sexta-feira, 27 de julho de 2018

Fatos e usos da pitomba

Texto: 
Engenheiros agrônomos Beatriz Garrido Boffette e Marcos Roberto Furlan

Nativa, e mais especificamente da Amazônia brasileira (STAFUSSA et al., 2018). Origem do nome vem do Tupi, e significa chute forte ou bofetada. Seu nome científico é Talisia esculenta (A. St.-Hil.) Radlk. e pertence à família Sapindaceae, a qual abriga outras frutíferas e o famoso guaraná.
Pitombas.
Foto: Arianne Monteiro Melo Angelelli

A pitombeira é considerada uma árvore de pequeno porte, por possuir cerca de 10 metros de altura. No Brasil, é encontrada em boa parte, pois se dá bem na região Amazônica, na Mata Atlântica e floresce com mais intensidade no verão.

Fatos e usos da pitomba

1. Nomes populares, além de pitomba, podem ser, por exemplo, caruiri, pitombeira, pitombarana ou olho-de-boi.

2. Assim como a maioria das frutíferas nativas, é pouco estudada quanto aos aspectos nutricionais, funcionais ou medicinais. Mas as poucas pesquisas revelam seu potencial.

3. Rica em Vitamina C, é consumida in natura ou no preparo de licor. Em pesquisa realizada por Fraga et al. (2017), o teor de vitamina C da casca da pitomba foi de 128,34±7,18 mg de ácido ascórbico/100g.

4. Não é comum ser encontrada no comércio, exceto nas regiões Nordeste e Norte do Brasil. 

5. A presença de taninos nas folhas e na casca proporciona seu uso no couro curtido, para evitar que ele apodreça.

6. O fruto é rico em flavonoides (STAFUSSA et al., 2018) e outras substâncias que justificam ser considerado, de acordo com Souza et al. (201), com moderada ação antioxidante. No entanto, Neri-Numa et al. (2014) detectaram que extrato da pitomba apresenta boa atividade antioxidante no ensaio ORAC.•

7. A sua semente, que representa metade do peso total da fruta brasileira, é uma alternativa para a utilização de amidos não convencionais (CASTRO et al., 2018). 

8. Há casos de intoxicação em animais que consumiram folhas e frutos da pitombeira.

9. A pitomba apresentou atividade antiproliferativa contra o melanoma e adenocarcinoma de ovário (NERI-NUMA et al., 2014).

10. Miricetina e quercetina são compostos encontrados na fruta (NERI-NUMA et al., 2014).

Referências

CASTRO, Deise Souza de et al. Isolation and characterization of starch from pitomba endocarp. Food Research International, [s.l.], p.1-1, jun. 2018. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1016/j.foodres.2018.06.032.

FRAGA et al. Composição centesimal e teor de vitamina C da casca da pitomba. In: II Congresso Internacional de Atividade Física, Nutrição e Saúde. v.1, n.1, 2017. Disponível em: https://eventos.set.edu.br/index.php/CIAFIS/article/view/6519/2513. Acesso em: 10 de jul. 2018.

NERI-NUMA, Iramaia Angélica et al. Preliminary evaluation of antioxidant, antiproliferative and antimutagenic activities of pitomba (Talisia esculenta). Lwt - Food Science And Technology, [s.l.], v. 59, n. 2, p.1233-1238, dez. 2014. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1016/j.lwt.2014.06.034.

SOUZA, Mayane P. de et al. Phenolic and aroma compositions of pitomba fruit (Talisia esculenta Radlk.) assessed by LC–MS/MS and HS-SPME/GC–MS. Food Research International, [s.l.], v. 83, p.87-94, maio 2016. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1016/j.foodres.2016.01.031.

STAFUSSA, Ana Paula et al. Bioactive compounds of 44 traditional and exotic Brazilian fruit pulps: phenolic compounds and antioxidant activity. International Journal Of Food Properties, [s.l.], v. 21, n. 1, p.106-118, jan. 2018. Informa UK Limited. http://dx.doi.org/10.1080/10942912.2017.1409761.

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