quarta-feira, 23 de maio de 2012

Fatores antinutricionais - II

Apesar de muitas espécies espontâneas possuírem potencial para utilização na alimentação, é importante, antes de estimular o consumo dessas plantas, verificar a presença de fatores antinutricionais, os quais são definidos no artigo no link: http://quintaisimortais.blogspot.com.br/2012/05/fatores-antinutricionais-i.html.

Como primeiro composto nesta série de artigos sobre fatores antinutricionais, escolhemos o oxalato de cálcio, pois também é encontrado em olerícolas como, por exemplo, espinafre, acelga, beterraba e tomate.  Esta substância, quando absorvida, não será  metabolizada, sendo liberada pela urina. No entanto, quando em excesso, poderá se transformar em cálculos renais, além de irritações na mucosa intestinal.

Tanto o oxalato de cálcio quanto o fosfato de cálcio, são os principais responsáveis, por exemplo, pela formação dos cálculos urinários, sendo as plantas as principais fornecedoras dos cristais de oxalato de cálcio.

Nos vegetais, os cristais de oxalato de cálcio, denominados de ráfides, são encontrados nas células, tanto das nas partes subterrâneas quanto aéreas. No jardim, encontramos algumas plantas consideradas tóxicas também porque possuem ao alto teor de oxalato de cálcio, como, por exemplo, comigo-ninguém-pode (Dieffenbachia picta Schott.), copo-de-leite (Zantedeschia aethiopica Spreng.) e tinhorão (Caladium bicolor Schott.). Estas espécies podem, se ingeridas, causar graves intoxicações porque além de ferir a mucosa, liberam outras substâncias, o que não é comum nas plantas comestíveis ricas em oxalato de cálcio, que provocam, entre outros sintomas, vômitos, diarreia, salivação abundante, edemas de lábios, boca e língua, e este inchaço poderá provocar asfixia.

Texto: Marcos Roberto Furlan e Isabella Ribeiro, acadêmica de Nutrição da Universidade de Taubaté

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