desde os tempos pré-históricos, e o estudo das ervas medicinais data de mais de cinco mil anos, na época dos antigos sumerianos.

Os remédios de ervas são um sustentáculo na me­dicina tradicional chinesa, e o livro de ervas mais antigo de que se tem conhecimento é o chinês Pen-teüo, escrito pelo imperador Shen-nung (3737-2697 a.C.). Estão re­gistrados nesse livro mais de 300 preparados com ervas medicinais.

Os antigos egípcios também usaram remédios de er­vas, e, de acordo com um registro antigo chamado Papiro Ebers, houve perto de 2.000 doutores em ervas praticando sua arte no Egipto por volta do ano 2.000 a.C.

Foram encontrados livros sobre ervas dos antigos gregos, que estudaram suas qualidades medicinais e re­gistraram muitas observações. Segundo o filósofo grego, botânico e autor Teofrasto, mais de 300 ervas medicinais cresciam no jardim de Aristóteles.

No primeiro século da era cristã, o primeiro tratado europeu sobre as propriedades e uso medicinal das ervas foi compilado por Dioscórides, médico grego.

A cura pelas ervas foi rito importante em várias religiões pré-cristãs. Referências que se repetem apare­cem até nos Antigo e Novo Testamentos da Bíblia, inde­pendente do fato de a igreja cristã primitiva ter preferido a cura pela fé à prática formal da medicina, a qual tentou proibir.

As tribos indígenas da América do Norte utilizavam ervas tanto para curar como para a prática da magia e descobriram utilidade para quase todas as plantas nativas. Seu conhecimento inestimável de inúmeros medicamentos botânicos foi passado para os colonizadores brancos europeus nos Estados Unidos e no Canadá.

No ano de 1526, o anônimo Grete Herball foi o primei­ro livro sobre ervas publicado em língua inglesa. Em 1597, surgiu um dos mais famosos livros dessa era. Foi chamado de Gerardes Herball e era um trabalho de John Gerard, cirurgião e farmacêutico inglês do rei James I. Em 1640, surgiu o livro Theatrum Botanicum, de John Parkinson, seguido de outro, sobre as influências astrológicas nas ervas, de Nicholas Culpepper.

À medida que a química e outras ciências médicas rapidamente se desenvolveram, nos séculos 18 e 19, a medicina das ervas perdeu popularidade nos Estados Uni­dos e na Europa, cedendo lugar às drogas químicas activas e à prática da quimioterapia.

Atualmente, nos Estados Unidos, testemunha-se o ressurgimento do interesse popular pelas ervas e pelos produtos derivados, e algumas pessoas (os seguidores da Nova Era e os que se voltam para a natureza) estão começando a se afastar dos medicamentos artificialmente preparados da sociedade moderna para buscar os métodos mais naturais e antigos da cura.

As ervas são naturais. Muitas podem ajudar a prevenir e a curar doenças. E, para muitas doenças, a cura da Mãe Natureza pode ser muito melhor do que as pílulas sintéticas de sabor desagradável produzidas pelo homem e que proporcionam alívio temporário dos sintomas, mas não erradicam a causa da doença.

Data: 15.10.2013

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Uso de tabaco aumenta entre idosos no mundo

Uma pesquisa baseada em revisão de literatura concluiu que a prevalência de tabagismo entre idosos foi de 13% em ambos os sexos. A maior taxa foi encontrada entre idosos do sexo masculino que vivem em países de renda mais alta. O trabalho reuniu pesquisadores de diversas instituições, entre eles Evandro Coutinho, da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz). O objetivo foi combinar os resultados de pesquisas identificadas sobre a prevalência do tabagismo entre idosos, para estimar sua prevalência e possíveis fatores relacionados a esse comportamento. Foram usadas as bases de dados eletrônicas Medline, Lilacs e Biological Abstracts, além de jornais especializados.

O trabalho, publicado na edição de dezembro de 2010 da revista Cadernos de Saúde Pública, da Ensp/Fiocruz, mostra que o uso do tabaco é responsável por quase 10 mil mortes por dia e cerca de 4,9 milhões de mortes por ano em todo o globo. O tabagismo tem sido associado a diversas doenças, como isquêmicas do coração e respiratórias, acidentes vasculares cerebrais, câncer de pulmão e do trato digestivo, entre outros. Além de Evandro Coutinho, participaram da pesquisa Valeska Marinho e Jerson Laks, do Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e Sergio Luís Blayd, do Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Todas as pesquisas analisadas foram publicadas entre 1992 e 2004, sem restrições de linguagem. Os pesquisadores buscaram identificar documentos que apresentassem pessoas que fizessem uso do tabaco diariamente ou não, independe da quantidade de fumo. Os dados coletados abrangeram todos os continentes em ambos os hemisférios (Norte e Sul). Ao todo, foram incluídos 140.058 idosos nas pesquisas relatadas. A taxa de prevalência do tabagismo (13%), em ambos os sexos, acabou sendo maior em homens (22%) do que em mulheres (8%). "As diferenças de gênero no uso do tabaco são bem conhecidas entre os adultos, apesar de coortes recentes terem demonstrado maior utilização em mulheres jovens. Essas estimativas implicam que, no futuro, o uso de tabaco pode aumentar entre mulheres idosas, reproduzindo a tendência observada nos grupos jovens", afirmam os pesquisadores.

