Sobre a importância dos quintais, cada vez mais desaparecidos e, com isso, as nossas raízes também.
sexta-feira, 22 de agosto de 2014
Dica do
Olá leitores!
Você sabe o que são audiolivros? Audiolivros são simplesmente livros em formato áudio, também chamado de livro falado ou audiobook.
Ler sempre foi uma atividade solitária, silenciosa e que exigia muita concentração. Mas isso está mudando. Milhares de pessoas já utilizam um jeito alternativo de embarcar nas obras literárias. Elas são adeptas de audiolivros, versões em áudio de livros impressos. As obras custam até 70% menos que a versão em papel.
Normalmente é gravado em estúdio, lido de forma pausada com interpretação. Também há a utilização de efeitos sonoros e músicas que ajudam o ouvinte a simular melhor a atmosfera criada. É um recurso fundamental para promover a “cultura leitora” em pessoas com deficiência visual ou com dificuldades de leitura, por exemplo dislexia. Convém referir que o audiolivro não pretende eliminar o prazer de leitura, mas trazer uma nova alternativa ao acesso ao conhecimento e à literatura.
Fizemos uma seleção com xx aplicativos gratuitos que você pode utilizar para ouvir audiolivros:
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2 - Audiobooks HQ
Se você adora ler, mas não consegue achar tempo, então este App é para você. Use seu tempo indo ou voltando do trabalho, fazendo trabalho de casa ou se exercitando para ficar em dia com os melhores livros já escritos. Audiobooks HQ de Inkstone Mobile lhe dá 8.150 audiolivros absolutamente grátis.
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Aproveite e até logo!
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Café forte pode ser aliado contra as cáries
Pesquisa realizada na Universidade Federal do Rio de Janeiro investiga a ação do café no enfrentamento às bactérias causadoras da cárie. O trabalho iniciado em 2008 já apresenta resultados positivos. A chefe da pesquisa, Andrea Antônio, acredita que os efeitos são promissores, mas alerta que ainda faltam testes clínicos.
No estudo, amostras de dentes foram expostas à ação da saliva, criando um biofilme, com bactérias causadoras da cárie. Os dentes foram divididos em grupos, que foram tratados de diferentes formas. Um conjunto foi tratado com antibióticos, outro com café da espécie Coffea canephora, o terceiro apenas com água, e o quarto não recebeu tratamento. Os dentes tratados com café apresentaram concentração de cálcio semelhante aos tratados com remédio. Os outros dois conjuntos tiveram queda da substância.
A partir dos resultados, os cientistas acreditam que o café pode ter efeito bactericida. No entanto, Andrea acredita que é preciso cautela. O Coffea canephora não é a espécie mais utilizada comercialmente. Segundo a pesquisadora, o sabor desta variedade não é o mais apreciado, sendo utilizado majoritariamente em misturas ou cafés solúveis. A solução utilizada em laboratório foi produzida de forma semelhante ao cafezinho consumido normalmente, mas com uma concentração alta do grão. “Foi semelhante a um café bem forte e, claro, sem açúcar”, explica Andrea.
A dentista comentou que outros estudos também apontam a bebida como aliada no combate às bactérias. “Uma pesquisa na Índia mostrou que consumidores habituais de café têm menos cáries que aqueles que não consomem a bebida.” Ela acredita que o estudo pode mostrar substâncias presentes na canephora que possam ser utilizadas em tratamentos dentais, mas salienta que ainda faltam experiências. ”Os resultados foram obtidos com amostras in vitro, ainda precisamos testar clinicamente em pessoas.”
Malefícios do café
Para Andrea, é possível encontrar uma forma de utilizar as substâncias do grão no tratamento da saúde bucal, porém, a professora não acredita que a bebida como é comercializada hoje possa ser usada de forma terapêutica. Também é importante lembrar que o consumo em excesso pode trazer problemas à saúde. A cafeína estimula o sistema nervoso que, para manter o ritmo acelerado do corpo, pode aumentar a frequência cardíaca. Este estímulo também pode provocar tremores musculares.
O uso exagerado da bebida ainda pode causar danos às glândulas adrenais, que integram o sistema endócrino, responsável pela regulação do metabolismos do sódio, da água, do potássio e de carboidratos, e mantêm a pressão arterial. Para a saúde bucal, o café em grandes quantidades também pode ser prejudicial. Os pigmentos da bebida são absorvidos pelo esmalte, alterando a coloração dos dentes.
Dra Taluana Cezar Modesto França – CRO DF 4681
Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial
Periodontia e Ortopedia Funcional dos Maxilares
Site: www.dual.odo.br Facebook: dual.topdentbrasilia (curta nossa página)
Data: 19.08.2014
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Os poderes especiais do abacate
O fruto do abacateiro é rico em gorduras responsáveis pelo aumento do HDL (chamado por muitos de "bom colesterol"). Ele é rico em vitaminas do complexo B, vitamina E e magnésio. Seus poderes especiais muito se devem ao betassitosterol, glutationa e ácido oléico que possui funções benéficas tanto para a normalização do colesterol, como funções poderosas por ser antioxidante (combate aos radicais livres), anticancerígeno, antiviral e antifúngico. Também é benéfico para doenças reumáticas e articulares.
O abacate age na modulação do sistema imune, tem ação antiinflamatória, é bom para a recuperação muscular após atividades físicas e também age contra lesões. Além disso, possui ação na regulação de hormônios devido aos fitoesteróis que possui. Um exemplo desta ação, é o bloqueio da conversão datestosterona em DHT (Dihidrotestosterona - metabólito biologicamente ativo do hormônio testosterona). Pessoas que possuem elevação no DHT possuem sintomas como aumento de acne, queda de cabelo e crescimento de pelos, por exemplo.
Uma porção de abacate que sugiro para consumo diário é de 2 colheres de sopa por dia (como 1 porção de fruta), mas a indicação depende muito da pessoa, se o consumo de gorduras já é alto e se a alimentação já é muito calórica. O abacate vai bem no liquidificador com suco de laranja ou com limão, ou ainda servido como guacamole. Se misturado com cacau em pó, adoçante stévia ou um pouco de mel e semente de chia, pode resultar em mousse bem apetitoso!
Será o abacate milagroso? Não. Vale lembrar que nenhum alimento age sozinho, e que para que ele exerça bem suas propriedades é preciso regular também os bons hábitos de vida como um todo.
