quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Cavalinha e metais pesados

Texto:
Engenheira Ambiental Glenda Silva Nascimento - Mestranda no Programa de Pós-graduação em Ciência Ambientais da UNITAU 
Engenheiro Agrônomo Marcos Roberto Furlan 

Plantas bioindicadoras conseguem determinar e sobreviver à presença de substâncias tóxicas Quando ocorrem contaminação por metais pesados no ambiente em que habitam, reagem absorvendo estas substâncias e, muitas vezes, alterando sua composição química ou também suas características morfológicas. No entanto, algumas espécies como a cavalinha (Equisetum hyemale), mesmo contaminadas, não demonstram se absorveram os metais. 

Assim como a carqueja citada no artigo anterior sobre o tema (http://quintaisimortais.blogspot.com/2018/08/carqueja-como-bioacumuladora.html), a cavalinha é uma planta medicinal de amplo uso pela população por meio da decocção de suas partes aéreas. Possui usos comprovados como diurética, remineralizante e adstringente, mas é bom alertar que é contraindicada para mulheres grávidas ou que estão amamentando, e pessoas com gastrite, cálculos renais e úlcera gastroduodenal. Do ponto de vista nutricional, Blanco (2018), a planta apresenta bons teores de cálcio, ferro, magnésio, tanino e sódio. 

A cavalinha também é denominada por cauda-de-cavalo, erva-canudo e lixa-vegetal, dentre outros nomes populares. Importante destacar que não deve ser confundida com a Equisetum arvensis, espécie de mesmo nome popular, com mais estudos científicos, mas não encontrada com facilidade no Brasil.

A E. hyemale é nativa da América tropical. Prefere áreas úmidas, como brejos, e alcança até 1,5 m de altura. Por ser uma Pteridófita, não produz flores e sementes. Sua presença indica a possibilidade do solo ter acidez de médio a elevado.

Além da carqueja, Moraes (2014), em sua pesquisa, avaliou a cavalinha como bioindicadora. A cavalinha foi cultivada em solução contendo metais pesados por 30 dias, e Teste de Allium cepa foi realizado para analisar a atividade genotóxica dos extratos etanólico e aquoso da espécie. A pesquisadora concluiu que, assim como a carqueja, a E. hyemale é uma espécie bioacumuladora de diferentes metais pesados e os seus extratos interferem no índice mitótico e são capazes de promover atividade genotóxica em células meristemáticas de raiz de Allium cepa.

REFERÊNCIA: 

BLANCO, Rose Aielo. Cavalinha (Equisetum arvense L.). Disponível em: <http://www.jardimdeflores.com.br/ervas/a26cavalinha.htm>. Acesso em: 26 set. 2018.

MORAES, Vanessa Marques de Oliveira. Avaliação do potencial mutagênico e bioacumulador de metais pesados de Baccharis trimera Less e Equisetum hyemale L. 2014, 48 f. Dissertação (Mestrado em Biociências). Área de Conhecimento: Caracterização e Aplicação da Diversidade Biológica. Faculdade de Ciências e Letras de Assis - Universidade Estadual Paulista, 2014. Disponível em: https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/115994/000810674.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 16 de ago 2018.

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