Para o grupo, o estudo mostra que o uso do tabaco entre idosos é um problema de saúde potencialmente evitável e extremamente importante para a sociedade. Entretanto, poucos estudos epidemiológicos avaliaram as taxas de consumo de tabaco entre idosos até o momento. São necessárias novas pesquisas com essa população, visando identificar melhor seus problemas de saúde, além de uma análise mais profunda sobre seus fatores culturais e socioeconômicos. "Em resumo, nesse estudo é possível concluir que existe um aumento das taxas de prevalência do uso de tabaco no sexo masculino, embora seja possível também verificar a tendência de crescimento do consumo de tabaco entre mulheres idosas, conforme observado entre os mais jovens", encerram.

Link:

Deixando de Fumar sem Mistério - textos do site portal.saude.gov.br

Do: http://portal.saude.gov.br/


Aos Coordenadores Municipais e Estaduais de Controle do Tabagismo

Para facilitar o processo referente ao tratamento do tabagismo na rede SUS, disponibilizamos a cópia em pdf do Manual do Participante "Deixando de Fumar sem Mistério", para baixar ou imprimir.

É importante que os instrumentos de avaliação e de cálculo dos insumos do tratamento do tabagismo – conhecidos como planilha de atendimento, planilha de manual e planilha de medicamento - continuem sendo enviados à Coordenação Municipal, Estadual e posteriormente ao INCA, nos períodos definidos no Plano de Implantação da Abordagem e Tratamento do Tabagismo na Rede SUS


Manual do Participante - livretos


É permitida a reprodução, parcial ou total, destas obras, desde que citada a fonte

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Modelo classifica vinhos de acordo com funcionalidade

Júlio Bernardes - jubern@usp.br Publicado em 13/setembro/2013

O benefício que os vinhos podem proporcionar à saúde serviu de base para uma classificação de funcionalidade realizada em pesquisa da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP. Os estudos realizados no Laboratório de Desenvolvimento de Alimentos Funcionais (Ladaf) da FCF envolveram 666 vinhos produzidos no Brasil, Argentina, Uruguai e Chile e mediram parâmetros como a capacidade antioxidante. O modelo matemático desenvolvido para fazer a classificação poderá ser usado no futuro para a criação de um “selo de qualidade” para vinhos.
Análise da funcionalidade envolveu 666 vinhos tintos produzidos na América do Sul

A professora Inar Castro, que coordenou a pesquisa, afirma que o objetivo do trabalho foi classificar vinhos tintos jovens sul-americanos de acordo com a funcionalidade e avaliar se a safra influiria nessa classificação. “Funcionalidade representa a capacidade do vinho em proporcionar benefícios à saúde, medida por meio de diferentes parâmetros”, conta. “Em termos gerais, buscou-se desenvolver uma ferramenta que mostrasse ao consumidor quais seriam suas melhores opções, se ele estivesse buscando exclusivamente benefícios à saúde através do consumo diário e moderado de vinho tinto”.

Os parâmetros analisados pelos pesquisadores para classificar os vinhos foram a capacidade antioxidante, teor de compostos fenólicos, cor, e a composição individual das antocianininas, que são compostos fenólicos (flavonóides) responsáveis pela cor violeta ou rubi dos vinhos tintos e também associados com sua funcionalidade. Foram avaliados 666 vinhos monovarietais produzidos com uvas Cabernet Sauvignon, Malbec, Carmenére, Tannat, Merlot e Syrah provenientes do Chile, Argentina, Brasil e Uruguai das safras 2009 e 2010, com preços até 50 dólares por garrafa.

Safra e funcionalidade

Os resultados mostraram que foi possível classificar os vinhos como “baixa, média e alta funcionalidade”, e que essa classificação não foi alterada pela safra. “Também observou-se que entre os vinhos estudos na amostragem, os que apresentaram maior funcionalidade foram os Malbec e Tannat Argentinos com preço acima de 15 dólares”, relata Inar. “Em geral, a atividade antioxidante eleva-se nos vinhos com preço aproximado de até 30 a 40 dólares por garrafa. Acima desse valor não há mais acréscimo dessa propriedade.”
Classificação poderá permitir a criação de um "selo de qualidade" para vinhos

A pesquisa desenvolveu um modelo matemático capaz de classificar os vinhos de acordo com a funcionalidade. “Essa classificação poderia ser futuramente convertida por exemplo num selo apresentado no rótulo do vinho, permitindo que o consumidor possa utilizar essa importante informação no momento da sua escolha”, disse a professora da FCF.

Segundo Inar, a princípio, os resultados da pesquisa teriam maior impacto na comercialização dos vinhos. “Vinhos com maior funcionalidade podem ser diferenciados daqueles com funcionalidade mais baixa”, afirma. “Essa qualidade nos vinhos não tem sido explorada por falta de informação.”

Também participaram do trabalho a pós-doutoranda Laura Garcia e a professora Lucia Barroso, do Instituto de Matemática e Estatística (IME) da USP. Até o final do mês, o trabalho estará disponível online no Australian Journal of Grape and Wine Research, considerada como a publicação de maior impacto na ciência de vinhos. O projeto recebeu apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Fotos: Marcos Santos / USP Imagens

Mais informações: email inar@usp.br, com a professora Inar Castro

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Macroalgas brasileiras apresentam potencial biotecnológico

Júlio Bernardes - jubern@usp.br Publicado em 24/outubro/2013


O potencial biotecnológico de 25 espécies de macroalgas coletadas na costa brasileira é mostrado em pesquisa do Instituto de Química (IQ) da USP. No estudo da bioquímica Aline Paternostro Martins foram identificadas as espécies com maior potencial para a produção de biodiesel (inclusive desenvolvendo formas de cultivo), suplementos alimentares e com atividade biológica. A pesquisa foi orientada pelo professor Pio Colepicolo Neto, do IQ.


Macroalga Dictyota menstrualis apresenta maior potencial para obtenção de óleo

Foram estudadas 14 espécies de macroalgas pertencentes à divisão Rhodophyta, 4 espécies pertencentes à divisão Chlorophyta e 7 espécies pertencentes à divisão Heterokontophyta. As amostras utilizadas na pesquisa foram coletadas em Ubatuba (litoral norte de São Paulo) e Natal (Rio Grande do Norte), porém as espécies analisadas no estudo podem ser encontradas em toda a extensão do litoral brasileiro. “Na pesquisa, foi selecionada uma espécie dentre as várias com maior potencial para a produção de biodiesel e estabelecido o seu cultivo em laboratório”, diz Aline. “A engenharia bioquímica, por meio da manipulação de alguns fatores abióticos durante o seu cultivo, foi utilizada para aumentar a taxa fotossintética do organismo e desviar o seu metabolismo para a biossíntese de lipídeos, promovendo o aumento da produção de óleo”.

De acordo com a bioquímica, ao estudar uma macroalga para avaliar o seu potencial como fonte de biodiesel, além da quantidade e qualidade dos ácidos graxos, é interessante que outras características sejam observadas. “Entre elas, estão a fotossíntese e crescimento, pois além de ter alto teor de lipídeos e um perfil adequado de ácidos graxos, o organismo deve apresentar um bom desenvolvimento e crescimento”, conta. “Também é preciso avaliar o conteúdo de proteínas, pigmentos e carboidratos, uma vez que a biomassa restante pode ser utilizada para a síntese de co-produtos, como alimentos, rações, fertilizantes, pigmentos, entre outros, agregando valor econômico à espécie”.

Com o conhecimento da composição bioquímica das macroalgas, espécies que não possuírem um perfil bom para o biodiesel, podem ser aproveitadas para outras finalidades como, por exemplo, para a alimentação rica em nutracêuticos, que são alimentos, ou parte de alimentos, que proporcionam benefícios à saúde, como a prevenção e tratamento de doenças, destacando-se, nesse caso, os ácidos graxos da família do omega-3.

Óleo

A diversidade bioquímica existente nas macroalgas marinhas abre uma gama de possibilidades para a sua utilização para diferentes finalidades. “As espécies Spatoglossum schroederi e Dictyota menstrualis apresentaram os maiores valores de ácidos graxos totais, saturados, monoinsaturados e poliinsaturados, destacando-se pelo alto conteúdo de ácidos graxos poliinsaturados e omega-3 e pelo alto conteúdo de ácidos graxos monoinsaturados, respectivamente”, diz a bioquímica. “Esse resultado evidencia uma possível utilização de S. schroederi como nutracêutico e de D. menstrualis como fonte de biodiesel”.

Após a escolha da espécie com potencial para a produção de biodiesel, estabeleceu-se o seu cultivo em laboratório e posteriormente avaliou-se os efeitos do aumento do CO2, em condições de saturação e limitação de nitrogênio. “O cultivo foi realizado em biorreatores, avaliando-se principalmente o crescimento, a fotossíntese e sua composição bioquímica, a fim de encontrar condições de cultivo nas quais a macroalga apresente alta taxa de crescimento e de fotossíntese e aumente a biossíntese de lipídeos e ácidos graxos”, afirma Aline. “Além disso, o perfil de ácidos graxos também pode variar em função das condições de cultivo”.

A Dictyota menstrualis foi a espécie que apresentou as melhores características para ser utilizada como fonte para produção de biodiesel. “Entretanto, quando essa espécie foi cultivada, houve um aumento no seu teor de ácidos graxos poliinsaturados e omega-3, o que a torna mais interessante para ser aproveitada como nutracêutico do que como matéria-prima para a produção de biodiesel”, diz a bioquímica. “Apesar da presença de CO2 e nitrogênio no meio terem estimulado a taxa de crescimento e de fotossíntese, apenas esse último nutriente teve efeito sobre o conteúdo de ácidos graxos, estimulando a biossíntese dos ácidos graxos poliinsaturados e de omega-3”.

