Sobre a importância dos quintais, cada vez mais desaparecidos e, com isso, as nossas raízes também.
sábado, 14 de julho de 2018
quinta-feira, 12 de julho de 2018
quarta-feira, 11 de julho de 2018
Cooperativa de mulheres em SP produz ervas medicinais orgânicas para remédios do SUS
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A Cooplantas funciona em um assentamento do MST, na cidade de Itaberá, no interior de São Paulo
Camila Maciel
Brasil de Fato | Itaberá (SP),19 de Junho de 2018 às 16:10
A Cooplantas foi formalizada em 2009, mas o trabalho com plantas medicinais já tem mais de 20 anos / Camila Maciel | Brasil de Fato
O cuidado milenar dos povos tradicionais por meio das plantas hoje também se faz pelas mãos de mulheres agricultoras da região sudoeste de São Paulo.
“A capuchinha a gente usa mais para pomada milagrosa, cicatrizante. Camomila é digestiva, para cólicas menstruais, dor de estômago, intestino. A calêndula é anti-inflamatória. Vivendo e aprendendo, né? Todo dia a gente aprende um pouco”.
A afirmação é de Vanilda Santos, 42 anos, moradora do Assentamento da Fazenda Pirituba, na cidade de Itapeva, no interior paulista.
Ela faz parte da Cooperativa de Produção de Plantas Medicinais, a Cooplantas, junto com outras 30 mulheres e dois homens. Eles são organizados pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, o MST.
Com o trabalho na lavoura, elas produzem dezenas de variedades de plantas. Cavalinha, melissa, erva cidreira, capim limão, goiaba, amora são apenas algumas delas.
Parte dessa produção, que é toda orgânica e agroecológica, vai para o SUS em forma de medicamentos fitoterápicos.
A cooperativa foi formalizada em 2009, mas o trabalho com plantas medicinais já tem mais de 20 anos, como explica Nazaré Carvalho, de 62 anos, uma das fundadoras da iniciativa.
“Quando nós entramos no acampamento, veio uma pessoa de São Paulo e ela fez uma pomada milagrosa aqui. As crianças eram cheias de feridas. Aí começamos a fazer a pomada milagrosa para consumo próprio e a gente começou a trabalhar com plantas medicinais e até hoje. Faz 27 anos já", diz.
Para Nazaré, esse trabalho é também uma resistência ao poder da indústria farmacêutica.
“Na época, os índios, a nossa cultura era com plantas medicinais, e hoje o latifúndio, que são as farmácias, que eu chamo de latifúndio, que gasta muito dinheiro e pobre não tem muito dinheiro para comprar antibiótico, se o antibiótico está aqui no campo”, comenta.
Ao longo de mais de 20 anos, foram muitas as conquistas a partir da organização de mulheres no assentamento. Entre elas, um projeto do Ministério da Saúde que viabilizou uma parceria com a Fundação Oswaldo Cruz, a Fiocruz, a prefeitura de Itapeva e a Faculdade de Ciências Sociais e Agrárias de Itapeva, a Fait, para disponibilizar medicamentos fitoterápicos pelo SUS.
Vívian Ferrari, professora e coordenadora do curso de farmácia da Fait, explica que a iniciativa existe desde 2012 e já trouxe muitos benefícios para a comunidade.
"Os medicamentos estão sendo produzidos aqui pelos alunos com esse contato que eles tem também que eles têm com os profissionais de saúde do SUS e o mais gostoso de tudo isso é participar desse projeto e ver que, na prática, o medicamento está chegando na casa da comunidade, atendendo os padrões de qualidade, identidade, de segurança", analisa.
Uma das conquistas mais recentes da Cooplantas é a construção de uma fábrica de chá para produção e venda em sachê. O local está sendo construído ao lado de onde hoje é feita a secagem das plantas.
Mas além dos avanços na estrutura da produção e dos ganhos financeiros para as mulheres, Nazaré destaca a organização das agricultoras como uma das vitórias da cooperativa.
“As meninas não são mais exploradas. Ninguém explora. Elas têm a visão de saber o que elas querem. A visão também na casa, o marido ajuda a fazer o serviço na casa, quando ela chega do serviço, então elas têm outra visão. Tem machismo, claro, mas tem mais esclarecimento", explica.
O trabalho na cooperativa é divido em setores: produção, secagem, manipulação, comercialização e direção. Os ganhos com a produção é dividido considerando as horas trabalhadas por cada uma. Em média, o valor é de R$ 500, mas a meta é alcançar um salário mínimo.
Edição: Guilherme Henrique
Maranhão - Governo promove uso terapêutico de plantas medicinais pelo programa Farmácia Viva
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21/06/2018
Com o Programa Farmácia Viva, o Governo do Estado segue fortalecendo a utilização de plantas medicinais e seus subprodutos nos cuidados com a saúde da população maranhense. O município de Jenipapo dos Vieiras, um dos 30 municípios que integra o Plano Mais IDH, tem dois hortos, um deles referência para todo o estado.
