As espécies dioicas são as que mais produzem descendentes com considerável variabilidade genética entre si e,
consequentemente, também com muita variação entre os seus princípios ativos. Isso ocorre porque as plantas dioicas possuem exemplares só com flores masculinas e outros só com flores femininas, o que, obrigatoriamente, faz com que ocorra fecundação cruzada (alogamia), isto é, uma planta "masculina" irá fornecer pólen para a planta feminina.
Apesar de ser um problema para a fitoterapia, a variabilidade de princípios ativos entre os descendentes, para a espécie
é importante por evitar que ocorra a autogamia, a qual diminui a variabilidade
genética.
Infelizmente, para a maioria das dioicas não é possível saber
se a planta irá produzir somente flores masculinas ou somente flores femininas, sendo que a dioicia ocorre em menos de 10% das angiospermas.
Exemplos de dez espécies medicinais dioicas
Alecrim-do-campo – Baccharis
dracunculifolia
Aroeira-do-sertão – Myracrodruon
urundeuva
Aroeira-vermelha – Schinus
terebinthifolius
Carqueja – Baccharis genistelloides
Catuaba – Trichilia
catigua
Embaúba – Cecropia glaziovii
Erva-mate – Ilex paraguariensis
Ginkgo – Ginkgo biloba
Pimenta-da-jamaica – Pimenta
dioica
Urtiga – Urtica dioica
(foto 1)
Obs. Dentro da mesma espécie, podem ser encontradas plantas dioicas e plantas monoicas,
como observado por Carvalho (2003) com a aroeira-do-sertão. No caso da quebra-pedra
(Phyllanthus niruri), há dioicas, mas são raras (SILVA e SALES, 2007).
Referências
CARVALHO, P.E.R. Espécies arbóreas brasileiras. Brasília,
DF: Embrapa Informacao Tecnológica; Colombo: Embrapa Florestas, 2003. v. 1 1039
p. il. (Coleção Espécies Arbóreas Brasileiras).
SILVA, M. J.; SALES, M. F. Phyllanthus L. (Phyllanthaceae) em Pernambuco, Brasil. Acta Bot.
Bras., v.21, n.1, p. 79-98, 2007
Fontes das fotos:
Mas como os leitores do blog explicam o que foi observado com a espécie dioica Alchornea ilicifolia? Quando apenas um exemplar feminino levado para o Kew Garden, localizado em Londres, floresceu e gerou sementes sem a participação das flores masculinas.
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