Venda de energia solar gerada nos telhados, aquecimento solar de água do chuveiro e biodigestores são iniciativas testadas pelo programa
O programa Minha Casa Minha Vida, além de melhorar a qualidade de vida de mais de 9,6 milhões de famílias com renda salarial de até um salário mínimo, também ajuda na preservação do meio ambiente com as ações sustentáveis adotadas em suas construções.
Replicadas em empreendimentos País afora, essas soluções são muitas vezes simples, mas têm forte impacto positivo na qualidade dos condomínios e no bolso dos moradores.
Confira algumas das ações implementadas:
Aquecimento solar de água
Mais de 224 mil famílias beneficiadas em todo o País contam com um sistema de aquecimento solar de água do chuveiro. Segundo a Associação Brasileira de Ar Condicionado, Refrigeração, Ventilação e Aquecimento (Abrava), além de não poluir, a utilização desse sistema pode reduzir a conta de luz em até 30%.
Microusina de energia solar
Os 9.144 painéis fotovoltaicos instalados nos telhados transformaram os condomínios Praia do Rodeadouro e Morada do Salitre, em Juazeiro, no sertão baiano, em uma microusina de energia solar com potencial para produzir 2,1 Mega Watts (MW), o suficiente para abastecer 3,6 mil domicílios em um ano.
O projeto-piloto fez das mil famílias sócias do empreendimento. A energia vendida à distribuidora local rendeu R$ 1,89 milhão líquido entre fevereiro de 2014 e junho deste ano. O valor economizado é dividido. Parcela de 60% vai para o bolso das famílias, outros 30% abastecem um fundo de investimentos para o condomínio e a associação de moradores e os 10% restantes pagam as despesas de manutenção dos residenciais.
Em números, cada condomínio arrecada cerca de R$ 60 mil mensais, o que permitiu financiar centro comunitário, sala de informática, parada de ônibus, sinalização de trânsito e atendimentos médicos semanais. Cada família recebeu R$ 1.133 até junho, o que dá uma média de R$ 70 mensais, valor capaz de cobrir as prestações mensais do Minha Casa Minha Vida, que variam de R$ 25 a R$ 80.
Biodigestores
O Minha Casa Minha Vida Rural começou a incluir biodigestores nas residências entregues pelo País em 2014. Atualmente, 335 famílias de agricultores fazem uso desta tecnologia em Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Goiás.
Os biogestores são equipamentos que processam matéria orgânica, como dejetos animais e restos de alimentos, transformando-os em biogás e biofertilizantes. Com eles, os agricultores podem produzir energia elétrica, gás de cozinha, adubo orgânico para capim e plantações, incluindo pomares, sem alterar o sabor dos alimentos. Pelas contas de José Jackson, pequeno agricultor de Itaberaí (GO), a 100 km de Goiânia, a economia com biodigestor deve chegar a R$ 1,5 mil por ano.
Desenvolvimento Sustentável
A estratégia de Desenvolvimento Integrado e Sustentável de Territórios (DIST) nasceu da necessidade de criar projetos nas áreas de saúde, ambiente, cultura, comunicação, esporte, lazer e formação técnica profissional para famílias de baixa renda que vivem em empreendimentos do Minha Casa Minha Vida.
Um dos projetos bem-sucedidos do DIST é o “Guerreiros sem Armas”, implantado pelo Instituto Elos na Baixada Santista. Ele funciona em um galpão que recebe crianças diariamente para atividades culturais como oficinas de fanzine, cinema de rua e festas culturais.
Casas de madeira (Wood Frame)
Nem todos os imóveis entregues pelo Minha Casa Minha Vida são de alvenaria. Uma tecnologia sustentável a seco homologada por Caixa e Ministério das Cidades possibilita a construção de casas de madeira.
O método alemão conhecido como wood frame (quadro de madeira) reduz em 75% a demanda por mão de obra e ainda minimiza o impacto ambiental da construção, uma vez que a opção por matérias-primas renováveis gera apenas 25% dos resíduos de um canteiro comum.
Selo Casa Azul
Criado pela Caixa Econômica Federal em 2010, o Selo Casa Azul é uma classificação socioambiental de projetos habitacionais financiados pelo banco para reconhecer empreendimentos que adotem soluções eficientes na construção. O selo possui 53 critérios de avalição e seis categorias: qualidade urbana, projeto e conforto, eficiência energética, conservação de recursos materiais, gestão da água, e práticas sociais.
Fonte: Caixa
in EcoDebate, 30/10/2015
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