Data: 22.08.2014
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Má conduta científica é um problema global, afirma pesquisador
Plágio, falsificação e fabricação de dados em artigos deixaram de ser exclusivos de potências científicas e exigem resposta coordenada dos países que fazem ciência, segundo Nicholas Steneck, da Michigan University (foto: Leandro Negro/Ag. FAPESP)
20/08/2014
Por Elton Alisson
Agência FAPESP – Plágio, falsificação e fabricação de resultados científicos deixaram de ser problemas exclusivos de potências em produção científica, como os Estados Unidos, Japão, China ou o Reino Unido.
A avaliação foi feita por Nicholas Steneck, diretor do programa de Ética e Integridade na Pesquisa da University of Michigan, nos Estados Unidos, em palestra no 3º BRISPE – Brazilian Meeting on Research Integrity, Science and Publication Ethics, realizado nos dias 14 e 15 de agosto, na sede da FAPESP.
Segundo Steneck, por ter atingido escala global, é preciso que universidades, instituições de pesquisa e agências de fomento em todo o mundo realizem ações coordenadas para lidar com essas questões, a fim de não colocar em risco a integridade da ciência como um todo.
“Inicialmente, a má conduta científica era um problema limitado a poucos países, como os Estados Unidos. Mas agora, nações emergentes em ciência, como o Brasil, ‘juntaram-se ao clube’ em razão do aumento da visibilidade de suas pesquisas, e têm sido impactadas de forma negativa por esse problema”, disse Steneck, um dos maiores especialistas mundiais em integridade na pesquisa.
Nos últimos anos, segundo Steneck, passou a ser observado um aumento global do número de casos relatados de má conduta científica. Um estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America (PNAS) sobre as causas de retratação de 2.047 artigos científicos, indexados no repositório PubMed e produzidos por pesquisadores de 56 países, revelou que apenas 21,3% das retratações foram atribuídas a erro.
Por outro lado, 67,4% das retratações foram atribuídas à má conduta científica, segundo o estudo. Dessas, 43,4% ocorreram por fraude ou suspeita de fraude, 14,2% por publicação duplicada e 9,8% por plágio. Estados Unidos, Japão, China e Alemanha responderam por três quartos das retratações.
Os autores do estudo estimam que a porcentagem de artigos que tiveram de sofrer retratação por causa de fraude aumentou cerca de 10% desde 1975, quando os primeiros casos de má conduta científica começaram a vir a público.
Outro estudo, publicado na PLoS Medicine, utilizou dados da base Medline, a respeito de artigos publicados até junho de 2012 que abordaram o tema da má conduta científica, para tentar verificar o problema em países de economias em desenvolvimento.
Segundo os autores, apesar dos poucos dados disponíveis, o resultado da análise indica que o problema é tão comum nos países emergentes como nos mais ricos e com maior tradição científica.
“Vemos que há mais casos de má conduta científica hoje do que há 10 anos, mas não sabemos se o número de casos está aumentando ou se estão sendo mais descobertos e revelados”, disse Steneck à Agência FAPESP. “O fato é que as pessoas estão prestando mais atenção ao problema da má conduta científica e cada vez mais novos casos têm sido relatados.”
Já um outro estudo, divulgado em abril no Journal of the Medical Library Associaton, identificou 20 países com os maiores números e percentuais de artigos da área de Ciências Biomédicas retratados por problemas de plágio e duplicação de dados, publicados entre 2008 e 2012 e indexados no PubMed.
O estudo apontou que a Itália, a Turquia, o Irã e a Tunísia possuem o maior percentual de artigos retratados por problema de plágio, enquanto a Finlândia, China e novamente a Tunísia apresentam a maior taxa de artigos retratados em razão da duplicação de publicação. O Brasil ocupa a 17ª colocação no ranking geral, logo atrás da Espanha e à frente da Finlândia, Tunísia e Suíça.
‘Ponta do iceberg’
Identificados genes que podem ajudar a salvar araucária do risco de extinção
21/08/2014
Formação embrionária do pinhão, semente do pinheiro-brasileiro, é alvo de abordagem molecular inédita capaz de auxiliar na preservação da espécie (foto: Wikimedia)
Por Diego Freire
Agência FAPESP – Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) identificaram 24.181 genes ligados à formação do embrião da araucária (Araucaria angustifolia) – árvore nativa do Brasil também chamada de pinheiro-brasileiro – e de sua semente, o pinhão.
A descoberta poderá auxiliar no estabelecimento de um sistema para a propagação in vitro da espécie, que está sob risco crítico de extinção, de acordo com a União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês), e cuja madeira tem alto valor de mercado.
Com a identificação dos genes, será possível um maior controle sobre o processo de embriogênese somática, ou seja, a formação de um embrião sem que haja fecundação e a partir de células não reprodutivas.
Trata-se de uma das mais promissoras técnicas biotecnológicas de produção de embriões vegetais, que permite a criopreservação (conservação por meio de congelamento) e a clonagem em massa. No caso da araucária, ela é dificultada porque as sementes perdem viabilidade e não sobrevivem por longos períodos de armazenamento.
“Diante dessa dificuldade, é fundamental que se compreenda amplamente o funcionamento desses genes. Somente com o profundo conhecimento dos fatores bioquímicos, fisiológicos e genéticos que controlam o desenvolvimento do embrião zigótico (in vivo) será possível o desenvolvimento embrionário in vitro”, explicou Eny Iochevet Segal Floh, coordenadora do Laboratório de Biologia Celular de Plantas (Biocel) do Instituto de Biociências (IB) da USP e responsável pela pesquisa “Análise da expressão gênica durante o desenvolvimento de embriões somáticos e zigóticos de Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze”, realizada com o apoio da FAPESP.
Os trabalhos no Biocel, desenvolvidos em parceria com o Laboratório de Genética Molecular de Plantas, também do IB-USP, e coordenado por Maria Magdalena Rossi, centraram-se na análise do transcriptoma, conjunto dos RNAs mensageiros (RNAm) da célula, com o objetivo de descobrir quais genes participam no processo de formação do embrião da araucária.
O sequenciamento do RNA foi realizado no Laboratório Multiusuários Centralizado em Genômica Funcional Aplicada à Agropecuária e Agroenergia, facility instalada na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP com o apoio do Programa Equipamentos Multiusuários (EMU) da FAPESP.
A análise utilizou a tecnologia de sequenciamento em larga escala (RNAseq), que permite explorar a diversidade de RNAm e o perfil dos genes expressos durante o desenvolvimento embrionário.
