Estudo realizado com espécies nativas da caatinga revelou aumento de 800% de matéria orgânica e redução dos níveis de alumínio no solo. Água residuária exerce a função de adubo líquido, afirma pesquisadora do Insa.
Irrigar o solo com água de reuso aumenta a matéria orgânica. Crédito: Insa
Irrigar o solo com água de reuso aumenta a matéria orgânica, contribuindo para a recuperação de áreas degradadas destinadas ao plantio. É o que revela pesquisa realizada no Instituto Nacional do Semiárido (Insa), unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações em Campina Grande (PB). O estudo foi feito em uma área de 3,6 mil metros quadrados na qual foram plantadas espécies nativas da caatinga. Após 17 meses de irrigação com água residuária, análises dos nutrientes revelaram um aumento de 800% de matéria orgânica no solo.
Além disso, segundo a pesquisa, realizada entre outubro de 2012 e maio de 2014, o teor de Fósforo (P) cresceu de 2.33 gramas por quilograma para 19.12 gramas. Houve ainda substancial aumento de Nitrogênio, Cálcio e Magnésio e redução dos níveis de alumínio.
A pesquisadora Vanessa Gomes, do Núcleo de Ciências do Solo e Mineralogia do Insa, afirma que o aumento desses nutrientes e a diminuição no teor de alumínio beneficia o solo, contribuindo para a recuperação das áreas degradadas destinadas ao plantio. O estudo resultou em dissertação de mestrado na Universidade Federal da Paraíba.
“A irrigação com água residuária exerce a função de adubo líquido, tornando o uso do esgoto doméstico viável para melhorar a fertilidade do solo em zonas semiáridas e diminuir o estresse hídrico da região”, conclui a pesquisadora.
Fonte: Insa
in EcoDebate, 03/08/2016
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