domingo, 14 de maio de 2017

Ingá-de-metro (Inga edulis Mart.)

Texto:
Devanil Rosa Fernandes (Foguinho) - bacharelando em Farmácia, último ano com especificidade em Etnofitos/Fitoterapia. Presidente da Plampantanal (Associação dos Agricultores Familiares para o cultivo de plantas medicinais, condimentares e aromáticas de Poconé,MT)
Jessica Tiyoko Yamashita - acadêmica de agronomia - Faculdade Cantareira
Marcos Roberto Furlan - Engenheiro Agrônomo - Professor UNITAU e Faculdade Cantareira

O Brasil possui uma das maiores biodiversidade de frutíferas. No entanto, essas frutíferas são pouco aproveitadas, ou até mesmo desconhecida pela maioria da população. Muitas nascem espontaneamente, servindo também como alimento para a fauna, sendo que muitas espécies de animais são frugívoros, isto é, se alimentam de frutas e não danificam a semente, o que permite a dispersão da frutífera.

Uma frutífera que encontramos em boa parte do Brasil, é o ingá-de-metro, ingá-macarrão ou ingá-cipó, dentre outros nomes populares. Além do rápido desenvolvimento, suas sementes possuem alta taxa de germinação. Algumas, inclusive, já germinam dento das vagens. No terceiro ano após o plantio já inicia a produção de frutos.
Seu nome científico é Inga edulis Mart.. É uma árvore nativa do Brasil pertencente à família Fabaceae. Pode chegar a 25 metros de altura em locais abertos, mas nas matas fechadas pode ultrapassar 40 m de altura. Geralmente é dotada de copa ampla e baixa, com tronco claro. Floresce durante os meses de outubro até janeiro. Os frutos amadurecem a partir do mês de maio.

O fruto é uma vagem alongada, reta ou em ampla espiral, estriado longitudinalmente de 15 a 80 cm de comprimento, com muitas sementes envolvidas por arilo floculoso e adocicado. Este arilo é comestível e muito apreciado pelas populações da região amazônica, onde é cultivada em pomares domésticos. Os frutos são amplamente comercializados em feiras livres. Para a produção de mudas é ideal fazer a semeadura logo que colhidas pois suas sementes são do tipo recalcitrantes, ou seja, intolerantes a secagem, não podendo ser armazenadas por mais de 1 semana.

Sua distribuição é ampla, ocorrendo em todos os Estados do norte e toda a orla litorânea desde o Rio Grande do Norte até o norte de Santa Catarina. Seu nome popular varia de acordo com a região, em São Paulo e no Mato Grosso é conhecida como ingá-de-metro, no Espírito Santo como ingá-macarrão, ingá-timbó no Pará, ingá-vermelho em Minas Gerais e ingá-rabo-de-mico em Santa Catarina. Na região litorânea seus frutos geralmente são mais curtos que os da região amazônica.

Com relação ao seu uso medicinal, ainda há poucas pesquisas que comprovam o seu uso. Na medicina popular suas folhas são indicadas como anti-inflamatório e antidiarreico. De acordo com Darly et al. (2012), esta espécie possui alto teor de compostos fenólicos e alta capacidade antioxidante.
Fotos: ingá-de-metro
Autoria: Devanil Rosa Fernandes


Referências:

DARLY, R. P.; ROGEZ, H.; MONTEIRO, K. M.; TINTI, S. V.; CARVALHO, J. E.. Capacidade antioxidante e triagem farmacológica de extratos brutos de folhas de Byrsonima crassifolia e de Inga edulis. Acta AmazONICA. vol.42 n.1. Manaus. 2012. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0044-59672012000100019>

GARCIA, F.C.P.,FERNANDES, J.M.. Inga in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. 2015. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB23000>. Acesso em: 7 mai 2017

LORENZI, H. Árvores Brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas do Brasil, vol. 2. 4.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2013.

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