“O uso desta tecnologia – nova para a maioria dos grupos de pesquisa de biologia molecular no Brasil e ainda pouco utilizada em sistemas vegetais – proporcionou informações importantes sobre a regulação do desenvolvimento embrionário do pinhão”, destacou Floh.
Os mais de 24 mil genes identificados permitirão entender e descrever o comportamento do metabolismo durante a formação do embrião. “Além da importância para a biologia vegetal, os dados gerados possibilitarão obter marcadores para o aprimoramento da técnica de micropropagação, que é a produção de milhares de clones a partir de uma única célula ou pedaço de tecido vegetal, utilizando a embriogênese somática”, disse Floh.
Os resultados poderão ajudar ainda no estabelecimento de estratégias de conservação para a A. angustifolia, incluindo bancos de germoplasma, o patrimônio genético conservado das plantas, e programas de melhoramento genético que utilizam ferramentas biotecnológicas.
Ameaça
De acordo com levantamento da IUCN, a araucária já perdeu 97% de sua área original, o que compromete drasticamente sua variabilidade genética e a coloca em risco de extinção. A cobertura dessas árvores correspondia a cerca de 40% da floresta ombrófila mista, um dos tipos de floresta que compõem o bioma da Mata Atlântica.
“A demanda pelo desenvolvimento de programas de manejo sustentável e conservação tem se tornado a cada dia mais urgente, visando à recuperação e à reposição das espécies ameaçadas, além de garantir a manutenção dos recursos que elas representam”, defende Floh.
As gimnospermas – plantas terrestres que vivem em ambientes de clima frio ou temperado, grupo do qual a araucária faz parte – representam mais de 50% das reservas florestais do planeta. Além de fornecerem madeira, fibra e energia para a indústria florestal, são importante fonte de biocombustíveis e atenuadores dos efeitos do aquecimento global.
Seu ciclo de vida, contudo, é considerado longo. Uma árvore pode durar séculos, levando em torno de 15 anos até atingir a maturidade reprodutiva. A formação da semente é igualmente demorada, podendo levar até quatro anos – o que, de acordo com a pesquisadora, exige alternativas biotecnológicas ao processo natural de reprodução.
“Diante disso, a clonagem massal in vitro via embriogênese somática, associada à criopreservação e à seleção assistida por marcadores moleculares, vem sendo incorporada aos programas de melhoramento genético e conservação de germoplasma de gimnospermas ameaçadas de extinção”, disse.
Os resultados iniciais foram publicados na revista Plant Cell Tissue and Organ Culture e apontam para a viabilização de estratégias biotecnológicas de preservação da espécie. Além de apoio da FAPESP, os estudos também tiveram financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Petrobras.
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No lugar da especulação, a alimentação
Por Jéssica Lipinski
Da CarbonoBrasil
A apropriação de terras é uma prática controversa muito comum em países em desenvolvimento, na qual investidores adquirem – de forma ilegal ou não – terrenos nessas nações para a realização de grandes investimentos, geralmente agrícolas, com foco na exportação de alimentos e biocombustíveis. Mas um novo estudo aponta que essas terras poderiam alimentar milhões de pessoas se fossem de propriedade das populações locais.
A pesquisa, publicada na quinta-feira (26) no periódico Environmental Research Letters, sugere que esses grandes empreendimentos costumam arruinar os agricultores de pequena escala e de subsistência, retirando deles suas terras e deixando-os sem condições de produzirem seu próprio sustento. Os autores da nova análise afirmam, porém, que não é necessário que seja assim.
“Os legisladores precisam estar cientes de que, se esse alimento fosse usado em benefício das populações locais, seria suficiente para diminuir a desnutrição em cada um desses países. Tais investimentos levariam a melhoras substanciais na produtividade das culturas, principalmente nas nações africanas”, escreveram Maria Cristina Rulli e Paolo D’Odorico, da Universidade Politécnica de Milão e da Universidade da Virgínia, respectivamente.
Milho usado para biocombustível
Para chegar a essa conclusão, os cientistas calcularam as aquisições de propriedades de mais de 200 hectares realizadas em países em desenvolvimento desde 2001, o que totalizou 31 milhões de hectares. Em seguida, estimaram a produtividade das colheitas se essas terras tivessem sido deixadas para os povos locais com seus métodos agrícolas tradicionais, e também a possível produtividade das plantações usando métodos tecnológicos dos grandes empreendimentos.
Se a terra fosse cultivada com 100% de sua capacidade, poderia alimentar entre 300 milhões e 550 milhões de pessoas. E sem o uso de tecnologia na agricultura, ou seja, com aplicação da agricultura tradicional, a terra poderia alimentar de 170 milhões a 370 milhões de pessoas. Os pesquisadores acreditam que o estudo ajuda a criar um panorama de possíveis soluções para o problema da fome, mas dizem que muitas dúvidas sobre a questão ainda precisam ser sanadas por futuros trabalhos.
“Nosso estudo oferece uma avaliação abrangente da quantidade de alimento que poderia ser produzida em terras adquiridas por investidores estrangeiros em países como o Sudão e a Indonésia. Mas ainda há questões em aberto: O que aconteceria com os alimentos produzidos? Seriam enviados para o estrangeiro?”
Os próprios autores acreditam que dificilmente uma alta produtividade nessas terras seria conseguida visando à alimentação dos povos locais. “Muito da terra adquirida não foi sequer colocada para produção. Além disso, quase metade dessas aquisições de terra não é para cultivar alimentos. Na Malásia, Zimbábue e Gabão, as plantações para biocombustível são os únicos grandes cultivos”, observaram.
“O mundo já produz comida suficiente para alimentar a todos, mas uma em cada oito pessoas vai dormir com fome todos os dias, muitas das quais são as mesmas pessoas que dependem dos alimentos das terras que grandes agronegócios estão visando. O fortalecimento do direito à terra é crucial para garantir que as comunidades afetadas não sejam prejudicadas”, comentou Hannah Stoddart, diretora de políticas para alimentação e mudanças climáticas do Oxfam, ao jornal The Guardian. Ela concluiu dizendo que investimentos em agricultura em pequena escala e práticas agrícolas mais sustentáveis poderiam reduzir a fome dos países mais pobres.
