Um nome popular de planta bem
conhecido no meio rural é o caruru, ou bredo, comum no Norte e no Nordeste. Plantas que recebem este nome, geralmente, indicam solo rico em matéria orgânica, sendo consumidas como alimento, tanto por
seres humanos quanto por animais. Outro uso, não
conhecido por muitos, mas que aprendemos com as comunidades, é que essa planta atraem muitos
besouros “pragas”. Dizem que, quando retiramos os carurus, esses insetos, por não terem mais o alimento, acabam atacando as plantas cultivadas.
Na publicação Flora
Brasiliensis, de Carl Friedrich Philipp Von Martius, concluída em 1868, os carurus já eram citados. Os índios consumiam o caruru refogado, que era servido para acompanhar as carnes de caça ou o peixes, enquanto os escravos caprichavam no tempero. Na culinária atual, é mais consumido no Norte e no Nordeste, fazendo parte de alguns pratos típicos, como no “efó da Bahia”.
Com relação aos
aspectos nutricionais, os carurus são valorizados em função dos altos teores de lisina (aminoácido) e de ferro,
mas a presença de oxalato de cálcio, que pode gerar cálculos renais, exige que
seja consumido em pequenas quantidades. Se bem que, para causar algum problema,
o uso seria contínuo e em grandes quantidades.
Aliás, iremos
fazer, na Universidade de Taubaté, uma pesquisa para quantificar e comparar os teores de oxalato de cálcio do caruru (Amaranthus
retroflexus ou do A. viridis) com os de outras hortaliças.
É importante ressaltar, que, quando alguém cita o caruru, ele poderá estar se referindo a uma das seguintes espécies: Amaranthus
hibridus L. (foto 1), Amaranthus lividus L., Amaranthus spinosus L., Amaranthus retroflexus
L. (foto 2), Amarantuhs viridis L. (foto 3), e que nem todos podem ser consumidos.
Não comum no Brasil, há o Amaranthus hypochondriacus, que pode gerar um produto semelhante à pipoca.
Foto 1
Foto 2
Foto 3
Nas fotos anteriores estão os mais utilizados nas refeições.
Fonte das fotos:
Foto 1:
Foto 2:
Foto 3:
Texto: Marcos Roberto Furlan e colaboração da farmacêutica Giany Margareth de Cassia Thomazin
Caruru com coco
Ingredientes:
2 maços de caruru
1 vidro de leite de
coco (250 ml )
2 xícaras (chá ) de tomates picados
1 xícara (chá ) de cebola
picada
1 colher (chá) de
alho amassado
2 colheres (sopa) de
azeite de oliva
Sal e pimenta a
gosto
Coentro picado a
gosto
Preparo:
Destaque as folhas
de caruru, lave-as e leve-as para escaldar e
tirar o visgo. Escorra-as e reserve. Faça um molho, fritando a cebola
e o alho no azeite.
Junte os tomates e deixe cozinhar até encorpar. Junte o coentro e tempere com
sal e pimenta. Acrescente
o caruru e deixe
cozinhar por cerca de 10 minutos. Junte o leite de
coco e, assim que
levantar fervura, apague o fogo.
Servir acompanhado de arroz.
Sopa de caruru
Ingredientes:
1 molho grande de
caruru
1 colher (sopa ) de
manteiga
1 colher (sopa ) de
fubá ou creme de milho
1\2 colher (chá) de
alho amassado
1 folha de louro
6 xícaras (chá) de
caldo de carne ou de galinha
2 colheres (sopa ) de
cebola picadinha
Sal e pimenta a
gosto
Preparo:
Coloque a manteiga
em uma panela, junte a cebola e o
alho e refogue. Depois, junte o fubá, refogue-o
até dourar.
Acrescente o caldo
de carne ou de galinha e a folha de louro. Deixe levantar fervura. Acrescente as folhas de caruru e cozinhe por mais 10
a 15 minutos, ou até o caruru ficar cozido.
Receitas extraídas
da publicação disponível no blog
http://quintaisimortais.blogspot.com.br/2012/05/embrapa-cartilha-sobre-cultivo-e.htmlO texto da receita foi adaptado pelo autor.
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