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MARCOS FURLAN 08 FEVEREIRO 2018
Na culinária, uma pequena quantidade de condimento, além de realçar ou melhorar o sabor, pode proporcionar que menores porções do alimento, do qual faça parte, já sacie a vontade de se alimentar. Mas o destaque, atualmente, para os condimentos, e objetivo principal deste artigo, são as suas propriedades funcionais e medicinais.
São considerados alimentos funcionais porque previnem doenças e fornecem nutrientes, e são medicinais porque atuam no tratamento de doenças. Estas atividades podem ser obtidas por meio dos usos das plantas condimentares in natura, secas ou até mesmo em molhos.
Deve-se realçar que há muitas confusões no Brasil quando se faz referência ao condimento utilizando o nome popular, o que justifica ter o conhecimento de seu nome científico, inclusive, quando se possível, o nome da cultivar ou da variedade.
Alguns exemplos: há pelo menos quatro plantas com o nome açafrão (o legítimo, de cultivo raro no Brasil, é o Crocus sativus); aneto, endro e dill são sinônimos, há dezenas de plantas que recebem o nome de pimenta (maioria do gênero Capsicum), assim como de manjericão, e o manjericão do molho pesto é o cultivar Genovese.
Quanto à saúde, há inúmeras pesquisas comprovando as propriedades medicinais dos condimentos. Uma das mais estudadas é a Curcuma longa, denominada popularmente, por exemplo, por cúrcuma, açafrão-da-terra e falso-açafrão.
Há centenas de artigos científicos que evidenciam suas ações anti-inflamatória, no tratamento da diabetes e antimicrobiana. É considerada uma esperança bastante promissora no tratamento de alguns tipos de canceres.
Quanto à C. longa, a ciência demonstrou algo que o conhecimento popular do Oriente já disseminava, isto é, que a eficiência da planta é mais eficaz quando utilizada no molho curry. Esta mistura contém, dentre outros, a cúrcuma e a pimenta-do-reino (Piper nigrum). Esta última fornece a substância piperina, que melhora a biodisponibilidade da curcumina da cúrcuma.
Há relatos da antiguidade sobre os usos da raiz da salsinha como diurética, atividade terapêutica comprovada pela ciência. Alho, também referido como medicinal em textos antes de Cristo, é considerado antisséptico e coadjuvante no tratamento da hipertensão.
Importante destacar que o alho, assim como outros, pode interagir com medicamentos sintéticos, ou seja, é importante dizer em consulta médica quais condimentos está consumindo. Estas interações também ocorrem entre alimentos, medicamentos sintéticos e medicamentos à base de plantas, como os fitoterápicos.
Atividades antimicrobianas são comprovadas cientificamente para vários condimentos, tais como: alecrim (Rosmarinus officinalis), orégano (Origanum vulgare), sálvia (Salvia officinalis) e tomilho (Thymus vulgaris). As pimentas (do gênero Capsicum), graças ao composto bioativo capsaicina, são consideradas termogênicas e vasodilatadoras.
Quanto à ação preventiva de diversas doenças, como câncer, diabetes e hipertensão, as plantas condimentares também são consideradas eficazes, o que justifica a sua inclusão na alimentação. Os compostos responsáveis são aquelas com capacidade antioxidante, isto é, combatem o excesso de radicais livres, responsáveis pelo início de muitas doenças.
A quantidade a ser incorporada na alimentação não é muito. Uma colher de chá diária de manjericão, alecrim, orégano, tomilho ou manjerona, por exemplo, já é o suficiente para proteger nosso corpo.
Eng. Agr. Marcos Roberto Furlan – Prof. Faculdade Cantareira
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