Integrar saberes e experiências científicas, tradicionais e populares que indiquem o caminho da construção e manutenção da fertilidade e saúde do solo por meio de práticas agroecológicas. É com este propósito que a Embrapa Amazônia Ocidental (Manaus/AM), em conjunto com diversas instituições parceiras, promove, de 28 a 30 de outubro (segunda-feira a quarta-feira), a II Oficina Museu Vivo de Construção e Manutenção da Saúde do Solo.
Compostagem será uma das práticas explicadas na Oficina
Museu Vivo de Construção e Manutenção da Saúde do Solo
A atividade acontece – no primeiro dia – no Ifam (Instituto Federal do Amazonas), Campus Manaus Zona Leste, nas Agroflorestas da Área de Permacultura. Durante a Oficina, os participantes percorrerão rodas de conversa, onde vão assistir exposições e demonstrações, realizar práticas e experimentos, trocar conhecimentos e debater sobre Vida do Solo, Agroflorestas e Adubação Verde, Cobertura do Solo e Matéria Orgânica, Compostagem e Biofertilizante.
As práticas agroecológicas de construção da saúde do solo na Amazônia são baseadas na lógica de funcionamento da Floresta Amazônica, onde a cobertura florestal mais biodiversa do planeta se desenvolve sobre solos mineralogicamente pobres. Assim, a saúde do solo agrícola é trabalhada a partir de métodos que tenham como modelo os processos ecológicos que ocorrem naturalmente na floresta, como a ciclagem de nutrientes por meio das folhas e galhos que cobrem o seu chão, a biodiversidade, a rica e ativa biota do solo, a presença de plantas que fixam nitrogênio do ar e a presença de árvores.
Agricultora Miriam produz alimentos orgânicos em sua propriedade no Assentamento Tarumã-Mirim
Conforme a pesquisadora da Embrapa Amazônia Ocidental e coordenadora da Oficina, Elisa Wandelli, as práticas agroecológicas respeitam todas as formas de vida e prezam pela preservação dos recursos naturais, melhoria da qualidade de vida dos agricultores e valorização dos saberes locais. Tudo isso sem a aplicação de insumos químicos e agrotóxicos. “Temos um conjunto de processos ecológicos que otimizamos dentro da Agroecologia para que o solo seja mais rico e se mantenha mais fértil, e assim o agricultor possa ter uma agricultura mais sustentável e rentável, e, consequentemente, possa produzir o alimento saudável, sem veneno, que não degrade o solo, a água e que minimize o desmatamento das florestas”, pontuou.
Circuito Agroflorestal
Nos dois últimos dias da Oficina Museu Vivo de Construção e Manutenção da Saúde do Solo acontece o roteiro intitulado “Circuito Agroflorestal”, quando os participantes poderão visitar experiências agroecológicas em propriedades de agricultores da Associação de Produtores Orgânicos do Amazonas (Apoam) e em instituições como a Escola Agrícola Rainha dos Apóstolos e o campo experimental do Distrito Agropecuário da Suframa, pertencente à Embrapa.
Informações
Todas as informações importantes para os interessados em participar da Oficina – como a programação e cronograma de atividades, inscrições, horários, objetivos e metodologia de trabalho – podem ser conferidas no link http://www.cpaa.embrapa.br/ii-oficina-museu-vivo-de-construcao-e-manutencao-da-saude-do-solo. A Oficina é aberta ao público interessado e integra a programação da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia no Amazonas 2013.
Rodada de Agronegócio do Sebrae
Durante todo o primeiro dia da Oficina ocorrerá, na mesma área do evento, uma Rodada de Agronegócio do Sebrae. Empresas ligadas à produção orgânica, produtos naturais e agroflorestais serão priorizadas. Inscrições de empresas para a Rodada de Agronegócio do Sebrae podem ser realizadas por meio do telefone 2121 4968 ou através do e-mail arnoldo@am.sebrae.com.br.
Patrocínio e Parceiros
A Oficina conta com o patrocínio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas/Programa de Apoio à Popularização da Ciência, Tecnologia e Inovação, Embrapa, Sebrae e Organização das Cooperativas do Estado do Amazonas, além do Ifam Campus Manaus Zona Leste, como copromotor da atividade. São parceiras da Oficina as seguintes instituições: Apoam, Instituto de Pesquisas Ecológicas, Sepror/Idam, Incra, Inpa, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Rede Maniva de Agroecologia, Museu da Amazônia, Secretaria Municipal de Produção e Abastecimento e Universidade do Estado do Amazonas.
Texto e fotos: Felipe Rosa, Embrapa Amazônia Ocidental
EcoDebate, 25/10/2013
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