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Lições da Agroecologia na América Latina
Sementes de arroz / Foto de Martin Godwin
Camila Nobrega*
Com sementes de arroz nas mãos, a agricultora Emilia Alves Manduca explica a outros pequenos produtores como a comunidade onde ela vive, no Mato Grosso, região Centro-Oeste do Brasil – escapou da pobreza e tornou-se autossuficiente. Ela viajou mais de dois dias em um ônibus para participar do III Encontro Nacional de Agroecologia, em Juazeiro, na Bahia. Com um sorriso largo no rosto, a agricultora conta que, nos últimos seis anos, eles desenvolveram mais de 30 tipos de culturas sem uso de nenhum agrotóxico no assentamento Roseli Nunes, na cidade de Mirasol D’Oeste, cuja produção orgânica é certificada pelo Ministério da Agricultura, como parte do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra brasileiro.
“Eu trabalhava em uma grande fazenda, fazia aplicação de pesticidas. Tive que ir ao hospital duas vezes por causa dos efeitos colaterais, intoxicada pelo veneno”, disse Emília.
No Centro-Oeste do Brasil, onde fica o assentamento a que a agricultora se refere, predominam os cultivos de soja e milho, em extensas áreas de monoculturas. Em 2013, a região exportou um volume recorde das duas culturas, atingindo a marca de 78.5m toneladas. A maior parte, entretanto, não é utilizada para alimentar a população. O destino principal é a exportação, para produção de biocombustíveis – e para alimentação de animais que abastecem cadeias de produção de alimentos nos países desenvolvidos.
Em meio a esse cenário, Emília Manduca vê as sementes de arroz como um símbolo da força e resistência da agricultura familiar. Essas sementes foram fruto de uma troca feita com agricultores de uma comunidade quilombola que as selecionaram por mais de quatro gerações. (São o que se chama de sementes criolas, como explica esta publicação – http://www.agroecologia.org.br/index.php/publicacoes/publicacoes-da-ana/publicaoes-da-ana/sementes-registradas-pdf/detail). São referências que fazem parte de um movimento mundial protagonizado pela América Latina, a Agroecologia.
Em resposta aos problemas causados pelo agronegócio, incluindo a contaminação dos recursos naturais, os aumentos nos preços dos alimentos, a infertilidade do solo e problemas de saúde causados em trabalhadores do campo e em consumidores, a agroecologia surgiu como uma ponte entre o conhecimento científico, a agricultura tradicional e os movimentos sociais.
A agricultura familiar, modelo no qual a agroecologia se baseia, envolve cerca de 500 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO, sigla em inglês). E a produção proveniente da agricultura familiar produz, em relação ao modelo do agronegócio, mais alimentos. Na América do Sul, este modelo de agricultura ocorre em apenas 18% do território, mas é responsável pela produção de cerca de 40% dos alimentos.
María de Los Angeles é representante equatoriana do Movimento Agroecológico da América Latina e do Caribe (Maela). Ela afirma que a produção convencional não é sustentável: além de degradar o solo, é baseada em combustíveis fósseis, que poluem e se tornarão cada vez mais escassos.
“A agroecologia recupera elementos de cada território e conhecimentos desenvolvidos pelos agricultores há milhares de anos. Em vez da monocultura, ela é uma busca pela preservação da biodiversidade e da própria espécie humana.”
Em sua opinião, esse sistema é importante para acabar com a desnutrição e garantir alimentos de qualidade para todos. Mas há obstáculos. “Temos uma carência de informações sobre agroecologia”, diz Los Angeles.
Pequenos agricultores sofrem para manter-se como parte da cadeia de abastecimento. Não faltam exemplos disso. No Equador, entre 2002 e 2003, a maior cadeia de supermercados decidiu fazer uma substituição no seu quadro de fornecedores, que concentrou ainda mais o mercado. Trocou 2.500 pequenos produtores por apenas 250 produtores maiores (PDF).
Na outra ponta, busca-se o fortalecimento das redes de produtores – e também de consumidores. A rede agroecológica de Azuay, também no Equador, reúne 19 grupos de pequenos agricultores que comercializam conjuntamente para feiras e mercados. Um estudo do grupo aponta um crescimento da agricultura agroecológica, passando de 23 mil hectares (56,810 acres) em 1996 para 403 mil em 2008, contabilizando 395 milhões de dólares e registrando a criação de 172 mil postos de trabalho (PDF).
Há uma batalha pela informação. Campanhas feitas por multinacionais do agronegócio negam que o modelo de produção com agrotóxicos afeta a saúde das pessoas e argumentam a necessidade de uma produtividade elevada, ignorando estudos que apontam como a produção de alimentos na América Latina e no Caribe pode atender facilmente as necessidades da população da região. Já se sabe que o problema da fome não é por falta de alimentos, mas falta de acesso à terra ou a recursos para compra de alimentos pelos mais pobres.
“A agroecologia se baseia na garantia de terra para os camponeses, a diversidade de espécies, o trabalho digno e a soberania alimentar, entre outros princípios. Traz elementos da pesquisa acadêmica para melhorar a produção no campo, sem a necessidade de usar insumos químicos. E é diferente do conceito da produção orgânica, que pode continuar ocorrendo sob o mesmo modelo que o agronegócio industrial, apenas sem usar agrotóxicos. Muitas vezes é feita por poucas pessoas para poucos consumidores que podem acessar”, afirmou Paulo Petersen, coordenador da ONG AS-PTA.
O chileno Miguel Altieri, professor de Agroecologia da Universidade de Berkeley e membro da Sociedade Científica Latino Americana de Agroecologia chama o movimento de uma nova revolução agrária, que se opõe à Revolução Verde. “Agroecologia é a única opção viável para satisfazer as necessidades alimentares da região neste cenário de aumento dos preços do petróleo e a mudança climática global.”
(Este artigo traz uma perspectiva do que Altieri chama de “revolução agroecológica” na América Latina. Como a expansão da agroexportação e biocombustíveis continua marca a história recente da região, enquanto o planeta continua registrando taxas de aquecimento global, os conceitos de soberania alimentar e agroecologia baseados em ganho de produção agrícola chamam cada vez mais atenção)
*A jornalista Camila Nobrega é editora do Canal Ibase e colaboradora da Global Development Professionals Network, editoria do jornal The Guardian voltada para a reflexão sobre o desenvolvimento
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quinta-feira, 21 de agosto de 2014
12 sites para aprender culinária de graça
Oi leitores!
