Há séculos acompanha o ser humano em função da sua
versatilidade nas suas aplicações e desde a época de Cristo é uma espécie com
usos religiosos, como ornamental, na culinária como condimento, medicinal e
também para a conservação de alimentos.
É uma das principais espécies utilizadas no vaso ou
jardineira “sete ervas”, recomendado para proteção espiritual, apesar de que
não se dá bem por muito tempo nestes tipos de recipiente em função de ser uma
planta bem mais alta que as outras.
Esta espécie, o alecrim, denominado cientificamente
por Rosmarinus officinalis L., tem ampla referência nas
publicações da antiguidade. A palavra officinalis em seu nome científico
indica que é considerado remédio oficial há muito tempo.
No Brasil, onde foi trazido pelos primeiros colonos
europeus, há outras espécies com o nome de alecrim, mas esta é a mais
conhecida. No Norte e Nordeste há o alecrim-pimenta (Lippia sidoides Cham.)
e em boa parte do país, o alecrim-do-campo (Baccharis dracunculifolia D.
C.), também chamada de vassourinha e que também ocorre em abundância no Vale do
Paraíba.
Além do nome alecrim, também são usados as
denominações populares: alecrim-comum, alecrim-da-casa, alecrim-das-hortas,
alecrim-de-cheiro, alecrim-verdadeiro, erva-coroada e, principalmente por
portugueses, como rosmaninho. O alecrim é classificado como subarbusto, com
média de 1,5 m
de altura, apesar de que existem cultivares com estatura inferior a 0,5 m ou superior a 2,0 m . Suas flores possuem
cores brancas ou azuladas.
Nos quintais ou hortas exige local ensolarado, o solo
onde será cultivado não precisa ser muito rico em matéria orgânica, mas não
pode ser ácido nem encharcado e se retirar constantemente seus galhos, reduz
seu ciclo de vida e de repente, suas folhas ficam amarelas e morre.
Normalmente, se plantada por semente, vive mais de 10 anos, mas o plantio
também pode ser por estaca de galho (uns 10 cm de comprimento e a base da estaca deve
ser mais lenhosa), mas deve ser efetuado no final do inverno ou começo da
primavera, lembrando que a muda formada terá a idade da planta-mãe.
Atualmente, apresenta uma ampla utilização nas
indústrias de alimento, de cosméticos e de fitoterápicos. É considerada uma
espécie produtora de um dos aromas mais refrescantes e menos caros.
Na cosmética faz parte de xampu, sabonetes e água de
colônia, por exemplo. O seu sabor é agridoce e na culinária condimenta pães, é
usado em preparações que contenham carne e para ornamentar saladas. Também é
empregado para condimentar batatas fritas, caldos verdes, sobremesas,
biscoitos, geléias, saladas de frutas, marmeladas e vinhos quentes. Em alguns
países, como nos Estados Unidos e no Brasil, é utilizado em carnes, aves,
peixes e lingüiças e no Marrocos é adicionado à manteiga e a outros alimentos
para aumentar a conservação dos produtos.
Na área da nutrição é considerado como um alimento
funcional, pois além de ser usado na alimentação, previne doenças,
principalmente, por ser rico em substâncias que agem como antioxidantes,
propriedades que têm recebido considerável atenção nos últimos anos. Portanto,
mais uma vantagem de ampliar ou iniciar o uso desta planta na culinária.
Com relação à saúde humana são muitos os artigos que
comprovam sua ação antimicrobiana, tanto na forma de extrato aquoso quanto
através de seu óleo essencial. Algumas pesquisas sugerem sua utilização para
tratamentos de meningite e de pneumonia causada por Cryptococcus
neoformans, para o tratamento de infecções cutâneas e diarréias provocadas
por Candida albicans e contra infecções sistêmicas causadas
por Mycobactericum intracellularae em pacientes com AIDS.
Entre as inúmeras substâncias presentes no seu óleo
volátil, rosmanol e os diterpenos rosmaridifenol e rosmariquinona são os
prováveis responsáveis pelas propriedades antioxidantes e borneol, pineno,
cineol e cânfora pelas propriedades antimicrobianas.
O uso de substâncias naturais como agentes
antimicrobianos tem se demonstrado como alternativa eficaz e econômica frente
ao uso indiscriminado e prolongado de antimicrobianos sintéticos, que tem
gerado a formação de microrganismos patogênicos resistentes aos compostos
químicos utilizados comumente. Com isto, extratos como o de alecrim, devido a
sua ação antimicrobiana, têm recebido maior atenção das pesquisas.
Nas receitas antigas como tônicas é comum o uso do
alecrim e da sálvia (Salvia officinalis L.) em vinhos. O alecrim também
está sendo testado contra fungos que causam doenças em plantas e algumas
pesquisas já confirmaram esta atividade anti-séptica.
Texto
e foto publicados no site http://jornalinoff.com.br/
Autores:
Marcos
Roberto Furlan
Bióloga Lilian Pereira Cruz
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