Aspectos da reprodução dos vegetais
Conhecer aspectos relacionados à forma de reprodução dos
vegetais é essencial na produção de plantas medicinais, pois influencia na
variação dos teores de princípios ativos.
Santos e Motta (2008) observam que, quando as flores
apresentam estames e pistilo, são ditas perfeitas (bissexuadas) ou
hermafroditas, ou monoclinas. Se apresentam somente androceu (flores
estaminadas) ou somente o gineceu (flores pistiladas), são chamadas flores
imperfeitas (unissexuais) ou diclinas.
Espécies monoicas
As espécies que produzem flores masculinas (estaminadas) e
flores femininas (pistiladas), na mesma planta, são denominadas de monoicas. Se
os estames e os pistilos estiverem na mesma flor, a planta é denominada de hermafrodita, sendo que alguns autores a consideram também como monoica.
Plantas com flores hermafroditas têm mais chances de serem
autopolinizadas, e, portanto, produzir descendentes com menor variação de
princípios ativos. No entanto, alguns fenômenos podem impedir que isso ocorra, como,
por exemplo, a dicogamia e a autoincompatibilidade.
Na dicogamia, na mesma flor ocorrem diferenças quanto à
maturidade dos órgãos masculinos e femininos, isto é, um amadurece primeiro do
que o outro. Quando o outro amadurece o primeiro pode não estar mais disponível.
Quanto à autoincompatibilidade, há algum impedimento fisiológico para que
ocorra a autofecundação, o qual, geralmente, é de origem genética.
Infelizmente, não é possível reconhecer visualmente algum
mecanismo que impede a planta monoica de se autopolinizar.
Exemplos de espécies monoicas:
Achillea millefolium
Calendula officinalis
Matricaria chamomilla
Foeniculum vulgare
Melissa officinalis
Phyllanthus niruri
Plantago major
Ruta graveolens
Salvia officinalis
Taraxacum officinale
Thymus vulgaris
Alogamia
Uma forma de reprodução que mais provoca variabilidade no
teor de princípios ativos é aquela na qual o grão de pólen de um indivíduo é
transportado para o estigma da flor de outro indivíduo. É denominada de
alogamia ou de fertilização cruzada. A planta que possui essa forma de
reprodução é classificada como alógama.
Espécies alógamas
Helianthus annuus
Petroselinum crispum
Rheum officinale
Rosmarinus officinalis
Autogamia
Se a oosfera (óvulo da flor) for fecundada pelo grão de
pólen de uma mesma flor ou de flores distintas, mas presentes no mesmo
indivíduo, a reprodução é denominada de autogamia, e a planta classificada como
autógama.
Como nas plantas autógamas ocorre a autopolinização,
espera-se menos variabilidade genética entre os indivíduos, pois as plantas que
se reproduzem por autofecundação são quase ou completamente homozigóticas.
Importante realçar que em muitas espécies podem ocorrer as
duas formas, com predominância de uma. Para facilitar a classificação, tendo em
vista a possibilidade de ocorrência das duas formas na mesma espécie,
pesquisadores consideram plantas alógamas as que possuem mais de 40% de taxa de
polinização cruzada.
Os agentes naturais da polinização, tais como, vento,
insetos, pássaros, aves e morcegos, podem favorecer uma das duas formas.
Espécies autógamas
Catharanthus roseus
Ocimum basilicum
Ocimum carnosum
SANTOS, D. Y. A. C.; MOTTA, L. B. Diversidade da morfologia
floral. In: SANTOS, D. Y. A. C.; CHOW, F.; FURLAN, C. M. (org.) Ensino de
Botânica - Curso para atualização de professores de Educação Básica: A Botânica
no cotidiano. São Paulo: Universidade de São Paulo, Fundo de Cultura e
Extensão: Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, Departamento
de Botânica, 2008. p.13-18. (Projeto de Cultura e Extensão).
Fonte: alterado de
Nenhum comentário:
Postar um comentário