A cada dia, mais e mais pessoas tentam sair do básico na cozinha e aprender preparações que vão além do feijão com arroz. Ninguém nasce sabendo pilotar um fogão. E a experiência só vem com a prática mesmo.
Para muitas pessoas, cozinhar é uma tarefa simples e fácil. Para os que não têm a menor intimidade com panelas, a sugestão é acessar algum dos sites abaixo para aprender um pouco mais sobre culinária.
1 - Cozinha Para 2
O canal ideal para quem não sabe cozinhar. Receitas práticas e com poucos ingredientes para ninguém ficar perdido.
Imagine juntar pesquisadores de Harvard e chefes mundialmente conhecidos. O resultado é um curso que une ciência à gastronomia. As palestras unem conceitos das duas áreas e foram disponibilizadas no YouTube. O conteúdo é em inglês.
3 - Miolos Fritos
Para os fãs da cultura nerd em geral, o canal Miolos Fritos conta com receitas pensadas nos filmes, quadrinhos, séries e muitos mais.
Além de práticas, no canal Receitas de Minutos você aprende receitas que são realmente rápidas de se preparar. Ideal para aqueles momentos em que a fome aperta sem avisar.
Aqui, o fogão fica de lado: todas as receitas são feitas utilizando o rápido e prático micro ondas. Ideal para quem começou a morar sozinho e mal sabe ferver a água.
6 - Gourmet a dois
Tem medo de se arriscar em receitas mais complexas? O canal traz pratos considerados gourmet de forma traduzida, além de dicas práticas. Você vai aprender desde como cortar um abacate até como fazer pretzels em casa.
7 - Menos de R$20
O canal perfeito para quem gosta de comer bem e gastar pouco – os pratos são preparados com menos de R$20,00
Aqui até os vegetarianos tem vez! Neste canal, as dicas são de comidas que não possuem carnes ou outros alimentos restritos na dieta vegetariana.
9 - BBQ em Casa
Essa dica vai para os amantes do churrasco: saiba como preparar, temperar e assar as mais diferentes carnes.
Para quem não abre mão de um prato um pouco mais elaborado, neste canal você encontra deliciosas receitas além de dicas para sobreviver na cozinha.
11 - Marinando
Comandados por Marina Person, os vídeos propõem receitas saudáveis — como arroz doce integral e omelete de forno — com a presença de convidados especiais. Camila Pitanga e Alice Braga já passaram pelo canal.
12 - Cozinha de Jack
Carnes, lanches, molhos e mais um monte de coisa gostosa que vai te deixar com muita água na boca: tudo isso no canal “Cozinha de Jack”!
Bom apetite!
Dica do
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Aleitamento materno pode ajudar a evitar obesidade infantil
A revista Crescer, em sua versão on-line, publicou artigo informando que várias pesquisas médicas mostram que a amamentação exclusiva nos primeiros seis meses de vida, e continuada até os 2 anos ou mais, protege contra a obesidade infantil. Segundo o pediatra entrevistado para a matéria, um estudo realizado em 2010 observou que para cada mês em que se adia a introdução de alimentação complementar (entre os 2 e 6 meses), o risco de obesidade na vida adulta diminui de 6% a 10%.
Revista Crescer, 1 de abril de 2014
Comentários
Dra Marisa da Matta Aprile
Departamento Científico de Aleitamento Materno da SPSP
Os estudos internacionais, publicados em 2012, mostram que cada mês de amamentação diminui em 4% as chances da criança desenvolver obesidade. Crianças em aleitamento materno recebem quantidades calóricas adequadas ao crescimento saudável, não superior às suas necessidades, diferente do que ocorre com o uso de mamadeira. Com a prevenção da obesidade a criança se beneficia também da diminuição em 40% da incidência de diabetes tipo II, isto devido ao controle de peso resultante do controle da saciedade, que adquirem as crianças amamentadas. Ocorre também uma diminuição nas taxas de hipertensão, pois o leite humano tem menos sal e tem na sua composição substâncias que protegem os vasos (ácidos graxos de cadeia longa). Os dois primeiros anos de vida são de alto impacto na redução das doenças crônicas não transmissíveis do adulto (diabetes, hipertensão e obesidade) devido a programação do organismo, conferido pelo aleitamento materno. A nutrição da gestante, o aleitamento materno e a alimentação complementar saudável após o sexto mês fecham esse ciclo, chamado por vários autores de “1000 dias, uma janela de oportunidades para a vida saudável do adulto”.
Publicado em 21/08/2014.
Nota do blog: http://comunidadespsp.wordpress.com/
Este blog não tem o objetivo de substituir a consulta pediátrica. Somente o médico tem condições de avaliar caso a caso e somente o médico pode orientar o tratamento e a prescrição de medicamentos.
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Automedicação
20 Agosto 2014
Foto: Hero Images/Corbis
A automedicação pode trazer consequências graves à saúde como reações alérgicas e dependência. Além disso, de acordo com o Ministério da Saúde, o hábito pode aumentar a resistência de microorganismos e inibir a eficácia dos remédios.
O estudante, Stuart Figueredo, por exemplo, tem bronquite asmática e compra os medicamentos sem receita médica para tratar a doença. Ele conta que já percebeu os efeitos da automedicação. "Eu compro bombinha, inalador, para melhorar da asma e já tem tanto tempo que eu faço essa automedicação que às vezes o remédio não surte tanto efeito. Já teve algumas situações que o uso da bombinha ou então do inalador, da nebulização, não surtiu efeito que eu precisava. Eu precisa de verdade ir no hospital e fazer o tratamento correto para que eu pudesse sarar daquele sintoma", conta.
O secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha, alerta que Stuart está em risco. Segundo Gadelha , optar pela automedicação pode trazer consequências graves para a saúde. "Pode matar, os excessos de medicamentos ou às vezes o uso prolongado de um medicamento. Os efeitos colaterais, os efeitos adversos. Basta ler as bulas, vocês vão ver que todos os medicamentos, eles podem ter efeitos adversos. O uso indevido de medicamentos, ele pode piorar a qualidade de vida em vez de melhorar a qualidade de vida se ele for utilizado inadequadamente", reforça.
De acordo com o Ministério da Saúde, nos últimos cinco anos, quase 60 mil casos de internações por automedicação foram registrados no Brasil.