Os cultivos em biorreatores foram realizados no Instituto de Botânica da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, sob a co-orientação da professora Nair Sumie Yokoya.

Foto: Eliane Marinho Soriano / cedida pela pesquisadora
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Pequena porção de espécies domina ecossistema na Amazônia

Por Antonio Carlos Quinto - acquinto@usp.br Publicado em 25/outubro/2013
Floresta amazônica: cerca de 16 mil espécies de árvores em 6 milhões de Km2

Cientistas de diversas partes do mundo acabam de publicar um estudo sobre a Amazônia onde identificaram que apenas 227 espécies de árvores exercem um tipo de domínio em relação às outras. A floresta amazônica é contém cerca de 16 mil espécies de árvores em cerca de 6 milhões de quilômetros quadrados (Km2) . Esta pequena proporção das espécies, que representam pouco mais de 1%, respondem por 50% do total das árvores da floresta. Ou seja, tem larga representatividade nos ciclos de carbono, água e nutrientes da Amazônia. O grupo de pesquisadores é formado por especialistas de 120 instituições do mundo e inclui 25 pesquisadores brasileiros.

Segundo o professor Alexandre Adalardo de Oliveira, do Laboratório Ecologia de Florestas Tropicais, do Instituto de Biociências (IB) da USP, coautor do estudo, os dados se referem a anos de pesquisas. “É a primeira vez que um conjunto de dados nesta escala é analisado”, diz o professor, lembrando que muitos estudos começaram há muitos anos. “Eu mesmo estudei as áreas de Manaus no início dos anos 1990 com meu trabalho de doutorado. Outros foram iniciados na década anterior”, ressalta. O estudo Hyperdominance in the Amazonian Tree Flora, que acaba de ser publicado Science, foi liderado pelo biólogo holandês Hans ter Steege, da Utrecht University, da Holanda.

As causas deste “domínio” ainda permanecem desconhecidas, mas o que se sabe é que grande parte da matéria e energia do sistema passa por essas espécies. Os cientistas sugerem que algumas espécies hiper-dominantes talvez sejam comuns por terem sido cultivadas pelos grupos indígenas antes de 1492, mas isso ainda é um assunto em discussão.

“Essas espécies chamadas de hiper-dominantes podem nos ajudar a entender o funcionamento da floresta e a modelar possíveis cenários de utilização dos recursos e mesmo as consequências de mudanças climáticas no funcionamento do sistema”, avalia Adalardo.

O estudo analisa dados compilados de 1.170 levantamentos florestais em todos os principais tipos florestais da Amazônia, para gerar a primeira estimativa de abundância, frequência e distribuição espacial em larga escala de milhares de árvores amazônicas.
Extrapolações sugerem que a grande Amazônia, o que inclui toda a bacia amazônica e as Guianas, abriga cerca de 400 bilhões de árvores.

Lista vermelha

Em contraste com a presença das “hiper-dominantes”, o estudo também indica que cerca de 6 mil espécies de árvores da Amazônia têm populações menores do que 1.000 indivíduos, o que automaticamente as qualificaria para inclusão na Lista Vermelha de espécies ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN). De fato, algumas dessas espécies são tão raras, que os cientistas talvez nunca as encontrem.

Contudo, Adalardo adverte sobre os outros 99% das espécies que não estão entre as dominantes. “Notem que, apesar de estarmos falando de metade das árvores, estamos tratando de apenas pouco mais de 1% das espécies que compõem essa imensidão de floresta ou seja, não podemos esquecer que há de se revelar ainda esse universo composto pela outra metade das árvores e grande maioria das espécies para escrevermos uma história mais completa sobre a diversidade e funcionamento dessa floresta.”
Mapa da Amazônia mostrando a localização das parcelas que contribuíram com dados para o estudo (*)

Novo paradigma

O pesquisador do IB destaca que as constatações atuais eram “algo impensável” antes dos resultados obtidos por esta rede de interação de pesquisa da diversidade da Amazônia.

Ele lembra que um estudo nessa escala se compara somente ao esforço das equipes de campo do projeto RADAMBRASIL, nas décadas de 1970 e 1980. “Foi onde avançamos muito no conhecimento da estrutura e composição da floresta, com campanhas por toda a Amazônia brasileira”, lembra. “A diferença é que o estudo atual muda o paradigma de diversidade de árvores da Amazônia. Permanece a ideia de uma floresta hiper-diversa em árvores, podendo chegar a mais de 300 espécies de árvores de grande porte em apenas um hectare e que no conjunto tem mais de 16 mil espécies; e emerge pela primeira vez a ideia de que apenas uma fração muito reduzida dessas espécies contribuírem com mais da metade das árvores na floresta como um todo.”

