RIO DE JANEIRO (19.06.2012)– A agricultura orgânica é um dos
caminhos para o desenvolvimento sustentável em nível global, mas é uma técnica
ainda em construção no mundo todo. A avaliação foi feita nesta terça-feira
(19), à Agência Brasil, pela coordenadora do Centro de Inteligência em
Orgânicos (CI Orgânicos), da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Sylvia
Wachsner. Ela participa do evento Green Rio, paralelo à Conferência das
Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20, aberto no Centro
de Convenções da Bolsa de Valores do Rio.
Segundo Sylvia Wachsner, embora contribua para a proteção do
meio ambiente, do solo e da água, a agricultura orgânica ainda mostra
deficiências que precisam ser superadas sem demora. “Ainda falta escala. Há
problemas sérios de logística. Ainda precisa de tecnologia voltada para o
setor, não há sementes em quantidade suficiente”. Para a coordenadora, é
fundamental que os pequenos produtores se unam para ter mais força de
negociação no mercado.
Mesmo em países desenvolvidos, como a Alemanha, a
agricultura orgânica apresenta pequena participação: cerca de 3% da área total
disponível para plantio, relatou Sylvia Wachsner. Ela ressaltou que, no Brasil,
existem apenas 1,5 milhão de hectares certificados como orgânicos. “Temos muito
que trabalhar”, assegurou.
A partir de estudos feitos nas regiões serrana e centro-sul
do Rio de Janeiro, o CI Orgânicos mapeou a existência de 106 produtores que
trabalham com esse tipo de agricultura no Rio de Janeiro.
Sylvia Wachsner disse que é preciso apoiar os agricultores a
fazerem estudos técnicos do solo para que possam melhorar a produção. Segundo
ela, a maioria dos agricultores orgânicos não possui a Declaração de Aptidão
para Agricultura Familiar (DAP). “DAP significa a venda de alimentos da agricultura
familiar e orgânicos para a merenda escolar”, observou.
De acordo com a especialista, o grande problema da
agricultura orgânica e familiar é similar ao das empresas agrícolas maiores. “É
a questão da logística, da comunicação. Em muitas partes do Rio de Janeiro, não
entra a banda larga, os telefones celulares não funcionam. O produtor tem um
sério problema para chegar com sua mercadoria nos mercados, sejam eles
municipais ou o grande varejo. É preciso trabalhar isso”. Outro estudo
identificou que os restaurantes gostariam de adquirir produtos orgânicos.
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