Fonte: Karina Chagas/ Agência Saúde
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Dicas simples facilitam a amamentação
21 Agosto 2014
A amamentação é um momento de interação entre mãe e filho, além de trazer vários benefícios à saúde de ambos. A mulher deve tomar alguns cuidados para que esse ato não gere dor e desconforto. As principail queixa é ter o bico do seio rachado e sensível, o que causa inflamações e dificulta o aleitamento.
A empresária Vivianne Oliveira conta que quase desistiu de amamentar o filho. "Eu tive muita dor ao amamentar. A lágrima realmente caia, mas eu sabia que era essencial para ele, principalmente naqueles primeiros meses de vida", declara. Assim como Vivianne, muitas mulheres se queixam de dor durante a primeira fase da amamentação.
Segundo o coordenador de Saúde da Criança do Ministério da Saúde, Paulo Bonilha, o contato entre mãe e bebê não é doloroso. O desconforto costuma ser causado porque a boca da criança está mal encaixada no peito da mãe. Ele orienta que ao sentir dor a mulher tire o bebê com cuido e o coloque de novo para mamar.
Para saber se bebê está “pegando” o peito direito, a mãe deve observar se a boca está bem aberta (boca de peixinho) e se o mamilo e a maior parte da auréola estão abocanhados. “Do ponto de vista prático, se está sobrando muita área escura para fora da boca do neném, é porque a pega está inadequada", explica. O aleitamento materno é interrompido principalmente por causa dos ferimentos nos seios durante a amamentação. É o que mostra uma pesquisa da Organização Mundial da Saúde e do Unicef, realizada em 2009. De acordo com o levantamento, 43% das mães param de amamentar antes que a criança complete três meses de vida. A pesquisa revela que 58% das mulheres em fase de amamentação apresentam algum tipo de trauma nos mamilos. Os machucados mais comuns são rachaduras no bico dos seios.
Dicas - A mãe pode ficar deitada, sentada ou em pé. O importante é que ela e o bebê estejam confortáveis. O corpo do filho deve estar inteiramente de frente, ou seja, a barriga voltada para o corpo da mãe, com a cabeça e a coluna em linha reta, no mesmo eixo. A boca fica reta para o bico do peito. A mulher apoia com o braço e mão o corpo e o “bumbum” do bebê.
O momento requer calma, para não apressar o bebê. Quando o peito estiver muito cheio, antes de amamentar, a mãe deve fazer uma ordenha manual para amaciar a aréola. Com os dedos indicador e polegar, espremem-se as regiões acima e abaixo do limite da aréola para retirar algumas gotas de leite e amaciar o bico.
Uma boa dica é encostar o bico do peito na boca do bebê, para ele virar a cabeça, o chamado reflexo da busca. Ele sozinho sabe como fazer isto. O filho é levado ao peito e não o contrário. Outra importante sugestão é segurar o peito com o polegar acima da aréola e o indicador e a palma da mão abaixo. Isto facilita a “pega” adequada. O bebê abocanhando a maior parte da aréola suga mais leite e evita rachaduras. A mãe deve ouvir o ritmo cadenciado de sucção, deglutição e pausa.
Como saber que a “pega” está adequada:
• Boca bem aberta; • Lábios virados para fora; • Queixo tocando o peito da mãe; • Aréola mais visível na parte superior que na inferior; • Bochecha redonda (“cheia”); • A língua do bebê deve envolver o bico do peito.
Fonte: Débora Rocha / Portal da Saúde
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quarta-feira, 20 de agosto de 2014
Café adulterado no Brasil
Soja, milho, trigo, cama de aviários, gravetos, entre outros, tem sido misturado ao café dos brasileiros. Tudo para aumentar o lucro dos fabricantes e vender pelo preço mais barato.
Um grupo brasileiro (de Londrina) desenvolveu um método baseado em HPLC capaz de detectar e quantificar as adulterações em amostras.
O trabalho foi apresentado nesta semana no 248thNational Meeting & Exposition da American Chemical Society (ACS), em San Francisco, CA, USA.
Saiba mais:
falaQuímica
Pet Bio, sem petróleo!
Novo método verde permite obter o polímero PET — poli(etileno tereftalato) — *sem o uso de derivados do petróleo*.
A rota usa carbonos biológicos, ou seja, todos os precursores são *extraídos de seres vivos*.
Veja artigo inédito em
falaQuímica
terça-feira, 19 de agosto de 2014
Vinho contra as cáries
Estudo inédito mostrou que os vinhos tintos de boa qualidade inibem a formação das placas bacterianas e, consequentemente, impedem o surgimento de cáries.
O pode bactericida de vários componentes do vinho é o responsável por esta proteção.
Veja artigo em http://pubs.acs.org/doi/full/10.1021/jf501768p
falaQuímica
Acupuntura veterinária
Monografia interessante da Dra. Vanessa. Um mini atlas de pontos extras em pequenos animais.
Dica do:
“Natural": a palavra que vende muito mas não diz nada
Postado por Adaptado de Roberto A. Ferdman - The Washington Post - Quarta-feira, 06 de Agosto de 2014
Fonte: http://www.washingtonpost.com/blogs/wonkblog/wp/2014/06/24/the-word-natural-helps-sell-40-billion-wo
As principais alegações de saúde e de rotulagens de alimentos mais usadas incluem palavras que quase qualquer um que já foi a um supermercado nos últimos cinco anos deve reconhecer, como "natural", orgânico", "livre de gordura trans" e “integral ". De acordo com dados da empresa de pesquisa de mercado Nielsen, estas frases ajudaram a indústria de alimentos a vender mais de $377 bilhões dólares de produtos alimentícios, comercializados com maestria nos Estados Unidos durante o ano passado. A lista de rótulos lucrativos de alimentos é longa, e às vezes, perturbadora.
Gráfico: Representação das vendas de produtos com alegações de saúde em rótulos de alimentos. Fonte: Washington Post
Muitos desses rótulos são colocados em embalagens de alimentos por um bom motivo. Afinal, é necessário que os consumidores com doença celíaca sejam capazes de saber se os alimentos contêm glúten, ou que as pessoas com alergia ao leite sejam capazes de dizer quais são feitos sem lactose.
