De acordo com relatório do PNUMA, quantidade de plástico encontrada dentro destes produtos pode equivaler às mesmas que em suas embalagens.
Nos últimos 50 anos, micropartículas de plástico têm sido utilizadas em produtos de cuidados pessoais e cosméticos (PCCP), substituindo opções naturais. Foto: PNUMA
Da próxima vez que você estiver no chuveiro usando um refrescante gel esfoliante, pare um momento para verificar do que esse produto é feito. De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), as chances são muito altas de que sua elaboração contenha pontos minúsculos de plástico e, segundo a quantidade já usada do produto, você poderá ter derramado pelo ralo uma quantidade equivalente de plástico àquela utilizada na fabricação da embalagem.
“Micropartículas e outros ingredientes de plástico estão presentes em produtos que vão desde pasta de dentes e gel de banho até sombras de olho e esmaltes de unha”, aponta o relatório do PNUMA intitulado ‘Plástico em cosméticos: será que estamos poluindo o ambiente através de nossos cuidados pessoais?’. “As suas proporções variam em produtos diferentes, a partir de menos de 1% a mais de 90% do conteúdo. Em um típico gel de chuveiro analisado em laboratório, foi encontrada aproximadamente a mesma quantidade de material de plástico no gel e na sua embalagem”.
Os microplásticos têm sido usados nesses produtos há 50 anos e quando escorrem “pelo ralo, essas partículas não podem ser recolhidos para reciclagem, nem se decompõe em instalações de tratamento de águas residuais, inevitavelmente acabando no oceano global, onde se fragmentam e permanecem”. E “estes plásticos podem levar centenas de anos para se degradar completamente”, de acordo com pesquisa do PNUMA.
O relatório, que foi lançado no início deste mês, por ocasião do Dia Mundial dos Oceanos, recomenda uma abordagem de precaução para a gestão do microplástico, com uma eventual eliminação progressiva e a proibição da sua utilização em produtos de cuidados pessoais e cosméticos
Informe da ONU Brasil, no Portal EcoDebate, 23/06/2015
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