O programa Farmácia Viva já registrou o marco dos 100 termos de adesão assinados em mais de 50 municípios maranhenses, orientando e estimulando a população a fazer o uso correto de plantas medicinais.
“A certeza da recuperação da saúde e da promoção da qualidade de vida foram reacendidas no Maranhão. As histórias de vida de pacientes que foram beneficiados com a responsabilidade com a qual tratamos a saúde no estado reforça o compromisso da gestão Flávio Dino com a saúde pública no estado. Na execução do Farmácia Viva, a nossa equipe técnica é incansável no desenvolvimento de todas as etapas de implantação, implementação e monitoramento das ações, permitindo a melhoria da saúde da população”, frisou o secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula.
A coordenadora do Programa Farmácia Viva, Kallyne Bezerra, realizou o monitoramento das ações, nesta quarta-feira (20), em Jenipapo dos Vieiras, que está multiplicando o trabalho, com a distribuição de mudas para outras cidades.
“O horto instalado no Centro de Saúde Joana Alves de Sousa, inclusive, é referência para todo o estado, pois possuem todas as plantas catalogadas na região, com identificação. É em forma de mandala ou relógio humano”, destacou Kallyne Bezerra. O segundo horto fica no lugarejo chamado Copaíba.
O sucesso do Programa Farmácia Viva deve-se a diversos fatores, entre eles adesão da gestão municipal, dos profissionais de saúde, que prescrevem os medicamentos fitoterápicos, apoio da Secretaria de Agricultura Familiar. Um dos destaques no município é a atuação da equipe da Força Estadual de Saúde do Maranhão (Fesma), que tem promovido treinamentos e repassado os conhecimentos para a população da cidade.
Com o Programa Farmácia Viva, Estado segue fortalecendo uso plantas medicinais nos cuidados com a saúde. (Foto: Divulgação)
“Nos relatórios enviados, vimos que há uma grande aceitação dos idosos e gestantes, que buscam entendimento do que podem usar na gravidez e pós-parto. Entre os idosos, as plantas são usadas como adjuvantes para pacientes hipertensos, diabéticos, com erisipela e com verminoses. Já existe até a indicação para tratamento de Alzheimer”, listou Kallyne Bezerra.
Na reunião de avaliação, foram listados os benefícios alcançados na cidade após a inauguração do horto, em novembro de 2017, e as necessidades para manutenção do projeto. Dentre os resultados positivos, foi apontada a diminuição do uso de medicamentos alopáticos, com consequente economia de recursos.
A experiência foi apresentada em março no 1º Congresso Internacional de Práticas Integrativas e Saúde Pública (INTERCONGREPICS), promovido pelo Ministério da Saúde.
O município de Arame recebeu, também, a visita de monitoramento na terça-feira (19). Primeiro horto inaugurado pelo Programa Farmácia Viva, em 2016, o projeto no local também se mantém com ótimo aproveitamento. O horto é em padrão horizontal. Além da prescrição dos subprodutos das plantas medicinais, como xaropes e chás, o programa tem realizado rodas de conversa com a população periodicamente.
Farmácia Viva
O Programa Farmácia Viva fortalece a percepção dos profissionais da Atenção Primária à Saúde sobre a inserção das Plantas Medicinais nas Unidades Básica de Saúde. Promove o cultivo, conservação e utilização de plantas medicinais, bem como a produção de alguns tipos de plantas medicinais (utilizando como matriz as próprias plantas cultivadas), que serão dispensadas no Sistema Único de Saúde – somente com receita médica – sob supervisão do farmacêutico responsável.
A Farmácia Viva foi instituída no Maranhão há pouco mais de três anos, e inicialmente o foco foram os 30 municípios do Plano Mais IDH, dos quais 28 já aderiram ao termo de adesão e nove hortos já foram implantados. Contudo, municípios que não estão no Plano Mais IDH também podem aderir ao programa. No total, 48 hortos já foram implantados no estado.
Com o Programa Farmácia Viva, Estado segue fortalecendo uso plantas medicinais nos cuidados com a saúde. (Foto: Divulgação)
Atividades recentes em alguns municípios relacionadas às plantas medicinais e fitoterapia
Poços de Caldas/MG
Oficina de Cultivo de Plantas Medicinais tem início na UBS Santa Rosália/ Santana
Reginópolis/SP
Oficina de plantas medicinais
Morretes/SC
Pacientes da UBS Morretes conhecem mais sobre plantas medicinais
Planaltina/DF
UBS 17, de Planaltina, ganha 1º lugar no Prêmio Saúde Cidadã – Brasília
A Farmácia Viva do Cerpis foi contemplada com o terceiro lugar na premiação, com o projeto Rodas de Conversa sobre Fitoterapia e Plantas Medicinais para a comunidade e profissionais de saúde.
