Constatação faz parte do primeiro estudo global sobre o tema; agência da ONU cita bactérias que causam diarreia, pneumonia, infecção urinária e gonorreia.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
A Organização Mundial da Saúde divulgou esta quarta-feira o primeiro estudo global sobre resistência a antibióticos. O levantamento revela “uma séria ameaça à saúde pública”, porque muitas bactérias estão se modificando e tornando os antibióticos ineficazes.
O relatório confirma a resistência em vários agentes infecciosos, principalmente em sete bactérias responsáveis por doenças “comuns”, porém sérias, como diarreia, pneumonia, infecções urinárias e gonorreia.
Infecções Hospitalares
A OMS utilizou dados de 114 países para fazer o levantamento. Em todas as regiões do mundo, o antibiótico carbapenem não foi eficiente em mais da metade dos pacientes infectados com uma bactéria que causa pneumonia e infecções hospitalares.
Em vários países, pessoas com infecção urinária não responderam ao tratamento com um dos antibióticos mais populares contra a bactéria E.coli, a fluoroquinolona. Em mais da metade dos pacientes, o antibiótico não funcionou, e segundo a OMS, a resistência era nula quando o medicamento surgiu na década de 1980.
Aids
Em 2012, 92 países registraram um total de 450 mil casos de resistência ao antibiótico para tratar tuberculose. O estudo também confirma aumento da resistência aos medicamentos para tratar a aids. Na África, mais de 3% dos pacientes com HIV se mostraram resistentes a um tipo de droga contra o vírus.
Segundo a OMS, o vírus da influenza A/H1N1 é resistente aos medicamentos usados para tratar casos de gripe comum.
O estudo da agência revela que muitos países não têm nenhum sistema para monitorar a resistência a antibióticos. A OMS recomenda a prevenção de infecções por meio de boas práticas de higiene, acesso à água potável e vacinação.
Orientação
Novos antibióticos e diagnósticos também são essenciais, segundo a agência. A OMS pede à população mundial que os antibióticos só devem ser usados quando prescritos por um médico, e nesse caso, o tratamento não pode ser interrompido, mesmo se o paciente apresentar melhoras.
A resistência também pode ser controlada se médicos e farmacêuticos só indicarem antibióticos quando realmente necessários e se as fabricantes investirem em inovação e pesquisa para o desenvolvimento de novas ferramentas.
Informe da ONU Brasil, no EcoDebate, 02/05/2014
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