A taioba, para muitos, é uma verdadeira hortaliça,
fácil de ser preparada, e que era de amplo consumo em muitas regiões do Brasil.
Com o tempo, foi perdendo a sua fama e, consequentemente, o uso na culinária. Valiosas
receitas foram perdidas, e muitas pessoas, apesar de ainda a conhecerem ou
ouvirem falar dessa planta, como alimento, não a utiliza porque não sabem como
aproveitá-la.
O seu nome científico é Xanthosoma
sagittifolium (L.) Schott.. No Brasil, considerada como hortaliça de
fundo de quintal, é quase unânime ser reconhecida apenas pelo nome popular
taioba, podendo, porém, ainda ser denominada por macabo, mangará-mirim,
malangá ou yautia. Sua origem são as regiões tropicais da América do Sul e da
América Central, e o seu cultivo é comum em alguns países da África, da América
Central e da Ásia.
Entre as plantas não comumente aproveitadas na
alimentação, é considerada a mais conhecida e a mais cultivada nos quintais de
Minas Gerais, Estado onde ainda é comum ser consumida, assim como na Bahia, no
Espírito Santo e no Rio de Janeiro. Além de comestível, é uma espécie também
classificada como ornamental, assim como várias outras espécies de sua família,
a Araceae, sendo que muitos paisagistas e jardineiros a denominam como
orelha-de-elefante.
Uma preocupação com relação ao uso nas refeições é
identificar qual a verdadeira taioba, sendo imprescindível saber diferenciá-la
do inhame ou de outras espécies da mesma família, semelhantes no aspecto
externo, porém tóxicas.
O resgate da taioba como alimento é de grande
importância, pois há estudos que concluíram que a espécie é rica em nutrientes,
como, por exemplo, proteínas, cálcio, ferro e fibras, cujos teores são
semelhantes aos das espécies alimentícias convencionais e reconhecidas como
ricas nesses nutrientes. O teor de vitamina A, em 100
gramas da folha, supri a necessidade diária de uma
criança, e, nessa mesma quantidade, fornece quase 30% das necessidades diárias
de ferro da criança.
Comparada com o espinafre, as folhas da taioba são
consideradas mais nutritivas, o que justifica receber mais atenção como
alimento. As suas folhas são grandes, de fácil preparo e podem ser
completamente utilizadas, e são mais ricas que os seus rizomas. Os talos
maiores podem ser fritos ou empanados, porém nunca consuma qualquer parte crua.
No entanto, o aproveitamento das folhas na culinária
deve ser feito logo após a colheita, pois em condições ambientais normais, e
dependendo da idade, elas ficam amareladas, murcham e têm o sabor alterado.
Os fatores antinutricionais, isto é, aqueles que
podem prejudicar o organismo de quem a consome, impedindo a disponibilidade de
seus nutrientes, em uma pesquisa, foram considerados aceitáveis e até mais
baixos que hortaliças convencionalmente muito utilizadas.
Seu cultivo é relativamente fácil, desde que haja
umidade suficiente e que o solo não seja muito ácido. É resistente ao ataque de
insetos e de outras pragas. Quanto à adubação, responde bem a um solo rico em
matéria orgânica, que beneficia bem a parte foliar.
A taioba prefere climas mais quentes,
desenvolvendo-se bem em regiões de clima tropical e subtropical. Não resiste a
geadas e tem o crescimento mais lento em regiões mais frias.
É exigente em sol, e a forma de se obter mudas para
plantio é por meio de seus rizomas. No Vale do Paraíba, em quase todas as suas
regiões, a melhor época de plantio é de setembro a fevereiro. Entre uma taioba
e outra deixe um espaço de 60
cm.
A colheita das folhas pode ser iniciada 70 dias após
o plantio, momento em que estão com aproximadamente 25
centímetros de tamanho e completamente abertas. As
folhas mais velhas devem ser descartadas. Se for consumir os rizomas, colhidos
após 7 meses, e quando as folhas secam, diminua a colheita das folhas, para que
os rizomas tenham melhor desenvolvimento.
A planta apresenta um crescimento rápido, que é
caracterizado por fases de desenvolvimento bem definidos. Logo após a brotação,
há um rápido crescimento da parte aérea e inicia a formação dos cormilhos, dado
pelo inchamento dos pecíolos foliares.
Em algumas regiões mais frias, a planta começa seu
processo de maturação, no qual ocorre paralisação do crescimento da parte aérea
e inicia a formação do sistema subterrâneo, por meio do aumento do tamanho das
partes subterrâneas.
No Brasil, tem sido cultivada por pequenos
produtores, visando principalmente à produção de folhas para consumo em pratos
típicos ou em ração animal.
A taioba pode ser reconhecida como ótima fonte
nutritiva, de baixo custo e que deve ser incorporada à dieta da população. As
folhas, os talos e seus órgãos subterrâneos também são usados como alimentos
para animais.
Uma receita com taioba
Lavar e picar bem as folhas;
Desfiar
os talos, isto é, retirar as fibras;
Picar
o talo em rodelas;
Dourar,
no óleo, o alho socado e a cebola fatiada;
Colocar
sal a gosto;
Juntar
as folhas picadas e as rodelas do talo; e
Tampar
a panela, e deixar no fogo até que as partes da taioba fiquem macias.
A foto que está ai não é a Taioba comestível! A Taioba comestível tem o Y rasgado até o caule, e a borda da folha possui uma linha que acompanha o contorno da mesma.
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