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Assessoria de Comunicação da Universidade de Caxias do Sul - 14/06/2016 | Editado em 23/06/2016
Estudos de pesquisadores da UCS indicam que as “falhas” na pinha possuem compostos fenólicos capazes de modular o metabolismo de células tumorais e não tumorais.
A Araucaria angustifolia, encontrada no Hemisfério Sul, ganha mais uma utilidade além daquelas que já conhecemos, como na ornamentação, no paisagismo ou simplesmente pelo sabor de seus pinhões. A atividade biológica desta árvore é alvo de estudo no Laboratório de Estresse Oxidativo e Antioxidantes, que integra o Instituto de Biotecnologia. Popularmente conhecida como pinheiro-brasileiro, a Araucaria angustifolia apresenta pinhas constituídas por pinhões e brácteas (que são as falhas, ou seja, pinhões que não se desenvolveram). Enquanto os pinhões são utilizados para consumo, as brácteas são descartadas como resíduos.
Em estudos realizados pelo grupo de pesquisa, coordenado pela professora Dra. Mirian Salvador, foi demonstrado que o extrato proveniente das brácteas de Araucaria angustifolia possui quantidades significativas de polifenóis, compostos fenólicos capazes de modular, diferentemente, o metabolismo de células tumorais e não tumorais. O aumento da incidência de neoplasias em nível mundial expõe a necessidade contínua do desenvolvimento de novos fármacos para a terapêutica do câncer. “A pesquisa de novas moléculas a partir de extratos naturais representa uma abordagem valiosa quando se busca novos medicamentos com maior especificidade e menor toxicidade”, salienta Mirian.
Patente
A estudante de Medicina Veterinária, Victoria Soldatelli Borges Rodrigues, bolsista de iniciação científica, juntamente com a coordenadora do projeto, Mirian Salvador.
A pesquisa – que conta com o apoio da FAPERGS e do CNPq – busca estudar os efeitos biológicos e mecanismos de ação de brácteas de Araucaria angustifolia, procurando encontrar moléculas com atividade biológica, conforme explica a coordenadora. “Os resultados obtidos até o momento demonstram que o extrato natural de resíduos da pinha de Araucaria angustifolia apresenta potencial para ser utilizado como fonte de moléculas bioativas na terapêutica do câncer. Entretanto, futuros estudos são necessários para tentar identificar qual(is) substância(s) são capazes de exercer efeito no metabolismo das células de câncer e quais são os alvos de ação específicos destas substâncias”, ressalta a pesquisadora.
Estudantes do doutorado do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia e bolsistas de iniciação científica fazem parte da equipe coordenada pela professora Mirian Salvador. Uma parte do trabalho foi realizada no Canadá, em parceria com os pesquisadores Gustavo Scola (mestre e doutor em Biotecnologia pela UCS), Ana Cristina Andreazza (graduada pela UCS) e Cátia dos Santos Branco (doutoranda em Biotecnologia). Além da publicação de diversos artigos científicos, os estudos já resultaram no depósito da patente Processo de produção de extrato de Araucaria angustifolia e extrato obtido e composição compreendendo extrato (PI 1001084-0), no INPI – Instituto Nacional de Propriedade Intelectual, com autoria de Mirian Salvador, Patrícia Kelly Wilmsen Dalla Santa Spada e Fabiane Michelon.
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