domingo, 18 de março de 2012

Alecrim


 

Há séculos acompanha o ser humano em função da sua versatilidade nas suas aplicações e desde a época de Cristo é uma espécie com usos religiosos, como ornamental, na culinária como condimento, medicinal e também para a conservação de alimentos.
É uma das principais espécies utilizadas no vaso ou jardineira “sete ervas”, recomendado para proteção espiritual, apesar de que não se dá bem por muito tempo nestes tipos de recipiente em função de ser uma planta bem mais alta que as outras.
Esta espécie, o alecrim, denominado cientificamente por Rosmarinus officinalis L., tem ampla referência nas publicações da antiguidade. A palavra officinalis em seu nome científico indica que é considerado remédio oficial há muito tempo.
No Brasil, onde foi trazido pelos primeiros colonos europeus, há outras espécies com o nome de alecrim, mas esta é a mais conhecida. No Norte e Nordeste há o alecrim-pimenta (Lippia sidoides Cham.) e em boa parte do país, o alecrim-do-campo (Baccharis dracunculifolia D. C.), também chamada de vassourinha e que também ocorre em abundância no Vale do Paraíba.
Além do nome alecrim, também são usados as denominações populares: alecrim-comum, alecrim-da-casa, alecrim-das-hortas, alecrim-de-cheiro, alecrim-verdadeiro, erva-coroada e, principalmente por portugueses, como rosmaninho. O alecrim é classificado como subarbusto, com média de 1,5 m de altura, apesar de que existem cultivares com estatura inferior a 0,5 m ou superior a 2,0 m. Suas flores possuem cores brancas ou azuladas.
Nos quintais ou hortas exige local ensolarado, o solo onde será cultivado não precisa ser muito rico em matéria orgânica, mas não pode ser ácido nem encharcado e se retirar constantemente seus galhos, reduz seu ciclo de vida e de repente, suas folhas ficam amarelas e morre. Normalmente, se plantada por semente, vive mais de 10 anos, mas o plantio também pode ser por estaca de galho (uns 10 cm de comprimento e a base da estaca deve ser mais lenhosa), mas deve ser efetuado no final do inverno ou começo da primavera, lembrando que a muda formada terá a idade da planta-mãe.
Atualmente, apresenta uma ampla utilização nas indústrias de alimento, de cosméticos e de fitoterápicos. É considerada uma espécie produtora de um dos aromas mais refrescantes e menos caros.
Na cosmética faz parte de xampu, sabonetes e água de colônia, por exemplo. O seu sabor é agridoce e na culinária condimenta pães, é usado em preparações que contenham carne e para ornamentar saladas. Também é empregado para condimentar batatas fritas, caldos verdes, sobremesas, biscoitos, geléias, saladas de frutas, marmeladas e vinhos quentes. Em alguns países, como nos Estados Unidos e no Brasil, é utilizado em carnes, aves, peixes e lingüiças e no Marrocos é adicionado à manteiga e a outros alimentos para aumentar a conservação dos produtos.
Na área da nutrição é considerado como um alimento funcional, pois além de ser usado na alimentação, previne doenças, principalmente, por ser rico em substâncias que agem como antioxidantes, propriedades que têm recebido considerável atenção nos últimos anos. Portanto, mais uma vantagem de ampliar ou iniciar o uso desta planta na culinária.
Com relação à saúde humana são muitos os artigos que comprovam sua ação antimicrobiana, tanto na forma de extrato aquoso quanto através de seu óleo essencial. Algumas pesquisas sugerem sua utilização para tratamentos de meningite e de pneumonia causada por Cryptococcus neoformans, para o tratamento de infecções cutâneas e diarréias provocadas por Candida albicans e contra infecções sistêmicas causadas por Mycobactericum intracellularae em pacientes com AIDS.
Entre as inúmeras substâncias presentes no seu óleo volátil, rosmanol e os diterpenos rosmaridifenol e rosmariquinona são os prováveis responsáveis pelas propriedades antioxidantes e borneol, pineno, cineol e cânfora pelas propriedades antimicrobianas.
O uso de substâncias naturais como agentes antimicrobianos tem se demonstrado como alternativa eficaz e econômica frente ao uso indiscriminado e prolongado de antimicrobianos sintéticos, que tem gerado a formação de microrganismos patogênicos resistentes aos compostos químicos utilizados comumente. Com isto, extratos como o de alecrim, devido a sua ação antimicrobiana, têm recebido maior atenção das pesquisas.
Nas receitas antigas como tônicas é comum o uso do alecrim e da sálvia (Salvia officinalis L.) em vinhos. O alecrim também está sendo testado contra fungos que causam doenças em plantas e algumas pesquisas já confirmaram esta atividade anti-séptica.

Texto e foto publicados no site http://jornalinoff.com.br/
Autores:
Marcos Roberto Furlan
Bióloga Lilian Pereira Cruz

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