terça-feira, 10 de julho de 2018
segunda-feira, 9 de julho de 2018
domingo, 8 de julho de 2018
Pesquisadores desenvolvem fármacos a base de Pau-jacaré e requerem patente para a UFV
Até agora o Pau-jacaré era um árvore de pouco interesse comercial. Ela indica áreas de reflorestamento, cresce muito rápido e a casca do caule tem espinhos e rugosidades que lembram a pele de um jacaré. É nativa do Brasil e pode ser encontrada em qualquer beira de estrada nas regiões de Mata Atlântica. A madeira não tem valor comercial e é usada apenas para lenha. As folhas caem em abundância pelo chão e quando a área reflorestada está desenvolvida, a árvore morre. Até agora! Pesquisas realizadas na Universidade Federal de Viçosa indicam que destas folhas sai um poderoso extrato para fabricação de produtos antimicrobianos, antifúngicos e anti-inflamatórios de alto interesse farmacológico.
Os produtos já estão em fase de testes e logo chegarão ao mercado como opção mais natural e mais barata a medicamentos caros, importados e muito usados em hospitais para tratar feridas, escaras e outras infecções dermatológicas. A tecnologia foi totalmente desenvolvida na UFV que já detém a patente de cinco produtos feitos a partir das substâncias encontradas nas folhas da Piptadenia gonoacantha, o nome científico do Pau-jacaré.
O extrato é retirado das folhas da árvore conhecida como Pau-jacaré.
Tudo começou quando Camilo Amaro de Carvalho fazia seu doutorado no Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular e Estrutural na UFV. Na época, uma aluna de graduação comentou que a família dela costumava tomar chás da folha de Pau-jacaré para curar infecções urinárias. Até então, na literatura científica não havia nada a respeito de possíveis utilizações da planta. Quando se dedicou a estudá-la, em 2008, Camilo descobriu que as folhas são ricas em compostos fenólicos (flavonoides e taninos) com alta atividade antioxidante, anti-inflamatória e antibacteriana. “Descobrimos que as substâncias contidas nas folhas têm ação no combate s bactérias oportunistas como o Staphylococcus aureus e Staphylococcus epidermides, patógenos causadores de doenças na pele e muito comuns em doentes acamados”, disse Camilo. Em sua tese de doutoramento, o pesquisador dedicou- se a avaliar e caracterizar estas atividades antibacterianas e anti-inflamatória e padronizou um método de extração eficiente destas substâncias de uso medicinal. Os resultados foram publicados em artigos científicos, o que garante o pioneirismo do pesquisador nos estudos biológicos da Piptadenia gonoacantha.
Quando tornou-se professor no Departamento de Medicina e Enfermagem da UFV e orientador no Mestrado Profissionalizante em Ciências da Saúde, Camilo Amaro orientou uma dissertação que dá continuidade à sua tese. Neste trabalho, defendido em maio, a pesquisadora Adriane Jane Franco desenvolveu formulações para pomadas, sabonete líquido, bálsamo, creme e gel feitos a partir do extrato fitoquímico obtido a partir das folhas da árvore de Pau Jacaré. Os testes de laboratório compararam eficiência antibacteriana dos produtos desenvolvidos na UFV com fármacos comerciais muito usados no controle de infecções dermatológicas: a ampicilina e sulfadiazina de prata, ambos sintéticos e importados. “Tivemos um resultado muito positivo com eficácia sempre superior a 80% em relação ao fármaco de controle”, conta Camilo. Ele explica ainda que os medicamentos feitos a partir de moléculas sintéticas têm funções muito direcionadas e mais chance de desenvolver resistência bacteriana, enquanto os naturais podem ser amplos por conterem outras funções. “Eles podem ser ao mesmo tempo antibacteriano, anti-inflamatório e cicatrizantes e este é o caso dos medicamentos que desenvolvemos”.
O trabalho de Adriane Franco também se propôs a levantar os custos de produção dos fármacos e comparar os preços dos medicamentos sintéticos aos dos produtos naturais feitos a partir da Piptadenia gonoacantha. Para ela, mesmo se produzidos em pequena escala, eles custariam menos da metade do preço porque requerem uma estrutura de baixo custo. “Estamos agregando densidade de conhecimento a um produto nacional, aumentando a competitividade do país para ampliar as possibilidades de recursos terapêuticos de baixo custo para o SUS”, disse a pesquisadora.
Os produtos já estão em fase de testes clínicos para avaliar possíveis efeitos colaterais em animais e em humanos. Os resultados colhidos já são favoráveis e farão parte de uma outra dissertação que será defendida em julho, no Departamento de Medicina e Enfermagem da UFV. Segundo o professor Camilo já existem empresas interessadas na produção dos produtos da marca registrada como JACBIO, pertencente à UFV e aos autores das pesquisas.
As etapas de elaboração, encaminhamento e acompanhamento dos pedidos de depósitos de Patentes e registro da marca foram realizadas pela Comissão Permanente de Propriedade Intelectual (CPPI) da UFV.
Adriane Franco Camilo de Carvalho desenvolveram cinco produtos que já estão patenteados pela UFV
Léa Medeiros
Divulgação Institucional
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