Foto: Marcos Santos/USP Imagens
(*) Foto: Divulgação

Mais informações: labtrop@ib.usp.br

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Mudanças climáticas podem causar perdas de R$ 7,4 bilhões para agricultura, diz relatório

25/10/2013 
Vinícius Lisboa
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – A agricultura deve ser o setor da economia mais afetado pelas mudanças climáticas ao longo do século 21, divulgou hoje (25) o Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC), na segunda parte do primeiro relatório nacional. De acordo com o estudo, o prejuízo do agronegócio com problemas climáticos pode chegar a R$ 7,4 bilhões em 2020 e R$ 14 bilhões em 2070. Até 2030, a produção de soja, por exemplo, pode ter perdas de até 24%.

"É uma preocupação em termos de impacto financeiro e para a questão de segurança. A ideia é que esses relatórios possam sinalizar aos tomadores de decisão a importância de agir agora. O custo da inação, de não fazer nada, vai ser maior do que se a gente começar a se prevenir", defendeu Andrea Santos, secretária executiva do painel.

O estudo prevê que as mudanças nos regimes de chuva e a elevação da temperatura média prejudique a agricultura principalmente em áreas secas, como o Nordeste, região em que a distribuição de chuvas pode cair até 50%, segundo o relatório. Um resultado desse processo seria a intensificação da pobreza e a migração para áreas urbanas, impactando a infraestrutura. Culturas como as do milho, do arroz, da mandioca, do feijão e do algodão seriam prejudicadas.

Outra ameaça à segurança alimentar prevista pelo relatório é a diminuição do potencial pesqueiro do Brasil, que pode chegar a até 10% nos próximos 40 anos. Andrea explica que, com o aumento da temperatura da água e a mudança na salinidade, espécies podem buscar regiões mais frias, afetando toda a costa nacional. O estudo aponta ainda a elevação do nível do mar como outra possível vulnerabilidade das cidades litorâneas.

"Além de inundações, esse aumento pode levar a colapsos no sistema de abastecimento e esgotamento, com o retorno de esgoto para as residências em um caso de transbordo dos sistemas de tratamento. Isso pode trazer prejuízos também para o lençol freático".

Nas grandes cidades, os prejuízos estimados serão na mobilidade e na habitação, que podem sofrer com tempestades mais frequentes no Sul e no Sudeste. Já biomas como a Amazônia e a Caatinga correm riscos de ter queda de até 40% dos índices pluviométricos (chuvas), afetando a biodiversidade. A alta da temperatura também pode aumentar a incidência de doenças, como a dengue e a leishmaniose, e, combinada a maiores radiações de raios ultravioletas e emissões de gás carbônico, as lavouras podem sofrer com mais pragas e doenças causadas por fungos.

O painel reúne 345 especialistas de universidades e institutos de pesquisa brasileiros e recebe o apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e do Ministério do Meio Ambiente, além de outras entidades.

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Brasília inicia mobilização sobre descarte correto de resíduos sólidos

26/10/2013
Paulo Victor Chagas
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Cerca de 100 pessoas participaram da abertura, no Parque Olhos D'Água, da Ação Limpa Brasil, que visa a conscientizar a população sobre o descarte e a destinação correta dos resíduos sólidos. O evento ocorre em mais 100 países e conta com a participação de 8 milhões de voluntários.

A abertura teve a participação de crianças e jovens escoteiros, visitantes, parceiros do projeto e da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, do governador do Distrito Federal em exercício, Tadeu Filippelli, e de Tião Santos, fundador da ação e presidente da Associação dos Catadores do Aterro Metropolitano do Jardim Gramacho.

Há algumas semanas as escolas públicas do Distrito Federal já recebem a visita de mobilizadores do projeto para conscientizar os jovens do papel do cidadão sustentável nos dias de hoje. “A ideia é tornar lúcido para eles o quanto a destinação incorreta do lixo gera problemas sociais e ambientais, econômicos e também na vida das pessoas”, disse Tião Santos, que percorreu as instituições dando palestras e conversando com as crianças e jovens. Tião é catador de Gramacho e participou do documentário Lixo Extraordinário, de Vik Muniz, que está sendo exibido para os estudantes por meio do Limpa Brasil.

Foram espalhados mais de 50 pontos pelo Distrito Federal, que receberam, até as 13h, materiais como metais, plásticos e papéis, além da distribuição de kit com luvas e sacos de lixo. A mobilização começou na capital federal e deve percorrer até o ano que vem Recife, São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Fortaleza. Na edição anterior, 16 cidades brasileiras reuniram mais de 117 mil professores e recolheram 1,2 mil toneladas de material reciclado. 

De acordo com Santos, as cooperativas mais próximas dos parques, escolas e estações de metrô que receberam a ação são responsáveis pela coleta e pesagem do material. Catadores de 18 cooperativas serão beneficiados com a ação.

“Quem não entregou nos ecopontos pode levar até o show e fazer a sua parte enquanto cidadão. Vai haver pessoas lá para sinalizar se o chão estiver sujo. A ideia é não gerar nada de resíduos. Mesmo que não foi você, abaixa e pega”, conclamou.

