quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Piolhinho na calçada

Texto:


Marcos Roberto Furlan - Engenheiro agrônomo - professor UNITAU e Faculdade Integral Cantareira
Mariane Belfort dos Santos - acadêmica de nutrição - UNITAU
Pétria Thomé Greber - acadêmica de Engenharia Agronômica - UNITAU

O texto trata de uma espécie ainda não muito conhecida pela maioria das pessoas que passa nas calçadas, mas cada vez mais comentada quanto ao seu uso na culinária. De nomes curiosos, como, por exemplo, piolhinho, colarzinho, beldroegão (não confundir com a beldroega de mesma família, mas como folhas menores), benção-de-deus, língua-de-vaca, ora-pro-nobis (também não confundir com plantas do gênero Pereskia e que recebem também este nome popular), maria-gomes e manjogome. 

Como ainda não faz parte da culinária no dia-a-dia ou por ser desconhecida como alimento por grande parte da população, é considerada como um alimento não convencional.

Seu nome científico é Talinum paniculatum, pertence à família Portulacaceae, classe Eudicotiledônea e divisão Angiosperma. É uma planta rasteira de origem americana e possui traços anatômicos bem definidos, tais como: folhas largas, lisas e suculentas, caules alaranjados e sementes avermelhadas. 

Apesar de passar despercebida nas calçadas, possui grandes efeitos benéficos e aplicabilidades medicinais, nutricionais e gastronômicas. Segundo Thanamool et al. (2013), a hortaliça atua como suplemento nutricional de origem vegetal, e na medicina popular é usada como cicatrizante, diurética e depurativa. É indicada também para remediar edemas, fraquezas gastrointestinais, tosses e cansaço físico e mental. 

O potencial na alimentação da utilização das folhas e dos talos do Talinum paniculatum deve ser  destacado (BIONDO et al., 2018), pois é uma espécie abundante na borda de florestas ciliares, em terrenos baldios e arredores de hortas, é de fácil obtenção e identificação. E do ponto de vista nutricional, é considerada como fonte de ferro, magnésio, zinco, cálcio e potássio, além de ser considera como alta concentração de proteínas. 

A T. paniculatum pode ser utilizada integralmente como alimento, desde as sementes até as folhas. As partes folhosas podem ser consumidas em saladas, refogadas, temperadas e na preparação de caldos. O caule pode ser utilizado no processo de infusão para a confecção de chás e bebidas. Já as raízes podem ser utilizadas na decoração. 



Referências

BIONDO, Elaine et al. Diversidade e potencial de utilização de plantas alimentícias não convencionais no Vale do Taquari,RS. Revista Eletrônica Científica da Uergs, [s.l.], v. 4, n. 1, p.61-90, 13 abr. 2018.  http://dx.doi.org/10.21674/2448-0479.41.61-90.

RIBEIRO, A.o.; SILVA, A.f.; CASTRO, A.h.f.. Identificação de espécies da família Asteraceae, revisão sobre usos e triagem fitoquímica do gênero Eremanthus da Reserva Boqueirão, Ingaí-MG. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, [s.l.], v. 12, n. 4, p.456-465, dez. 2010. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s1516-05722010000400009


THANAMOOL et al. Talinum paniculatum (jacq.) Gertn: a medicinal plant with potential estrogenic activity in ovariectomized rats. International Journal of Pharmacy and Pharmaceutical Sciences: Academic Sciense, Thailand, v. 5, n. 2, p.478-485, fev. 2013. 

Foto: piolhinho na calçada, em Taubaté, SP.
Marcos Roberto Furlan

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