quarta-feira, 7 de março de 2012

Taioba



            A taioba, para muitos, é uma verdadeira hortaliça, fácil de ser preparada, e que era de amplo consumo em muitas regiões do Brasil. Com o tempo, foi perdendo a sua fama e, consequentemente, o uso na culinária. Valiosas receitas foram perdidas, e muitas pessoas, apesar de ainda a conhecerem ou ouvirem falar dessa planta, como alimento, não a utiliza porque não sabem como aproveitá-la.
O seu nome científico é Xanthosoma sagittifolium (L.) Schott.. No Brasil, considerada como hortaliça de fundo de quintal, é quase unânime ser reconhecida apenas pelo nome popular taioba, podendo,  porém, ainda ser denominada por macabo, mangará-mirim, malangá ou yautia. Sua origem são as regiões tropicais da América do Sul e da América Central, e o seu cultivo é comum em alguns países da África, da América Central e da Ásia.
Entre as plantas não comumente aproveitadas na alimentação, é considerada a mais conhecida e a mais cultivada nos quintais de Minas Gerais, Estado onde ainda é comum ser consumida, assim como na Bahia, no Espírito Santo e no Rio de Janeiro. Além de comestível, é uma espécie também classificada como ornamental, assim como várias outras espécies de sua família, a Araceae, sendo que muitos paisagistas e jardineiros a denominam como orelha-de-elefante.
Uma preocupação com relação ao uso nas refeições é identificar qual a verdadeira taioba, sendo imprescindível saber diferenciá-la do inhame ou de outras espécies da mesma família, semelhantes no aspecto externo, porém tóxicas.
O resgate da taioba como alimento é de grande importância, pois há estudos que concluíram que a espécie é rica em nutrientes, como, por exemplo, proteínas, cálcio, ferro e fibras, cujos teores são semelhantes aos das espécies alimentícias convencionais e reconhecidas como ricas nesses nutrientes. O teor de vitamina A, em 100 gramas da folha, supri a necessidade diária de uma criança, e, nessa mesma quantidade, fornece quase 30% das necessidades diárias de ferro da criança.
Comparada com o espinafre, as folhas da taioba são consideradas mais nutritivas, o que justifica receber mais atenção como alimento. As suas folhas são grandes, de fácil preparo e podem ser completamente utilizadas, e são mais ricas que os seus rizomas. Os talos maiores podem ser fritos ou empanados, porém nunca consuma qualquer parte crua.
No entanto, o aproveitamento das folhas na culinária deve ser feito logo após a colheita, pois em condições ambientais normais, e dependendo da idade, elas ficam amareladas, murcham e têm o sabor alterado. 
Os fatores antinutricionais, isto é, aqueles que podem prejudicar o organismo de quem a consome, impedindo a disponibilidade de seus nutrientes, em uma pesquisa, foram considerados aceitáveis e até mais baixos que hortaliças convencionalmente muito utilizadas.
Seu cultivo é relativamente fácil, desde que haja umidade suficiente e que o solo não seja muito ácido. É resistente ao ataque de insetos e de outras pragas. Quanto à adubação, responde bem a um solo rico em matéria orgânica, que beneficia bem a parte foliar.
A taioba prefere climas mais quentes, desenvolvendo-se bem em regiões de clima tropical e subtropical. Não resiste a geadas e tem o crescimento mais lento em regiões mais frias.
É exigente em sol, e a forma de se obter mudas para plantio é por meio de seus rizomas. No Vale do Paraíba, em quase todas as suas regiões, a melhor época de plantio é de setembro a fevereiro. Entre uma taioba e outra deixe um espaço de 60 cm.
A colheita das folhas pode ser iniciada 70 dias após o plantio, momento em que estão com aproximadamente 25 centímetros de tamanho e completamente abertas. As folhas mais velhas devem ser descartadas. Se for consumir os rizomas, colhidos após 7 meses, e quando as folhas secam, diminua a colheita das folhas, para que os rizomas tenham melhor desenvolvimento.
A planta apresenta um crescimento rápido, que é caracterizado por fases de desenvolvimento bem definidos. Logo após a brotação, há um rápido crescimento da parte aérea e inicia a formação dos cormilhos, dado pelo inchamento dos pecíolos foliares.
Em algumas regiões mais frias, a planta começa seu processo de maturação, no qual ocorre paralisação do crescimento da parte aérea e inicia a formação do sistema subterrâneo, por meio do aumento do tamanho das partes subterrâneas.
No Brasil, tem sido cultivada por pequenos produtores, visando principalmente à produção de folhas para consumo em pratos típicos ou em ração animal.
A taioba pode ser reconhecida como ótima fonte nutritiva, de baixo custo e que deve ser incorporada à dieta da população. As folhas, os talos e seus órgãos subterrâneos também são usados como alimentos para animais.

Uma receita com taioba

Lavar e picar bem as folhas;
Desfiar os talos, isto é, retirar as fibras;
Picar o talo em rodelas;
Dourar, no óleo, o alho socado e a cebola fatiada;
Colocar sal a gosto;
Juntar as folhas picadas e as rodelas do talo; e
Tampar a panela, e deixar no fogo até que as partes da taioba fiquem macias.


Texto do autor e da Nutricionista Maiara Duarte de Oliveira Santos publicado no site: http://jornalinoff.com.br/ 

    Um comentário:

    1. A foto que está ai não é a Taioba comestível! A Taioba comestível tem o Y rasgado até o caule, e a borda da folha possui uma linha que acompanha o contorno da mesma.

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