A partir das 17h, a Orquestra Sinfônica Brasileira e outros artistas, como Lenine e The Bridge, promovem o Show Limpo na Esplanada dos Ministérios. Segundo o ativista, voluntários vão distribuir sacos durante o showpara a coleta de lixo.

No evento, a ministra destacou que é constante a cobrança por melhores resultados da política ambiental. “A presidenta [Dilma Rousseff] me cobra diariamente. É o papel dela me cobrar políticas ambientais e resultados, mas a sociedade também cobra, escreve, tuíta, mostra que precisa mudar”, disse. Mas pediu também apoio da sociedade. “Esse não é só um problema cuja solução está só no Poder Público. Está também no setor empresarial e no nosso comportamento individual e coletivo. A mudança no comportamento leva a padrões mais sustentáveis de produção em consumo”, defendeu. 

Edição: Carolina Pimentel
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Projeto que aumenta pena por maus-tratos a animais está parado na Câmara

26/10/2013
Carolina Gonçalves - Repórter da Agência Brasil

Brasília – A falta de consenso em torno da criminalização de maus-tratos a animais impede que o debate avance na Câmara dos Deputados. Enquanto alguns parlamentares defendem penas mais severas para a prática, outro grupo teme que essas punições criem consequências negativas para o processo penal brasileiro.

Autor do projeto que tramita desde 2011 na Casa, o deputado Ricardo Tripoli (PSD-SP) conseguiu mobilizar os líderes partidários e aprovar, na semana passada, a urgência na tramitação da proposta, depois de ceder em vários pontos e retirar previsões que geravam divergências mais complexas, como a inclusão da prática de rodeios.

“Estamos esperando a reforma do Código Penal, mas enquanto não temos a reforma não podemos continuar com uma pena branda como é hoje, que é de três meses a um ano, sendo que a pessoa pode converter em serviços sociais. Ou seja, uma simples doação de cesta básica compensaria o crime de ter ateado fogo em um cão ou em um gato”, disse o parlamentar.

Para conseguir apoio, Tripoli precisou rever as penas previstas na proposta original, que definia pena de reclusão de cinco a oito anos para pessoas que cometerem crimes contra a vida, a saúde e a integridade física e mental de cães e gatos. “Havia um preconceito muito grande no que diz respeito à proteção do animal. Estamos aparando arestas e conversando com deputados”, explicou.

O texto elaborado por Tripoli ainda prevê que quando for comprovado o uso de veneno ou fogo, asfixia, tortura e espancamento, por exemplo, a pena passa a variar entre seis e dez anos. A avaliação dos crimes pode ser agravada por uma série de outros fatores, como o envolvimento de mais de uma pessoa no ato, que pode dobrar a pena.

Mesmo com urgência, partidos como o PT já sinalizaram que vão defender um debate mais aprofundado. O deputado Amauri Teixeira (PT-BA) explicou que a legenda não pretende apresentar outro projeto, mas quer discutir com mais “cautela” os pontos que tratam de penas.

“O Estado brasileiro não pode deixar de ser um Estado previdenciário para passar a ser um Estado criminal o que é muito perigoso. Criminalizar condutas é perigoso. Não vamos mudar comportamentos, hábito e cultura só criminalizando. Temos que ter mecanismos de educação”, explicou o petista.

Amauri alertou que existem casos em que o sacrifício de animais é necessário por questões de saúde pública, como algumas situações de diagnóstico de leishmaniose. “Temos que ter cautela para legislar. Sou favorável ao projeto, mas vamos continuar discutindo, vamos chamar o autor para ver o que é possível. Tripoli tem cedido e aperfeiçoado mas tem circunstâncias que não apreendemos”, disse.

Além do debate em torno do projeto, deputados da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Cmads) discutirão, na próxima semana, o uso de animais em pesquisas científicas e os maus-tratos decorrentes dessa atividade. A audiência pública, marcada para o dia 29, vai tentar levantar elementos para esclarecer as denúncias de maus-tratos a animais no Instituto Royal, situado no município do São Roque, em São Paulo.

O laboratório da empresa foi invadido na semana passada por ativistas da causa animal, que libertaram 178 cães da raça beagle, além de outras cobaias.

Edição: Marcos Chagas

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Why Plants Usually Live Longer Than Animals

A root tip of the model plant Arabidopsis thaliana. The organizing cells are visualized by the green fluorescence and are surrounded by the stem cells (within the white frame). (Credit: © VIB, 2013)

Oct. 24, 2013 — Stem cells are crucial for the continuous generation of new cells. Although the importance of stem cells in fuelling plant growth and development still many questions on their tight molecular control remain unanswered. Plant researchers at VIB and Ghent University discovered a new step in the complex regulation of stem cells.

Today, their results are published online in this week's issue of Science Express.

Lieven De Veylder said, "Our data suggest that certain organizing stem cells in plant roots are less sensitive for DNA-damage. Those cells hold an original and intact DNA copy which can be used to replace damaged cells if necessary. Animals rely on a similar mechanism but most likely plants have employed this in a more optimized manner. This could explain why many plants can live for more than hundreds of years, while this is quite exceptional for animals."