Mas alguns rótulos são totalmente sem sentido. Ingerir alimentos rotulados com a palavra "natural", por exemplo. Na verdade, lembre-se dela, porque é provavelmente o exemplo mais notório nas prateleiras dos supermercados de hoje. A indústria de alimentos agora vende quase 41 bilhões dólares em alimentos a cada ano marcados com a palavra "natural", de acordo com dados da Nielsen. E "natural" que dizer, bem... nada. A Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos da América não tem sequer uma definição oficial ou determinação do que "natural" significa. A única coisa que a FDA diz em relação a palavra é esta declaração, em seu site:
“Do ponto de vista da ciência dos alimentos, é difícil definir um produto alimentar que é "natural", pois a comida foi provavelmente processada e não é mais produto da terra. Dito isto, a FDA não desenvolveu uma definição para a utilização do termo natural ou seus derivados. No entanto, a agência não se opôs ao uso do termo, se o alimento não contém corantes adicionados, sabores artificiais ou substâncias sintéticas”.
E dificilmente este é o único adjetivo enganador que a indústria de alimentos está usando nesses dias. A palavra “orgânico”, enquanto um pouco menos duvidosa, ainda significa muito menos do que se poderia pensar. Várias outras, incluindo aquelas que fazem referência a antioxidantes, proteínas, cálcio e outras vitaminas e minerais, estão confundindo os consumidores, enganando-os a acreditar que certos produtos alimentares são mais saudáveis do que realmente são, segundo um estudo descobriu recentemente. E a tendência é piorar. O uso dos rótulos rentáveis dos alimentos ainda está crescendo - e rápido.
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Hábitos do cotidiano afetam práticas alimentares
Postado por Amanda de Sá - Informe ENSP
11 de Agosto de 2014
Fonte: http://www.ensp.fiocruz.br/portal-ensp/informe/site/materia/detalhe/36008
"As práticas de alimentação são construídas socialmente. E a ideia de como uma prática social é construída nos leva a pensar de que maneira ela pode mudar". A fala do professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) Ruben Araújo de Mattos diz respeito à relação das ciências sociais e humanas e suas influências na alimentação. Na aula inaugural do curso de aperfeiçoamento em Alimentação e Cultura da ENSP, o professor destacou aspectos do cotidiano que afetam diretamente às práticas alimentares, como por exemplo, a inserção da mulher no mercado de trabalho e a situação econômica das famílias brasileiras.
Para Ruben, a gerência do tempo na vida da mulher moderna pode ser um elemento importante na construção de determinadas práticas alimentares. Devido à escassez do tempo disponível para a preparação de alimentos saudáveis, entram na dieta da família comidas processadas e o fast food. De acordo com ele, temos hoje uma estratégia aguda e importante de enfrentamento do problema de regulação da propaganda de alimentos infantis, a partir de uma série de elementos que sugerem que a construção da obesidade infantil passa pela propaganda. Porém, para o professor, a questão vai muito além da publicidade. “Muitos alimentos industrializados, como por exemplo os biscoitos, são oferecidos para as crianças como uma forma de entretenimento e distração, com a ideia de que quando a criança come não cria problemas. Assim como o uso da televisão, que funciona como um solucionador eventual de alguma situação de inquietude.”
De acordo com o palestrante, uma alimentação adequada deve ser saudável, sustentável e respeitar a cultura. A compreensão do que é cultura e a interpretação do que se coloca na ideia de segurança alimentar, porém, abrange diversas noções, como por exemplo: alimentos que culturalmente fazem parte do nosso cotidiano mas que são insalubres, como o pastel e o caldo de cana, oferecidos frequentemente em feiras de rua.
Outra questão destacada por Ruben foi a diferença dos hábitos alimentares de acordo com o contexto social estudado. “Em uma condição de miséria, em um espaço de pobreza, há limitações no acesso ao alimento. Isso coloca diante dos profissionais dessa área a tarefa do que pode ser feito para permitir uma alimentação saudável dentro daquelas circunstâncias. Os dilemas que se colocam nessa questão exigem uma compreensão da situação, além do conhecimento científico”, opinou.
A ciência, conforme destacou o professor, era retratada com base em uma ideia de que ela demonstra a verdade melhor do que qualquer outra forma de conhecimento. Inicialmente a tarefa da ciência era descobrir leis que regessem os fenômenos naturais, porém, com o surgimento das ciências sociais, essa percepção foi se modificando. “O fenômeno social, diferentemente do natural, não possui leis. Os agentes humanos, os homens, são capazes de fazer e inventar coisas. Tudo que transcorre na vida, na maneira com que ela materialmente se produz, tem origem nas relações estabelecidas pelos homens. E tudo o que acontece na vida social tem por última análise o elemento econômico".
Dessa forma, segundo o professor, podemos observar a presença de diversos elementos nos processos de construção dessas práticas alimentares, que nos ajudam a olhar para o problema com uma complexidade maior. “Os territórios para estudo são enormes. Uma característica que vem da ciência e é muito importante para o exercício cotidiano é a crítica. É preciso entender as situações que estão presentes na ideia de alimentação saudável", concluiu.
As ciências sociais e humanas e os estudos em alimentação e nutrição foi o tema da aula inaugural do curso de aperfeiçoamento em Alimentação e Cultura da ENSP, apresentada no dia 6 de agosto. A formação, coordenada pelas pesquisadoras Denise Cavalcante de Barros (ENSP/Fiocruz) e Denise Oliveira e Silva (Fiocruz Brasília), visa capacitar profissionais de saúde para o entendimento dos significados dos sistemas e valores que envolvem os aspectos socioculturais da saúde, em particular a alimentação e a nutrição, na perspectiva de contribuir para o exercício de uma prática humanista na promoção da alimentação e nutrição na atenção à saúde.
Link:
Publicidade de alimentos não saudáveis preocupa ONU
Postado por Criança e Consumo - Quinta-feira, 14 de Agosto de 2014
Fonte:
http://criancaeconsumo.org.br/noticias/publicidade-de-alimentos-nao-saudaveis-preocupa-onu/
Relatório lançado pela ONU em junho deste ano, recomenda um conjunto de diretrizes para o marketing de alimentos e bebidas não alcoólicas destinadas às crianças. De acordo com o relator da ONU, os países devem cumpri-lo integralmente com a obrigação de regular a publicidade de alimentos industrializados.
Segundo ele, “as crianças são muito expostas a comidas não saudáveis, tanto em ambientes públicos como privados. Os alimentos (saudáveis) servidos ou vendidos em ambientes institucionais como as escolas podem ser desproporcionalmente comparados com alimentos não saudáveis, ou com ou outros alimentos de valor de nutricional limitado, particularmente em programas de almoço (merenda) nas escolas, em que os recursos financeiros para alimentos mais saudáveis podem ser limitados”. Daí a necessidade de formulação de leis e mecanismos regulatórios para reduzir a exposição de crianças ao marketing de comidas e bebidas.
