Texto:
Devanil Rosa Fernandes (Foguinho), bacharelando em Farmácia, último ano com especificidade em Etnofitos/Fitoterapia. Presidente da Plampantanal (Associação dos Agricultores Familiares para o cultivo de plantas medicinais, condimentares e aromáticas de Poconé,MT)
Marcos Roberto Furlan - Engenheiro Agrônomo, Professor da Universidade de Taubaté e da Faculdade Cantareira
Introduzida no Brasil para produção de vinho e de vinagre, essa espécie exótica se adaptou muito bem em quase todas as regiões do país. Em cada lugar pode receber um nome popular. Mesmo quanto aos usos, pode ter diferentes aplicações comparando uma comunidade com outra.
O nome científico, universal, é Hibiscus sabdariffa. Pertence à família Malvaceae, a mesma do quiabo e do algodão, por exemplo. Alguns nomes populares utilizados no Brasil são: azedinha, caruru-azedo, caruru-da-guiné, groselha, vinagreira e quiabo-azedo. Em alguns lugares é servido o chá com a denominação rossele, de origem francesa.
A espécie H. sabdariffa é um arbusto anual com até 3 m de altura. Caule e folhas possuem coloração vermelha, enquanto as flores podem ter coloração amarela, rosa ou púrpura. Diferenças anatômicas observadas entre exemplares da espécie ocorrem em função de existir muitas variedades.
Na medicina tradicional é usada como emoliente, febrífuga e digestiva. Na fitoterapia é utilizada com outras espécies para emagrecimento. Com relação às aplicações terapêuticas, pesquisas indicam ações antioxidante, cardioprotetora, contra baixa densidade de oxidação da lipoproteína e da hiperlipidemia, afecções gastrointestinais, diurético e protetor de mucosas (bucal, pulmonar).
Na culinária, da vinagreira podem ser obtidos os seguintes produtos:
cálice da vinagreira, mesmo depois de seco, readquire a aparência de fruta fresca se for mergulhado em água;
ingrediente do arroz-de-cuxá, prato saboroso e de difícil execução da cozinha maranhense;
vinagre dos resíduos da fabricação do vinho, do xarope e da geleia;
vinho aromático, saboroso, refrigerante, misturando-se os sucos das folhas e dos cálices; e
xarope.
Referência sobre os usos na culinária:
ZURLO C; BRANDÃO M. As ervas comestíveis. Rio de Janeiro: Globo, 1989. 167p.
Denominação na região de Poconé, MT:
Conforme o local, se usa mais de um nome vulgar. Por exemplo, os moradores de Jejuno (comunidade dos Quilombolas) a denominam por quiabo-de-angola e crista-de-angola. Os demais Poconeamos conhecem a espécie por vinagreira ou azedinha.
Foto:
Devanil Rosa Fernandes
Nenhum comentário:
Postar um comentário