Quiescent organisers of plant growth

Plant growth and development depend on the continuous generation of new cells. A small group of specialized cells present in the growth axes of a plant is driving this. These so-called stem cells divide at a high frequency and have the unique characteristic that the original mother cell keeps the stem cell activity while the daughter cell acquires a certain specialization. Besides these stem cells, plant roots also harbor organizing cells. These organizing cells divide with a three- to ten-fold lower frequency, therefore often referred to as quiescent center cells. The organizing cells control the action of the surrounding stem cells and can replace them if necessary.

A new molecular network

For almost 20 years, scientists all over the world have been studying the action of the stem cells and that of their controlling organizing cells. Until now it was not known how quiescent and actively dividing cells could co-exist so closely and which mechanisms are at the basis of the quiescent character. Plant researchers at VIB and Ghent University have now identified a new molecular network that increases our understanding of stem cell regulation and activity.

Central in this process is the discovery of a new protein, the ERF115 transcription factor. The scientists demonstrated that the organizing cells barely divide because of the inhibition of ERF115 activity. When the organizing cells need to divide to replace damaged surrounding stem cells, ERF115 gets activated. ERF115 then stimulates the production of the plant hormone phytosulfokine which in turn activates the division of the organizing cells. Thus, the ERF115-phytosulfokine network acts as a back-up system during stress conditions which are detrimental for the activity of stem cells.

Journal Reference:
Jefri Heyman, Toon Cools, Filip Vandenbussche, Ken S. Heyndrickx, Jelle Van Leene, Ilse Vercauteren, Sandy Vanderauwera, Klaas Vandepoele, Geert De Jaeger, Dominique Van Der Straeten, and Lieven De Veylder. ERF115 Controls Root Quiescent Center Cell Division and Stem Cell Replenishment. Science, 24 October 2013 DOI:10.1126/science.1240667

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Epigenetics: A Key to Controlling Acute and Chronic Pain


Oct. 25, 2013 — Epigenetics, the study of changes in gene expression through mechanisms outside of the DNA structure, has been found to control a key pain receptor related to surgical incision pain, according to a study in the November issue of Anesthesiology. This study reveals new information about pain regulation in the spinal cord.

"Postoperative pain is an incompletely understood and only partially controllable condition that can result in suffering, medical complications, unplanned hospital admissions and disappointing surgery outcomes," said David J. Clark, M.D., Ph.D., Professor of Anesthesia at Stanford University and Director of Pain Management at the VA Palo Alto Health Care System. "We know that histone acetylation and deacetylation modifies many cellular processes and produces distinct outcomes. In this study we found that histones can epigenetically activate or silence gene expression to either increase or decrease incision pain.

"Human DNA is wrapped around proteins called histones, much like thread is wrapped around a spool. When a histone undergoes deacetylation, the DNA wraps more tightly around the spool, effectively silencing genes. Conversely, when it undergoes acetylation, the DNA is loosened, allowing for transcription or modifications of genes to occur.

In this study, groups of mice had small surgical incisions made in their hind paws after being anesthetized. These mice were then regularly injected with suberoylanilide hydroxamic acid (SAHA), which prevents deacetylation (thus promoting gene transcription), or anacardic acid, which prevents acetylation (thus reducing gene transcription). The authors tested the animals daily for the degree of pain sensitivity in their hind paws.

The study found that regulation of histone acetylation can control pain sensitization after an incision. Specifically, maintaining histone in a relatively deacetylated state reduced hypersensitivity after incision. This is due, in part, to the epigenetic regulation of a specific gene known as CXCR2 and one of its chemokine ligands (KC). The authors also found that these epigenetic changes far outlasted the recovery of animals from their incisions, a property that might help explain why some patients suffer from chronic postoperative pain. Study authors suggest that looking into the roles of these epigenetic mechanisms may help scientists find new ways to treat or prevent acute and chronic postoperative pain in the future.

"Epigenetics is a relatively underappreciated area of science, but the discoveries yet to be made in this field will be many," said Dr. Clark. "While fascinating information has been found by studying specific genes, we need to bridge the gap in science and focus on groups or systems of many genes simultaneously, which could be give us clues to greater breakthroughs in pain control and other areas of medicine."

Journal Reference:

Yuan Sun, Peyman Sahbaie, De-Yong Liang, Wen-Wu Li, Xiang-Qi Li, Xiao-You Shi, J. David Clark. Epigenetic Regulation of Spinal CXCR2 Signaling in Incisional Hypersensitivity in Mice. Anesthesiology, 2013; 119 (5): 1198 DOI: 10.1097/ALN.0b013e31829ce340

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Depression Key Link Between Intimate Partner Violence, Food Insecurity

Oct. 25, 2013 — Women who experience physical, mental or sexual abuse at the hands of their partners have an increased likelihood of being food insecure. That's according to a new study out of the University of Houston Texas Obesity Research Center (TORC), which may prove valuable to those creating interventions for those populations."

The bridge between the two issues is depression," said assistant professor and TORC researcher Daphne Hernandez. "Our study found that women experiencing intimate partner violence are more likely to be depressed, which impacts their ability to ensure a food-secure household.

