terça-feira, 17 de abril de 2018

Dez fatos sobre o coentrão

Texto:
Giovanna Brito Lins - Graduanda em Ciência e Tecnologia e Ciências Biológicas na Universidade Federal do ABC 

Marcos Roberto Furlan - Engenheiro Agrônomo - Professor - Faculdade Cantareira/Unitau 


No Brasil, esta espécie (foto) é mais comum no Norte e no Nordeste, onde é cultivada principalmente nos quintais. Seu nome científico é Eryngium foetidum L. e pertence à família Apiaceae. Popularmente, devido à semelhança no sabor e no aroma com o coentro, é conhecida principalmente por coentrão. 

Embora seja utilizada como hortaliça e condimento, possui, comprovadamente, propriedades medicinais. Em alguns estados brasileiros como o Amazonas, serve como uma boa fonte de renda para pequenos agricultores, pois é uma planta com alto consumo e ótima aceitação popular.
Foto: Eryngium foetidum 

Não se sabe ao certo sua origem, mas acredita-se que seja natural da América do Sul, embora também possa ser encontrada com facilidade na América Central e na Ásia. É uma herbácea perene que normalmente atinge até 30 cm de altura, tendo, por vezes, crescimento espontâneo principalmente nas regiões Norte e Nordeste. Desenvolve-se bem em climas quentes, preferindo solo fértil (embora possa crescer em condições adversas) e úmido. Suas folhas são relativamente grandes e duras. 

10 usos e curiosidades sobre o coentrão 

1. Tradicionalmente, esta planta é utilizada na medicina popular como diurético, antídoto contra alguns venenos, febrífugo, emenagogo, antiespasmódico e afrodisíaco (http://nerua.inpa.gov.br/NERUA/08.htm), além de possuir vitaminas A, B1, B2 e C; sais minerais tais como cálcio e ferro e ser excelente fonte de fibras e antioxidantes. 

2. É considerado ingrediente essencial na preparação do tacacá e pato no tucupi. Pode ser, ainda, usado na preparação de peixes, moquecas e sopas além de ser possível encontrar receitas de shakes e doces na internet. 

3. É possível encontrar descrições da planta na obra do século XVI "Tratado Descritivo do Brasil " de 1587, que informava à Portugal sobre espécies de plantas e animais encontradas no Brasil. Segue-se, para o coentrão, o seguinte: "Há uma erva que se chama nhambí, que se parece na folha com coentro, e queima como mastruços, a qual os comem os índios e mestiços crua, e temperam as panelas dos seus manjares com ela, de quem é mui estimada.". 
Referência: História da alimentação no Brasil, do Luis da Câmara Cascudo. 

4. Pertence à Família Apiaceae, a qual inclui, por exemplo, aipo, alcarávia, cenoura, cominho, coentro, erva-doce, funcho, salsinhas, dentre outros. Outras denominações populares são: chicória, chicória-do-amazonas, chicória-do-pará, coentro-de-caboclo, coentro-japonês, coentro-verdadeiro e nhambi, dentre outras. 

5. O constituinte do óleo essencial responsável pelo cheiro característico, comum também ao coentro (Coriandrum sativum), é o trans-2-tridecaenal. Este composto é agradável para algumas pessoas, para outras não e, ainda, pode passar despercebido por outras. Ainda não se sabe exatamente os motivos destas distinções, embora estudos mostrem que podem ser culturais ou mesmo genéticos. 

6. O epíteto específico "foetidum" vem do latim e significa "fedido", em referência ao cheiro da planta. O nome do gênero é derivado de "eryngion", o nome popular grego da planta Eryngium maritimum

7. A praga mais comum associada à plantação do coentrão, é o lepidóptero Plutella xylostella, conhecido como traça-das-crucíferas. 

8. Diferente do coentro comum, o coentrão é rústico quanto às exigências de cultivo. Pode sobreviver por até 2 anos (é bianual) e as folhas resistem por dias, quando guardadas na geladeira. 

9. Ainda é considerada uma PANC (Planta Alimentícia Não Convencional), uma vez que seu consumo somente é considerável em algumas regiões do Brasil. 

10. Tem se mostrado promissora a exportação desta planta para o Reino Unido e Oriente Médio. (https://www.fag.edu.br/upload/revista/cultivando_o_saber/57746a41661d2.pdf

Outras fontes: 



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