A utilização de produtos naturais
no tratamento das enfermidades em seres humanos é realizada há muito tempo,
sendo que orientais, egípcios, gregos e romanos, por exemplo, já empregavam há
milênios, plantas para a cura ou prevenção de inúmeras doenças. Muitas das
espécies usadas antigamente, em função de sua eficácia, se espalharam em várias
regiões do planeta. Algumas saíram da Europa, se adaptaram no Brasil e se
estabeleceram por conta própria, tornando-se, por isso, como plantas
espontâneas da região, isto é, que nascem sem a intervenção humana.
Outras espécies foram
introduzidas, mas sempre com a necessidade de serem semeadas, em função, por
exemplo, da dificuldade das suas sementes germinarem sem o preparo adequado do
terreno. Entre essas últimas, uma se destaca na região Sul do Brasil, que é a
camomila, mais conhecida na nossa região nos saches, apesar de serem
encontradas, com relativa facilidade, sementes para plantio nas lojas de
produtos agropecuários. Por ser uma bela planta, pode ser encontrada,
inclusive, no setor de sementes de ornamentais. A camomila, cujo nome
científico é Chamomilla recutita (L.) Rauschter, pertence à mesma
família da margarida, girassol, dente-de-leão, assa-peixe e crisântemos, entre
outras. Também é denominada popularmente por camomila-comum, camomila-vulgar,
camomilinha, maçanilha, macela, mançanilha, marcela-galega e matricária.
Alguns pesquisadores citam que
sua origem é da Europa e Norte da África e, atualmente, está espalhada em quase
todos os continentes. Há outros que afirmam que é nativa dos campos da Ásia
Ocidental e do Sul da Europa, e facilmente encontrada nos países de clima
temperado. Como características para identificá-la podem ser citadas: altura de
25 a 60 cm ; folhas bem recortadas;
e suas flores, fortemente aromáticas, lembram pequenas margaridas brancas.
Apesar de ser possível seu
cultivo em quase todas as regiões brasileiras prefere locais mais frios, com
sol o dia todo e solos que não sofram encharcamentos. É uma planta em que o
ciclo do plantio à colheita ocorre em menos de um ano, devendo ser replantada
todo ano por meio de suas sementes, de preferência, no outono. Como suas
sementes germinam melhor quando colocadas superficialmente no solo, é comum no
ano seguinte ao plantio observarmos várias camomilas nascendo espontaneamente
no terreno e que são originadas das que caíram sobre o solo e que não foram
levadas pelo vento ou água. Com o tempo e sem novos plantios, vai ocorrendo
diminuição na freqüência do surgimento de novas camomilas.
Com relação aos usos, a camomila
é apontada como uma das plantas medicinais com maior demanda no Brasil, onde
foi introduzida há cerca de 100 anos pelos europeus. Também é considerada uma
das poucas plantas medicinais cujos constituintes foram amplamente avaliados
farmacologicamente, inclusive em testes clínicos.
A camomila destaca-se como uma
das plantas medicinais mais usadas em todo o mundo, e possui propriedades
farmacológicas como, por exemplo, antiinflamatória, analgésica,
antiespasmódica, carminativa, cicatrizante, emenagoga e adstringente.
É muito usada na indústria de
medicamentos e de cosméticos, e de acordo com sua composição e atividade
farmacológica pode ser utilizada na forma de infusão, e quando o seu óleo
essencial pode ser incorporado em cremes, xampus e loções.
Industrialmente, a camomila
também é usada para extração da essência com emprego como aromatizante na
composição de sabonetes, perfumes e loções. O extrato e a essência de camomila
são empregados na preparação de uma grande variedade de alimentos e bebidas.
O óleo que é de fácil evaporação
de camomila está entre os mais utilizados e valorizados internacionalmente.
Além de ser muito utilizado na cosmética, o óleo tem efeito calmante,
antiinflamatório e recomendado contra cólicas intestinais.
A colheita da camomila é iniciada
quando os capítulos estão completamente desenvolvidos e desabrochados, momento
em que começa a visitação de abelhas. Objetivando retirar apenas os capítulos
florais, colhe-se manualmente ou com a ajuda de equipamentos específicos, de
formato semelhante a pentes. Importante de produzir camomila em seu próprio
quintal é a possibilidade de obter um produto isento de agrotóxicos e com menor
presença de materiais estranhos.
Texto e foto publicados em: http://jornalinoff.com.br/
Autores: Marcos Roberto Furlan
Claudia Helena Santos – Acadêmica de Nutrição - UNITAU
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