"According to the U.S. Department of Agriculture (USDA) Core Food Security Module, "food insecurity" reflects rationing, portion control and inability to offer families balanced meals.

Hernandez followed data from nearly 1,700 women involved in a romantic relationship (married or cohabitating with a partner) who also had experienced intimate partner violence (physical, mental and/or sexual).

She found that mothers who experienced intimate partner violence were at 44 percent greater odds of experiencing depression. Additionally, households in which mothers experienced depression were twice as likely to experience food insecurity."

It appears that depression may impact mothers' motivation to obtain and prepare food due to their decreased appetite, mental and physical fatigue and feelings of being overwhelmed," she said. "Additionally the moms' feelings of helplessness, brought on by the violence they experienced, may challenged them to access the proper support."

Hernandez studies the impact of family dynamics on nutrition, health and obesity. She says few studies have examined how maternal health challenges impact a household's food security. The goal of this study was to increase the understanding of how the family environment and women's health impact the lives of families with young children. She says this information may prove valuable for those organizations charged with supporting families in times of crisis.

"What this means is that targeting issues central to women's health must become a priority in combating food insecurity," Hernandez said. "Providing mental health screenings at the time individuals apply for food assistance may help identify women who need interventions to keep them safe, mental healthy and food secure."

Journal Reference:

Daphne C. Hernandez, Amy Marshall, Concetta Mineo.Maternal Depression Mediates the Association Between Intimate Partner Violence and Food Insecurity. Journal of Women's Health, 2013; : 131016062743005 DOI:10.1089/jwh.2012.4224

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Low Vitamin D Levels Raise Anemia Risk in Children

Oct. 21, 2013 — Low levels of the "sunshine" vitamin D appear to increase a child's risk of anemia, according to new research led by investigators at the Johns Hopkins Children's Center. The study, published online Oct. 10 in the Journal of Pediatrics, is believed to be the first one to extensively explore the link between the two conditions in children.

The researchers caution that their results are not proof of cause and effect, but rather evidence of a complex interplay between low vitamin D levels and hemoglobin, the oxygen-binding protein in red blood cells. The investigators say several mechanisms could account for the link between vitamin D and anemia, including vitamin D's effects on red blood cell production in the bone marrow, as well as its ability to regulate immune inflammation, a known catalyst of anemia.

To capture the interaction between the two conditions, researchers studied blood samples from more than 10,400 children, tracking levels of vitamin D and hemoglobin. Vitamin D levels were consistently lower in children with low hemoglobin levels compared with their non-anemic counterparts, the researchers found. The sharpest spike in anemia risk occurred with mild vitamin D deficiency, defined as vitamin D levels below 30 nanograms per milliliter (ng/ml). Children with levels below 30 ng/ml had nearly twice the anemia risk of those with normal vitamin D levels. Severe vitamin D deficiency is defined as vitamin D levels at or below 20 ng/ml. Both mild and severe deficiency requires treatment with supplements.

When investigators looked at anemia and vitamin D by race, an interesting difference emerged. Black children had higher rates of anemia compared with white children (14 percent vs. 2 percent) and considerably lower vitamin D levels overall, but their anemia risk didn't rise until their vitamin D levels dropped far lower than those of white children. The racial difference in vitamin D levels and anemia suggests that current therapeutic targets for preventing or treating these conditions may warrant a further look, the researchers say.

"The clear racial variance we saw in our study should serve as a reminder that what we may consider a pathologically low level in some may be perfectly adequate in others, which raises some interesting questions about our current one-size-fits-all approach to treatment and supplementation," says lead investigator Meredith Atkinson, M.D., M.H.S., a pediatric kidney specialist at the Johns Hopkins Children's Center.

Untreated, chronic anemia and vitamin D deficiency can have wide-ranging health consequences, including organ damage, skeletal deformities and frequent fractures, and lead to premature osteoporosis in later life.

Long known for its role in bone development, vitamin D has recently been implicated in a wide range of disorders. Emerging evidence suggests that low vitamin D levels may play a role in the development of certain cancers and heart disease and lead to suppressed immunity, the researchers note.

Anemia, which occurs when the body doesn't have enough oxygen-carrying red blood cells, is believed to affect one in five children at some point in their lives, experts say. Several large-scale studies have found severe vitamin D deficiency in about a tenth of U.S. children, while nearly 70 percent have suboptimal levels.

"If our findings are confirmed through further research, low vitamin D levels may turn out to be a readily modifiable risk factor for anemia that we can easily tackle with supplements," says senior study investigator Jeffrey Fadrowski, M.D., M.H.S., also a pediatric kidney specialist at Johns Hopkins.

Journal Reference:
Meredith A. Atkinson, Michal L. Melamed, Juhi Kumar, Cindy N. Roy, Edgar R. Miller, Susan L. Furth, Jeffrey J. Fadrowski.Vitamin D, Race, and Risk for Anemia in Children. The Journal of Pediatrics, 2013; DOI: 10.1016/j.jpeds.2013.08.060

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