O documento integral pode ser acessado aqui: 01A-HRC-26-31_en-PORT
Anand Grover comenta ainda que a autorregulação da publicidade, por parte das próprias companhias produtoras de alimentos, não deve bastar por não ter efeito significativo na mudança das estratégias de publicidade de alimentos. Devido a uma série de motivos, como a natureza não obrigatória da autorregulamentação, falta de padrões de referência e transparência, definição inconsistente referente a crianças e critérios diferentes de nutrição, as companhias conseguem driblar as diretrizes, bloqueando o efeito pretendido das diretrizes de publicidade por elas instituídas.
Esse assunto se torna de extrema importância, tendo em vista que de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), dos 500 milhões de obesos em todo o mundo em 2008, mais de 42 milhões eram crianças com menos cinco anos, sendo que 35 milhões destas crianças residiam em países em desenvolvimento.
Local e data da publicação: 11/08/2014
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Aumento de 800% no consumo de ritalina alerta especialistas
Salto verificado em dez anos reacende discussão sobre uso da substância, empregada no tratamento do transtorno de deficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Especialistas lembram possíveis riscos.
O consumo de metilfenidato, conhecido popularmente como ritalina, aumentou mais de 800% no Brasil em dez anos. A substância é indicada para o tratamento do transtorno de deficit de atenção e hiperatividade (TDAH), que atinge sobretudo crianças e adolescentes. O diagnóstico da doença é contestado por alguns especialistas, que também alertam para riscos do uso do metilfenidato no tratamento.
Para a psicóloga Denise Barros, que investigou o consumo de metilfenidato no Brasil em sua tese de doutorado para a Universidade Estadual do Rio de Janeiro, esse incremento está relacionado ao aumento do número de diagnósticos do TDAH, não apenas em crianças e adolescentes, mas também em adultos.
“Como o TDAH é um transtorno de difícil diagnóstico, pois não existe nenhum marcador biológico, nenhum tipo de exame laboratorial que garanta se é ou não o transtorno, quando a pessoa sofre por não conseguir prestar atenção, normalmente isso acaba levando a esse diagnóstico”, afirma a pesquisadora.
Outro motivo apontado por ela é a utilização da substância para melhorar o desempenho nos estudos e no trabalho.
Barros cruzou os dados de produção, importação e estoque de metilfenidato e descobriu que, em 2003, foram consumidos em torno de 94 quilogramas dessa substância no país e, em 2012, esse número subiu para cerca de 875 quilogramas, o que representa um aumento de mais de 800%.
Em 2013, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já havia constatado um aumento de 75% no consumo de metilfenidato entre crianças de 6 a 16 anos de 2009 a 2011. A comercialização da ritalina no país foi aprovada pela instituição em 1998.
O neurologista infantil Christian Muller, membro da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), acredita que o aumento esteja relacionado ao maior conhecimento e à familiarização dos profissionais de saúde com a doença. No entanto, ele admite haver um risco de exagero nos diagnósticos.
“Uma avaliação do TDAH, de modo geral, não pode e não deve ser feita numa consulta isoladamente. O diagnóstico desse transtorno passa pela presença dos sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade que culminem em algum prejuízo à criança, seja ele social, seja ele escolar. Além disso, esses sintomas não podem estar presentes há pouco tempo, e sim de maneira mais duradoura”, diz.
O TDAH é um transtorno neurobiológico caracterizado pela desatenção, inquietude e impulsividade, que dificulta a concentração. A doença passou a ser mais conhecida e estudada a partir da década de 1980 e é reconhecida oficialmente por vários países e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Controvérsia sobre diagnóstico
Apesar do aumento da venda de metilfenidato, om psiquiatra Paulo Mattos, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), avalia que ainda há um subdiagnóstico dessa doença no país, ou seja, muitas pessoas que sofrem do transtorno não recebem a medicação adequada. “Menos de 20% dos pacientes com TDAH no Brasil estão em tratamento”, afirma.
Em 2010, quase 185 mil pacientes com o transtorno estavam em tratamento. Um estudo publicado na Revista Brasileira de Psiquiatria, do qual Mattos foi um dos autores, estima que mais de 924 mil brasileiros sofram desse transtorno.
Segundo Mattos, o metilfenidato é a única alternativa para o tratamento da doença. “Apenas em casos mais leves seria possível empregar psicoterapia, mas, em geral, quando os casos são mais leves, tende-se a não dar o diagnóstico formal de TDAH”, diz.
O metilfenidato é um estimulante do sistema nervoso central que pertence à família das anfetaminas. Seu objetivo é melhorar a concentração, diminuir o cansaço e auxiliar no acúmulo de informações.
Tratar as causas
Apesar de ser a substância indicada para o tratamento do TDAH, a pediatra Maria Aparecida Moysés, da Unicamp, contesta seu emprego e não receita ritalina a seus pacientes.
Segundo a médica, o metilfenidato eleva o risco de crises psicóticas, suicídios e pode até viciar. Ele afeta também o sistema cardiovascular, podendo causar taquicardia, hipertensão e até mesmo parada cardíaca. Além disso, quando tomado por mais de três anos, o paciente pode desenvolver transtorno bipolar, afirma a especialista.
“Está se perdendo de vista que o comportamento de uma pessoa é uma manifestação de como ela está na sua relação com o mundo, com a vida. Se esse comportamento está tão fora dos padrões, talvez seja uma manifestação de que essa pessoa precisa de ajuda. São crianças que estão passando por um sofrimento psíquico”, diz Moysés.
Por isso, a pediatra recomenda identificar as causas que estão levando a essa mudança de comportamento para então tratá-las. “Pode até ser que haja um transtorno, mas antes precisa ser comprovado se esse transtorno realmente existe”, considera.
A psicóloga Luciana Vieira Caliman, da Universidade Federal do Espírito Santo, também defende um tratamento amplo para o TDAH, identificando e intervindo nas causas do transtorno. “Não adianta dar só a medicação. Ela é um dispositivo de cuidado, mas, por esse transtorno ser tão complexo, é preciso pensar numa intervenção complexa, junto com a família e o meio”, afirma.
Matéria de Clarissa Neher , da Deutsche Welle, DW.DE, reproduzida pelo EcoDebate, 19/08/2014
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