sexta-feira, 18 de maio de 2018

Dez fatos sobre o cordão-de-frade

Texto:

Giovanna Brito Lins - Graduanda em Ciência e Tecnologia e Ciências Biológicas na Universidade Federal do ABC 

Marcos Roberto Furlan - Engenheiro Agrônomo - Professor - Faculdade Cantareira/Unitau 

Virgínia Vieira Santos Silva - Graduanda em Engenharia Agronômica - Faculdade Cantareira

No Brasil, quando a encontramos, ocorre em grupo mas não se espalha muito. Sua inflorescência facilita sua identificação, mas os seus nomes populares geram confusão com uma de nome científico Leonurus sibiricus, a qual possui inflorescência do mesmo tipo, só que flores de coloração lilás.

Apesar de ser encontrada em boa parte do Brasil, principalmente no outono e na primavera, é nativa da África. Sua denominação científica é Leonotis nepetifolia, e pertence à família Lamiaceae, a mesma que inclui espécies como hortelãs, manjericões, orégano e sálvia. Todas têm em comum o fato de serem aromáticas.
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Leonotis_nepetifolia_(Deepmal)_in_Narshapur,_AP_W_IMG_1164.jpg

Suas denominações populares são cordão-de-frade, cordão-de-são-francisco e rubim. Ganhou os continentes inicialmente, e provavelmente, por ter sido introduzida como planta ornamental. Nos dias atuais, pode ser encontrada em regiões tropicais e subtropicais da África, Ásia e Américas. 

Não é uma espécie exigente quanto à presença de nutrientes, crescendo em solos arenosos, argilosos, rochosos, ao longo de acostamentos de rodovias e até em depósitos de lixo, embora se desenvolva com muito mais facilidade em solos de pH neutro,férteis e bem drenados. 

Schneider (2007) afirma que, especificamente no estado do Rio Grande do Sul, L. nepetifolia é considerada planta naturalizada, ou seja, incorporada à flora autóctone daquela região, muito provavelmente introduzida como medicamento. 

Dez fatos sobre o Cordão de Frade 

1. Para seu cultivo, deve-se ter um local que tenha incidência de sol pleno ou meia sombra. O cordão-de-frade adapta-se em diferentes tipos de solos.

2. L. nepetifolia é introduzida nas áreas de lavoura e de pastagens, principalmente na forma acidental. Relata-se, com frequência, que espalha-se por ficar aderida ao maquinário ou às roupas das pessoas envolvidas no processo de produção. Naturalmente, a dispersão de suas sementes é favorecida pela morfologia da planta, e ocorre pelo vento. 

3. No Brasil, essa planta é encontrada em quase todas as regiões, exceto em locais de climas frios, condição que não lhe é favorável em termos de crescimento. 

4. Suas sementes sobrevivem às condições desfavoráveis, debaixo da terra, mantendo-se em estado de dormência. 

5. A sua família botânica Lamiaceae era anteriormente denominada por Labiatae, em referência à morfologia das pétalas ou das corolas das espécies que a compõem: trilobuladas, sendo o lábio inferior mais longo, alargado e oblíquo na boca, o que permite a perfeita adaptação dos bicos de pássaros polinizadores. Assim sendo, é uma planta que atrai pássaros e insetos que buscam seu néctar doce e abundante, sendo consumido também por crianças e adultos. 

6. É conhecido por diversos outros nomes populares, sendo eles: cauda-de-leão, tolonga, mato-chimango e pau-de-praga. 

7. Em usos medicinais, pode ser utilizada em problemas respiratórios, intoxicações alimentares, indigestão, estômago, cólicas, fraqueza, febre, dores abdominais, asma, bronquite, dentre outros. Além de ajudar no aumento de glóbulos vermelhos no sangue e a capacidade de resistência às demais doenças. 

8. A planta é bastante conhecida por suas propriedades terapêuticas, sendo utilizada como calmante. Em algumas culturas, utiliza-se o cordão-de-frade a fim de explorar suas capacidades enteógena e psicoativa. 

9. Na culinária, suas folhas são usadas em saladas, molhos, condimentos e chás, tendo o gosto bem peculiar, deixando o prato mais saboroso. 

10. No Brasil, L. nepetifolia foi citada como planta de uso medicinal por 11% da população estudada por Di Stasi et al. (2002), na região da Mata Atlântica, no litoral do estado de São Paulo. Na primeira edição da Farmacopeia Oficial Brasileira, publicada em 1929, foi relatado o uso da planta, na forma de xarope. A partir da segunda edição, de 1959, ela já não foi mais referendada pela Comissão Permanente de Revisão da Farmacopeia, do Conselho Nacional de Saúde, por falta de evidência de sua eficácia e segurança para uso humano. Atualmente, já existem artigos e outros estudos que comprovam sua eficácia. 

REFERÊNCIAS 

BRANCO, Aline . Cordão-de-frade, mato cimango ou rubim - uma erva boa para muita coisa. Disponível em: <https://www.greenme.com.br/usos-beneficios/5391-cordao-de-frade-mato-chimango-rubim>. Acesso em: 13 maio 2018. 

CORDÃO de Frade? O que é, benefícios e como Usar. Disponível em: <https://www.naturalcura.com.br/cordao-de-frade/>. Acesso em: 13 maio 2018 

CORDÃO-DE-FRADE - Leonotis nepetaefolia. Disponível em: <http://www.jardinet.com.br/2014/06/cordao-de-frade-leonotis-nepetaefolia.html>. Acesso em: 13 maio 2018 

CRUZ, V., TRESVENZOL, L. M. FERREIRA, H. et. al. Leonotis nepetifolia (L.) R. Br. (cordão-de-frade): biologia e uso tradicional. Disponível em: <http://www.pgsskroton.com.br/seer/index.php/RPInF/article/view/63/59> Acesso em: 17 de maio de 2018. 

DI STASI, L. C. et al. Medicinal plants popularly used in the Brazilian Tropical Atlantic Forest. Fitoterapia. Amsterdam: Elsevier B.V., v. 73, n. 1, p. 69-91, 2002. Disponível em: <http://hdl.handle.net/11449/17466>. Acesso em: 17 maio 2018. 

GEORGIA, Nayla. Cordão de frade - Usos dessa planta medicial . Disponível em: <https://www.remedio-caseiro.com/cordao-de-frade-usos-dessa-planta-medicinal/>. Acesso em: 13 maio 2018. 

SCHNEIDER, A.A. A flora naturalizada no estado de Rio Grande do Sul, Brasil: herbáceas subespontâneas. Biociências. 2007; Disponível em: <http://revistaseletronicas.pucrs.br/fabio/ojs/index.php/fabio/article/view/254/3005> Acesso em 17 maio 2018.

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