Por Nathane Dovale (Fiocruz Amazonas)
O projeto de pesquisadores do Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazonas) e do Centro de Pesquisas René Rachou (CPqRR/ Fiocruz Minas), que utiliza mosquitos no combate de doenças como dengue, chikungunya e zika, foi o único escolhido, pelo Ministério da Saúde (MS), como uma das principais novas alternativas para o controle do Aedes aegypti no Brasil. A metodologia será incorporada, ainda sem data, nas diretrizes nacionais de controle do vetor.
Projeto consiste em usar baldes com um pouco de água e suas paredes internas cobertas de um pano preto aveludado, no qual é aplicado larvicida triturado até a consistência de um pó (foto: Nathane Dovale / Fiocruz Amazonas)
A escolha do projeto ocorreu na Reunião Internacional para Implementação de Novas Alternativas para o Controle do Aedes Aegypti no Brasil, que ocorreu em Brasília, nos dias 17 e 18 de fevereiro. Além da iniciativa das unidades da Fundação, foram apresentados projetos do Emory University, dos EUAs, do International Atomic Energy Agency, da Áustria, do QIMR Berghofer Medical Research Institute e da James Cook University, ambas da Austrália, da Universidade Autonoma de Yucatan, do México, da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Estadual do Ceará (UFCE).
O projeto consiste em usar baldes com um pouco de água e suas paredes internas cobertas de um pano preto aveludado, no qual é aplicado larvicida triturado até a consistência de um pó. A estrutura cria uma armadilha que permite que as fêmeas sejam atraídas até o recipiente. “Quando pousam no balde, os mosquitos ficam impregnados com inseticida e levam para outros criadouros, aumentando assim o combate às larvas”, explicou o diretor da Fiocruz Amazonas e um dos pesquisadores do projeto, Sérgio Luz.
Segundo o pesquisador, o método é de extrema importância pois alcança criadouros de difícil acesso. “Um dos maiores problemas no controle dos mosquitos vetores é que a muito dos criadouros não são tratados durante as ações de controle, pelo difícil acesso. Ficamos bastante felizes de terem escolhido o método, pois foi um projeto que trouxe bastante resultado onde foi implantado”, disse Luz.
Na fase inicial do projeto, que começou em novembro de 2013, no município amazonense de Manacapuru, os criadouros positivos de larvas nas casas eram presentes em 98% das residências. Até outubro de 2015, a equipe registrou apenas 2% de casas positivas. Além disso, as notificações das doenças no município, segundo o subgerente de Endemias da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), Mário Fernandes da Silva, em 2015, foram 79. Em 2014, o número chegou a 200. O projeto conta ainda com as participações dos pesquisadores Fernando Abad-Franch, da Fiocruz Minas, Elvira Zamora e os técnicos de campo, Ricardo Mota e Sebastião Dias, todos da Fiocruz Amazonas.
Da AFN, in EcoDebate, 26/02/2016
Nenhum comentário:
Postar um comentário