quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Salsinha como alimento funcional

Texto:
Elisa Akemi Yokoyama - Acadêmica de Nutrição - UNITAU
Marcos Roberto Furlan - Engenheiro Agrônomo - Professor Universitário
 

Alimentos funcionais, de acordo com o Ministério da Saúde (1), "são alimentos ou ingredientes que produzem efeitos benéficos à saúde, além de suas funções nutricionais básicas", e são caracterizados "por oferecer vários benefícios à saúde, além do valor nutritivo inerente à sua composição química, podendo desempenhar um papel potencialmente benéfico na redução do risco de doenças crônicas degenerativas, como câncer e diabetes, dentre outras."

De origem europeia, a salsinha, Petroselinum crispus, é considerada um alimento funcional, pois fornece nutrientes para o organismo humano e previne doenças, como as relacionadas ao aparelho urinário. Seu uso mais comum é na culinária, como condimento.

Seus usos medicinais ocorrem desde a antiguidade, como, por exemplo, por gregos e romanos. A espécie era usada principalmente como diurética. E com pesquisas mais atuais, demonstrou que também possui potencial como antimicrobiana e antioxidante.

Do ponto de vista nutricional e de acordo com a Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (2), a salsinha se destaca nos seguintes nutrientes: 117 mg de cálcio, 51,7 mg de Vitamina C, 3,2 mg de ferro e 711 mg de potássio por 100 gramas de parte comestível. É importante ressaltar que possui 1743 μg de equivalente retinol e 872 μg de equivalente de atividade de retinol.

Os alimentos de origem vegetal são um grupo de compostos, conhecidos como carotenoides, fontes indiretas de vitamina A, contendo carotenoides pró-vitamina A. Após serem consumidos são convertidos em vitamina A (moléculas lipossolúveis). No organismo uma das formas ativas desta vitamina é o Retinol. (3)
 
Apesar de existirem vários carotenoides antioxidantes nos alimentos, apenas alguns possuem atividade de vitamina A significativa, pois dependem da absorção e conversão em retinol. 
 
O fígado desempenha papel importante no armazenamento da vitamina A. O retinol no fígado possui três destinos: I. Ao ser ligado a proteína celular fixadora de retinol (CRBP) controlando concentrações livres de retinol que podem ser tóxicas. II. Pode ser armazenado em 50 a 80% no fígado. III. Ligado a proteína transtirretina, o retinol deixa o fígado e vai para a corrente sanguínea sendo transportado para os tecidos periféricos (3).

A vitamina A possui papel essencial no auxílio da função visual, crescimento, desenvolvimento, funções imunológicas e reprodutivas.

Na Referência de Ingestão Diária (DRI), a Ingestão Diária Recomendada (RDA) de vitamina A para adultos, dependendo do sexo, é de RDA= 700 - 900 RAE /dia. A quantidade de atividade de retinol encontrada na salsinha consegue suprir a RDA de vitamina A (retinol)/dia, em 100 gramas de parte comestível.

1. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/220_alimentos_funcionais.html

2. http://www.unicamp.br/nepa/taco/

3. Krause: alimentos, nutrição e dietoterapia / L. Kathleen Mahan, Sylvia Escott – Stump, Janice L. Raymond – Rio de Janeiro, 2012.

Um comentário: