Fonte: MDS - Quarta-feira, 13 de Abril de 2016
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Este ano é diferente para os mais de cem alunos e funcionários da Escola Alípio Cerqueira da Silva, no Povoado de Peba, em Conceição do Coité (BA), no Semiárido. Eles têm garantia de água tratada para beber. A água também corre nas torneiras dos banheiros e da cozinha. As merendeiras e funcionárias podem preparar a alimentação escolar e fazer a limpeza do local.
Tudo isso é fruto da cisterna escolar, construída em dezembro de 2015. Ela tem capacidade de armazenar até 52 mil litros de água da chuva. “Hoje, graças a Deus, temos muita água. É muito bom para as crianças, porque tem água tratada, que podem tomar sem que faça mal nenhum a eles”, conta Cláudia Pereira dos Santos, de 42 anos. Ela trabalha há quatro anos como merendeira da escola.
“Quando não tinha água, era um sufoco. A gente tinha que pedir nas casas vizinhas, batia na porta dos vizinhos com balde e carregava na cabeça para trazer para a escola”, descreve. A primeira chuva que caiu depois da construção da cisterna, ainda no período das férias, trouxe uma alegria imensa para toda a comunidade. “Choveu a tarde toda. Eu não tirava o pensamento da cisterna. Graças a Deus, quando chegamos aqui, a cisterna estava cheinha.”
“A nova (cisterna) é pra gente usar na cozinha e para o benefício das crianças: pra beber, pra cozinhar, fazer o almoço deles”, diz Cláudia. O cardápio é montado por nutricionistas da Secretaria de Educação do município. “Hoje a gente faz tudo que está no cardápio. Às vezes, tinha um tipo de merenda que não dava pra fazer sem água; e a gente fazia outro tipo.”
A cisterna da Escola Alípio Cerqueira da Silva é uma das 552 construídas na Bahia pelo programa Cisterna nas Escolas, uma parceria entre o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, organizações da sociedade civil e governos estaduais. Desde o lançamento, em 2015, até fevereiro passado, o programa implantou 2.281 unidades.
A tecnologia garante água limpa e de qualidade aos alunos e impede que as aulas sejam interrompidas pela falta de água. Os professores são capacitados para a gestão da água captada e armazenada, com orientação sobre a finalidade da água coletada, a importância da educação alimentar e nutricional e a convivência com o Semiárido.
Nova rotina – A escola já tinha uma cisterna menor, com capacidade de 16 mil litros, igual às que são implantadas para consumo familiar. “A cisterna era antiga, já tinha vazamento e era pequena. Por isso, era preciso chamar o carro-pipa, pois geralmente faltava água a cada 30 dias”, conta a diretora Dionara de Oliveira Santos.
Ela explica que a água que chega ao município pela companhia fornecedora também é distribuída para a escola, mas o fornecimento é irregular e não atende à demanda escolar. O colégio é limpo todos os dias e, na segunda-feira, as funcionárias lavam o pátio.
A água é usada também na higiene dos banheiros e para o preparo da merenda. São servidas duas merendas por dia, uma no turno da manhã e outra no da tarde. “Quando a gente chegou aqui, na primeira semana de aula, a cisterna estava cheia. Ai, que felicidade! Não vou precisar pedir água, não vai faltar água...”, comemora Dionara.
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