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São inúmeras as plantas que já foram utilizadas como
alimento pelo homem; mas, com o passar dos tempos muitas desapareceram das
dietas das populações ou foram substituídas por outras. No entanto, algumas
comunidades tradicionais ainda utilizam vegetais não convencionais na
alimentação, como, por exemplo, caruru, serralha, mentruz-rasteiro, bertalha,
beldroega, taioba, inhame, ora-pro-nóbis e cará, os quais podem fornecer
nutrientes e substâncias para a prevenção de doenças. Apesar disto, a maioria
das pessoas considera muitas destas espécies como matos, invasoras,
concorrentes ou, até mesmo, plantas daninhas.
Há pesquisas, como as realizadas no Departamento de Ciências
Agrárias da Universidade de Taubaté, que objetivam resgatar informações
populares sobre alimentos atualmente não usuais na alimentação; demonstrar e
divulgar o seu potencial alimentício; testar as formas de uso e realizar a
análise de seus valores nutricionais.
No Vale do Paraíba, em qualquer um de seus municípios, mas
com maior ocorrência nas localidades mais frias, há uma planta que impressiona,
não só pela variedade de usos, mas também por ser um dos medicamentos e
alimentos mais antigos.
Apesar de possuir
vários nomes populares, é mais comum ser denominada por dente-de-leão, cujo
nome científico é Taraxacum officinale Weber ex FH Wigg. No seu nome
científico, a palavra officinale quer dizer que é considerado um
medicamento usado desde a antiguidade.
Também recebe outros nomes populares, que são curiosos, como
cabeça-de-monge, seu-pai-ficou-careca, chicória-silvestre, amor-fogoso,
alface-de-cão, salada-de-toupeira, amargosa, amor-de-homem e taraxaco, dentre
outros.
Rodeada de muitas crendices, sendo um delas que diz que vai
chover se o vento desfizer a inflorescência. Muita gente logo se lembra de qual
planta estamos nos referindo, quando mencionamos que é uma que quando bate o
vento ou a assopramos, sua inflorescência se desfaz, e inúmeras sementes,
dentro de seus frutos, saem voando, o que justifica outro nome popular, que é
pára-quedas.
Mesmo sendo considerada em quase todos os locais que ocorre
como invasora, sendo, inclusive, classificada como planta daninha, o
dente-de-leão pode ser consumido na forma de saladas ou refogado. Suas raízes
são utilizadas como diuréticas, e as flores consideradas melíferas. Na Europa é
consumido o chá, obtido das suas raízes torradas e moídas, como substituto do
café.
Em muitos países, é considerada como hortaliça, e suas
folhas possuem sabor semelhante ao almeirão, e o fato de ser amarga já é um bom
indicativo de planta que atua como digestiva.
Por ser uma planta espontânea, isto é, nasce sem a
intervenção do ser humano, cresce com facilidade e resiste aos diferentes
estresses a que é submetido, indicando que é de fácil cultivo. Outra informação
de origem popular é a de que onde ela nasce o solo é bom, podendo ser plantado
no local até espécies mais exigentes, como brócolis, couve-flor ou repolho.
Mesmo sendo exótica, pois é nativa da Europa e Ásia,
desenvolve-se bem em quase todas as regiões do Brasil, apesar de ocorrer em
maior abundância nas regiões Sul e Sudeste. No nosso Vale do Paraíba, vamos
encontrá-la com melhor desenvolvimento nas cidades mais frias e durante o
inverno. Propaga-se por sementes e pode ser cultivada em canteiros.
As principais características usadas para a identificação do
dente-de-leão são: caule que solta látex; folhas que saem de caule muito curto;
formação de inflorescência que parece um algodão; flores amarelas, que ficam
sobre haste floral oca de até 30 cm de comprimento, e frutos com um
chumaço de pelos na extremidade, para facilitar sua flutuação no vento.
Algumas pesquisas indicam que seus compostos químicos
possuem ação medicinal, como taraxerol, que inibe a formação de lesões
localizadas na área do estômago, e outros que são os responsáveis para suas
ações, como antioxidante e antiinflamatório. A planta está sendo testada quanto
à eficácia no tratamento da diabetes, e são comprovados cientificamente os
efeitos de diuréticos de suas raízes.
Na indústria, o dente-de-leão é considerado como fonte da
fibra inulina, substância usada na indústria, como agente edulcorante, e com
vários benefícios terapêuticos. Para animais, o seu consumo é considerado como
estimulante para a produção de leite.
Texto do autor publicado no site: http://jornalinoff.com.br/
Riquíssimas informações e combinações de palavras...de utilidade ímpar para a saúde do corpo e da mente...Parabéns
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